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Resenha: livro "A Montanha", Lori Lansens

 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje venho comentar sobre a minha experiência de leitura com o livro "A Montanha", escrito pela Lori Lansens e lançado no Brasil pela Editora Bertrand em 2017.

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 "Querido Daniel,
 Uma pessoa precisa ter vivido um tanto para apreciar uma história de sobrevivência. É o que eu sempre disse. Prometi a mim mesmo que, assim que tivesse idade suficiente, eu lhe contaria a minha. Não é uma história para crianças, mas você já não é mais uma. Já é mais velho do que eu era quando me perdi na floresta da montanha.
 Cinco dias no frio congelante sem comida, água ou abrigo. Essa parte você já sabe, além de que estive lá com três desconhecidas e que nem todas sobreviveram. O que aconteceu ali mudou a minha vida, Danny. Ouvir essa história mudará a sua." (página 07)

 Assim começa o livro, com Wilfred Truly finalmente contanto para seu filho Daniel, que está prestes a entrar na faculdade, uma história que Danny sempre quis saber: a história da montanha.

 "Para entender o que aconteceu na montanha, você precisa saber do que veio antes." (página 07)

 Wilfred, ou Wolf, como gostava de ser chamado, perdeu a mãe de forma trágica aos quatro anos de idade. Quando Wolf tinha 13 anos, seu pai, Frankie, disse que eles se mudariam do frio Michigan para a ensolarada Califórnia, para uma cidade (fictícia) chamada Santa Sophia, perto de Palm Spring, onde morava a tia Kriket.

 "Eu passava muito tempo na Biblioteca Pública de Mercury quando era pequeno. Frankie me mandava pegar livros ali como se o lugar fosse uma espécie de babá grátis." (página 14)

 Porém, quando chegaram lá, Wolf descobriu que iria morar na Vila de Lata, praticamente uma favela de trailers, numa casa já superlotada. E Frankie, que nunca havia sido muito próximo do filho, acabaria levando uma vida ainda mais desregrada. Mas nem tudo foi ruim, pois em Santa Sophia, Wolf conheceu Byrd, um garoto um ano mais velho que ele. Os dois faziam aniversário no mesmo dia. Rapidamente se tornaram melhores amigos.

 Uma das coisas que Wolf e Byrd mais gostavam de fazer era ir à Montanha. Depois de subir de teleférico, os dois exploravam o quanto podiam a região, achando lugares secretos e que não estavam nas trilhas oficiais (por terem que ser protegidos ou por serem perigosos). Era fantástico sair do calor desidratante de Santa Sophia e, em pouco tempo, encontrar a neve no topo da montanha.

 Mas Byrd sofreu um acidente, Frankie foi preso, junte a isso uma desilusão amorosa, e foi demais para Wolf. Sem mãe, sem pai, sem amigos, sem amor. No seu aniversário de dezoito anos, Wolf decidiu acabar com a própria vida. Ele subiria a Montanha, iria até um local perigoso e pularia do penhasco.

 Ele estava quase lá, quando encontrou três mulheres: uma viúva de cerca de sessenta anos chamada Nola, uma mulher na faixa dos quarenta anos cujo nome era Bridget, e Vonn, uma garota mais ou menos da idade de Wolf, meio rebelde. Sem conseguir se esconder delas, ele teve que adiar seu plano por algum tempo, porém, por causa da neblina, eles acabaram não encontrando o caminho de volta e se perderam na Montanha. Aí começa uma jornada pela sobrevivência, de onde nenhum dos quatro sairá da mesma forma. Se é Wolf quem escreve para o filho, sabemos que ele sai vivo dessa, mas nas primeiras linhas ele já avisa que alguém não conseguiu sobreviver. Quem foi? Para descobrir isso e todas as questões que esses personagens tão cativantes guardam, é preciso ler essa história, e eu amaria que vocês fizessem isso!

 Eu estava bem em dúvida sobre qual livro solicitar da parceria com o Grupo Editorial Record. Como já tinha solicitado dois livros escritos por homens, decidi solicitar esse por ser de autoria feminina, e também pelo fato de a sinopse me parecer interessante, já que me identifico com personagens deprimidos. E foi a melhor escolha que eu poderia ter feito!

 A escrita da autora já me cativou desde as primeiras linhas, eu conseguia ver o que ela contava, eu conseguia sentir a história, eu estava presa ao livro na ânsia de descobrir tudo sobre aqueles personagens.

 O que dizer de Wolf? Se eu tivesse passado por tudo o que ele passou, com a mãe, com o pai, com o amigo... Até que ponto eu aguentaria? O que eu disse na resenha é só um pouquinho do que ele passa, vocês não imaginam como essas tragédias na vida dele realmente aconteceram! Mas aí ele se vê perdido, com outras três mulheres, e ele não quer mais morrer, pela mãe, pelo amigo, por aquelas mulheres. Ele precisa tentar salvá-los, mesmo que pareça impossível. Cinco dias sem água, sem comida, com frio, com os perigos que os cercam. Imagine que você tem um ferimento e não tem medicamentos nem como fazer um curativo, e há urubus lhe rondando, só esperando que você sucumba ao frio e à fome, seria terrível, não?!

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 A capa traz uma imagem de ampulheta condizente com o cenário da história, com a parte de baixo sendo a areia de Santa Sophia e a parte de cima representando a Montanha, mas achei a capa da edição canadense (aí ao lado) muito mais bonita, com o cantil amarelo que faz parte da trama. A diagramação é simples, com letras, margens e espaçamento de bom tamanho, e encontrei poucos erros de revisão.

