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Friday, June 08, 2018

JÁ FOI À CRESMINA?


Se não foi, então vá.
E não se arrependerá, se gosta de dar um pequeno passeio, cerca de 1,6 quilómetros (metade) ou 3 quilómetros na totalidade, a subir e, naturalmente, a descer, entre dunas, coloridas sobretudo nesta época do ano, o mar do Guincho ao fundo, a Serra de Sintra ao lado. Mais informações aqui.



Em 21 de Janeiro e 2 de Abril de 2017 escrevi (vd. aqui) mensagens via-email aos responsáveis pela reserva natural em que se inserem as dunas da Cresmina. Respondeu-me no dia 3 de Abril o Director da Gestão da Estrutura Ecológica.

Transcrevo, de uma resposta longa, as afirmações finais: 


"Assim e depois de várias tentativas e modelos, a estratégia encontrada foi a colocação de “obstáculos” ao longo do passadiço que dissuadissem os cães e pessoas a sair do mesmo. Deixar gradualmente a vegetação natural regenerar e fechar as áreas abertas onde estas saídas ocorrem. Em suma, os “ramos” secos colocados ao longo do passadiço, embora esteticamente possam ser por ora pouco interessantes, esses consistem em estruturas biofísicas com as seguintes funções:

  • Dissuadir a saída do passadiço
  • Evitar a destruição da vegetação nativa pelo pisoteio e alteração da química do solo
  • Fixação das sementes que circulam no ar ao longo do sistema
  • Estrutura de apoio ao crescimento da vegetação mais sensível

A vegetação utilizada foi essencialmente o Pinheiro de Alepo, espécie pioneira e sem interesse para a conservação da natureza, que não sendo a ideal pela sua estrutura de ramos e tipo de madeira, é a mais abundante. Foi esta intervenção de poda seletiva, centrada no corte e eliminação destas árvores com potencial de risco de incêndio, dando primazia ao Junípero espécie autóctone de crescimento mais lento que estava a sofrer pressão e em competição com o pinheiro de Alepo.  Se verificar no terreno, por debaixo destas estruturas está a crescer vegetação natural,  em breve esta irá ocupar estas faixas e os ramos secos que já cumpriram a sua função vão ser removidos ou se degradados vão incorporar no sistema.

Não voltei ao assunto até que, decorrido mais de um ano, pudesse avaliar a consistência dos argumentos da resposta. E não constato agora, que sejam pertinentes. O tempo encarregou-se de minorar o aspecto dos ramos secos secos amontoados ao longo de algumas partes do passadiço, mas as maiores mazelas provocadas por cortes escusados persistem. Por outro lado, de algumas dezenas (centena?) de espécies plantadas protegidas por tubos protectores, não tendo sido cultivadas nem regadas na época própria, poucas sobreviveram, se é que sobreviveu alguma. Como é costume neste país, investe-se e deixa-se o futuro por conta do abandono. 
Abandono que começa também a observar-se na falta de manutenção de alguns segmentos do passadiço.

Dito isto, pareço contradizer o desafio que coloco a abrir este apontamento.
Mas não. Mesmo com os reparos que fiz o ano passado, e que mantenho agora um ano depois, vale muito a pena conhecer a Cresmina. Nem que seja para admirar a paisagem a partir do terraço do "café" instalado cá em cima junto à estrada. Mesmo sem o desfrute do melhor, o passeio.

Sunday, August 06, 2017

O METRO DE LISBOA - SINTRA - CASCAIS - LISBOA

Entre Sintra e Cascais não há ligações ferroviárias.
Nunca houve, aliás.
Só há ligações rodoviárias. Quem se dirige a Sintra, ou a um destino intermédio, de comboio, e pretenda, a partir de Sintra, ir a Cascais, ou a um destino intermédio entre Cascais e Lisboa,  tem de ir de táxi ou de demorado autocarro. 
Resumindo: o triângulo Lisboa-Sintra-Cascais não é viajável em comboio.
Esta é uma das razões, a juntar a várias outras, que explicam o trânsito automóvel entre Sintra e Lisboa, Cascais e Lisboa, Sintra e Cascais. E, obviamente, nos sentidos opostos. 
E, pelas mesmas razões, entram diariamente em Lisboa, segundo contagens relativamente recentes, cerca de 370 mil veículos automóveis, complicando o trânsito, poluindo a cidade, atravancando as ruas. 

