Mostrar mensagens com a etiqueta Afonso Ferreira. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Afonso Ferreira. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 22 de maio de 2015

À Reconquista da Mouraria III ... 22 MAIO ... BARTÔ

22 MAIO - unDJ FarraJ - 22h - entrada livre - Bartô - Costa do Castelo, 7, Lx

O regresso das 1001 noites farsolas... com unDJ FarraJ nos pratos e desta vez com o lançamento do zine/livro Malmö Kebab Party
...
unDJ FarraJ é mais um disfarce de um elemento ligado ao DJihad ao Bairro Autismo, outrora ligado ao colectivo OSAMAsecretLOVERS e não se sabe ao certo que relação ao unDJ MMMNNNRRRG. Nesta persona dúbia sabemos que passa música do Médio-Oriente do passado e contemporânea sem a protecção de Alá.
...

Malmö Kebab Party é um volume especial da colecção LowCCCost e conta as aventuras e desventuras de cinco autores de BD que foram até ao festival AltCom, em Malmö (Suécia) apresentar as antologias QCDA, nomeadamente Afonso Ferreira, Amanda Baeza, Hetamoé, Rudolfo e Sofia Neto. É que para além de ser uma cidade com uma dieta rica à base de kebabs, Malmö mostrou-se habitat natural para um senhor ananás muito simpático, desenhos rasgados, psicadelia, BDs do ALF, e afogamento de mágoas via consumo de álcool. 
Spektakulära!!
...
Esta colecção de livros de viagens da Associação Chili Com Carne é dirigida "a quem gosta de viajar sem apanhar transportes e gastar dinheiro" e já contou como foi uma turnê punk-mas-com livros por uma "Europa aborrecida", seis meses de David Campos na Guiné-Bissau e viver fora de Portugal... 
A edição será feita em parceria com a Ruru Comix.
...
Para quem não curtir as a-rabices no unDJ FarraJ pode ir ao Lounge que o DJ Nobita (aka Rudolfo) também estará lá a lançar o livro a por sons japonocas!

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Prefácio em QUADRADINHOS


Escrevi o prefácio para este catálogo / antologia de BD portuguesa ligada ao Festival de BD de Treviso. O livro é bilingue (italiano / inglês) e participa autores que já passaram pelo Mesinha de Cabeceira como Jorge Coelho ou José Smith Vargas, coisa bem eclética como podem bem perceber. Mais que eclética é institucional com a vantagem de estar bem feitinha!

Fica aqui um excerto do meu texto: (...) Quando se tenta fazer o retrato de um país através das suas actividades criativas nunca se é consensual. Se um país possuir uma indústria esta será mais fácil de identificar pelos seus modos de produção (como acontece com a BD dos EUA, Japão ou a franco-belga) mas quando chegamos à produção de autor, esta nunca poderá ser colocada num grupo fechado porque de cada autor espera-se um trabalho individual, personalizado e visionário. Pelo meio há ainda toda uma enorme palete de tons porque aos autores podem ser pedidas encomendas comerciais ou institucionais ou porque conseguem furar dentro da “máquina”, algumas vezes impondo as suas regras sem comprometerem o seu estilo pessoal, outras vezes não...

A BD portuguesa é na essência feita de BD de autor que começa explosivamente com Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) e vai sempre sendo interrompida ou recuperada com as atribulações históricas do país – como exemplos: o Estado Novo e o crítico Carlos Botelho (1899-1982), a Revolução de 25 de Abril e o grupo experimental da revista Visão (1975/76). Na realidade só houve um momento industrial e foi durante o tempo do isolamento do país pelo fascismo, que criou um proteccionismo e permitiu algumas décadas de profissionalismo na área da BD. Encontramos nestes tempos “de ouro” (como os coleccionadores da nostalgia chamam) vários desenhadores virtuosos ao nível de outros internacionais. O problema era que as revistas de BD, todas elas infanto-juvenis, ou eram controladas directamente pelo Estado ou indirectamente através da Censura e por isso as temáticas não saiam das balizas da História (hipócrita) de Portugal, do nacionalismo tosco e claro de bons costumes familiares, higiénicos e físicos.

Não admira que, alguns autores se tenham fartado e tenham imigrado, como fez Jaime Cortez (1926-1987) para o Brasil – inaugurando lá uma escola de BD e até a primeira exposição de BD no mundo!; ou Eduardo Teixeira Coelho (1919-2005) para Espanha, Inglaterra, França até se fixar em Itália (onde ganhou o Prémio de Melhor Desenhador Estrangeiro em Lucca 1973); ou ainda Carlos Roque (1936-2006) para a Bélgica, entre as décadas de 40 e 60 que são marcadas por grandes vagas de imigração de portugueses, sobretudo para a reconstrução da Europa pós-Guerra, à procura de melhores condições de vida. Portugal não só era um país atrasado culturalmente como era economicamente – o Governo de Salazar acabou com as fábricas para não ter massas proletárias, que trazem sempre reivindicações sociais, acreditam nesta lógica!? Sair deste pesadelo fascista não foi fácil nem o que veio depois com uma sociedade mal preparada para quase tudo como por exemplo fazer comércio com BD. Daí que ainda hoje há exemplos de autores à procura dos grandes mercados da BD porque em Portugal “não há nada” como Jorge Coelho (1977) e Rudolfo (1991) que felizmente podem trabalhar nos seus estúdios ou em casa e não tiveram de imigrar prá “gringolândia”. (...)