 Eu amei "A Montanha", amei cada segundo em que estive com o livro nas mãos, e pretendo relê-lo assim que puder. É uma daquelas história que vai crescendo a cada página. Para vocês terem uma ideia, a história termina na página 315, e até na 312 há uma revelação bombástica. Algumas vezes me peguei pensando se aquilo era realmente possível, mas aí a genialidade da autora brilhou novamente, pois está tudo conectado, da primeira à última linha. Leiam "A Montanha", no livro vocês encontrarão um pouco de tudo: amor, horror, humor, natureza, amizade, família, e talvez encontrem até o que não estavam procurando, como Wolf encontrou, como eu encontrei. Obrigada, Lori Lansens, seus cinco anos de dedicação à escrita dessa obra valeu a pena! Quero escrever como você quando crescer!

 Detalhes: 322 páginas, Skoob. Compre online: Amazon, Saraiva. Curiosidade: uma das músicas citadas na obra é "Against the Wind" do Bob Seger (que poderia ser a música do Frankie), fica o convite para que ouçam-na clicando aqui

 Por hoje é só, espero que tenham gostado da indicação de leitura. Me contem: já conheciam a autora ou o livro? Arriscam um palpite sobre como e com quem Wolf escapará da montanha? Ah, hoje não teve vídeo no canal, mas logo ele será atualizado, já se inscreveu, né?! Aguentem firme, pois "haverá oscilações" (página 09).


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Até o próximo post!

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Resenha: livro “Não há tempo a perder”, Amyr Klink, em depoimento a Isa Pessoa

 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho comentar sobre a minha experiência de leitura com o livro “Não há tempo a perder”, um depoimento de Amyr Klink a Isa Pessoa, publicado em 2016 pelo Selo Foz da Editora Tordesilhas.

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 “Mesmo as ideias mais absurdas podem se tornar factíveis se você se compromete a destrinchar cada pedaço do caminho.” (página 82)

 Como gosto de histórias que tenham o mar como tema ou cenário, e por já ter ouvido falar sobre o Amyr Klink em programas de TV sobre suas viagens marítimas, decidi ler “Não há tempo a perder”.

 Na obra, ficamos sabendo um pouco sobre a vida do navegador, filho de pai libanês e mãe sueca, e da visão (nem sempre positiva) dele sobre o Brasil e os brasileiros; sobre como foi cursar Economia, quando na verdade ele nasceu para o mar; sobre o quanto de preparação há para cada uma de suas viagens (chamar essas viagens de aventura não parece certo depois de conhecer o extenso planejamento que cada uma teve). Conhecemos também casos que se tornaram importantes para a área da navegação, histórias de homens que se arriscaram para chegar onde ninguém tinha chegado antes, e de como a tecnologia dos centros de pesquisa e a sabedoria de quem trabalha diariamente no mar tem seus saberes e importância.

 “Num barco a velas, o normal é você ajustar a área velica à intensidade do vento e à velocidade. Se o vento aumenta, você diminui a área da vela. Puxa os cabos, desce a vela. Só que os canoeiros usavam o princípio da permeabilidade do tecido – que é um método muito mais sofisticado. Por isso, sempre havia na embarcação uma cuia enorme, para que pudessem jogar água na vela. Se eles queriam andar mais rápido, tornavam o tecido mais impermeável, molhando o pano com a cuia para acelerar. Não existe tecnologia hoje que imprimia essas duas qualidades em um mesmo tecido – permeabilidade e impermeabilidade. Você precisa trocar de pano para escolher um ou outro atributo. É genial – os mestres maranhenses conseguiram tornar a vela permeável e impermeável, de forma simultânea, administrando o uso da água no tecido em função do vento. Uma sabedoria e tanto.” (página 112)

 É não ficção, mas não é uma biográfica. Como está na capa, é uma espécie de depoimento do Amyr, sobre a forma como ele vê o mundo e o seu trabalho, para a Isa Pessoa; há também trechos de depoimentos de conhecidos do Amyr sobre ele e sobre a convivência com ele. 

 Como o Amyr também é palestrante, o livro, em certos momentos, tem um ar de palestra. Eu ainda não tinha lido nenhuma obra nesse estilo, e no início o ritmo extremamente rápido, parecido com um monólogo, como se realmente não houvesse tempo a perder situando o leitor sobre quem eram os “personagens” e sobre qual era o “cenário da história”, me causou alguma estranheza, mas conforme fui lendo, tornou-se uma leitura interessante. Acredito que quem já tiver lido algum outro livro do Amyr certamente vai aproveitar melhor a leitura. Reforço o aviso: não espere uma biografia, espere conhecer um pouco da visão que o Amyr Klink tem da vida. Uma visão que, em muitos momentos, é totalmente diferente da minha.

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 A edição tem uma capa chamativa, com o nome da obra em relevo (ou seria verniz localizado?). As páginas são amareladas. A revisão está boa. Há muitas fotos em preto e branco. As margens, a letra e o espaçamento entre uma linha e outra são relativamente grandes, o que contribui para uma leitura rápida, especialmente por não ser um livro longo.

 “A tendência é que a pessoa que ascende a uma posição de liderança se torne prepotente. Esse talvez seja o maior risco. Por mais habilidades intrínsecas que você tenha para comandar processos, trabalhar em igualdade é uma virtude ainda rara. Demonstrar uma dose importante de humildade – cedendo, ouvindo mais do que mandando, decidindo a partir do que ouve, conhecendo o processo da esfera de quem reclama – pode tornar o líder mais habilidoso e eficaz.” (página 50)

 Detalhes: 216 páginas, ISBN-13: 9788584190461, Skoob. Onde comprar online: loja da editora, Submarino.

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado post. Fica meu agradecimento à editora Tordesilhas por ter enviado um exemplar para resenha. Me contem: já conheciam o Amyr Klink?