Recentemente, o sr. Fernando Seara, anterior presidente da Câmara de Sintra, agora candidato à presidência de Loures, apresentava em modo histriónico o feito de ter conseguido que alargassem o IC19 para 3 faixas (referiu 4) de rodagem em cada sentido. Mas nem ele, nem os seus antecessores se propuseram a, em parceria com a Câmara de Lisboa, completar o triângulo ligando as linhas de Sintra e Cascais entre si, imprimindo-lhe ainda a qualidade, em pontualidade, segurança, comodidade e oferta suficiente, que agora não tem, suficientemente competitiva para retirar do IC19, da A5 e das ruas de Lisboa as centenas de milhares de carros que todos os dias entram e saem da capital, poupando horas e euros aos que hoje gastam naquelas rodovias parte significativa das suas vidas e das suas despesas. 

Nem eles nem nenhum dos candidatos às eleições no próximo dia 1 de Outubro.
Que se saiba.

---
Hoje (7/08), observo que em outdoor muito recente da candidata à presidência de Cascais, a excelente pianista srª. Gabriela Canavilhas propõe-se dotar Cascais com metrobus, uma ideia que o o actual incumbente sr. Carlos Carreiras avançou, cf. aqui, em conferência do International Club of Portugal em Junho último. Estarão os dois a pensar na mesma coisa? Não sabemos. O que depreendemos é que as ligações entre Sintra e Cascais não fazem parte das suas preocupações.
A cada qual o seu quintal. 

Sunday, July 16, 2017

ELES SÃO ASSIM PORQUE SÃO ASSIM MESMO

A dois meses e meio das eleições autárquicas, o país já está infestado por outdoors com as fronhas ampliadas dos candidatos e mensagens clonadas de outras que o marketing inventou há largas dezenas de anos. 
Curtas e vazias de sentido, resultam?
Parece que sim. De outro modo não se compreenderia o investimento em tão grande arraial de cartazes para o povo. 

Em Cascais, o senhor Carlos Carreiras faz questão de se impor ao virar de cada rotunda. Umas vezes só, outras acompanhado dos candidatos menores, os das freguesias.
Pelo menos numa rotunda, aquela em que desagua o trânsito da A16 que se dirige ao centro de Cascais pela Avenida de Sintra, o outdoor terá uns trinta metros quadrados de superfície, abarcando todo o arco sul da rotunda. 
Quem é que paga, e porque paga, toda esta exuberância publicitária a um candidato à renovação de mandato se com ele, segundo ele, Cascais avança?

A entrada de Cascais, pela marginal, junto ao Cascais Villa e ao Jumbo é um parque de vários casarões em ruínas há muitos anos. O senhor Carreiras não pode fazer nada para alterar o cenário de abertura de Cascais? Se ele não pode, quem pode?
Alguém alguma vez ouviu o senhor Carreiras falar neste assunto?
Ainda em frente ao Jumbo, do outro lado do caminho de ferro, na frente marítima, há um palacete que, segundo informação que recebi do anterior presidente da edilidade, é do domínio do ministério do ambiente. Crescem-lhe por fora as heras e por dentro os pombos. O senhor Carreiras também, neste caso, não tem nenhum voto na matéria?
No largo da estação de caminho de ferro autorizou o executivo anterior a construção de um imóvel que ocupava quase todo o quarteirão. Não passou das estruturas exteriores, ainda que tivesse sido promovida a venda de apartamentos por Figo e Catarina Furtado. Por razões certamente razoáveis decidiu a câmara do senhor Carreiras mandar demolir o já edificado para nele erguer coisa menos volumosa. Está agora  o terreno arrasado rodeado por uma cerca a cair apodrecida pelo tempo depois de ter estado coberta com cartazes a anunciar o melhor dos mundos para o sítio. 
Não tem nada, ainda neste caso,  a câmara que ver com o assunto?

Os exemplos de degradação urbana em Cascais nem são os únicos naquele município nem uma raridade no resto do país, apesar das actividades de reabilitação que estão a reactivar o sector da construção civil abalado pela crise. Há casos notáveis de recuperação, o centro histórico do Porto, por exemplo, já hoje apaga da nossa memória as imagens de decadência e ruína em que prédios de grande dignidade tinham caído. 

