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Resenha: livro "Segredos de uma noite de verão", Lisa Kleypas

 Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "Segredos de uma noite de verão", escrito pela Lisa Kleypas e publicado no Brasil pela Editora Arqueiro em 2015.

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 A história é narrada em terceira pessoa e se passa em Londres, em 1843. Já era o final da temporada de bailes, e mais uma vez Annabelle Peyton não tinha conseguido um pretendente, ainda que fosse linda, de boa família e bem educada. O problema era a falta de dote, seu pai morreu há alguns anos e seu irmão Jerremy, o outro homem da casa, ainda estava na escola. Como na época as mulheres da classe de Annabelle não podiam trabalhar, a família precisava se virar com as economias que tinham e que estavam acabando. Em poucas semanas, ela completaria 25 anos, e seria considerada velha demais para mais uma temporada. Algo pelo que alguns homens torciam, pois poderiam convencê-la mais facilmente a se tornar uma amante para conseguir se manter. A situação era desesperadora!

 Mas Annabelle não era a única tomando chá de cadeira, sem ser tirada para dançar, naquela temporada. Em certo baile, ela reparou em três outras jovens: Lillian e Daisy (as irmãs Bowmans, vindas dos Estados Unidos, muito ricas, mas sem um título) e Evie (deixada de lados nos bailes por sua gagueira). As quatro começaram a conversar e resolveram se unir para conseguirem bons casamentos. Já que Annabelle era a mais velha, portanto, mais próxima de se tornar uma solteirona, ela seria a primeira a ser ajudada. As Bowmans lhe emprestariam roupas e joias para que ela parecesse mais bela (Annabelle não tinha sequer um sapato adequado para andar na grama), e iriam para as duas semanas de festa de final da temporada na propriedade de lorde Westcliff no campo, onde fariam o possível para que Annabelle fisgasse um nobre disponível.

 "Annabelle ficou olhando para a moça americana fingindo estar chocada.
 - Você é cruel - disse por fim.
 - Herdei isso da minha família. Os Bowmans são cruéis por natureza. Embora também possamos ser diabólicos quando a ocasião assim nos exige.
 Rindo, Annabelle se voltou para Evie, que as fitava com uma expressão desconcertada.
 - Evie - principiou com doçura -, até hoje sempre tentei fazer as coisas da forma certa. Mas não surtiu grandes resultados. Portanto, de agora em diante estou disposta a experimentar um método diferente..." (página 55)

 Poderia ser um ótimo plano, mas temos Simon Hunt nessa história, não que ele quisesse atrapalhar as garotas, mas Hunt também fazia parte do time que gostaria de ter Annabelle como amante. Um casamento entre eles não era a primeira opção, já que Simon era filho de um açougueiro, sem sangue nobre nem título, mas que aos 33 anos, havia se tornado muito rico ao investir em empresas que fabricavam equipamentos agrícolas, navios e locomotivas (ramo que estava em ascensão na época) possibilitando que ele estivesse em muitos dos eventos da aristocracia, além de ser amigo de Westcliff. Dois anos antes, Hunt e Annabelle trocaram um beijo, e desde então, ele sempre lhe pedia uma dança nos bailes, e ela nunca dizia sim.

 "Um homem podia ser perdoado por ser um emergente, desde que possuísse uma boa dose de cavalheirismo. No entanto, Simon Hunt não tinha. Não era possível travar conversas educadas com um homem que sempre dizia exatamente o que pensava, não importava quão pouco lisonjeiras ou censuráveis fosses suas opiniões." (página 20)

 Mas na propriedade de Westcliff, os dois acabariam ficando mais próximos, se conheceriam melhor e teriam que decidir se poderiam ficar juntos apesar da diferença de classes.

 Ler "Segredos de uma noite de verão" me fez lembrar o motivo de a Lisa Kleypas ser minha autora favorita de romances de época! É fascinante como ela consegue descrever bem as roupas e os cenários da época, misturando ficção com realidade, ao citar comidas, músicas, instituições como bancos e teatros; a gente acredita mesmo na ambientação da história. A sucessão de acontecimentos e os personagens também são pontos altos, um enredo bem desenvolvido e coeso.

 A situação de Annabelle é realmente desesperadora por causa da falta de dinheiro. É impossível não se comover com o que a família dela precisa passar. Imaginem tomar chá com o mínimo de açúcar possível, ir aos eventos com roupas remendadas e joias falsas! Annabelle não conhece outra vida além da que teve, não circulou por outros meios além da sociedade aristocrática, então, o casamento com um nobre é a única saída que encontra.

 Simon Hunt tem consciência de que, apesar de rico, continua sendo um plebeu. Ele não é nenhum santo, e eu confesso que gostaria de ter entendido melhor o momento em que ele decidiu que Annabelle poderia ser sua esposa e não somente sua amante.

