ecos, reflexos, cacos
giros violeta de todas
as cores
de repente a visão, mas não há imagem
e o que eu supunha indelével
eram apenas pegadas em tempestade de areia
apenas o início do precipício
um lapso negro
do dia mais brilhante
do que eu previra primavera
há momentos em que a estrada escapa-me dos pés
como se engolisse o olhar de aves migratórias fora de seu
rumo
em rotas tortas que indeferem sentidos
como o decidir a revoada dos dedos que seguram as asas em
silêncio
a calar sobre costas que pesam cem milhões de lembranças
de repente a visão, não a imagem
há momentos assim
impregnados da descoberta da verdade doída da ilusão
de se palpar o irreal
de se enxergar o que não há
mas há
assim
(Celso Mendes)
Um comentário:
Silenciosamente
a mente
trabalha
soma
subtraí
e de repente
para o bem
ou para o mal
tudo se ilumina...
Eu já conhecia o poema, mas é sempre bom relembrar.Amo o que o Celso escreve... Amo!Os poemas dele são para serem degustados devagarinho.
Beijos.
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