Para onde é que Cascais avança, senhor Carreiras?

Ao lado de Cascais, Oeiras tem progredido a olhos vistos.
Mas é, deveria ser, intolerável que se mantenha há dezenas de anos o enorme monte de ruínas em que se tornaram, com o passar do tempo, as instalações onde foram produzidas estruturas com amianto (ou asbestos) que estão a ser retirados de edifícios públicos por ameaçarem a saúde daqueles que neles trabalham. 
Estas ruínas de amianto situam-se na Cruz Quebrada no ponto onde o vale do Jamor chega ao Tejo, ao lado da via marginal. 
Algum dos candidatos se propõe mandar limpar o terreno da ameaça até que ao sítio seja dado destino adequado aos interesses da comunidade e à salvaguarda da saúde do que habitam perto ou por ali passam?
Se há essa intenção, não consta dos outdoors dos mais que muitos candidatos.
Para onde andam os movimentos ecologistas que não reparam neste escândalo à vista de quem só não vê quem desviar o olhar?

A propósito: Discute-se, menos que o desejável mas discute-se, o número de deputados da AR. 
Mas ninguém discute o número de autarcas que se atropela neste país. Porquê? 



Sunday, June 04, 2017

ELES LÁ SABEM PORQUÊ

A Câmara de Cascais disponibiliza, pelo menos, no passeio marítimo o acesso Wi-Fi. No mesmo percurso, passa-se defronte de uma construção que, presumo, deve ser uma instalação de tratamento de esgotos, a avaliar pelo mau cheiro que se faz sentir ali. Alguém, certamente babado com a oportunidade, não grafitou na parede da instalação o que devia: um aviso a quem passa que sustenha a respiração naquele local. 

É assim o terceiro-mundismo: iPad nas mãos, os pés no esgoto. 


Saturday, May 27, 2017

CASCAIS, THE CHARM OF THE ATLANTIC COAST


clicar nas imagens para ver melhor os pormenores














(alguns exemplares)

Sunday, April 02, 2017

ATENTADO CONTRA A CRESMINA - 2

Senhor João Cardoso de Melo,
.
Se as informações que recolhi na Internet estão actualizadas e são fidedignas, o senhor João Cardoso de Melo é Director na Cascais Ambiente, e, nessa qualidade, responsável, além do mais, pela preservação da "Duna da Cresmina".

É por essa suposta responsabilidade que lhe envio este e-mail com o propósito de chamar a sua atenção para o seguinte:

- Em 21 de Janeiro deste ano enviei ao senhor presidente da C M Cascais um e-mail* dando-lhe conta da nossa estranheza e revolta pelo corte de alguns pinheiros, feitos ao longo de algumas zonas do passadiço, e chamando a atenção para o perigo de incêndio que os ramos cortados, colocados ao longo do trajecto, podem provocar no passadiço da Cresmina. 
O senhor presidente não me respondeu mas eu também não esperava uma resposta.

-  Mas esperava que o senhor presidente tivesse consciência de que o que o que eu lhe relatava era pertinente, porque as resinosas são facilmente inflamáveis e os passadiços podem arder, e, lamentavelmente, há casos recentes a provar o que afirmo. Se os ramos estão secos, a probabilidade de incêndio aumenta exponencialmente.

- Mas os ramos lá continuam, agora secos, esteticamente horríveis, à espera que os retirem antes que uma pirisca faça o trabalho e queime tudo.

- Lembrou-se, entretanto, alguém de colocar em alguns pontos barreiras de fios de coco que, não sendo menos esteticamente horríveis que os ramos secos, são vulneráveis ao vento, e o vento já se encarregou de os derrubar quase todos.

Senhor João Melo: Desconheço em absoluto as suas responsabilidades ou competências na matéria. Se me equivoquei no destinatário, solicito-lhe o favor de redireccionar este alerta para quem tiver essas responsabilidades e competências.
Para que, se o passadiço da Cresmina arder um dia destes, não fique intranquila a sua consciência pela displicência com que tratou este assunto.

