terça-feira, 30 de setembro de 2014

Porque o bom filho à casa torna

São exatamente 3 horas da manhã e eu decidi fechar todos os ciclos da minha vida.
Dos 4 blogs que eu tenho, por hora esse é o terceiro que atualizo.
Talvez antes eu deva descer até a sala e preparar um café bem quente para começar a falar como eu sempre falei.
Quero escrever aqui hoje sem pensar que alguém irá ler e qual o impacto terá na vida da pessoa que leu.
Aqui nesse blog eu sempre escrevi pra mim.
.................
E de café em punho, creio que dê para começar.
Uma coisa que eu mudei muito nesse tempo todo é isso: eu tomo café. Antes só tomava com leite, hj eu tomo muito café.
Mas voltando para o que interessa, eu mudei.
Não tenho vergonha de tudo que registrei aqui.
Negar, esconder, mentir não seria ser eu.
Claro que eu nego, eu minto e deixo de ser eu às vezes, mas não aqui.
A conclusão que cheguei desde que tive a pior crise depressiva de todas em 2009 era a de que todas as vezes que minha vida esteve em minhas mãos, eu não sabia exatamente o que fazer com ela. As coisas davam errado e eu preferia o meu fim, ao aceitar o fim do que eu queria.
Por esse motivo decidi por muitos anos que era melhor minha vida estar nas mãos de alguém.
Então, entreguei minha vida nas mãos de meu filho.
Minha vida se resumia na dedicação a ele, a minha dor se resumia na dor de tê-lo com as dificuldades que ele tinha, a minha depressão não tinha espaço.
Uma mãe só desiste de um filho quando realmente desistir é o melhor caminho para amenizar o sofrimento DELE.
Então, foi isso que eu fiz, está explicado porque.
Sempre acompanho várias pessoas da época que eu conheci na minha fase crítica da depressão. Tenho contato com muitas delas até hoje e fico muito, muito feliz porque apenas uma deu cabo de sua própria vida. Triste, mas acontece.
As outras, vivem como eu: dias bons, dias ruins, mas vivem.
E felizmente foi isso que eu consegui compreender.
A dor da depressão nunca vai embora.
Eu continuo depressiva, eu continuo triste muitas vezes, eu continuo sem vontade de viver.
Por outro lado, eu continuo construindo, eu continuo vivendo, eu continuo querendo e realizando.
Então, quando a depressão me assola, fica fácil entender que é mais um dia, que é mais uma fase. Que assim como aquela euforia que deixa o mundo na palma da minha mão também se vai. E digo, quando ela se vai, eu sofro, como gosto dessa euforia FDP que eu tenho.
Sempre acreditei na evolução do ser humano.
Uma pessoa ou estaciona no que é, ou evolui, nunca regride.
Mas, diante da pessoa que me tornei algumas vezes, pergunto-me se realmente é verdade.
Por outro lado, compreendi que assim como não dá para se exigir ser como a sociedade, quem é a sociedade?
O que ela determina é a grande verdade?? Não. né?
Então, eu cresço do meu jeito, eu sofro do meu jeito, eu vivo na sociedade do jeito que eu quero.
Sinto-me livre, liberta de medos que tinha antes. Meus medos são diferentes hoje.
Mas eu me sinto forte. Eu me sinto dona de mim.
Eu me sinto capaz e enfrentar o que temo.
Eu não me corto mais, eu não sangro mais, eu vivo doente pra caralho somatizando as coisas, mas eu deixo elas saírem de mim.
Hoje, muito mais com palavras, reclamações, foda-se, rinites, sinusites, doença de crohn, mas não deixo de ser eu mesma.
Olho para esse blog e sinto orgulho de mim.
Eu tinha 31 anos quando comecei.
Hoje tenho 38 anos e uma alegria e vontade de viver incrível.
Não quero meu blog perdido no limbo da internet apenas.
Eu quero q ele continue sendo eu.
E será!!
Bem, o sono chegou, está tarde, o café acabou, o jeito é encerrar você por aqui, por hoje, por esse mês, ou para sempre (jamais)