sábado, 5 de janeiro de 2013

Love Hole



After almost two years of being serialized in LODAÇAL COMIX, and shocking some readers with it’s ego-tripping-misogyny-homophobia-hate-fueled character Josh, Afonso Ferreira's LOVE HOLE gets a disgusting treatment and is compiled into a book.
This is a Chili Com Carne and Ruru Comix co-edition, the 6th volume of Mercantologia  collection, dedicated to reprinting lost material from the zine world. Supported by Instituto Português do Desporto e Juventude 

IN ENGLISH
Two color cover + one (red) color 48pages. 
Offset edition of 666 copies. 
ISBN: 78-989-8363-17-6
Cover price: 5€ (50% discount for CCC associates, stores and journalits). It can be purchased in CCC online store, Ruru Comix, Ediciones Valientes (Spain), Matéria Prima, Livraria Sá da Costa (Rua Garrett, Lisbon), Trem AzulMundo FantasmaNeurotitan (Berlin), Fábrica FeaturesArtes & Letras and Letra Livre. Soon in Purple Rose Erotic Shop...



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

#23 : Inverno


one comix collection about the WINTER (Inverno, in Portuguese) to comemorate 20 years of the zine Mesinha de Cabeceira created by Pedro Brito and Marcos Farrajota in1992
published by Chili Com Carne 
edited by Marcos Farrajota
designed by Joana Pires 
covers by José Feitor e Pedro Brito 

500 copies, 352 A6 b/w pages ALL in ENGLISH

...

Antologia comemorativa dos 20 anos do zine Mesinha de Cabeceira, criado em 1992 por Pedro Brito e Marcos Farrajota.
Publicado pela Associação Chili Com Carne
Editado por Marcos Farrajota
Design por Joana Pires
capas: José Feitor e Pedro Brito

Foram impressos 500 exemplares, são 352 páginas A6 a preto e branco. todas as BDs foram redigidas em inglês.

Com trabalhos de / comix by João Chambel, Daniel Lopes, Sílvia Rodrigues, Afonso Ferreira, Rafael Gouveia, Sara Gomes & André Coelho, José Smith Vargas, Bruno Borges, João Maio Pinto, Silas , Stevz (Brazil), Martin López Lam (Peru/ Spain), Lucas Almeida, Dice Industries (Germany), Uganda Lebre, Filipe Abranches, Tea Tauriainen (Finland), João Fazenda  and Zé Burnay.

Apoios / support: Instituto Português do Desporto e Juventude e Trienal Desenho 2012 

BUY BUY BUY @ chilicomcarne.com/shop


Lançamento na exposição 20 anos do Mesinha de Cabeceira, 25 de Outubro, às 19h, na Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, Lisboa. 

To be released 25th October at the exhibition "20 years of Mesinha de Cabeceira" at Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, Lisbon.



Antes de apagar a luz...

Não vou dizer que 20 anos passam rápido - embora seja verdade quando se ultrapassa a barreira dos 30 - como também não vou dizer que tudo mudou desde do dia 22 de Outubro de 1992 quando eu e o Pedro Brito lançamos o número zero do Mesinha de Cabeceira.

Se nesse ano, o MdC era uma reacção à apatia que a BD sofria na altura, em 2012 os motivos para continuar um título embevecido de "bedroom punk" não são muito diferentes apesar de tudo. Aliás, é curioso que quando houve uma “época alta” para a Nova BD Portuguesa - ou seja, entre 1996 e 2002 aquando da Direcção de João Paulo Cotrim na Bedeteca de Lisboa - foi nessa altura que o MdC teve menor actividade editorial. Quero dizer com isto que vejo o MdC como uma “oposição”, não necessariamente a um sistema ou uma ordem instituída mas contra a modorra e a inércia no mundo da BD portuguesa. Geralmente cada número é feito para dar o exemplo, é portanto um projecto moralista... O que soa muito mal mas parece que faz algum sentido.

Em 1992, eu, o Pedro Brito e alguns amigos precisamos de zines de desenhos xungas com argumentos escatológicos, e porque os zines de BD que existiam não abriam portas a toda uma cultura urbana que estávamos a descobrir (música, poesia, colagem), foi a nossa mini-vingança a todos os coninhas que nos rejeitaram! Em 1995 precisava de deitar a BD autobiografia que passei da dedicar-me, coisa inédita na BD portuguesa. Em 1997 ninguém queria saber do meteórico Nunsky e fez-se uma edição especial, já ela comemorativa e de passagem para uma produção profissional. Em 2000 não se faziam concursos de BD em que se contemplasse a publicação de monografias dos trabalhos vencedores... Fez-se então! Em 2002 era porque ninguém ligava ao André Lemos nem à técnica de serigrafia. Também o polémico autor norte-americano Mike Diana não tinha um livro a solo, mais dois monográficos! Em 2003 só se pagava 10 euros por página em revistas de editoras profissionais, então a pobretanas da Associação Chili Com Carne, até ela, seria capaz de dar esse miserável valor e preparou três números do “laboratório sincopado de texto + imagem”! Em 2006 já não me lembro, foi apenas por luxúria ou porque tinha deixado de haver BD portuguesa... Em 2009 o João Maio Pinto merecia um livro num formato de meter respeitinho. Em 2010 foi para limpar a minha honra pessoal de muitos trabalhos para projectos falhados que tinham de sair por algum lado! Na coincidência cósmica da coisa tive acesso a uma nova geração de autores brasileiros a merecer embaixada em Portugal. E em 2012?

