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quarta-feira, 21 de junho de 2023

Singela Sabotagem


Faleceu, ou pelo menos foi noticiado no passado dia 15, o "Zé Maria da Sabotage". Os aspas significa isso tudo. Ninguém sabe o seu nome como deve ser, a sua data de nascimento e ao certo as suas actividades, de tão resguardada que era esta pessoa. 

Da minha parte nada poderei dizer mais do que foi escrito na 'net excepto que lhe tenho em dívida uma cultura de música "Rock" quando ele tinha a sua distribuidora de discos Sabotage nos anos zero deste novo milénio. Não fosse ele nunca saberia quem eram os génios como End, sunn0))), Dälek ou Otto Von Schirach ou os géneros musicais como o Dancehall ou o Afrobeat ou editoras como a Anticon e Web of Mimicry.

Melómano e reservado, pouco mais poderei contar porque mais nada saberei, apesar de me encontrar com ele regularmente quando escrevia para a Underworld / Entulho Informativo, entre 2003 e 2006, e ia ao seu escritório-armazém, em Cascais, buscar "promos". O contacto era mínimo e sentia até um desconforto ao início porque vinha de uma revista ligada ao Metal. Aos poucos provei que conseguia escrever sobre os discos sem ter uma censura metaleira (que havia mas sempre consegui mandá-la à merda!) e com entusiasmo - pudera! dado os discões que recebia!

Lembro-me que a dada altura deixei livros da Chili Com Carne e da MMMNNNRRRG com a Sabotage - para eles venderem em feiras de discos? - e que ele e a sua companheira, Ana Paula, gostavam deles. Tanto que passados uns bons anos sem contacto - quer a revista quer a distribuidora desapareceram com o "fim" dos discos - quando decidem abrir uma sala de espetáculos com nome homónimo, contactaram-me para lhes sugerir alguém para fazer um mural no clube. A escolha recaiu sobre o João Maio Pinto, que quase passou a fazer tudo para eles. É irónico que não houvesse espaço visual para mais e sem "censura metaleira" mas a cultura visual portuguesa sempre foi sempre será limitada, pelos vistos...

Sem uma relação pessoal, a notícia da sua morte entristeceu-me e com dúvidas lá escrevi esta elegia. Ela tinha de ser escrita. Não teria a coragem de ser unDJ sem os terrores e os prazeres proporcionados pelos discos do "Zé Maria da Sabotage". Seria injusto não o recordar por mais "apagado" ele fosse. Seria ingrato senão o agradecesse publicamente, mesmo que o tenha agradecido várias vezes em privado pelas pérolas sonoras. 

Obrigado, mais uma vez!


PS - E lembrei-me que foi graças ao Zá Maria que conheci outro cromo, o João Mascarenhas dos Stealing Orchestra, um dos projectos musicais portugueses mais inteligentes, com quem tive a oportunidade de trabalhar com ele na banda sonora do Futuro Primitivo. Memória, onde estás?

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Hero Peligro

 


Já dizia o REP que o sinal de envelhecimento é quando os teus heróis começam a morrer. Bem sei que é uma simplificação mas cheira-me que começa aqui o meu fim também. D.H. Peligro faleceu este fim-de-semana. Baterista dos Dead Kennedys, banda da minha vida e do Mesinha de Cabeceira já agora pois logo no número 0 gamei montes de imagens de um disco deles para fazer umas montagens "punkis". 

Durante anos sem acesso aos discos deles - tal como dos Pixies - porque não tinha guita, a música aparecia em k7s gravadas de sabe-se lá quem. Uma vez apareceu uma fotografia deles numa revista brasileira de música e foi tudo um choque: o Jello Biafra estava de costas - por isso ainda demorei mais uns tempos a ver-lhe a fronha -, os gajos eram punks mas não tinham as cristas gigantes coloridas como os ingleses, os guitarristas pareciam uns "nerds" de uma escola de arte e depois havia um gajo negro. Nada melhor do que isto para dar cabo de todos os clichés estéticos, raciais e musicais. Obrigado DK! Quanto a Peligro admito que recusei-me a ir vê-lo no regresso dos Dead Kennedys sem Biafra, pareceu-me esturro e fraude. Na realidade preferi esperar alguns anos para ver o Biafra sem os DK. Desculpa lá qualquer coisinha. 