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Nada muda se você não mudar e crescer

Em 2010 a sensação que eu tive foi de que minha vida tinha acabado.
2009 foi um ano terrível onde minha maturidade ainda não permite não desejar um ano igual para quem o tornou assim.
Felizmente, eu sou uma pessoa RUIM que não desaba por qualquer coisa.
A sensação que eu tinha e que todos podiam observar é de que eu tive minha dignidade arrancada de mim. Fui humilhada, reduzida a nada e tive que me calar para me manter bem.
Depois eu perdi meu filho.
Sim, perdi porque até então eu achava que tudo ia ser como eu planejei, mas a vida planejou mais uma vez outras coisas para mim.
Eu não sabia de nada, mas uma vez me calei e me resignei aos acontecimentos.
Acabei com todos os meus sonhos, nem adormecê-los eu permiti.
Matei, deixei em mil pedaços para nunca sequer encontrar pedacinhos dele por aí e sofrer.
Comecei e começamos do zero.
Mais uma vez, RUIM como sou, não aceitei me resignar somente. Eu não tinha mais aquela vida que havia sonhado, mas eu ainda tinha uma vida para viver e desde então não tenho feito outra coisa para isso.
Nesses últimos 4 anos fui muito feliz, minhas tristezas foram como as suas, de momentos. Minha dor foi a por sempre querer mais e nem sempre poder alcançar. Mas eu nunca desisti.
Desanimei muitas vezes admito.
Eu tenho muito, muito orgulho de mim.
Sou muito grata a todas as pessoas que estiveram ao meu lado sempre que precisei e também às que se mandaram, pois não gosto de carregar bagagens desnecessárias na minha vida.
Num momento de minha vida eu escolhi o nada.
Imaginei que eu nunca mais teria ou seria nada em minha vida além de mãe, esposa e alguém que precisava trabalhar para ganhar dinheiro.
Hoje, 4 anos depois o saldo é recompensador:
Tenho uma família linda, um filho e uma filha incrível, um marido que topou crescer comigo, minha dignidade de volta, consegui provar às pessoas, ainda que não precisasse e não devesse nada a elas, que eu sou capaz.
Não me calei diante das dores do meu filho e tenho lutado para reduzi-las dia a dia.
Não me calei diante de nada e hoje querendo ou não, as pessoas tem que me ouvir e respeitar
Achei que NUNCA em minha vida iria conseguir realizar o sonho de estudar, fazer uma faculdade e ainda que conseguisse, nunca imaginei que fosse a que sempre sonhei, aquela que todos sempre diziam que eu levava jeito para fazer.
E com muito prazer, com muita felicidade venho dividir com vocês através desse "livro" que eu posso.
Que eu não tenho limites, que eu não só pulo muros como construo coisas ótimas em volta deles.
Faculdade de Direito, aqui vou eu.
Amo vocês!!!!

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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Perdidamente perdida.

O céu está lindo lá fora.
Já é noite, as estrelas o enfeitam, dançam uma melodia que só quem está perdidamente perdido pode acompanhar.
Posso dizer quando é dó, si, ré e lá.
Posso ver seu olhar lá também.
Me perdi olhando as estrelas como quando me perco olhando seus olhos.
Na verdade, quando te olho, seus olhos são o céu e eu sou a estrela que brilha e se perde, que dança uma melodia perdida onde só os perdidos perdidamente podem acompanhar.
Muitas perdas perdidamente perdidas são movidas por, cheiros, sons, momentos, a minha perda é seu olhar.
Porém, o céu é o infinito, inalcançável e eu, apenas uma estrela morta com suas lembranças que ainda teima em brilhar.
Sua infinidade me perde, meu brilho não se apaga, a melodia não deixa de tocar e eu continuo perdidamente perdida no seu olhar.

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