Título original: a máquina de fazer espanhóis
Ano da edição original: 2009
Autor: valter hugo mãe
Editora: Alfaguara Portugal (Objectiva)
"Esta é a história de quem, no momento mais árido da vida, se surpreende com a manifestação ainda de uma alegria. Uma alegria complexa, até difícil de aceitar, mas que comprova a validade do ser humano até ao seu último segundo. a máquina de fazer espanhóis é uma aventura irónica, trágica e divertida, pela madura idade, que será uma maturidade diferente, um estádio de conhecimento outro no qual o indivíduo se repensa para reincidir ou mudar. O que mudará na vida de antónio silva, com oitenta quatro anos, no dia em que violentamente o seu mundo se transforma?"
Adiei a leitura deste livro durante alguns meses com medo de que não correspondesse às expectativas. Agora que o li vejo que os receios não tinham qualquer razão de ser. Este livro é tudo aquilo que já se disse acerca dele e muito mais. Gostei mesmo muito! :) E, quando gosto muito enfrento a típica dificuldade de colocar em palavras o porquê de ter gostado... Muitas das coisas de que gostamos, gostamos porque sim, sem necessidade de esmiuçar o porquê. Gostamos e pronto... Neste caso a reacção não é tão irracional ou emotiva, não é apenas gosto porque sim. As razões são fáceis de identificar e não são originais: está muito bem escrito, o tema é original e a forma como é abordado é tudo menos previsível, as personagens estão muitíssimo bem desenvolvidas e é divertido na mesma medida em que é angustiante e triste. Poderia continuar a enumerar razões que justifiquem o meu "Gostei mesmo muito!" e não seriam de todo originais, pois já foram utilizadas muitas outras vezes em posts anteriores aplicados a outros livros e escritores. Porque é que a máquina de fazer espanhóis é diferente? Talvez porque aquilo que não conseguimos exprimir por palavras é o que distingue um livro bom de um livro especialmente bom. Talvez seja isso... :)
E porque a dificuldade em escrever esta opinião estar a ser grande mas, também porque a minha vontade enquanto lia o livro era transcrevê-lo na íntegra para aqui, vou recorrer mais do que o normal a passagens do livro. ;)
O livro é todo ele passado num lar de terceira idade, o lar da feliz idade, onde o mais recente utente, antónio silva, ou senhor silva, ingressa após a morte de laura, a companheira de uma vida e o amor da vida dele.
"a laura morreu, pegaram em mim e puseram-me no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias. foi o que fizeram. depois, nessa mesma tarde, levaram o álbum porque achavam que ia servir apenas para que eu cultivasse a dor de perder a minha mulher. depois, ainda nessa tarde, trouxeram uma imagem da nossa senhora de fátima e disseram que, com o tempo, eu haveria de ganhar um credo religioso, aprenderia a rezar e salvaria assim a minha alma."
O que não aconteceu, a imagem de nossa senhora de fátima foi baptizada de mariazinha e as pombinhas arrancadas da nuvem fofa para servir outros propósitos. :) mariazinha foi, no entanto, muitas vezes companhia para a solidão do senhor silva e um conforto no meio do pesadelos que o assomavam durante a noite. Credo religioso? Talvez sim, talvez não. :)
A tristeza do senhor silva pela perda de laura é de cortar o coração, o amor que transparece em todas as suas palavras é comovente, mais ainda quando vêm de um octogenário. Sejamos sinceros, poucos de nós olhamos para as pessoas de idade como pessoas que ainda possam dar tanto e amar tanto de uma forma tão boa. O que é estranho, porque todos nós o desejamos, no entanto não reconhecemos nos outros essa capacidade. Somos criaturas estranhas e, deve ser verdade que a sabedoria vem com a idade. :)
"eu ia tomar chá sozinho, adorando as nossas brigas de namorados. tão imaturos quanto os mais jovens. tão feitos um para o outro quanto possível. já conhecedores do caminho das pedras que, ao fim de uma ou duas horas, nos levaria novamente ao coração um do outro com mimos e promessas de eterno amor."
"com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutria pela pessoa que deixou de existir. pensamos, existe ainda, está dentro de nós, ilusão que criamos para que se torne todavia mais humilhante a perda e para que nos abata de uma vez por todas com piedade. e não é compreensível que assim aconteça. com a morte, tudo o que respeita a quem morreu, devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desumano. esse é o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me dissessem, senhor silva, vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhe os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pulmões, mas teremos de levar o coração, e lamentamos muito mas não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante."
Fiquei impressionada com a revolta que emanava das palavras desta personagem e com a humilhação que sentia. Senti-me pessoalmente atingida pelas palavras de revolta do senhor silva, pela forma como se sentia desprezado e diminuído pelas pessoas mais novas. É mesmo isto que nos espera a todos? Fazemos mesmo isto, ainda que inconscientemente e com boas intenções? Os nossos "velhos" sentem-se realmente assim?