 Falando em não ser santo, essa é outra característica dos personagens, eles são reais, com defeitos e qualidades. Armar para conseguir um casamento pode não ser uma atitude muito louvável, e a tímida Evie até reluta um pouco em aceitar participar do plano, mas por outro lado, ela quer viver, ser livre da tia que a maltrata. Lillian (protagonista do próximo livro) é uma força da natureza, determinada, esperta, jamais seria como uma dócil dama inglesa, e Daisy é super divertida, rendendo algumas das cenas mais engraçadas do livro: para fazer uma bola de couro para jogar sem que desconfiem, diz que está fazendo uma almofada (horrível!) para alfinetes, depois é só tirar os alfinetes e a bola está pronta (página 84), não se contenta por ser baixinha com seu pouco mais de metro e meio por sentir que as mulheres baixinhas são tratadas como crianças e quando ia fazer vestidos, ficava nas pontas dos pés, resultado: bainhas que precisavam ser refeitas (página 87).

 Uma das coisas que mais gostei no livro foi como ele aborda a amizade. Já li vários livros onde as personagens femininas se tornavam amigas por terem algum laço com um homem em comum, por exemplo, a mocinha do segundo livro se torna amiga da mulher do mocinho do primeiro, ou seja, elas se aproximavam por causa de um homem. Em "Segredos de uma noite de verão" isso não acontece (e parece que é do mesmo jeito nos próximos volumes). Haja ou que houver, cassem-se com quem for, Annabelle, Lillian, Daisy e Evie continuarão sendo amigas e leais umas às outras. Sempre darão um jeito de conversar e se divertir. No início do livro há varias cenas só delas, ondem se divertem por se divertirem, sem a necessidade de estarem pensando em romance. Também é interessante a amizade entre Hunt e Westcliff, o segundo parece um nobre meio esnobe e insensível inicialmente, mas mostra seu valor nos capítulos finais.

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 A edição segue o padrão dos romances de época da Arqueiro, com uma capa em tons de rosa, páginas amareladas, boa revisão, diagramação com margens, espaçamento e letras de bom tamanho.

"Nos últimos anos, havia se tornado extremamente rico, tendo adquirido títulos majoritários em empresas que fabricavam equipamentos agrícolas, navios e locomotivas. Apesar do seu modo nada polido, Hunt era convidado para festas da alta sociedade, porque era demasiado rico para ser ignorado. Ele personificava a ameaça que as indústrias representavam para a centenária aristocracia britânica presa à propriedade agrícola." (páginas 20 e 21)

 Enfim, "Segredos de uma noite de verão" foi um livro que eu gostei muito e que recomendo, pela boa construção da história, por seu pano de fundo com o embate entre a aristocracia inglesa e a ascensão industrial, por trazer um romance bem desenvolvido e com algumas cenas quentes intensas mas não vulgares, falar de amizade e ainda ter cenas bem divertidas. As situações vividas pelos personagens no século dezenove ainda causam empatia e reconhecimento no leitor dos dias de hoje. Estou me segurando para não jogar todos os compromissos pro alto, me trancar no quarto com os próximos volumes da série "As quatro estações do amor" (cada um é sobre um casal) e só sair de lá quando chegar na última página. Como estratégia para não fazer isso, o segundo volume, "Era uma vez no outono", encontra-se ainda embalado no plástico, pois sei que a hora que abri-lo, vou querer espiar as primeiras páginas e aí, "Adeus vida, trabalho, blog...".

 Detalhes: 288 páginas, Skoob, ISBN-13: 9788580414271, leia um trecho. Curiosidade: essa série se passa alguns anos antes da série "Os Hathaways" (já resenhada aqui no blog), mas não é preciso ler uma para ler a outra. Clique e compre na Amazon:

 Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: já leram ou querem ler algo da Lisa?

Até o próximo post!

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Resenha: livro "Contos e encontros do coração"

 Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com um livro muito especial: "Contos e encontros do coração", uma antologia organizada pelo escritor Adriano Silva e publicada em 2017 pela Editora Hope.

Resenha: livro "Contos e encontros do coração"

 O livro reúne 18 contos de novos escritores brasileiros que foram desafiados à escrever sobre o amor. Entre esses escritores, estou eu, que também tive um conto selecionado para a antologia. Durante a leitura, pude perceber como cada um de nós falou sobre um tipo de amor: o amor amizade, o amor que demorou muito para ser concretizado, o amor não correspondido, o amor que não precisa ser por alguém, mas por algo, e que mesmo assim muda a vida de quem ama, o amor que muda a vida de toda uma comunidade!

 O leitor pode encontrar contos de diversos estilos, alguns com uma escrita mais poética, outros mais simples e diretos. São textos curtos e de leitura rápida. Eu já comentei sobre cada um no meu perfil no Instagram, e aqui na resenha vou destacar só alguns pontos que me chamaram mais a atenção.