Rest in Punk!

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

CRAZY!


O sítio onde meti música pela primeira vez reabriu e com toda a pujança! 
Sim, fica em S. Romão, Seia, Serra da Estrela. 
Chequem Oráculo Bar se forem para aquelas bandas!

domingo, 20 de outubro de 2019

Exposição É Só Vaidade! Colecção da Fundação Farrajota (dias 10 a 20 Outubro) @ Casa José Joaquim Santos

imagem: Tiago Baptista in fanzine Cleópatra (2006)

O mundo gira sempre de forma inesperada e quando o PEQUENO é bom! Encontros Sobre Edição Independente preparava-se para seguir um rumo - a vinda de autores internacionais para conversas com o público - eis que somos convidados para integrar a programação do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, que decorre de 10 a 20 de Outubro

Uma coisa não impede uma outra e vamos em frente com um encontro mais complexo e completo.


PROGRAMAÇÃO



fotos de Thy-Lande Monnet, montagem fuck off do designer da Fundação


Exposição É Só Vaidade! Colecção da Fundação Farrajota (dias 10 a 20 Outubro) @ Casa José Joaquim Santos 
Os Fanzines poderão ser um artesanato urbano da Era da Informação, publicações amadoras em marginalidade bibliográfica, galerias nómadas e precárias, reacções à tirania da História. Desde os anos 30 que sofrem mutações e provocam dores de cabeças a todos que gostam de gavetas bibliográficas. Nesta exposição, da colecção particular de Marcos Farrajota, são mostradas uma série de publicações independentes deste universo, buscando mostrar a sua riqueza de temas e formatos, tudo graças à sua livre circulação.


Conferências (dias 19 e 20 Outubro, respectivamente) @ Livria Artes & Letras - Espaço Ó, às 15h
Casa de Papel - quando os zines invadem espaços físicos 
com 
Cecília Silveira (Sapata Press), Madame Zine (Atelier 3|3) e Xavier Almeida (Revista Decadente)

Tradição já não é... metamorfoses do fanzine 
com
Hetamoé (Clube do Inferno), Tiago Baptista (Façam Fanzines Cuspam Martelos) e Rodolfo Mariano (Rock Bottom)


Workshops por Patrícia Guimarães (dias 19 e 20 de Outubro)
E se o Medo fosse uma personagem de BD? 
para maiores de 7 anos

Folio um outro formato de fanzine
para maiores de 12 anos


Mercado de Fanzines e Edição Independente (dias 19 e 20 Outubro, entre 10h-18h) @ Rua da Porta da Vila
com 
Atelier 3|3 (c/ Casa Azul, Inkprint, Mundo Fantasma, Quarto de Jade), Chili Com Carne, Clube do Inferno, Imprensa Canalha, MMMNNNRRRG, Paperview, Patrícia Guimarães, Revista Decadente, Rodolfo Mariano, Sapata Press Tiago Baptista.


Novidades Editoriais
Instant Gratification (Paperview) de Abdrew Kuykendall
O Colecionador de Tijolos (Chili Com Carne) de Pedro Burgos
...




Exposição É Só Vaidade!

Colecção da Fundação Farrajota

Os Fanzines poderão ser um artesanato urbano da Era da Informação, publicações amadoras em marginalidade bibliográfica, galerias nómadas e precárias, reacções à tirania da História. Desde os anos 30 que sofrem mutações e provocam dores de cabeças a todos que gostam de gavetas bibliográficas. Nesta exposição, da colecção particular de Marcos Farrajota, são mostradas uma série de publicações independentes deste universo, buscando mostrar a sua riqueza de temas e formatos, tudo graças à sua livre circulação.

A selecção de títulos foi pensada em grandes temas dos fanzines espalhados em sete mesas -  música, BD, literatura, cultura, política, arte, culinária – para além de obras de referência e nove capas de formatos grandes que “rockam” (passe o anacronismo)!

 

Fanzines de Música

Um dos grandes géneros de fanzines, que durantes décadas divulgavam bandas e discos que a imprensa oficial não queria (e continua a não querer) saber.