Atentamente
Rui M C Fonseca

----
aqui
Enviado para
joao.melo@cascaisambiente.pt,
presidencia@cm-cascais.pt


Saturday, January 21, 2017

UM ATENTADO CONTRA A CRESMINA

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cascais*,

Consideramos o percurso nas dunas da Cresmina uma dádiva natural que, sempre que a oportunidade ocorre, sugerimos a amigos e conhecidos usufruir. 
Hoje voltámos lá, mais uma vez com convidados nossos. 
E ficámos surpreendidos, depois desapontados, e revoltados com o que vimos e ouvimos.

Surpreendidos por ver tantas ramadas de pinheiro serradas a ladear o passadiço.
Perguntámos porquê, disseram-nos que, com aquela barreira feita de ramos cortados no local, pretende o, ou os autores da ideia barrar a entrada de alguns passeantes que, contra o que lhes é permitido, ultrapassam as cordas limitadoras do percurso.

Desapontados porque nem as barreiras assim formadas são obstáculo bastante para impedir os intentos dos transgressores nem é visualmente agradável passear entre ramos, que agora estão verdes, mais tarde estarão secos, sujeitos à imprevidência ou ao crime de fogo posto. 

Revoltados porque para montar as desastradas barreiras decidiram os seus autores cortar pinheiros que ladeavam alguns troços do percurso. A reposição da vegetação de pinhal cortada vai demorar décadas.

Agora é tarde porque as árvores estão cortadas.
Mas não é tarde para evitar outros desmandos.
Continuam nos seus postos os responsáveis?


Foto copiada do site antes do corte de pinheiros.

---
* Enviado para
presidencia@cm-cascais.pt

Sunday, November 06, 2016

LEILA ALAOUI EM CASCAIS



“Courage”, de Leila Alaoui


Exposição no Palácio da Cidadela de Cascais de alguns trabalhos - fotografia e vídeo - de Alaoui, uma artista nascida em Paris, filha de um marroquino e de uma francesa. Vítima de um ataque terrorista no Burkina Faso, morreu em Janeiro deste ano, tinha 34 anos de idade.
Nos trabalhos expostos, Leila Aloui recolhe as diversidades culturais  e os dramas da fuga através do Mediterrâneo para chegar, neste caso, a Espanha"  

Vá até lá.
E não saia sem visitar a capela do Museu.

Thursday, September 29, 2016

A CEREJA EM CIMA DE UMA CONTROVÉRSIA

"... arrancaram as obras para o novo campus da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE), junto à praia de Carcavelos e ao forte de S. Julião da Barra. O objectivo é que o projecto esteja concluído em Março de 2018 ... 
... a cerimónia foi marcada por alguma polémica, uma vez que os antigos proprietários do terreno discordam e reclamam sobre o valor pago pela Câmara Municipal de Cascais, que dizem ser demasiado baixo para o tamanho e localização do espaço. Carlos Carreiras, presidente da autarquia de Cascais, defendeu que “o terreno tinha um valor patrimonial fiscal muitíssimo baixo” e que a autarquia “não podia dar outro valor que não esse” -  aqui