Até o próximo post!

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Resenha: livro Uma aventura no tempo, Christiane de Murville

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é Uma aventura no tempo, o primeiro da trilogia A Caverna Cristalina, escrita pela Christiane de Murville e publicada em 2015 pela Chiado Editora.

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 "Aparentemente, o presente estava constantemente sendo escrito, afetando e modificando todas as experiências passadas e futuras, que, no fundo, aconteciam simultaneamente, em um eterno presente." (página 67)

 Narrado em terceira pessoa, o livro conta a história de um grupo de pesquisadores, formado por amigos, estudantes e professores de uma universidade, que pesquisava sobre viagens no tempo. Aproveitando um feriado prolongado, o grupo com mais de 10 pessoas, deixou a agitação de São Paulo e foi para Igatu, um pequeno povoado na Chapada Diamantina (Bahia).

 Parte do grupo já havia estado no vilarejo em outra ocasião, mas não tinham conseguido entrar na caverna conhecida como Morada do Altíssimo. Eles acreditavam que a caverna, por sua grande concentração de cristais, poderia ser um local favorável para a abertura de um portal para outras realidades. O fato de algumas pessoas já terem desaparecido quando estavam naquela região, intrigava as autoridades locais e era um indício de que algo de diferente acontecia naquela caverna.

 Certa noite, o grupo foi para a Morada do Altíssimo e montou todos os equipamentos para estudar o local. Em determinado momento, eles presenciaram um fenômeno diferente, desse momento em diante, apenas metade do grupo continuou na caverna. A outra metade desapareceu! 

 "A câmara cristalina vibrava de forma tão intensa, que os limites entre cada um do grupo ali reunido, o ambiente, a rocha e a água do poço pareciam desfazer-se gradualmente. Marion podia sentir seus amigos ao seu lado vivendo essa mesma experiência, pois tudo havia se transformado em um só conjunto vibrando em uníssono. Tudo era apenas vibração, até que, finalmente, a sensação de corpo desmanchou-se por completo e a noção de tempo pareceu se esvanecer." (página 66)

 A partir daí, a história fica mais interessante. Acompanhamos as tentativas dos que ficaram para resgatar o restante do grupo. Mesmo que a tarefa seja difícil, é inconcebível para um pai deixar a esposa e a filha perdidas no tempo. E como será que os desaparecidos estão vivendo no passado? Como eles podem facilitar sua volta? O grupo, liderado pelo professor Samuel, vai precisar colher todas informações possíveis sobre os desaparecimentos anteriores,  entender o funcionamento de uma bússola esquisita ganhada de um índio, trazer um guarda local para o lado deles e se esquivar da imprensa e de um professor e do reitor da faculdade.

 Uma aventura no tempo tem uma trama bem interessante, com um estilo de narração que fez com que eu me sentisse dentro da história. Era como se eu estivesse na pequena Igatu, tanto na do presente, com um grupo de pesquisadores tenso em busca de respostas, quanto no passado, época em que o vilarejo vivia uma fase de luxo e ganância, sustentado pelos recursos minerais extraídos das minas, recebendo a visita de pessoas que se vestiam de forma muito estranha e se pareciam mais com ETs.

 A autora conseguiu dar destaque a cada personagem, de forma que cada um tem o seu momento, a sua importância na trama. O que só me faz ficar ainda mais animada para saber o que acontecerá nos dois próximos volumes (todos já publicados pela editora), além de que quero continuar em Igatu e descobrir mais sobre sua história.

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 Eu gostei da capa, simples, mas tem a ver com a trama. A diagramação segue o padrão dos outros livros da Chiado: margens, espaçamento e fonte de bom tamanho. Há algumas ilustrações ao longo dos capítulos, que são curtos, o que torna a leitura mais rápida. As páginas são amareladas e tem uma textura porosa. Não me lembro de ter encontrado erros de revisão. Meu exemplar veio autografado e com dedicatória.

 Talvez vocês já tenham lido algum livro que falasse sobre viagens no tempo, mas o que achei interessante em Uma aventura no tempo é a ideia de que o passado, o presente e o futuro estariam acontecendo ao mesmo tempo, em realidades paralelas, um modificando o outro.

 Detalhes: ISBN-13: 9789895132898, 415 páginas, Skoobpágina no Facebook. Onde comprar online: site da editora, Culturaaudiolivro.

 Uma curiosidade: pesquisando na internet, descobri que Igatu realmente existe, mas não vi nada sobre  cavernas de cristais, melhor assim, eu é que não queria me arriscar a ir pro passado sem tem um professor Samuel por perto para me trazer de volta

 Por hoje é só; espero que vocês tenham gostado da resenha. Quem aí já conhecia o livro?

Até o próximo post!

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Resenha: livro "Diário de estrada", Ramon Santos

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é Diário de estrada, escrito pelo Ramon Santos e publicado em 2014 de forma independente.

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 "Mas o simples fato de haver uma mínima possibilidade de poder preencher todo aquele vazio começara a me inquietar." (página 33)

 Depois de ler "On the road - pé na estrada" do Jack Kerouac"Ghost Rider: A estrada da cura" do Neil Peart (ambos já resenhados no blog), fiquei com muita vontade de ler um livro sobre viagens pelo Brasil. Apesar de ter pesquisado um pouco, de ter perguntado para outros leitores, não encontrava nada no estilo que procurava. Até que conheci o livro do Ramon Santos, e tive a oportunidade de lê-lo em e-book.

 Ramon Santos tinha dezessete anos quando decidiu largar tudo e cair na estrada, ele não se sentia feliz vendo o rumo que sua vida tomava e quis viver uma aventura, vontade comum a muitos jovens, mas o Ramon não ficou só na vontade e foi em busca do que queria.