A primeira razão seria vaidade pura pelos 20 anos de existência que noblesse oblige tem de se comemorar. E chegava-se ao número 23 que sempre foi uma das obsessões do Pedro Brito - e de muita outra boa gente - para que ele voltasse aos comandos do MdC e acabava-se com a coisa, afinal 20 anos é demasiado tempo para um fanzine. Para quem não sabe o Pedro Brito por volta do número 6 abandonou o barco para se voltar para outras actividades profissionais mas nunca deixamos de ser amigos. Este 23 seria uma forma de amizade sacana de lhe passar uma batata quente mas ele conseguiu afastar-se outra vez. Entretanto à perna foi feito compromisso de participar na Trienal Desenha 2012 que incluía uma exposição retrospectiva no Museu da Água / Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos entre 25 de Outubro e 16 de Dezembro.

Sendo um número de despedida, o “Inverno” como tema seria ideal porque representa o "final" (a morte ou um final de um ciclo) e como o número zero do MdC começou com "Outono... regresso às aulas" (que merda de tema juvenil, pá!), a estação do frio traria o sentido para fecharmos esta publicação de vez. Só que entretanto comecei um trabalho de grande envergadura que me exigiu uma publicação regular para conseguir concluí-lo, logo já saiu o número 24 em Julho 2012 sem este 23 ter ainda a sua forma completa - e em breve sairá o 25 e mais alguns números nesse registo.

E como se poderia comemorar? A forma iria ditar o conteúdo porque queria-se um objecto grosso que se pudesse abrir com prazer à mesinha-de-cabeceira a caminho do descanso merecido do final do dia - uma pretensão que explica o seu nome, para quem nunca o adivinhou... Um bloco de papel que tivesse muita BD de preferência com forte narratividade - embora se aceite outras deambulações textuais. Eis uma situação complicada num período (outra vez) negro da BD portuguesa em que os autores (e tudo mais) perderam as evoluções que se registaram no mundo ocidental nos últimos... 20 anos! Falo da ascensão da BD de autor, a abertura das livrarias, galerias e instituições a este médium (na sua vertente literária e artística, não pela mera sociologia da popularidade), a interactividade entre agentes no plano internacional, o uso da autobiografia - e as vertentes paralelas dos diários de viagens, jornalismo, ensaio, crítica e reportagem - para expandir o meio, a imposição comercial do romance gráfico como modelo editorial, etc… Aspectos todos eles de máxima importância e que tenho orgulho - e talvez o único que tenho nestes 20 anos de actividade - ter difundido pelos meios limitados que tive acesso. Aproveito para agradecer à Associação Chili Com Carne (e à El Pep) por terem editado alguns dos números do MdC, algumas vezes até com apoios institucionais para ajudar a causa. Já agora, sobre os outros “selos”, a FC Kómix (doze primeiros números) e a MMMNNNRRRG (quatro números) não contam para os agradecimentos porque são estruturas por onde me escondo...

Voltando à irritável BD portuguesa, este MdC deveria ser um "tour de force" para mostrá-la energética e com (alguma) saúde, cof cof... e tal como em 1992 conseguisse chegar aos objectivos. Criou-se um tema, um formato e encomendas que foram recebidas com atenção e amor por colaboradores originais da estaca zero (Pedro Brito, João Fazenda), alguns que participaram anteriormente em números antigos (João Chambel, Rafael Gouveia, João Maio Pinto, o alemão Dice Industries, Filipe Abranches, José Smith Vargas, Stevz, José Feitor, Daniel Lopes, Bruno Borges, Silas) e algumas estreias absolutas como Sílvia Rodrigues, Afonso Ferreira, André Coelho, Sara Gomes, Martin Lam López (Peru/ Espanha), Lucas Almeida, Uganda Lebre, Tea Tauriainen (Finlândia) e Zé Burnay. A todos eles agradeço o empenho e (espero eu) gozo que tenham tido para me ajudarem a marcar a data.

Modestamente o vosso criado,
Marcos Farrajota
29/09 Lx


Agradecimentos a Ana Guerreiro / Trienal Desenha 2012, Ana Laborinho / EPAL, Travassos / Trem Azul, André Lemos, Diego Gerlach, Rudolfo e David Campos. Em especial à Joana Pires que acabou de "crashar" no sofá depois de uma derradeira sessão de design deste extenso volume.