- V. leu a notícia que vem hoje no Público ...
- Qual delas?
- A expropriação de um terreno em Carcavelos, com uma área equivalente a dez campos de futebol, junto ao mar, ... sabe por quanto?
- Não faço a mínima ideia.
- 132 mil euros! É a golpada do costume.
- O terreno é seu?
- Não, claro que não, mas acho que é escandaloso ... ali anda negócio ...
- Se foi expropriado por preço baixo ...
- Baixo, não, baixíssimo ... 
- Se foi expropriado por preço baixíssimo só é negócio suspeito se vier a ser vendido, mais tarde, a particular para urbanização ... É esse o caso?
- Não, não é. Vão instalar lá a escola de gestão da Nova.
- Então não vejo que possa haver, neste caso, a golpada  do costume.
- Por 132 mil euros? Menos que o valor de um pequeno apartamento naquela zona? 
- Admitamos que sejam mesmo 132 mil euros, embora eu presuma que deve haver aí falta de algum ou alguns algarismos, como é que foi feita a avaliação, sabe?
- Aplicaram o valor das finanças...
- Do meu ponto de vista, se consideraram esse valor, consideraram bem.
- É um valor baixíssimo. Toda a gente sabe que os valores das finanças estão desactualizados e os dos terrenos não têm nada a ver com os valores de mercado. 
- E qual é o valor do mercado? Houve transacções de terrenos naquela área há quanto tempo?
- Não sei. Mas muito mais que 132 mil euros valem com certeza. Que culpa têm os proprietários que as finanças não tenham os valores actualizados?
- Não sei imputar culpas mas quero acreditar que se a Câmara ... Qual foi a câmara que expropriou?
- A de Cascais.
- Hum! Não é do lado da esquerda ...não é medida anti capitalista, ... 
- É golpada!
- Como é que pode ser golpada se os terrenos são para utilização de uma instituição pública?
Se a Câmara de Cascais invocou o valor matricial para fixação do valor da indemnização aos proprietários certamente que se escorou na lei. Ou não?
- Não, porque os valores das finanças estão desactualizados ... 
- O critério parece-me justo. Os proprietários, que beneficiaram de uma tributação baixa ao longo de muito anos, devem conformar-se com o preço dos terrenos por expropriação por utilidade pública com base no valor base de incidência dos impostos. 
- Não sei se é o que está estabelecido na lei ...
- Nem eu, mas espero que a Câmara de Cascais saiba. 

Friday, September 23, 2016

DE QUEM É ESTA CASA?


- Sabe de quem é aquela casa?
- Aquela casa era do Estado, esteve lá instalado, há muitos anos já, o tribunal de Cascais, mas já foi vendida ... E lá mais em baixo há outra ... também do Estado, ...
- A segunda não é do Estado, disseram-me.
  Mas aquela, como é que foi vendida? ... continua abandonada ... os vidros partidos, as heras a treparem-lhe pelas paredes acima, as pombas a entrarem e saírem, ...
- Serve de pombal, já serve para alguma coisa, não é?
- Mas foi vendida a quem?
- Ouvi dizer que foi vendida a uns chineses, agora os chineses compram tudo ...
- Quase tudo ...
- Pois, quase tudo. Deve ser porque também compramos quase tudo aos chineses, penso eu.
Mas eu pago impostos, eles não.
- Não?
- Pois não. O senhor não sabe que eles estão isentos do IMT, do IMI e do IVA.
- Do IMT, ouvi falar ... do IMI e do IVA, não.
- Do IMT é assim: eles compram, e porque são chineses, não pagam IMT durante não sei quanto tempo. Findo esse tempo, vendem a outro chinês, e continua a borla.
- E se forem franceses a comprar? Ou ingleses? Ou alemães?
- Não sei, desses não sei, mas quanto aos chineses garantiram-me que não pagam IMT, nem IMI nem IVA. Por que será?
- Para atrair investimento estrangeiro, dizem.
- Hum! Num pombal?
(conversa matinal num café em frente)
----
Correl . -

"Agradeço a sua missiva e, de imediato, irei promover a intervenção no local pois, embora sejam imóveis fora da nossa alçada, não deixa de ser nossa obrigação assegurar a higiene e limpeza públicas.
De qualquer modo, aproveito para esclarecer que, se bem identifico os dois edifícios que nos assinala, um deles pertence ao Ministério da Justiça e está em vias de ser alienado em hasta pública para fins hoteleiros, enquanto o outro está sob a jurisdição do Ministério do Ambiente e foi recentemente concessionado para bar e restauração."


Informação recebida em 18 de Julho de 2008 - vd. aqui
---
Act. (23/09/2016)
O outro (que) está sob a jurisdição do Ministério do Ambiente foi, entretanto, concessionado, e recuperado, para os fins referidos na informação do então presidente da Câmara Municipal de Cascais,

Thursday, April 28, 2016

CIRCUITO ESTORIL

Houve tempo em que aquilo era o Autódromo do Estoril, e era privado.
Quando entrou em falência aconteceu o que é norma neste país acontecer a vários privados falidos: o governo envolveu o Estado no negócio e os contribuintes passaram, a partir daí, a suportar as perdas anuais que já comeram quase todo o capital subscrito - vd. aqui Relatórios e Contas até ao 1º. semestre de 2015.

