Andréa del Fuego é uma jovem escritora
brasileira natural de São Paulo. Com apenas trinta e sete “primaveras” já tem
vários livros editados no Brasil. O seu último romance, Os Malaquias, ao vencer
o Prémio José Saramago, fez com que “saltasse para as luzes da ribalta” e
ocupasse por várias semanas os tops de vendas tanto em Portugal como no Brasil.
Com um estilo de escrita muito próprio,
onde o supérfluo não existe, a poesia é uma constante e o realismo mágico está
sempre em pano de fundo, descreve a vida de três irmãos que ainda muito jovem –
Nico aos nove anos, António aos seis anos e Júlia aos quatro anos – veem os
seus pais morrerem após um raio atingir a sua humilde casa. Impercetível na
altura, o raio deixaria marcas nos três jovens.
Júlia é adotada por Leila, uma senhora
muito rica, António acaba por ficar num orfanato e Nico passa a viver na
fazenda de Geraldo. Mas as vidas de ambos vão ser bastante diferentes, nem
sempre quem aparenta ficar melhor é aquele que fica.
“Geraldo era dono até do que não tinha”
Geraldo, o fazendeiro, é outra das
personagens em destaque ao longo do livro. Ele representa todos aqueles que
valendo-se da sua posição social e económica aproveitam o mal dos outros para
fazerem fortuna.
“Que Deus não me ouça, mas já ouvi casos
em que a mulher adúltera é castigada com um filho defeituoso”
Muitos temas são abordados ao longo do
livro. Os preconceitos socias, a vida dura das pessoas com poucos recursos, a
não preocupação pelo mal dos amigos, mesmo quando estes passam fome, os laços
sanguíneos que não garantem a amizade e a compaixão, a maçonaria ou a ganancia
pelo lucro são apenas alguns dos temas abordados.
“Em águas turvas as substâncias não se
veem.”
Quer se goste, quer se odeie, Os
Malaquias fazem partes daqueles livros que não deixam o leitor indiferente.
Boa leitura…