 "Finalmente tinha a sensação de permanecer a um lugar, assim como cada rocha, folhas, ou qualquer mínimo que seja grão de terra, eu estava ali, eu estava vivo ali. Eu apenas existia." (página 135)

 Diário de estrada é o resultado dos relatos de  mais de um ano em que ele esteve viajando pelo sul do país. Do litoral ao interior, passando por praias e montanhas, cidades pequenas e grandes; enfrentado dias de sol, de chuva, de frio ou calor; algumas vezes sozinho, outras acompanhado por pessoas iguais ou muito diferentes dele; trabalhando em áreas que nunca imaginou que trabalharia, para poder conseguir algum dinheiro para se manter; comendo o que encontrava no caminho ou o que conseguia comprar e cozinhar. Até numa aldeia indígena ele foi parar!

 Mas, o mais bacana de Diário de estrada, além de ser uma história real, é que nos faz refletir sobre aquelas pessoas que, muitas vezes, são invisíveis para nós: os andarilhos e moradores de rua. Algumas vezes, podemos ser preconceituosos com eles, e não termos noção de quantas boas histórias alguns deles teriam para nos contar, quantas coisas interessantes estariam escondidas atrás de roupas velhas, cabelos desgrenhados e barba por fazer.

 "Três semanas aprendendo a ver nos olhos das pessoas o medo e o receio daquela triste realidade, que apenas olham, mas jamais enxergam além do que seus olhos se dispõem a ver." (página 105)

 "No momento eu me julgava um exímio pescador. E como todo ser humano, demasiado humano, julgava que minhas habilidades de pesca me salvariam a qualquer momento e em qualquer lugar. Eu era tolo! Ingênuo, ao pensar que um rio seguiria meu caminho invés de seu curso natural." (página 51)

 Nem tudo foram flores para o Ramon em sua jornada, além de ter que lidar com os próprios sentimentos e inquietações, ele teve que enfrentar muitos perrengues e se deparou com pessoas nada legais em seu caminho. Mas houveram as pessoas boas, que viram além das aparências, que ajudaram o garoto aventureiro. E ele contou com uma boa dose de coragem e de sorte também, para sobreviver aos riscos da viagem e conseguir encontrar essas pessoas boas que lhe deram carona, emprego, comida, um teto para dormir quando sua barraca não era o suficiente ou  que simplesmente lhe ofereceram atenção e companhia.

 "Afinal, sempre é bom ver que a estrada que andamos, não é de total deserto, e que não a trilhamos sozinhos." (página 181)

 Ao terminar a leitura, assim como após ler "On the road" e "Ghost Rider", surgiu em mim aquela vontadezinha de também me aventurar, de conhecer lugares novos; acho que esse é um bom indicador de qualidade para livros do tipo.

 "Qualquer pessoa em sã consciência estaria preocupada em como retornar ao lar, porém eu apenas estava me preocupando em como registrar tudo que estava vivendo e sentindo." (página 55)

 O Ramon publicou o livro dele de forma independente, mas creio que se tivessem uma boa edição e revisão oferecidos por uma editora, suas aventuras, seu crescimento como pessoa, suas dores e seus amores teriam um potencial gigantesco para encantar um grande número de leitores.

 Detalhes: 201 páginas, perfil do autor no Facebbok. Onde comprar online e ler um trecho: Clube de autores.

 "Quem sabe a grandeza do ser humano está na quantidade de vidas que ele leva durante uma só." (página 101)

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Alguém aí já conhecia o Ramon, seu livro e suas aventuras? Gostam de obras do tipo?

Até o próximo post!

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Resenha: livro "Ghost Rider: A estrada da cura", Neil Peart

