High Need Babies (Bebês que precisam de muitos cuidados)
Eu nunca tinha ouvido falar, pra mim, todos os bebês precisavam de muitos cuidados, até que o Artur nasceu. Costumo definir-me dessa maneira: Antes de depois do Artur.
Antes: Eu era uma mãe moderna, atenta a todas as modernidades do século XXI e totalmente à favor da independência das crianças e mais, que esta noção deveria vir de berço mesmo.
Depois: o Artur nasceu, vi nele necessidades jamais vistas, que para muitos é encarado como manha, manipulação. Na verdade, me vi desesperada com um bebê que não saía do colo para nada, absolutamente para nada. Foram noites tentando fazer ele dormir no bercinho e até hj são muitos dias tentando fazer ao menos que ele fique no carrinho para eu ir ao banheiro, mas não adianta, ele fica, mas chora, chora muito.
O problema está aí, o choro dele é absurdamente ensurdecedor, ele berra, chora com todas suas forças sem trégua, perde o fôlego. Quando ele não está no meu colo dormindo, ele está no meu colo mamando e assim tenho levado os seus 75 dias de vida. Hj, depois que aderi à cama compartilhada, ele dorme a noite toda, mas essa cama compartilhada inclui o contato físico. Sim, eis a questão, meu filho sente uma necessidade extrema de contato físico e mais, comigo, ele só sente-se em paz e aconchegado se estiver no meu colo e raramente eu posso revezar com meu marido.
Parece mentira, coisa de mãe de primeira viagem, mas não é. Eu fiquei dias como louca, chorando de exaustão, de constrangimento tbm, pois as “visitas” as famílias não perdem a oportunidade de dar palpites. Lembro-me que no dia das mães, mais um pouco diriam para que eu desse churrasco para o Artur.
Certo dia minha mãe veio em casa e aqui esteve cerca de duas horas e nessas duas horas foi incansavelmente repetitiva em dizer: “Esse bebê chora demais!”. Vez ou outra alternava em: “ Como chora esse neném!!”
Se ela não se cansou de falar, eu cansei de ouvir, mandei ela para a casa dela, pois lá não tinha nenhum bebê chorando. Sei que fui grossa, mas eu já não aguentava mais críticas ao meu bebezinho tão carente que nem eu mesma conseguia entender.
Tive que me adaptar a essa nova vida. Não o compreendia, mas não podia deixá-lo chorar, para ajudar, ele tem cólicas de estresse, ou seja, se recebe visitas, sai de casa ou chora demais, tem cólicas desesperadoras ( a desesperada sou eu). Comprei um sling, já que berço e carrinho em casa são meros artigos de decoração, mas para encontrar o Artur, é só saber onde estou. Durmo nas horas em que ele dorme e meu marido praticamente assumiu as tarefas da casa.
Ah!! Meu marido, esse parceiro fiel, companheiro de todas as horas, sempre me compreendendo e apoiando em todas as decisões, o que seria de mim sem ele??
A internet, minha eterna paixão, tornou-se minha companheira de todas as noites e madrugadas. Aqui, aprendi de tudo, compreendi muitas coisas, tanto que, eis, que numa dessas noites em que ele estava no meu colo (agora ele tbm está, claro) eu descobri algo que iluminou minha vida, me trouxe de volta a felicidade de ser mãe, sem me sentir incompetente e incapaz de cuidar de um bebê.
A situação tinha chegado ao ponto de eu procurar uma terapeuta, pois achava estar com início de Depressão Pós-parto e estava mesmo.
Num site, encontrei o relato de um Pediatra chamado Dr. Sears, onde ele descreve o comportamento de sua filha mais nova (ele tem 4 filhos), mas o mais interessante é que ele descreveu o Artur. Meu Deus, meu filho é normal, existem outros bebês como ele e não é manha, é apenas uma necessidade maior que dos outros bebÊs.
Na verdade, ele clama por contato físico, tem essa necessidade, assim como a necessidade de comer, dormir, trocar a fralda, enfim, não existe remédio, tática, manuais, apenas possuo um bebê que precisa de mais cuidados. Meu filho precisa mais de mim do que eu pensava e compreender isso fez um bem enorme para mim e toda a minha família, senti-me especial, não apenas uma escrava de tetas.
A sensação de conforto e consolo que ele sente quando o pego no colo é revigorante e sinto-me uma mãe de muitos cuidados tbm.
Fiz esse relato para tentar ajudar mães que podem ter, tem ou tiveram filhos assim e não compreenderam nada. Parece bobagem, mas não compreender as necessidades de nossos bebês é desesperador e hj estamos tranqüilos e felizes.
Deixo aqui, o endereço do site maravilhoso onde achei a resposta de meu problema, vale lembrar que esse site deve estar sempre nos “Favoritos” no computador de toda mãe ou casa que possuam crianças.
http://solucoes.multiply.com/journal/item/34
Beijos e obrigada