 

- Mouco #1 (1999?; Porto) Edu & Luís, fanzine de Indie Pop

- Garagem #1 (2000, Guimarães), Garagem, fanzine acompanhado pelo primeiro disco de drum’n’bass português

- Headless'zine #2 (Set'95; Pragal), Gonçalo Prazeres, fanzine de Metal

- Underworld / Entulho Informativo #16 (Jul'05, Lisboa) Joaquim Pedro, importante fanzine no meio português underground, sobretudo no espectro Metal, Hardcore e Punk. Capa de Fredox (França)

- Ice Cream Star#1 (Dez'94; Lisboa) Elsa Pires, fanzine de música Indie Pop, ligada à editora Beekeeper

- Anita #2 (Primavera 2014, Portugal/China?), Joana Matias, perzine e zine de viagem de Joana Matias na China, este número dedicado à música.

- Neural Therapy #7 (Primavera 1998, Reguengos de Monsaraz) Jorge Mantas, fanzine de Música Extrema

- Sanabra Enxebre (Dez'09, Porto) Latrina do Chifrudo, fanzine de Música satânica

- Maximumrocknroll #396 (Mai’16, EUA), fanzine Punk, criado em 1982 e extinto este ano

- Punk Magazine #17 (Mai'79, Nova Iorque), John Holmstrom, mítico fanzine de Punk, e que vulgarizou o termo nos EUA

 

 

Fanzines de Culinária Vegetariana

Antes da popularização da Internet, era normal encontrar informação alternativa em fanzines, como é o caso do vegetarianismo. Comer também é um acto político.

 

- Grime + Nourishment : A Vegan Cookbook (200_, Londres) 56a Infoshop

- Como manter um Panda Gordo (2012, Porto) Joana Valente / O Panda Gordo

- Lo Pikante Natural (199_?, Portugal), ?, acompanhado com um panfleto anti-MacDonalds

- Comilona : Vegetais e mais (2003, Caldas da Rainha), Filipa Pontes

- Guia de Alimentação Vegetariana (Out'97, Lisboa), Cadernos para a Autosuficiência

 

 

Fanzines politizados

Os movimentos libertários desde sempre usaram a “pequena imprensa” para disseminar pensamento e crítica política. Nesta selecção há um enfoque nas  publicações de BDs politizadas.

 

- Suburbano : Fanzine Implicativo com a Situação [s.n.] (2001?, Lisboa), ?, fanzine de recortes de imprensa, saíram dezenas de números (sem numeração ou data)

- Os Bárbaros #3 (2001?, Coimbra), Hurso

- Plain Rapper Comix #2 (1992?, Inglaterra), Pete Loveday / AK Press, número dedicado à cultura canábica

- Last Hours #17 (2008, Londres), Indy & Ink

- World War Illustrated #49 : Now it’s time of Monsters (2018, EUA), AK Press, fundada em 1980 por Peter Kuper e Seth Tobokman

- It’ Ain’t Me Babe (1970, São Francisco), Last Gasp, primeiro livro de BD produzido inteiramente por mulheres, incluindo as autoras Trina Robbins e Barbara "Willy" Mendes.

- Inguine Mah!gazine #6 (2005, Itália), Coniglio

 

 

Publicações de Referência

Dada a efemeridade e a falta de oficialidade dos fanzines, começaram a serem editados fanzines dedicados aos fanzines (directórios ou “metazines”), bem como livros técnicos ou de História desta cultura.

 

- Computer Arts Projects #99 (Julho 2007; Inglaterra) Future Publishing, estranha temática deste número desta revista em que explica como replicar as estéticas underground através de ferramentas digitais!!

- D.I.Y. : The Rise of Lo-Fi Culture (2005; Inglaterra), Amy Spencer / Maron Boyars

- Whatcha mean, what’s a zine? (2006, EUA), Mark Todd & Esther Pearl Watson / Graphia

- Catálogo Expofanzines 2000/2001 (2001, Galiza), Colectivo Phanzynex

- Fancatalog (2008, Almada), catálogo da IX Feira Internacional do Fanzine de Almada, um dos primeiros eventos dedicados ao tema

- Na Silu / By Force : Submit of cheap laser graphics (2010; França / Sérvia), Turbo Comix

 

 

Fanzines e a Literatura

Os fanzines são mais conhecidos nos meios da música ou BD mas sempre trataram de “mil” assuntos diferentes. Desde os primeiros de Ficção Científica nos anos 30, passando por assuntos culturais até aos diários de vários escritores com assuntos tão pessoais que a designação “fanzine” deixou de fazer sentido (fãs de quê?). Nos países anglo-saxónicos começou-se a usar a terminologia “zines” ou “perzines” (personal zines / zines pessoais).