O facto mais notável depois da nacionalização do Autódromo do Estoril foi a alteração da sua designação para Circuito do Estoril.  A Câmara de Cascais chegou a um acordo com a Parpública para a compra do CE mas o Tribunal de Contas, vd. aqui, chumbou o negócio. De qualquer modo, na Câmara ou na Parpública o Circuito do Estoril é uma empresa do Estado, sendo os contribuintes coagidos a sustentar a sua actividade cronicamente deficitária.



- Esta situação faz algum sentido? 
- Oh meu caro, se você quer ir por aí teria de começar por condenar os milhares de milhões que foram, e continuam a ser, enterrados nos bancos.
- Se for por aí tudo o mais é para aguentar, e cara alegre. É isso? Se o programa de privatizações arrolou empresas de interesse estratégico crítico, como é o caso da REN, por que razão se mantém o Circuito do Estoril impavidamente às costas dos contribuintes? Sabe porquê?
- A rapaziada gosta das corridas ...
- Muito bem. Se gosta, que as pague. 

Thursday, March 17, 2016

CASCAIS

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cascais,

Nota-se que a Câmara Municipal de Cascais tem uma politica de divulgação junto de quem caminha pelo passeio marítimo de informação da evolução da paisagem das praias ao longo do percurso no decurso de quase um século. Da última mostra já restam poucos painéis, talvez porque tenham os outros sido vandalizados  ou estropiados pelo tempo, considerando o estado em que se encontra a meia dúzia, se tanto, de sobreviventes. Há um, contudo, que se apresenta ainda inteiro e bem parecido: o da Praia da Azarujinha.

Quando se repara com alguma atenção nas duas fotografias em diálogo, é muito nítido que à mais velha (de 1920) repugna o estado calamitoso em que se encontra actualmente o paredão de sustentação da arriba naquele local. Não sei se legal ou ilegalmente construíram ali umas instalações em betão armado que há muito tempo se encontram abandonadas, degradadas, emparedadas onde antes devem ter existido janelas. Certamente que não era intenção do compositor do painel evidenciar o vandalismo que as autoridades marítimas ou camarárias consentiram. Ali, e em muitos outras paisagens lindas deste país maltratado de modo geralmente impune. 

Estou muito certo que a Câmara de Cascais não ignora o que refiro.
É a Câmara impotente para, dentro da sua órbita de competências, ordenar o desmantelamento do avantesma que ensombra a Azarujinha? E apresentar a conta aos seus construtores? 

 

Não longe da Azarujinha, nas proximidades da Praia da Poça, vê-se no cimo da arriba um casarão que, do lado voltado para a Rua de Olivença, exibe um estado de degradação extremo.
Um cartaz desajeitado avisa que o casarão em escombros, que ocupa um terreno com mais de cem metros de frente marítima, "não está à venda".


Há vários outros prédios degradados urbanos em zonas não periféricas de Cascais, que repugnarão aos visitantes sensíveis à paisagem que os rodeia mas não, pelos vistos, aos seus munícipes, a avaliar pela apatia com que coabitam com tais ruínas repugnantes.
Esta situação não é, há que reconhecê-lo, uma característica única de Cascais. Mas, provavelmente, nenhuma das principais cidades deste país em que vivemos, tem à entrada a receber quem as visita um conjunto tão extenso de escombros abandonados, degradados e emparedados. Refiro-me, concretamente, à zona da rotunda junto ao Jumbo, Cascais Vila, Avenida de Sintra.

Não há nada a fazer?
Se a penalização fiscal em sede de IMI se mostra impotente para demover os avantesmas é porque a dose aplicada é insuficiente ou requerem-se outras medidas mais convincentes.
Se a imaginação das autoridades que elegemos não vislumbra soluções eficazes para penalizar a expectância e premiar o risco porque não se inteiram do modo como procedem por essa Europa em que nos integramos e onde as faces das suas cidades se apresentam limpas?
---
Remetido para : presidencia@cm-cascais.pt

Tuesday, September 22, 2015

DEMOCRACIA ALTERNATIVA

No meu apontamento de ontem, IsabelPS colocou um link para este artigo publicado no Observador em meados de Julho, considerando ter encontrado nele "a solução mais interessante para este impasse democrático", e que fundamentalmente encarece a prática do orçamento participativo (OP) adoptada em alguns munícipios, com destaque para a experiência realizada em Cascais. 