 Percebi em "Aqueles Dois", primeiro conto do livro, escrito pelo Adriano Silva, história sobre o amor de dois jovens que tiveram que se separar, essa coisa de "contador de causo" que nós, mineiros, temos a fama de possuir. "Rotina" do Diego Demetrius é a emocionante história de como amar um animalzinho pode dar um novo sentido para a vida.

 "Chorou um pouco por causa do que carregava nos braços e muito pelo que levava no peito." (páginas 34 e 35, Diego Demetrius)

 "Desencontros" do Guilherme Tironi me fez dar boas risadas, com as tentativas frustradas do personagem Alex de se entender com Elena.

"- Eu não tenho um cavalo, mas você pode cavalgar em mim? - Sorriu grande, tentando conter a gargalhada.
 - Você fala assim enquanto faz amor? - Perguntou, cruzando os braços por cima do peito, batendo o pé com impaciência.
 -'Eu não faço amor. Eu fodo com força.' - Respondeu ele, levando um veloz tapa da mulher, que ardeu, surgindo a marca de cinco dedos em sua face. O homem a fitou em silêncio por alguns segundos, voltando a falar.
 - Achei que tinha me dito que já havia assistido 50 tons de cinza." (página 67)

 "Café de amores" da Laura Florencio é a prova de que idade não defini qualidade. Com apenas 16 anos na época da publicação da antologia, a autora escreveu um conto lindo, muito bem escrito, sobre  o nascimento de amores que uma atendente presenciou em seu trabalho num café ao longo dos anos. "A visita (in)esperada" da Manu Saraiva foi outro conto que gostei muito. Tenho certeza que muita gente já sonhou em ver aquele ex voltando arrependido, dizendo que reconhece que errou no relacionamento.

 "Primeiros amores são os mais difíceis de esquecer." (página 126, Maria)

 E agora chegou a hora de falar do meu conto, "Amor Adolescente", que vai contar a história de uma garota que se descobre apaixonada pelo melhor amigo, um amigo com quem ela convive desde a infância, mas só quando essa garota percebe que ele está apaixonado por outra garota, é que ela entende o que está sentindo. Será que é tarde demais para esse amor? Só lendo para vocês descobrirem!

 Durante a leitura, bateu aquela insegurança de sentir que meu conto não estava tão bom quanto os anteriores. Aí eu li, reli, e amei mais uma vez essa história que escrevi com tanto carinho. Aqui no blog já tem um post e um vídeo mostrando mais detalhes da edição e contanto como foi o processo de escrita do conto, quem quiser conferir é só acessar: Reagindo ao meu livro novo: antologia "Contos e encontros do coração".

Resenha: livro "Contos e encontros do coração"
Resenha: livro "Contos e encontros do coração"
Resenha: livro "Contos e encontros do coração"

 A edição da Hope trouxe uma capa linda, o diferencial de ter a folha de rosto colorida, páginas amareladas, alguns erros de revisão, uma diagramação com margens, letras e espaçamento de bom tamanho, além de vários detalhes no início de cada conto.

 "Nenhuma solidão pode tirar nossas cores por todo o sempre". (Gabriel Tironi, página 49)

 Detalhes: 142 páginas, ISBN-13: 9788557880320, Skoob. Compre online na loja da editora. Acesse o meu Instagram e para conferir meus comentários sobre cada conto. Abaixo, o vídeo que gravei quando recebi os livros:



 Por hoje é só, espero que tenham gostado da resenha. Me contem: já conheciam o livro ou algum dos autores presentes? Gostaram do visual da antologia?


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Até o próximo post!

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Reagindo ao meu livro novo: antologia "Contos e encontros do coração", organizada pelo Adriano Silva, publicação da Editorial Hope

 Olá pessoal tudo bem? O post de hoje é muito especial, pois trago um vídeo de unboxing gravado quando abri a caixa em que vieram os exemplares de uma antologia onde um conto meu foi publicado, a antologia "Contos e encontros do coração", organizada pelo Adriano Silva, e que a Editora Hope lançou em 2017. Eu gravei o vídeo no final de agosto, que foi quando os livros chegaram, mas só consegui editar e postar agora. Apertem o play para conferir:



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Caixinha personalizada da Hope, almochaveiro, marcadores e livros.
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Lista de autores e primeira página colorida.
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Ilustração presente no livro.
Antologia Contos e Encontros do Coração Editora Hope (4)
Um trecho do meu conto "Amor Adolescente".
 Conforme comento no vídeo, foi em maio que vi que o Adriano Silva, meu amigo no Facebook, estava recebendo textos para essa antologia. Eu tinha acabado de ler "O que o inferno não é" do Alessando D'Avenia, que foi uma das minhas melhores leituras de 2017 e que é um daqueles livros inspiradores, que me fez pensar "Eu também quero tocar as pessoas através das palavras!", e aí eu tive a certeza de que tinha que escrever um conto para essa antologia.