Perguntas retóricas, porque todos sabemos qual é a resposta e, todos sabemos que este é daqueles pensamentos, como a morte, que preferimos não aprofundar muito...
"estou entregue, pensei. aos meus pés os dois sacos de roupa e uma enfermeira dizendo coisas simples, convencida de que a idade mental de um idoso é, de facto, igual à de uma criança. o choque de se ser assim tratado é tremendo e, numa primeira fase, fica-se sem reacção. se aquela enfermeira pudesse acabar com aquele sorriso, ao menos acabar com aquele sorriso, seria mais fácil para mim entender que os meus sentimentos valiam algo e que sofrer pela laura não vinha de uma lonjura alienígena, não era uma estupidez e, menos ainda, vinha de um crime para clausura e tudo. e ela sorria e eu poderia desejar-lhe, com tanto desprezo, o pior mal do mundo. que lhe arrancassem os braços e as pernas, pensava eu, tirem-lhe os olhos e façam-lhe perder a voz e chamem-lhe cabra porque é o que ela merece. senhor silva, com esta mantinha vai ficar quentinho à noite. ainda aqui vai ter muitos sonhos bonitos, vai ver."
"gosto desta maldade, não podemos ficar velhos e vulneráveis e todas as coisas, temos de nos rebelar aqui e acolá, caramba, temos de estar a postos para alguma retaliação, algum combate, não vá o mundo pensar que não precisa de tomar cuidado com as nossas dores."
Embora o início do livro pareça todo ele um desfiar de recordações, de recusas em pertencer aquele lugar, de resistência a uma nova espécie de felicidade, como se isso fosse ofender quem partiu, o livro não é apenas isso. A morte está sempre presente, as doenças idem idem aspas aspas, mas também estão presentes a amizade, o amor, a alegria, a gargalhada e a vida. Naquele lar da feliz idade ainda há muita vida. :) E, até o rabugento do senhor silva acabou por reconhecer que ainda não tinha vivido e aprendido tudo.
"depois confessei-lhe, precisava deste resto de solidão para aprender sobre este resto de companhia. este resto de vida, américo, que eu julguei já ser um excesso, uma aberração, deu-me estes amigos. e eu que nunca percebi a amizade, nunca esperei nada da solidariedade, apenas da contingência da coabitação, um certo ir obedecendo, ser carneiro. eu precisava deste resto de solidão para aprender sobre este resto de amizade."
Para além do senhor silva, valter hugo mãe, apresenta-nos outras personagens igualmente idosas que se tornam o apoio do senhor silva, eles próprios com as suas tristezas pessoais, mas melhor adaptados ao que é esperado deles. São homens que trazem da tristeza profunda um senhor silva, perdido sem a laura. Juntos, riem, fazem partidas, gozam com as mazelas uns dos outros e com a religião e criam, quando já pouco se espera, laços que talvez nunca tivessem sido possíveis de criar noutras condições.
São eles o Esteves sem metafísica, centenário, que Fernando Pessoa imortalizou no poema Tabacaria, o senhor pereira, o conciliador do grupo e o primeiro grande amigo do senhor silva, o anísio franco, também ele octogenário mas cheio de vida e de projectos e, por último o silva da europa, o mais novo do grupo, sexagenário, funcionário da clínica onde laura morreu e que estava junto do senhor silva quando a notícia lhe foi dada. O silva da europa é um anti-fascista convicto e é dele a expressão que dá título ao livro:
"e sabem que mais, portugal ainda é uma máquina de fazer espanhóis. é verdade, quem de nós, ao menos uma vez na vida, não lamentou já o facto de sermos independentes. quem, mais do que isso até, não desejou que a espanha nos reconquistasse, desta vez para sempre e para salários melhores. deixem-se de tretas, meus amigos, que o patriotismo só vos fica mal, bem iam assentar-vos uns nomes à maneira, como pepe e pablo, diego e santiago, assim a virar para o lado de lá da fronteira, onde se come mais à boca grande e onde sempre houve mais ritmo no sangue. aqui, enquanto houver um salazar em cada família, estamos entregues ao inimigo."
Este livro é um murro no estômago, um dedo na ferida, e, embora angustiante, desconfortável e triste é, ao mesmo tempo, enternecedor, divertido, inesperado e incrivelmente bem escrito. :)
valter hugo mãe, numa escrita despida, límpida e fluída, numa história sem preconceitos e surpreendente, onde as personagens são muito bem exploradas é bem capaz de ter escrito um dos melhores livros que já li! Gostei mesmo muito!