Acerca do processo OP, das suas virtualidades e dos desígnios dos seus promotores e executantes, tenho fundadas dúvidas. O OP é uma ementa de pequenos projectos elaborada pelos autarcas para ser submetida às escolhas dos munícipes obrigando-se os primeiros a realizar os projectos mais votados pelos segundos. 
Não é difícil perceber que desta prática não resulta, necessariamente, uma escolha dos projectos socialmente mais úteis (a votação pode ser condicionada) mas os autarcas recolhem aplausos dos munícipes por uma prática de participação democrática limitada por uma lista fechada de opções. Por outro lado, os autarcas promovem-se pessoalmente junto da opinião pública através de meios publicitários (p.e. outdoors) com custos relativamente elevados considerando o valor dos projectos em votação. 

No caso de Cascais, a minha atenção insurge-se contra o elevado número de volumosos prédios degradados e abandonados há muitos anos, que a ninguém escapa, a menos que seja totalmente distraído, logo à entrada pela marginal no centro da cidade, que preferiu continuar a ser a Vila de Cascais. Perguntar-me-ão: E o que pode fazer a Câmara de Cascais contra aquela degradação urbana se não é proprietária das ruínas? Aliás, de um modo geral, porque o problema não é um exclusivo de Cascais, muito pelo contrário, o que podem fazer os autarcas para limparem a sujeira urbana que lhes desfeia as cidades, as vilas, as aldeias, e, além de reduzirem a qualidade de vida dos residentes (só os alarves se podem sentir bem na vizinhança de escombros) são repulsivos para os visitantes e turistas?

Podem, e devem, diligenciar incansavelmente para derrubar os obstáculos, legais ou outros, que impedem a limpeza das áreas urbanas dos escombros que as povoam. 
Sem que aos contribuintes tenha que ser pedido um cêntimo para essa limpeza.

O citado artigo merece uma leitura mais alargada.  Para não alongar um apontamento que já vai longo demais destaco:

"Pela primeira vez (em 2014, no OP de Cascais), os participantes tiveram direito a dois votos, um dos quais podia ser usado para votar contra um projeto e não a favor dele." 

"Nova Iorque tem muito a aprender com Cascais” - Lex Paulson

Quando, em Novembro de 2014, sugeri aqui a virtualidade do voto negativo, desconhecia o conceito Democracia 21, que se sustenta na multiplicidade de escolhas, favoráveis ou desfavoráveis, à disposição dos eleitores ou votantes. Mas não consigo constatar em Cascais os méritos enaltecidos pelo jornalista do Observador nem vislumbrar como pode, na matéria, Nova Iorque ter muito a aprender com a nossa cidade.


Saturday, February 14, 2015

PROPAGANDA AUTÁRQUICA

Um dia, era presidente da Câmara Municipal de Lisboa o sr. Pedro Santana Lopes, quando descia a  Joaquim António de Aguiar em direcção ao Marquês de Pombal, andava uma equipa a remendar uns buracos no asfalto no cruzamento com a Rua Castinho. Apesar de se tratar de um dos mais elementares trabalhos que competem às autarquias - reparar os pavimentos dentro da sua área de intervenção - a Câmara aproveitou a oportunidade para propagandear os méritos da sua gestão e mandou colocar no local um cartaz em que se lia, mais ou menos, isto: "Repare que estamos a trabalhar para lhe garantir uma vida melhor".

Aquela mensagem, que não é um caso extremo do ridículo demagógico da propaganda com que muitos autarcas caçam votos, é apenas um exemplo do uso e abuso dos dinheiros públicos de  despesas camarárias em propaganda pessoal daqueles que os cidadãos elegem para administrar os interesses locais comuns.

A Câmara de Cascais, por exemplo, desdobra-se em esforços de chá e simpatia para vender a ilusão de uma democracia directa dispendendo fundos que, espremidos os resultados, não deitam sumo que se veja, para além dos ganhos daqueles que ganham os contratos de publicidade e propaganda, e que se receia sejam sempre os mesmos. A mais recente acção de promoção pessoal do sr. presidente da edilidade e da sua equipa suporta-se na demolição de uma estrutura inacabada e na construção, no mesmo local, de um edifício menos volumoso e dedicado ao que os municipes, segundo a propaganda, quiserem ver naquele sítio. Garante a sabedoria popular que um camelo é um cavalo desenhado por uma comissão mas tem de admitir-se que possa sair desta iniciativa da edilidade cascalense uma saída de se lhe tirar o chapéu.