 Larguei tudo o que eu estava fazendo e fui escrever. Querendo fazer uma homenagem ao livro do Alessandro D'Avenia, decidi que uma das personagens também se chamaria Lúcia, como a personagem de "O que o inferno não é", ainda que as duas só tivessem em comum o nome. E quando a inspiração faltou, abri o YouTube e fui ouvir a versão da Jessie J para a música "Stay With Me" do Sam Smith's. E essa música me ajudou a contar a história de um amor adolescente, um amor que foi crescendo com o tempo.

 Escrevi e enviei o conto, e depois foi só alegria ao saber que ele tinha sido um dos selecionados. No grupo que a editora montou para os autores no Facebook, a gente foi informado sobre todas as etapas da publicação e pôde ver uma prévia de como o livro ficaria. Mas é claro que ao vivo ele ficou ainda mais encantador.
Antologia Contos e Encontros do Coração Editora Hope (5)
Contracapa e sinopse da antologia.

 Uma das coisas que gostei muito foi a sinopse ter sido formada com os títulos dos contos:

Contos e encontros do coração
ISBN-13: 9788557880320
Páginas: 142
Skoob

Clique aqui e adquira a antologia na loja da editora
Sinopse: O Amor pode nascer dividindo uma xícara de café em um lugar chamado Café de Amores, quebrando a Rotina em um jardim de uma única Flor Roxa. Amor Adolescente ou um (Des)encontro com um Garoto de Moletom Azul. O Amor pode Renascer com uma Visita (in)esperada numa prova de Amor Incondicional, Impressionando Anjos como Um Cometa Num Sonho. Amor que pode durar uma vida em uma Espera e ter uma sobrevida em Ultimas cartas, revelando o que existe Dentro de Nós. Amor d’um Sertão, de qualquer outro lugar... revelado no Pacto Daqueles Dois que Minha Alma Te Ama.
 E é isso, espero que tenham gostado do post, do vídeo e de conhecer um pouco sobre como foi o processo de criação e publicação do meu primeiro conto. A editora recentemente deu uma ótima notícia aos autores: a antologia já alcançou a marca de 100 exemplares vendidos! Além disso, esteve presente na Bienal do Livro Rio desse ano. Aproveitem para adquirir o livro no site da editora. Em breve farei uma resenha falando um pouco sobre cada conto.

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Para finalizar, uma foto com as minhas três publicações. Clique nos títulos para saber mais sobre: "Tempos de inocência", "Contos de um Natal Sem Luz Volume 3".
 * Hoje, lá na fan page, teve novidade sobre mais uma antologia da qual participarei, já viu?

Até o próximo post!

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Escrevendo sem medo de agosto: "Eu gosto tanto de você, que até prefiro esconder" #ESM

 Olá pessoal, tudo bem? Quando fui ver o tema do projeto de escrita do qual estou participando, o "Escrevendo sem medo", para o mês de agosto, pensei: "Eita! O que é que eu vou escrever com esse tema?". As instruções eram: "Esse texto funcionará como uma carta anônima. Pense em alguém que você gosta e se declare. Exponha aquilo que faz com que você goste tanto da pessoa, dê dicas de quem ela é, mas não revele para quem a carta se destina.". Vou dar uma roubadinha? Sim, vou! Será necessário, hehe.

Imagem totalmente aleatória, fonte.

 Querido ***** ****,

 Talvez você até suspeite, desconfie ou já tenha reparado como eu quase perco o controle quando te vejo, como meus olhos brilham ao te avistar, como meu coração muda de ritmo ao te ter por perto.

 A verdade é que, como diz aquela música, "eu gosto tanto de você, que até prefiro esconder", pois um gostar assim, tão intenso, pode ser incompreendido por alguns, e é melhor deixar isso só entre nós.

 Sei que há também algumas pessoas que podem compreender esse amor. Pessoas que também conhecem o potencial transformador de um sentimento assim. Como uma relação desse tipo pode tirar uma alma das sombras, pode ser um amparo e uma luz na busca por um caminho feliz... Uma companhia para a solidão, um alento para os sofrimentos, uma fuga para dentro ou para fora, ou uma janela para um novo horizonte.

 Obrigada por cruzar o meu caminho. Eu não espero uma resposta sua. Sei que ela dificilmente virá. Só quero que saiba que é amado.

 Espero que se encontre bem, em um local seco e seguro.

 Com carinho,
 Maria.

 E é isso! Alguém aí arrisca um palpite sobre para quem é essa declaração?

 Leia também:

 Participe do TOP COMENTARISTA  de agosto para concorrer ao livro "Dois Mundos", clique aqui para deixar seu e-mail no formulário de inscrição.