     Olá pessoal, tudo bem? Hoje trago a resenha do livro "Ghost Rider: A estrada da cura", escrito pelo canadense Neil Peart e publicado no Brasil pela Editora Belas-Letras.
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     Neil Peart é baterista e compositor na banda de rock Rush (que eu não conhecia até então). No livro, através de suas lembranças, trechos de seu diário de viajem e de cartas que ele escreveu para amigos e familiares, ele conta o que vivenciou e como sobreviveu no final dos anos 90. Sua jovem e única filha, Selena, faleceu num acidente de carro. Poucos meses depois, Jackie, sua esposa,  ficou doente e também faleceu.
     Neil perdeu as pessoas que mais amava num curto espaço de tempo. Como e por quê ele continuaria vivendo? Como Neil diz em seu livro, se ele se embebedasse ou morresse de overdose, quem o condenaria?
     "Logo no início desse duplo pesadelo, lembro de ter pensado: 'Como alguém sobrevive a uma coisa dessas? E, se sobrevive, em que estado esse alguém ressurge do outro lado?'
     Bem, eu não sei, mas vou descobrir, porque estou protegido por um pequeno reflexo, característico de minha natureza: 'Alguma coisa vai acontecer'." (página 111)
     Bem lá no fundo, Neil tinha uma pontinha de esperança de que alguma coisa boa ainda podia existir; sentimento que, creio eu, esteja presente na vida de muitas pessoas que passam por momentos difíceis (esteve presente na minha).
     Neil decidiu viajar, cair na estrada, ir para lugares onde ele pudesse ficar longe do passado. Em anos anteriores, ele já havia feito algumas viagens de moto ou bicicleta e isso sempre lhe fazia bem, parecia a única coisa que ele ainda tinha vontade de fazer.
     Montou em sua BMW R1100GS e partiu rumo ao Alasca, o único estado dos Estados Unidos que ele ainda não conhecia (e já comecei a aprender, ao contrário do que eu imaginava, no Alasca não tem só gelo e esquimós morando em iglus).
     Depois do Alasca, viajou pelo Canadá, Estados Unidos, México e veio até a América Central. Nunca ficando mais do que alguns dias em um mesmo lugar, passando por diversas cidades (algumas ele já havia visitado antes e tinha recordações delas) e paisagens. Neil precisava estar sempre em movimento, para que suas dores não conseguissem imobilizá-lo.
     "Há pessoas que realmente dizem me invejar, embora a maioria seja de estranhos, e duvido que você teria sido tão limitado ou egoísta a ponto de dizer uma coisa dessa. Isto é muito mais liberdade do que qualquer um jamais deveria desejar. Isto é mais com um 'voo desesperado', e um outro nome que tenho para mim mesmo é 'Ghost Rider'. Sou um fantasma, carrego alguns fantasmas comigo e viajo por um mundo que não é muito real. Por enquanto fico bem, contanto que eu me mantenha em movimento..." (página 194)
     No livro, Neil relata os cenários pelos quais passou (com riqueza de detalhes na maioria das vezes), as histórias de moradores ilustres e curiosidades ou relembra fatos que ele viveu naquelas cidades em suas turnês com o Rush. Neil fala também sobre os perrengues da viagem: os tombos, as hospedagens e restaurantes ruins, os empecilhos de se viajar fora da temporada.
     "Assistir a um filme ou ler um romance pode deixá-lo triste ou amedrontado, até mesmo inspirado, mas no final daquela experiência nada realmente aconteceu na sua vida. As experiências da vida real não são assim, como eu certamente acabei aprendendo. A imagem fantasiosa de um espírito livre vagando sem cuidado ou esforço por algum filme em IMAX de paisagem deslumbrante não apenas ignorava as possibilidades mais tenebrosas (pane, acidente, ferimento, morte), mas também omitia meros cortadores de barato como mau tempo, indigestão, dor de dente ou diesel no seu tanque de gasolina. Qualquer coisa podia acontecer, e o cenário nunca é 'neutro'." (página 59)
     Neil não fez de "Ghost Rider: A estrada da cura" um livro triste ou cheio de lamentações, apesar do tamanho de sua dor e de elas estarem presentes de forma muito sincera e compreensível ao longo da história.
     "Às vezes, eu podia direcionar meus pensamentos para longe de certos lugares, e até mesmo me prevenir conscientemente para não me sentir triste ou desanimado. Às vezes, eu conseguia fazer isso... Mas não o tempo todo." (página 349)
     "(...) não se pode dizer a si mesmo como se sentir." (página 384)
     Tem muitas partes divertidas e pensamentos interessantes e inteligentes. Além de Neil falar sobre vários autores e livros que ele já havia lido ou lia no decorrer da viajem (deu vontade de anotar cada um e procurar para ler depois).
     "Steven, Shelly e eu nos inscrevemos para uma caminhada noturna após o jantar. Depois de olhar as fotos da trilha próxima do hotel feitas com uma câmera equipada com dispositivo infravermelho - de jaguares, onças-pintadas e esse tipo de coisa - estou torcendo para que a gente depare com, bem, talvez com algumas formigas carregadeiras..." (página 255)
     "Percebi que era completamente errado avaliar as pessoas de acordo com a raça, porque era claro que a  cultura era o divisor real entre as pessoas. Dado tempo suficiente, uma geração ou duas, todos nós nos tornamos o 'Outro'..." (página 44)

     Inicialmente, tive receio de não saber como analisar o livro, afinal, é uma história real. Diferente da ficção, não dá pra dizer, por exemplo, que faltou isso ou aquilo, ou que o desfecho poderia ser diferente. É a vida de uma pessoa contada por ela mesma.
     "Ghost Rider: A estrada da cura" me confirmou que a realidade pode ter muito em comum com os livros de ficção. Quando parecia que nada mais poderia acontecer de ruim para o Neil, aconteceu! E fez com que ele mudasse os poucos planos que tinha (spoiler: um problema que impediu que seu melhor amigo o acompanhasse na viagem). Mas no fim, talvez se esse acontecimento não tivesse ocorrido, ele não teria sentido a necessidade de contar imediatamente sobre as coisas e os lugares por onde ia passando para alguém; esses registros certamente fariam muita falta no resultado final do livro. Pobre Brutus! (Brutus é o nome do melhor amigo de Neil.)
     O livro traz várias cartas que Neil escreveu para amigos e familiares, muitas vezes ele precisava contar um mesmo acontecimento para várias pessoas em cartas diferentes, o que temi que poderia ser chato, mas não foi. Cada carta tinha um destinatário e uma completava a outra para que fosse possível compreender o que Neil sentia e vivia de uma forma mais ampla.
     "Ghost Rider: A estrada da cura" é uma leitura que leva tempo, um livro para se ler aos poucos (são 528 páginas), são muitos lugares e histórias e se você ler rápido demais vai acabar perdendo a graça. Em compensação, é um livro que vai valer cada centavo que você pagar por ele; um companheiro para vários dias ou semanas. Foi meu companheiro por dois meses, já que eu interrompi a leitura inúmeras vezes (primeiro semestre na faculdade me deixando louca, não fosse isso, teria conseguido ler em algumas semanas) mas sempre que retomava a leitura sentia como se não tivesse perdido o fio da meada.
     Um fato curioso (para mim): sempre que minha sobrinha (ela tem três anos) me vê lendo, pede para eu ler em voz alta. Raramente ela ouve mais do que algumas linhas e já sai de perto. Com "Ghost Rider: A estrada da cura" ela ficou um tempão do meu lado, me ouvindo ler. Só saiu quando terminamos o capítulo. Talvez tenha sido pelas descrições dos cenários, não sei ao certo, só sei que não quero esquecer.
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     Foi o primeiro livro da Belas-Letras que tive em mãos e preciso destacar que a tradução (um trabalho de Candice Soldatelli) e a revisão me pareceram ótimas! Gostei da capa (além de bonita, aparentemente resistente para um livro grande), das folhas amareladas, do ótimo tamanho das margens, letras e espaçamento.
     Ah, o livro é dividido em duas partes e subdividido em capítulos; sempre com um trecho e a tradução (gostei disso) de uma música do Rush no início e no final de cada capítulo.
     Vi que alguns leitores gostariam que o livro tivesse um mapa para que fosse possível visualizar melhor a rota feita por Neil Peart, mas acho que são tantos lugares que o mapa acabaria ficando incompreensível.
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     No fim das contas, valeu muito a pena ler "Ghost Rider: A estrada da cura". É um livro que recomendo para qualquer leitor (desde que ele se lembre que é uma história real), especialmente para quem: é fã do Rush ou tem curiosidade sobre o mundo da música; para quem gosta de livros de viagem, de motos ou quer conhecer um pouco das estradas da América ou para quem perdeu uma pessoa querida.
     "John Steinbeck uma vez escreveu que às vezes a melhor coisa que se pode fazer por alguém é permitir que essa pessoa faça algo por você, e aprendi que isso era a mais pura verdade." (página 49)
     "Bem, se há uma coisa que aprendi com as reviravoltas do mundo é que é simplesmente inútil tentar controlar esta montanha-russa maluca chamada Vida, então tudo que podemos fazer é aguentar firme." (página 399)
     "Ao mesmo tempo, assim como havia acontecido durante a minha jornada pela Estrada da Cura, ao fim eu acabei alcançando certo estado de 'Aceitação', mesmo que fosse uma aceitação atormentada. Também me pareceu que eu estava adquirindo um senso de aceitação sobre o mundo do jeito que ele era. E, como sempre, meus pensamento, minhas viagens, minhas leituras e minha escrita pareciam estar todos interligados." (página 472)