Nada justifica, no entanto, a não ser a propaganda pessoal dos autarcas, os dispêndios com a divulgação de uma iniciativa que não encobre, porque evidencia junto de quem não emprenha pelos olhos ou pelos ouvidos, o facto de existirem no centro de Cascais, dezenas de edifícios degradados e abandonados há décadas sem que alguém, alguma vez, tenha dado conta aos munícipes das razões pelas quais aqueles fantasmas estão e, parece que fatalmente, continuarão ali.


Correl. - Cascais também é isto
Cascais 

Thursday, October 02, 2014

CASCAIS

Também é isto.
A entrada de Cascais pela marginal continua, desde há muitos anos recheada de prédios enormes abandonados. No centro também não faltam os exemplos de    abandono e incúria.
Por falta de dinheiro?
Claro que não. Por falta de sentido cívico colectivo.
É, a este respeito, notável o trabalho realizado em muitos outros centros urbanos do país, onde não reside a elite que se ufana de habitar Cascais.

Monday, May 06, 2013

O CORDEIRO COR DE ROSA

De repente, apareceram outdoors, tamanho XXL, em toda a parte do concelho de Cascais a promover a candidatura do senhor João Cordeiro à Câmara de Cascais. Estamos em princípios de Maio, as eleições realizar-se-ão entre 22 de Setembro  e 14 de Outubro, e o estendal de fronhas dos candidatos já começou em Cascais. Quanto é que custa uma campanha destas inaugurada com tanta imposição e tanta antecedência, não sabemos. O que sabemos é que as autárquicas deste ano custarão aos contribuintes 48 milhões de euros. O resto não sabemos quem paga, e, mais intrigante, não sabemos (mas presumimos) porque paga. Num país sob o regime de protetorado, é repugnante esta propaganda política que não acrescenta nada à formação da consciência cívica dos eleitores porque apenas se destina a impor-lhes, à viva força, os figurões candidatos.
 
O senhor Cordeiro tem um curriculum impressivo desde o berço. A lista onde desempenhou ou ainda desempenha cargos de administração de empresas, sobretudo ligadas ao sector farmacêutico, demonstra, sem grande margem para dúvidas, que o senhor Cordeiro, além de um empresário de sucesso é um líder consagrado pelos seus vinte e dois anos à frente da direcção da Associação Nacional de Farmácias, onde se tornou figura pública, geralmente impopular fora da corporação que o elegeu, durante mais de duas décadas. Ainda recentemente, e ainda segundo o curriculum divulgado, o senhor Cordeiro " fiel ao seu espírito combativo e frontal na defesa da farmácia e dos farmacêuticos até ao final do seu mandato como presidente da Associação Nacional das Farmácias, encabeçou o movimento “Farmácias de Luto”, que reuniu a assinatura de mais de 224 mil pessoas numa manifestação de solidariedade sem precedentes na sociedade portuguesa contra as alterações na política do medicamento conduzidas pelo Governo e as suas consequências na sobrevivência das farmácias." Um final desagradável para quem durante anos e anos teve um país endividado e mal governado subjugado às suas imposições de líder de uma corporação de facto monopolista.
 
Intrigante, ou talvez não, é que o senhor Cordeiro, que pela aparência das origens e das actividades que lhe deram fortuna e glória seria suposto enquadrar-se politicamente à direita, aparece como candidato independente proposto pelo Partido Socialista. Não menos intrigante é que o candidato a liderar Cascais tenha como mandatário da sua candidatura o General Ramalho Eanes.

Diz o senhor Cordeiro no seu site que o General Ramalho Eanes é um homem sério, credível e independente que acredita, (como ele, João Cordeiro), que Cascais pode e merece ter um futuro melhor. Sou da mesma opinião. E é essa coincidência que me intriga. Como pode um homem sério, credível e independente apoiar um candidato que abusou desmedidamente da força que o seu lugar de líder de um poder monopolista e o laxismo dos governos anteriores lhe consentia?