Até o próximo post!

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Resenha: livro "Love is in the air"

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 Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "Love is in the air", uma antologia organizada pela Beatriz Soares e publicada em 2017 pela Ler Editorial. A obra reúne 4 contos de autoras nacionais, todos do gênero romance e com pelo menos uma referência à Londres. Vocês podem conferir um resumo da resenha no vídeo abaixo, onde mostro o quanto o livro está bonito:



 Conheçam um pouco sobre cada conto:

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 "Lembranças de um outono em Londres" da Eva Zooks traz um casal que sofre por só poder se encontrar em raras ocasiões. O soldado Edmond foi traído por um de seus companheiros, e por isso tem que ficar afastado de sua amada Gabriela. O conto narra um dos encontros dos dois, mas que tem um desfecho diferente. Não vou falar muito para não dar spoiler, o que já adianto é que a segunda parte do conto tem fantasia, e foi surpreendente entender os motivos que separavam o casal. A história toda tem cerca de vinte páginas, e eu queria muito que o conto fosse maior, pois essa questão da fantasia é tão surpreendente que poderia tranquilamente ser mais explorada.

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 "Sussurros do coração" da Tamires Barcellos é protagonizado por Samantha, uma garota de dezenove anos que vivia sendo oprimida pelos pais, que faziam de tudo para isolá-la. Seu único divertimento era visitar a biblioteca da cidade. Até que surgiu um novo morador na rua, um homem misterioso e mal-encarado havia se mudado para o número 1505. Por ser uma vizinhança muito fechada, onde todos já se conheciam a muito tempo, Henry, o novo vizinho foi visto com certa desconfiança e até mesmo preconceito. Mas Samantha, ansiando por liberdade, decidiu se aproximar desse vizinho, ainda mais após ele tê-la ajudado em um momento difícil. Porém, seus pais não veriam com bons olhos essa aproximação. Qual teria sido o motivo de Henry para se mudar para aquela rua? Haveria fundamento para as suspeitas dos vizinhos? Ele e Samantha teriam algo em comum?

 "Desta vez, fui eu que não esperei por uma resposta. Simplesmente virei as costas e refiz todo o caminho pelo corredor, a sala bagunçada, o hall e a porta de entrada. Ele, claro, não veio atrás de mim em momento algum e eu não esperava por isso.
 Aliás, não sei nem o que eu esperava. Sério, o que eu poderia esperar batendo na casa de um homem desconhecido e insistindo para entrar e fazer alguma coisa para agradecer por ter me salvado?" (página 24)

 Com cerca de oitenta páginas, "Sussurros do coração" é um daqueles romances que faz qualquer adolescente suspirar. Sabe aquele amor que a gente sonha que vai nos salvar e a quem também podemos salvar? É isso que temos aqui. Mesmo eu, que já deixei esses sonhos e ilusões para traz faz tempo, me vi torcendo pelo casal, torcendo para que Samantha se libertasse da opressão inexplicável que seus pais lhe impunham, para que ela e Henry, cujo perfil não sei se há na vida real, fossem felizes.

 "- Não sei ao certo quantos dias, meses ou anos uma pessoa leva para amar alguém. Mas desde aquele dia em que me salvou, em que olhei em seus olhos pela primeira vez, você marcou meu coração e o levou consigo. Meu coração é seu, Henry. Ele pode ser apenas um sussurro, um sopro, talvez não tenha importância, mas é seu, por que eu amo você e vou amar para sempre." (página 98)

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"Liz vivia sempre na superfície, lugar seguro para qualquer um, mesmo que sofrido." (página 180)

 O terceiro conto da obra é "A mania da ninfa", da Catarina Muniz. O narrador é Richard, um jovem médico que começou a trabalhar no St. Mary's Hospital. Uma de suas colegas de trabalho, mais experiente no hospital, era Elizabeth. Richard começou a ficar curioso com o fato de ela, diferente dos demais colegas que se reuniam para bater papo, sumir quando eles tinham um tempo livre entre um atendimento e outro. Logo ele ficou sabendo que ela era ninfomaníaca, e que já havia sido pega em situações constrangedoras no trabalho. O que começou como uma curiosidade, acabou evoluindo para um relacionamento intenso que viraria a vida de Richard de pernas pro ar.