Recomendadíssimo, como é óbvio! ;)
Ano da edição original: 2009
Autor: valter hugo mãe
Editora: Alfaguara Portugal (Objectiva)
"Esta é a história de quem, no momento mais árido da vida, se surpreende com a manifestação ainda de uma alegria. Uma alegria complexa, até difícil de aceitar, mas que comprova a validade do ser humano até ao seu último segundo. a máquina de fazer espanhóis é uma aventura irónica, trágica e divertida, pela madura idade, que será uma maturidade diferente, um estádio de conhecimento outro no qual o indivíduo se repensa para reincidir ou mudar. O que mudará na vida de antónio silva, com oitenta quatro anos, no dia em que violentamente o seu mundo se transforma?"
Adiei a leitura deste livro durante alguns meses com medo de que não correspondesse às expectativas. Agora que o li vejo que os receios não tinham qualquer razão de ser. Este livro é tudo aquilo que já se disse acerca dele e muito mais. Gostei mesmo muito! :) E, quando gosto muito enfrento a típica dificuldade de colocar em palavras o porquê de ter gostado... Muitas das coisas de que gostamos, gostamos porque sim, sem necessidade de esmiuçar o porquê. Gostamos e pronto... Neste caso a reacção não é tão irracional ou emotiva, não é apenas gosto porque sim. As razões são fáceis de identificar e não são originais: está muito bem escrito, o tema é original e a forma como é abordado é tudo menos previsível, as personagens estão muitíssimo bem desenvolvidas e é divertido na mesma medida em que é angustiante e triste. Poderia continuar a enumerar razões que justifiquem o meu "Gostei mesmo muito!" e não seriam de todo originais, pois já foram utilizadas muitas outras vezes em posts anteriores aplicados a outros livros e escritores. Porque é que a máquina de fazer espanhóis é diferente? Talvez porque aquilo que não conseguimos exprimir por palavras é o que distingue um livro bom de um livro especialmente bom. Talvez seja isso... :)
E porque a dificuldade em escrever esta opinião estar a ser grande mas, também porque a minha vontade enquanto lia o livro era transcrevê-lo na íntegra para aqui, vou recorrer mais do que o normal a passagens do livro. ;)
O livro é todo ele passado num lar de terceira idade, o lar da feliz idade, onde o mais recente utente, antónio silva, ou senhor silva, ingressa após a morte de laura, a companheira de uma vida e o amor da vida dele.
"a laura morreu, pegaram em mim e puseram-me no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias. foi o que fizeram. depois, nessa mesma tarde, levaram o álbum porque achavam que ia servir apenas para que eu cultivasse a dor de perder a minha mulher. depois, ainda nessa tarde, trouxeram uma imagem da nossa senhora de fátima e disseram que, com o tempo, eu haveria de ganhar um credo religioso, aprenderia a rezar e salvaria assim a minha alma."
O que não aconteceu, a imagem de nossa senhora de fátima foi baptizada de mariazinha e as pombinhas arrancadas da nuvem fofa para servir outros propósitos. :) mariazinha foi, no entanto, muitas vezes companhia para a solidão do senhor silva e um conforto no meio do pesadelos que o assomavam durante a noite. Credo religioso? Talvez sim, talvez não. :)
A tristeza do senhor silva pela perda de laura é de cortar o coração, o amor que transparece em todas as suas palavras é comovente, mais ainda quando vêm de um octogenário. Sejamos sinceros, poucos de nós olhamos para as pessoas de idade como pessoas que ainda possam dar tanto e amar tanto de uma forma tão boa. O que é estranho, porque todos nós o desejamos, no entanto não reconhecemos nos outros essa capacidade. Somos criaturas estranhas e, deve ser verdade que a sabedoria vem com a idade. :)
"eu ia tomar chá sozinho, adorando as nossas brigas de namorados. tão imaturos quanto os mais jovens. tão feitos um para o outro quanto possível. já conhecedores do caminho das pedras que, ao fim de uma ou duas horas, nos levaria novamente ao coração um do outro com mimos e promessas de eterno amor."
"com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutria pela pessoa que deixou de existir. pensamos, existe ainda, está dentro de nós, ilusão que criamos para que se torne todavia mais humilhante a perda e para que nos abata de uma vez por todas com piedade. e não é compreensível que assim aconteça. com a morte, tudo o que respeita a quem morreu, devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desumano. esse é o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me dissessem, senhor silva, vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhe os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pulmões, mas teremos de levar o coração, e lamentamos muito mas não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante."
Fiquei impressionada com a revolta que emanava das palavras desta personagem e com a humilhação que sentia. Senti-me pessoalmente atingida pelas palavras de revolta do senhor silva, pela forma como se sentia desprezado e diminuído pelas pessoas mais novas. É mesmo isto que nos espera a todos? Fazemos mesmo isto, ainda que inconscientemente e com boas intenções? Os nossos "velhos" sentem-se realmente assim?
