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05/04/2017
04/10/2016
Tiago Cruz
O final daquela tarde de Sábado, no Encontro do Porto, teve uma apresentação e conversa com o Tiago Cruz. O Tiago, para além dos desenhos extraordinários que faz, tem também uma visão muito própria dos cadernos e dos seus desenhos. Falou do desenho exploratório de uma esfera mais privada, e um desenho expositivo de carácter mais público. Falou das imagens fantasma, quando o desenho repassa para o outro lado, e também da ideia peregrina e talvez inusitada da venda de um dos seus cadernos. Independentemente de não concordar com a venda de um caderno, mesmo que seja expositivo e não exploratório, tenho-o como um dos melhores exemplos de diário gráfico que conheço.
É um verdadeiro craque.
The end of that Sauturday afternoon, at the USkP meeting in Oporto, had a presentation and conversation with Tiago Cruz. Tiago, in addition to the extraordinary drawings he does, he also has a very particular vision of sketchbooks and its drawings. He spoke about the exploratory drawings from the private sphere, and an exhibition drawing more related to public exposition. He spoke aboute ghost drawings, when the drawings passes to the other side, and also the unusual idea of selling one of his sketchbooks. Regardless of whether you do not agree with the sale of a sketchbook, even if it expository and not exploratory, I have him as one of the best Diários Gráficos I know.
It is a true expert on it.
20/09/2016
Ribeira - Porto
A propósito deste dia, deste lugar e desta situação, a minha amiga Carla Silveira escreveu um post delicioso em que dizia que um Urbansketcher é um pedinte. Pede que não o pisem, que não tropecem nele, pede que não sujem o chão das cidades onde nos sentamos, pede que não nos expulsem de sítios. Um urbansketcher só pede para passar despercebido... bem, nem todos.
Quando escolhemos um lugar para desenhar, somos umas espécie de cães à procura do melhor pneu de carro para urinar. Farejamos e roçamos-nos nas paredes e tudo. Não temos vergonha alguma, metemos conversa com quem já está no chão a desenhar, elogiamos-lhe o spot, invejosos daquele pedacinho de lajedo de pedra.
Este desenho foi feito na Ribeira do Porto, este Sábado, hiper animada de gente e músicas descontroladas que saiam de todos os sítios. Farejei os cantinhos todos, e achei que não haveria problema em sentar-me, confortavelmente, num assento de uma vespa, estacionada junto da parede. Comecei o desenho, e daí a nada, um rapaz chegou-se "à minha beira" apontando-me o dedo indicador que abanava de um lado para o outro:
"Esta moto é sua?", perguntei.
"Hã-hã", disse-me sem tirar os óculos de sol dos olhos.
Pedi muita desculpa, envergonhado, saindo de mansinho daquele assento fofinho em pele preta. Sentei-me no chão, a pensar no atrevimento que tinha atravessado a minha mente.
E é isso, um urbansketcher é um pedinte e ao mesmo tempo um malandro.
In this Saturday, about the place and the situation, my good friend Carla Silveira wrote a delicious post saying that an Urbansketcher is beggar. We asked not to step on us, or stumble, a not to put garbage on the floor where we sit, etc. An urbansketcher only ask to be unseen... well, not all.
When we chose a place to draw, we are a kind of dogs, looking for the best tire to urinate. We smell and we touch the walls. We have no shame, we spoke with others already on the floor, praise him the spot, with envy of that smal sqm of stone.
This drawing was done in Oporto Ribeira, this Saturday, hyper animated with uncontrolled music and people, coming from everywhere. I sniffed all places, and I thought there would be no problem if I sit comfortably in a seat of a scooter parked next to the wall. I started the drawing, and then a young man came up close to me, finger pointing the indicator moving from one side to the other:
"This motorcycle is yours?" I asked.
"Hã-hã," he said.
I said sorry, ashamed. I sat down in the floor, thinking on the wrong idea that had crossed my mind.
And that´s it, a urbansketcher is a Beggar and a scoundrel.
Créditos fotográficos: Carla Silveira
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