     Detalhes: 528 páginas, ISBN: 9788581741536, Skoob, releaseleia o primeiro capítulo. Onde comprar online: site da editoraSaraivaSubmarino.

     Ouvindo as músicas do Rush após terminar a leitura, sem perceber, fico tentando distinguir o som da bateria do Neil Peart.
     Uma boa notícia: a Belas-Letras vai publicar mais quatro livros do Neil Peart, o primeiro ("Clockwork Angels", uma ficção de Kevin J. Anderson baseado nas composições do Rush) sai em novembro deste ano (leia a notícia completa aqui).
     Espero que vocês tenham gostado da resenha (sei que ficou grande, mas é tanta coisa pra registrar sobre esse livro que não tinha outro jeito; se você leu tudo até o final, muito obrigada!).
     Vocês já conheciam o Neil Peart, sua história, ou o Rush?

     Avisos: as inscrições para o sorteio do livro "Fahrenheit 451" ainda estão abertas, clique aqui para participar. E ainda tem vagas para os blogueiros interessados em participar do book tour do livro "Já matei por menos", inscrições aqui.

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A primeira vez que fui ao cinema: "A Culpa é das Estrelas"

 Pôster, filme, A Culpa é das Estrelas
Foto: Divulgação
     Nove de junho de 2014, uma segunda-feira que merece ficar guardada em minha memória. Um dia extremamente diferente dos meus dias comuns.
     Acordei cedo, viajei para uma cidade mais ou menos vinte vezes maior que a minha, fiz quatro provas do meu primeiro semestre na faculdade, fui ao cinema pela primeira vez!
     Moro numa cidade bem pequena, ela tem seus pontos positivos (e não tenho vontade de abandoná-la), mas não tem shopping, cinema, livraria...
     Então, aproveitei minha viagem até Resende (RJ) para ir ao cinema, combinei com uma amiga que mora lá de irmos ver o filme "A Culpa é das Estrelas", baseado no livro homônimo do escritor John Green, que eu e ela havíamos lido e gostado. Foi um plano arquitetado por meses: torcer para meu período de provas cair na data em que o filme estava em cartaz, para que o filme estivesse em exibição nos cinemas da cidade, torcer para dar tudo certo.
     Fomos ao cinema do Resende Shopping, andei de elevador (já tinha feito isso outras vezes, que posso contar nos dedos, é sempre uma pequena aventura!), compramos os ingressos (que até que foram bem baratos) para a sessão das 9h, tiramos fotos do lado do pôster do filme (tinha um monte de gente fazendo isso, infelizmente a foto não está comigo), fomos pra fila enorme para comprar pipoca (que estava muito boa) e refrigerantes (um copo de coca-cola com um furo na tampa para colocar o canudinho, nunca tinha visto e é claro que me atrapalhei com ele, felizmente minha amiga resolveu o problema).
     Hora de entrar na sala, subir a escada, achar a poltrona (bem grande para essa pessoinha de um metro e meio). Apagam-se as luzes, começam os trailers de outros filmes e fico com vontade de ver todos. Como a tela é enorme!!! A imagem fica linda. E o som, bem mais alto do que o volume em que deixo a tv.