Perguntas retóricas, porque todos sabemos qual é a resposta e, todos sabemos que este é daqueles pensamentos, como a morte, que preferimos não aprofundar muito...
"estou entregue, pensei. aos meus pés os dois sacos de roupa e uma enfermeira dizendo coisas simples, convencida de que a idade mental de um idoso é, de facto, igual à de uma criança. o choque de se ser assim tratado é tremendo e, numa primeira fase, fica-se sem reacção. se aquela enfermeira pudesse acabar com aquele sorriso, ao menos acabar com aquele sorriso, seria mais fácil para mim entender que os meus sentimentos valiam algo e que sofrer pela laura não vinha de uma lonjura alienígena, não era uma estupidez e, menos ainda, vinha de um crime para clausura e tudo. e ela sorria e eu poderia desejar-lhe, com tanto desprezo, o pior mal do mundo. que lhe arrancassem os braços e as pernas, pensava eu, tirem-lhe os olhos e façam-lhe perder a voz e chamem-lhe cabra porque é o que ela merece. senhor silva, com esta mantinha vai ficar quentinho à noite. ainda aqui vai ter muitos sonhos bonitos, vai ver."
"gosto desta maldade, não podemos ficar velhos e vulneráveis e todas as coisas, temos de nos rebelar aqui e acolá, caramba, temos de estar a postos para alguma retaliação, algum combate, não vá o mundo pensar que não precisa de tomar cuidado com as nossas dores."
Embora o início do livro pareça todo ele um desfiar de recordações, de recusas em pertencer aquele lugar, de resistência a uma nova espécie de felicidade, como se isso fosse ofender quem partiu, o livro não é apenas isso. A morte está sempre presente, as doenças idem idem aspas aspas, mas também estão presentes a amizade, o amor, a alegria, a gargalhada e a vida. Naquele lar da feliz idade ainda há muita vida. :) E, até o rabugento do senhor silva acabou por reconhecer que ainda não tinha vivido e aprendido tudo.
"depois confessei-lhe, precisava deste resto de solidão para aprender sobre este resto de companhia. este resto de vida, américo, que eu julguei já ser um excesso, uma aberração, deu-me estes amigos. e eu que nunca percebi a amizade, nunca esperei nada da solidariedade, apenas da contingência da coabitação, um certo ir obedecendo, ser carneiro. eu precisava deste resto de solidão para aprender sobre este resto de amizade."
Para além do senhor silva, valter hugo mãe, apresenta-nos outras personagens igualmente idosas que se tornam o apoio do senhor silva, eles próprios com as suas tristezas pessoais, mas melhor adaptados ao que é esperado deles. São homens que trazem da tristeza profunda um senhor silva, perdido sem a laura. Juntos, riem, fazem partidas, gozam com as mazelas uns dos outros e com a religião e criam, quando já pouco se espera, laços que talvez nunca tivessem sido possíveis de criar noutras condições.
São eles o Esteves sem metafísica, centenário, que Fernando Pessoa imortalizou no poema Tabacaria, o senhor pereira, o conciliador do grupo e o primeiro grande amigo do senhor silva, o anísio franco, também ele octogenário mas cheio de vida e de projectos e, por último o silva da europa, o mais novo do grupo, sexagenário, funcionário da clínica onde laura morreu e que estava junto do senhor silva quando a notícia lhe foi dada. O silva da europa é um anti-fascista convicto e é dele a expressão que dá título ao livro:
"e sabem que mais, portugal ainda é uma máquina de fazer espanhóis. é verdade, quem de nós, ao menos uma vez na vida, não lamentou já o facto de sermos independentes. quem, mais do que isso até, não desejou que a espanha nos reconquistasse, desta vez para sempre e para salários melhores. deixem-se de tretas, meus amigos, que o patriotismo só vos fica mal, bem iam assentar-vos uns nomes à maneira, como pepe e pablo, diego e santiago, assim a virar para o lado de lá da fronteira, onde se come mais à boca grande e onde sempre houve mais ritmo no sangue. aqui, enquanto houver um salazar em cada família, estamos entregues ao inimigo."
Este livro é um murro no estômago, um dedo na ferida, e, embora angustiante, desconfortável e triste é, ao mesmo tempo, enternecedor, divertido, inesperado e incrivelmente bem escrito. :)
valter hugo mãe, numa escrita despida, límpida e fluída, numa história sem preconceitos e surpreendente, onde as personagens são muito bem exploradas é bem capaz de ter escrito um dos melhores livros que já li! Gostei mesmo muito!
Recomendadíssimo, como é óbvio! ;)