 "Aquilo começou a chamar minha atenção. Ela se isolava em algum lugar e ninguém a via. Meus colegas não pareciam preocupados ou curiosos, mas eu ficava cada vez mais. Até que um dua, um homem chegou até nossa mesa com traumatismo craniano e hemorragia pulmonar. Coisa grave, acidente de carro. Ele teve duas paradas difíceis, mas conseguimos ressuscitá-lo com muito custo. Saímos exaustos. E lá se foi Liz, silenciosamente, sabe-se lá pra onde." (página 124)

 "Masturbar-se num hospital? Depois de ver sangue e tripas pra fora, e gente morrendo, e parentes chorando? Achei bizarro! Mas, ao mesmo tempo, excitante." (página 124)

 Confesso que estava com certo receio de ver como a autora abordaria o tema, visto que ele pode ser classificado como transtorno psicológico. Mas eu amei a história, me vi tão envolvida que só queria ler e ler. A escrita da autora me ganhou nas primeiras linhas. O Richard não é um personagem perfeitinho, ele é humano e erra e acerta, mas sentimos empatia por ele e pelo amor que ele sente por Liz. Eu estava preocupada também com a forma como a causa do transtorno de Liz seria explicada, mas gostei muito da resposta dada pela autora. Foi meu conto favorito!

 "Sem perceber, Liz tornara-se especialista em estabelecer ligações sem laços." (página 180)

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 E para fechar a obra, temos "Nos arredores de Londres" da Paola Scott, onde conheceremos Catarina, que antes de começar o tão sonhado emprego de tradutora numa editora, vai fazer uma viagem por alguns países da Europa. Lá, por acaso, ela conhece Sebastian, um escritor. Essa viagem seria muito mais do que Catarina poderia imaginar! Como não amar um conto onde os personagens são tão apaixonados por livros quanto a gente, né?! Só queria ter conseguido entender melhor o Sebastian, ver mais dos sentimentos dele, já que é a Catarina que narra a maior parte da história.

 "Ok! Será que eu estava disposta a estragar minha viagem debatendo sobre o que cada um gostava de ler? Sobre o que era bom ou ruim? Era o tipo de assunto que me desgastava. Quando as pessoas iriam aprender que não existe melhor ou pior? Que só existe aquilo que te faz feliz ou não. Que te transporta, te faz sorrir, sonhar, viajar..." (página 197)

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Se tem Adele e Andra Day na playist, já me ganhou!

 Como vocês podem ver nas fotos e no vídeo, "Love is in the air" é um livro que encanta os olhos, da capa até a contracapa. É o livro mais bonito da Ler Editorial que eu tenho na estante. E antes que alguém diga que eu mostrei demais do livro, lhes garanto que pessoalmente ele é ainda mais bonito e que há alguns detalhes que vocês não viram nas fotos. As páginas são amareladas, há poucos erros de revisão, as margens, o espaçamento e as letras tem um bom tamanho.

 Enfim, "Love is in the air" foi um livro que gostei muito e que recomendo. Foi meu primeiro contato com a escrita das quatro autoras, mas com certeza vou querer ler outros livros delas. Vale lembrar que o livro é recomendado para maiores de dezoito anos, pois há cenas de sexo em todos os contos. Outra coisa em comum entre eles, além de serem de leitura rápida, é a presença de pelo menos um personagem de olhos azuis em cada história, será que isso foi combinado?

 Detalhes: 264 páginas, ISBN-13: 9788568925454, Skoob. Onde comprar online: Livraria da Folha. Curiosidade: depois da leitura foi que reparei que há um "1" na capa, e a editora acabou revelando que haverá outros volumes de "Love is in the air", o próximo sairá na Bienal e é ambientado em Paris! Se eu já quero? É claro que sim!

 Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: já conheciam o livro ou alguma das autoras?

Participe do TOP COMENTARISTA de Julho, clique aqui para saber como participar e concorrer aos livros "O Casal que mora ao lado" e "Paris para um e outros contos".




Até o próximo post!

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Resenha: livro "O que o inferno não é", Alessandro D'Avenia (com sorteio de um exemplar)

 Olá pessoal, tudo bem com vocês? No post de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro  "O que o inferno não é", escrito pelo italiano Alessandro D'Avenia e publicado no Brasil em 2017 pela Bertrand Brasil. Como vocês podem ver, a resenha está cheia de citações, e aconselho que vocês leiam cada uma com carinho, elas certamente podem dizer mais do livro que minhas considerações. E leiam até o final para saber como e por quê participar do sorteio de um exemplar.

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 "Somente se tocarem um pedacinho de beleza é que poderão desejá-la. O inferno é o lugar em que o espaço para os desejos já está todo ocupado. Por isso, nele se faz o que é ordenado, de cabeça baixa." (página 50)

 A história se passa nos anos noventa, em Palermo, cidade da região conhecida como Sicília, na Itália. Federico é um jovem de classe média, tem um irmão mais velho que estuda medicina, e mora com os pais. Aos dezessete anos, em seu último dia de aula, o professor de religião de sua escola, o querido 3P, padre Pino Puglisi (daí o apelido) lhe convida para ajudá-lo em seu projeto social. Como Dom Pino é um dos professores mais amados pelos estudantes, por sua cabeça aberta e sua proximidade com os alunos, Federico acaba aceitando ir até Brancaccio, o bairro na periferia da cidade, onde mora e trabalha o padre. Essa visita mudaria a forma como o rapaz via o mundo!