Shailene Woodley, Ansel Elgort, Hazel, Gus, filme, A Culpa é das estrelas, trailer, resenha, opnião
Shailene Woodley, Ansel Elgort, Hazel, Gus, Isaac, filme, A Culpa é das estrelas, trailer, resenha, opnião

     Por ter lido o livro (resenha aqui) no ano passado, já conhecia a história. Para quem não sabe, Hazel Grace (Shailene Woodley) é uma adolescente com câncer nos pulmões que conhece Augustus Waters (Ansel Elgort) que também teve câncer, num grupo de apoio para jovens portadores da doença.
     Eles vão se aproximando e vivem uma linda história de amizade, companheirismo, coragem e amor  no "pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas".
     Gostei muito do filme: a trilha sonora é ótima, Ansel Elgort interpreta um Augustus Waters encantador; e mesmo sendo um filme que tem personagens com uma doença tão cruel, ele é muito divertido! Até mais ou menos metade do filme, foi impossível contar quantas gargalhadas as pessoas que estavam na sala do cinema deram. As cenas em que Gus aparece dirigindo super mal e a cena em que Gus, Hazel e Isaac vão jogar ovos no carro da ex-namorada de Isaac são impagáveis. Os personagens tem um humor interessante.
     Tem as partes de romance e as partes emocionantes e tristes também. Assim como quando li o livro, não chorei, mas quase; e muita gente na sala chorou. E isso é perfeitamente aceitável: se emocionar com o que é emocionante.
     Algumas coisas que acontecem no livro não aparecem no filme, afinal, é uma adaptação, muito bem feita por sinal (mas aquelas citações lindas e inspiradoras do livro estão no filme para nos fazer suspirar!). Achei o livro mais emocionante e o filme mais divertido.
     Valeu a pena assistir "A Culpa é das Estrelas"!

     Saí da sala com o coração leve, feliz por ter realizado um pequeno sonho. E com uma vontade enorme de voltar ao cinema algum dia. Por favor, Deus, que não seja mais uma das coisas que só faço uma vez na vida!
     Ah, na saída do shopping fiz mais uma coisa que nunca tinha feito antes: andei de escada rolante, ela me pareceu um pouco perigosa, foi bom ter uma amiga por perto.
     Algumas coisas simples podem parecer bobagem para quem está acostumado com elas, para outras pessoas pode ser algo incrível. Não quero perder nunca a capacidade de ficar contente ou me encantar com pequenas descobertas. Já devem existir dezenas de posts sobre o filme, o meu não foi o primeiro nem será o último; mas para mim foi especial escrevê-lo, faz parte da minha história.

     E vocês, qual o primeiro filme que viram no cinema?

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Resenha: "On the road - pé na estrada", Jack Kerouac

   Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "On the road (Pé na estrada)", escrito por Jack Kerouac e publicado no Brasil pela L&PM.
Livro On the Road, pé na estrada, Jack Kerouac, geração beat, lpm pocket, kristen stewart, walter salles
   Sinopse: "Sal Paradise é o narrador de On the road - pé na estrada. Ele vive com sua tia em New Jersey, Estados Unidos, enquanto tenta escrever um livro. Ele é inteligente, carismático e tem muitos amigos. Até que em Nova York ele conhece um charmoso e alucinante andarilho de Denver de personalidade magnética chamado Dean Moriarty. Dean é cinco anos mais novo que Sal, mas compartilha o seu amor por literatura e jazz, e a ânsia de correr o mundo. Tornam-se amigos e, juntos, atravessam os Estados Unidos, deparando-se com os mais variados tipos de pessoas, numa jornada que é tanto uma viagem pelo interior de um país quanto uma viagem de auto-conhecimento - de uma geração assim como dos personagens."
   Peguei esse livro emprestado porque o nome do livro e do autor me chamaram atenção: "On the road - Jack Kerouac", achei a sonoridade interessante.
   A história se passa nos Estados Unidos, na década de 40 (o livro foi publicado pela primeira vez na década de 50). Ela é contada por Sal Paradise, um jovem que mora com a tia, é escritor e tem vários amigos.
   Como seus amigos fazem na primavera, Sal decide também tirar umas férias e cair na estrada, viajar pegando caronas, isso se repete durante os anos seguintes. Algumas vezes sozinho, outras em companhia dos amigos; cruzando todo o país, passando por perrengues, ficando sem grana, arrumando trabalhos temporários, encontrando paixões, buscando diversão e conhecendo lugares e pessoas novas.
   "De repente, lá estava eu na Times  Square. Tinha viajado doze mil quilômetros pelo continente americano e estava de volta à Times Square; e ainda por cima bem na hora do rush,  observando com os meus inocentes olhos de estradeiro a loucura completa e o zunido fantástico de Nova York com seus milhões e milhões de habitantes"... (página 139)
   Um de seus amigos e companheiro de viagens é Dean Moriarty: um jovem que passou algum tempo num reformatório, que gosta de dirigir a 120 km por hora e que não se prende a nada por muito tempo, um perfeito irresponsável. Ou, na visão de Sal Paradise, um anjo desamparado, a raiz e a alma da Beatitude.
   Algumas palavras de Sal sobre Dean: "Amarguras, recriminações, moralidade, tristeza - tudo lhe pesava nas costas enquanto à sua frente descortinava-se a alegria esfarrapada e extasiante de simplesmente ser." (página 240)
   No livro também é mostrado um outro lado dessa juventude: a falta de responsabilidade com a família e de consideração com o sentimento dos outros, o vício e a degradação causada pelo uso de drogas, a alegria falsa e passageira seguida por momentos de depressão (será que nos anos 40 eles não sabiam que drogas são realmente uma droga!?). Não é só diversão, é melancolia também.
   Na contracapa do livro está escrito que ele foi "responsável por uma das maiores revoluções culturais do século XX", "um livro que transformaria milhares de cabeças, influenciando definitivamente todos os movimentos de vanguarda, do be pop ao rock, o pop, os hippies, o movimento punk e tudo o mais que sacudiu a arte e o comportamento da juventude na segunda meta do século XX". Isso não é incrível? Esse livro tem história! Dá pra entender; se até para mim foi impossível ler "On the road" sem ficar com um pouquinho de vontade de viajar, de viver aventuras e conhecer lugares novos, de experimentar a liberdade da estrada.
Capa do livro On the Road, pé na estrada, Jack Kerouac, geração beat, lpm pocket, kristen stewart, walter salles
   Leia mais um pouco sobre a importância e história desse livro:
  resumo, contracapa do livro On the Road, pé na estrada, Jack Kerouac, geração beat, lpm pocket, kristen stewart, walter salles
   Sobre a parte visual: achei a capa bonita; é uma edição de bolso/pocket, o que facilita para segurar e carregar o livro; as folhas são brancas; o tamanho das margens é bom; a letra é pequena mas não minúscula, dá para ler confortavelmente.
   Em resumo, "On the road" é uma viagem! Uma viagem incrível e alucinante, viagem para a década de 40 (faz tanto tempo e parece que muita coisa não mudou), viagem pelos Estados Unidos, viagem para dentro da cabeça dos jovens, viagem para dentro de si mesmo.
   Detalhes: "On The Road – Pé na Estrada", Jack Kerouac. Tradução: Eduardo Bueno. 380 páginas. ISBN: 8525413208. Editora: L&PM. Página no Skoob.
*Saiba mais sobre a Geração Beat clicando aqui.
Onde comprar online: Americanas apenas R$14,28; Submarino R$18,48 (sites onde o frete também é mais barato; preços pesquisados em 21/08/2013).
   Não sei se vocês sabem, mas ano passado estreou o filme "Na estrada", baseado no livro "On the Road". Dirigido pelo brasileiro Walter Salles e com Kristen Stewart, Garrett Hedlund e Sam Riley no elenco. Não vi o filme, mas pelo trailer, a história parece ser um pouco diferente da do livro.
   Alguém já leu o livro ou viu o filme? Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado do post. Ah, já estão participando do sorteio do livro "A Culpa é das Estrelas"? Se ainda não, é só clicar aqui.
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6 on 6: férias

