Trêmulas jangadas,
sempre sossegadas
sobre as ondas mansas:
por que não partis?
Que áureas esperanças
sopram no mar largo,
chegam como pássaros,
ninguém sabe de onde?
Trêmulas jangadas,
sempre sossegadas
sobre as ondas mansas:
que evocais ao luar?
Velhas esperanças,
chama que se finda,
ou vossa amargura,
mais íntima e pura,
vem da luz que ainda
bóia sobre o mar?
Trêmulas jangadas,
sempre abandonadas:
por que não largais?
Que áureas esperanças
vão para o mar largo,
voam como pássaros,
sobre as ondas mansas
para nunca mais!
Emílio Moura