 "Deus pôs um coração em seu peito, mas se esqueceu da couraça. É o que faz com todo rapaz; por isso, para todo rapaz, Deus é cruel.
 O rapaz tem dezessete anos e a vida para inventar. Dezessete não promete boa ventura, até mesmo os atores são feios e não acreditam que vão ficar bonitos. O sangue é quente e, quando aperta o coração com força, obriga-nos a decidir o que fazer com ele.
 Ele tem todas as perguntas, mas as respostas chegarão quando as tiver esquecido. Dezessete é um erro de cálculo temporal entre oferta e demanda." (página 12)

 Federico era um garoto que ainda procurava seu lugar no mundo. Ele gostava de ler e de escrever, especialmente poesia, gostava de brincar com as palavras, de fugir do mundo real para o mundo das palavras. Brancaccio era um bairro pobre e dominado pela máfia italiana. As crianças que viviam ali levavam vidas muito mais difíceis e foi um choque para Federico perceber que, tão próximo de sua vida confortável, pessoas passavam por tantas carências. Dom Pino fazia o que podia, quando não estava dando aulas no colégio de Federico ou rezando missas, visita as família de Brancaccio e recebia as crianças no centro que criou, mas não era só no centro que ele cuidava deles, em qualquer lugar que encontrasse seus pequeninos na rua, sempre tinha um minuto para lhes dar atenção, para conversar com eles, responder suas perguntas ou apitar um jogo de futebol.

 "A luz vai escurecendo e é substituída pela raiva de quem destrói e nem mesmo sabe por quê, de quem aprende a dominar antes de amar, de quem não sabe que amar acrescenta alguma coisa à vida, ao passo que odiar subtrai, mas odiar é mais fácil e imediato. É uma espécie de anestia que não permite que se sinta a vida e a luz. Muitos deles sofrem violência sexual por parte de garotos mais velhos, e assim acabam se habituando a se submeterem. E quem é dominado já não sabe como se faz para amar, porque também já não sabe como se faz para ser amado."  (página 139)

 Dom Pino acreditava que tudo o que aquelas crianças precisavam para saírem do inferno que era a vida em Brancaccio, era uma oportunidade. Uma oportunidade de conhecer uma vida diferente, de desejar uma vida diferente, onde pudessem estudar ao invés de roubar, onde pudessem brincar ao invés de agredir, onde pudessem sonhar com um trabalho digno que lhes pagasse suas necessidades.

 "Dom Pino é um dom sem poder, mas não sem força. Uma força desarmada, não superior à violência - porquê a violência transforma a carne -, mas ulterior à violência - porque sua força transforma o coração. Supera-a, não no espaço, mas no tempo. Somente o tempo pode vencer o espaço. Há homens que dominam o espaço, e  há homens que são senhores do tempo.
 Dependem do deus que escolheram para se consagrar." (página 81)

 Foi muito fácil relacionar a realidade de Brancaccio com a realidade que conhecemos. Basta pensar nas favelas dominadas pelo tráfico que se espalham pelo nosso país, ou até mesmo olhar para algumas comunidades da minha pequena cidade, ou observar alguns "alunos problemas" da escola onde faço estágio. Que futuro essas crianças com família desestruturadas, que não tem acesso a coisas básicas como alimentação, podem ter? Vou dar o meu próprio exemplo: após terminar o Ensino Médio, fiquei anos sem estudar, fechada na minha cidade minúscula, simplesmente por não saber como eu poderia fazer uma faculdade, mas quando me foi dado o acesso à essa informação, comecei a correr atrás, e hoje estou no último ano do curso de Pedagogia, eu só precisava de algo que me impulsionasse, que fizesse nascer em mim a vontade de aprender mais, e encontrei isso nos livros. Mas não basta só pensar sobre o assunto, é preciso fazer alguma coisa para quebrar o círculo vicioso de manutenção da pobreza, que agrada às organizações criminosas e alguns governantes. E é isso que Dom Pino fazia.

 "Ele sabe que tem que fazer o contrário: olhar, ver, ser olhado, visto. Abertamente, de cabeça erguida. E não fazer de conta que não viu nada se o que viu deve ser mudado. O início do inferno é baixar o olhar, fechar os olhos, virar para o outro lado e reforçar a única fé espontânea que a Sicília conhece, que é aquela fatalista e cômoda do 'seja como for, nada vai mudar'. Sua paz se nutre dessa guerra contra o que é sempre igual, contra a ordem constituída, mantendo os olhos bem abertos. Quantas vezes não tem que repetir às suas crianças: de cabeça erguida, caminhem de cabeça erguida. Por essas ruas, quando alguns passam, outros baixam o olhar. A submissão ocular é regra de vida, Se você olha, está lançando um desafio. E ele olha todos no rosto e nos olhos."  (página 81)

 Eu quis ler "O que o inferno não é" por recentemente ter visto alguns comentário super positivos sobre outro livro do Alessandro D'Avenia: "Branca como o leite, vermelha como o sangue". No início da leitura, a alternância entre a narração em primeira pessoa feita por Federico e a narração em terceira pessoa focada em Dom Pino me confundiu um pouco, assim como a forma poética e italianizada da escrita do autor, mas aos poucos fui me acostumando com isso (aliás, parabenizo o trabalho de tradução que foi feito) e "O que o inferno não é" entrou para os meus favoritos e ganhou nota máxima em minha avaliação.