   Olá pessoal, tudo bem? Não costumo postar todos os dias no blog, ontem teve post, mas hoje tem também, porque é dia seis, e todo dia seis é dia do projeto fotográfico "6 on 6" (seis blogueiros postam seis fotos todo dia seis).
   O tema desse mês era "férias". Mas, gente! Como que eu vou fazer um post sobre as férias se as minhas últimas foram em 2008, quando terminei o ensino médio? De lá pra cá, é trabalho de segunda a sábado, no máximo um feriado lindo na segunda ou no sábado para me alegrar. Simples: use a criatividade, Maria!  
   Me lembro que quando estudava, não gostava das férias porque, apesar de elas significarem que eu não precisaria levantar antes das seis da manhã (parte legal), eu também não ia ver meus amigos,  não ia sair todo dia de casa, além de, possivelmente, minha única viagem ser para o sítio do meu pai (um lugar isolado, no alto de uma montanha, onde não tinha energia elétrica nem água encanada). Enfim, as férias sempre significavam solidão para mim, e não a diversão que era para os outros estudantes.
   Hoje eu até queria ter férias, ficar alguns dias em casa, viajar, se bem que acho que não conseguiria ficar muito tempo longe da minha rotina.
   Mas, chega de papo, é hora de mostrar as fotos que fiz pensando no tema:
Kombi azul, prancha de surf
   1 - Pegar um carro e sair por aí, procurando altas ondas para surfar, é um bom programa para as férias, não é? Alguém aí sabe surfar?
Estrada para Bocaina de Minas, viagem
   2 - No dia 27, sábado, fiz uma pequena viagem, bem pequena mesmo (quarenta minutos e eu já estava em casa, mas pra mim foi uma boa viagem). Fui até a cidade vizinha (Bocaina de Minas). Tocando uma música que eu gosto no som do carro, o azul lindo do céu na tarde fria e ensolarada, o vazio da estrada... foi muito bom.
A menina que roubava livros, Markus Zusak
   3 - Não é porque é férias que você não pode ler um livro, uma boa história sempre faz bem. Me lembro que, quando estudava, sempre pegava alguns livros emprestados na biblioteca para ler nas férias. Esse ano, minha leitura das últimas semanas foi "A menina que roubava livros".
estampa Menina e Menino
   4 - Os dias das férias de julho na minha cidade são sempre bem frios. Esse ano não foi diferente, acho até que foi pior do que nos outros anos. Então, cobertor quase fez parte do look do dia em Liberdade. A foto acima é do meu cobertor novo, comprado especialmente para esse inverno, bem quentinho e fofo. Achei a estampa dele bonita, ter companhia nas férias pode ser bom, né?! A minha criatividade para justificar a escolha das fotos me espanta :P !
foto em preto e branco
   5 - Eu não tenho férias, mas minha sobrinha fofa tem; e veio pra minha casa. Para a pequena Ciça, foi um mês de muitas brincadeiras e diversão com a vovó, o vovô, o papai, os tios e as tias. 
Nando Reis na Expoliber
   6 - Última foto! Quem lembra do post que fiz sobre a exposição agropecuária que acontece todo ano, em julho, aqui na minha cidade? Muita gente aproveita as férias para visitar a cidade e sempre está na Expoliber. Esse ano teve show do Nando Reis, eu amei! Foi bom demais poder ouvir ele cantando as músicas que eu gosto tanto. Pretendo fazer um post contando mais sobre a festa.
   Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado do post, mês que vem tem mais "6 on 6". Vejam as fotos dos outros participantes também: IsabelAngelaClaudiaPedro e TaísAh, o que vocês fizeram nas férias?
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