 "Tinha a coragem que raramente vi nos adultos." (página 357, Federico sobre Dom Pino)

 Com capítulos curtos, que proporcionam uma leitura fluida, é um livro que duvido que alguém consiga ler sem ser tocado. Conforme vamos vendo o quanto Dom Pino se dedica inteiramente para tornar o mundo melhor, mesmo que isso lhe custe sua saúde e sua segurança, mesmo que ele sinta que não tem mais forças, vamos querendo mudar o mundo também, refletimos sobre o que estamos fazendo com a nossa vida, sobre o poder que temos em nossas mãos de tornar a vida de alguém melhor ou pior. Pelo menos eu me senti assim. E só não chorei com os capítulos finais por não ter parado a leitura, por ter seguido para o próximo parágrafo.

 "Todos os anos, em cada classe teve entre vinte e trinta estudantes. São quase dez mil os estudantes aos quais sorriu em quinze anos. E sabe o que pode fazer pelo menos um sorriso por semana na vida de um jovem. Nunca deixará o ensino. Talvez no fim da vida chegue a cem mil alunos. Dá para mudar uma nação com cem mil jovens. Mas também dez mil podem bastar para uma revolução. Todo professor é o potencial bélico mais perigoso de um Estado, fusão capaz de ativar reações atômicas insuspeitas." (página 191)

livro "O que o inferno não é", Alessandro D'Avenia
Resenha: livro "O que o inferno não é", Alessandro D'Avenia (com sorteio de um exemplar)

 A edição traz uma capa feita sobre uma fotografia de um lugar real de Palermo, com elementos que tem tudo a ver com a história, como a boneca. Acreditem que ao vivo a capa é mais bonita que nas minhas fotografias. As páginas são amareladas, a diagramação é simples mas com letras, margens e espaçamento de bom tamanho, e devo ter encontrado no máximo um ou dois erros de revisão.

 Detalhes: 384 páginas, ISBN-13: 9788528621631, Skoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas.

 "Os rapazes sempre esperam alegria da vida, não sabem que é a vida que espera alegria deles." (página 12)

 Federico e Lucia (uma jovem moradora de Brancaccio) me lembraram a Maddy e o Olly de "Tudo e todas as coisas" da Nicola Yoon, com o gosto que tem pela leitura, com suas cinco palavras favoritas. Em "O que o inferno não é", relembrei o que é um oximoro (figura em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão) e conheci Petrarca (poeta italiano conhecido como o inventor do soneto).

 "(...) e onde se perde o olho, o coração também acaba enredado." (página 11)

 "O que o inferno não é" é um livro que gostei muito e que recomendo. Se você puder adquiri-lo e/ou presentar alguém com ele, faça isso. Recomendo também que após a leitura da obra, se também ficar curioso como eu fiquei, pesquise um pouco sobre Brancaccio e o 3P, mas somente após a leitura, hein?! Você vai se surpreender! "O que o inferno não é" é um livro sobre encontrar seu lugar na vida, e que nos faz entender quando dizem que a educação pode mudar o mundo e qual o verdadeiro sentido de amar ao próximo. 

 "As coisas atingidas por muita luz projetam o mesmo tanto de sombra; toda luz tem seu luto; todo porto, seu naufrágio. Mas os jovens não veem a sombra, preferem ignorá-la." (página 11)

 Acredito que todos mereciam a oportunidade de ler o que Alessandro D'Avenia brilhantemente escreveu, mas como não tenho como sair distribuindo exemplares da obra por aí, consegui com o Grupo Editorial Record um exemplar do livro para sortear para os leitores do blog.

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 Para participar você deve:
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 As inscrições começam hoje e vão até dia 31/05/2017. O resultado do sorteio será divulgado em até uma semana após o término das inscrições. O sorteado será avisado por e-mail e terá até uma semana para responder ao e-mail enviado informando seu endereço para entrega ou o sorteio será refeito. O envio do livro será feito pelo Grupo Editorial Record.

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha, nem sempre é fácil falar sobre um de nossos livros favoritos sem se estender demais. Me contem o que acharam da história, se já conheciam a obra ou o autor.

Até o próximo post!

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