 

- Divided by Zero (1999; Inglaterra), Noek K. Hannan / Antkh, Fanzine de Ficção Científica

- Mondo Brutto #23 (2001, Madrid), El Viejo de la Montaña & cia, Revista espanhola dedicada ao lixo cultural

- Zundap #11 [#6] (2002?, Lisboa), José Feitor, Fanzine cultural

- Conto de Natal para Crianças (1972, Lisboa), Mário-Henrique Leiria / Forja, Edição de autor com fotomontagens

- Escavações Arbitrárias (2012, Cascais), Rafael Dionísio, Zine de poesia (ou plaquete?)

- Murder Can Be Fun #9 (1998, EUA), John Marr / Slave Labour, comic-book baseado no fanzine

- Murder Can Be Fun #20 (2007, EUA), John Marr, Fanzine dedicado a homicídios

- Safety Zone #3 (1996; Cascais), Afonso Cortez, perzine

- Laca #3 (2003; Porto), A. Afonso, F. Gingão e S. Dias, fanzine cultural, especial tecnologias

 

 

Graphzines

Fanzines gráficos são verdadeiras galerias de arte nómadas, algumas baratas outras com requintes de luxo com impressão em serigrafia, por exemplo. O movimento mais influente deste tipo de zines veio de França e os colectivos Bazouka (1972), Elles sont de sortie (1976) ou Le Dernier Cri (1995). Em Portugal de referir a enorme existência deste tipo de zines nas Caldas da Rainha a partir dos anos 90 com a abertura da ESAD.

 

- Nótibó (200_?; Caldas da Rainha), João Cabaço

- Ex-Man (2001; Porto) Miguel Carneiro

- As aventuras de qualquer coisa (2018, Lisboa), André Ruivo / Stolen Books

- Mix Tape (2008?, Dinamarca), Allan Haverholm

- Patau (2012, Coimbra), Manuel Pereira / Black Blood Press

- El Temerário #8 (2012, Valencia), Ediciones Valientes

- Hopital Brut #5/6 (2001, Marselha), Le Dernier Cri

- Revue 1.15 # 24 (2017; França), Loïc Largier

- Elles sont de sortie #40? (1994, Espanha), Bruno Richard & Pascal Doury/ 10 000 Humans

 

Fanzines de Banda Desenhada

Num meio débil de edição de BD em Portugal, os fanzines foram uma forma de desenvolver obra com a vantagem da sua completa liberdade formal e de conteúdos – formatos minis ou gigantes, numerações negativas, o troco já incluído, nomes jocosos, jogos de narração, paginação em acordeão, mapas, desdobráveis, enfim, o que for necessário para não ser… quadrado! Um movimento que curiosamente aparece antes do 25 de Abril de 1974.

 

- Herpes Labial (Out’97, Alverca), Geral & Derradé

- Pintor & Meio #3 (1991?, Almada?) Rodrigo Miragaia

- Não ‘tavas lá!? Especial Tremor #4 (2017, Chili Com Carne), Marcos Farrajota, BD reportagem do festival Tremor (nos Açores), um desdobrável distribuído ao público na última noite do evento.

- Aleph #2 (Mar’74; Lisboa), José Morais C. de Faria, dos primeiros fanzines portugueses, dedicada ao estudo da BD, número de cisão maoísta

- G.A.S.P. #1 (1992?, Lisboa), [Diniz Conefrey], número especial “BD no feminino”

 - Besta Quadrada #1 (1993, Lisboa), João Fonte Santa

- Besta Quadrada #3 (2008, Caldas da Rainha), André Caetano & Tiago Baptista, zine que se dá conta neste terceiro número que houve outra “Besta Quadrada” nos anos 90

 - Sub #3+5 [8] (Out’99; Lisboa), Pitchu, capa em alcatifa, mais tarde o seu autor andou a promover a ideia que o próximo número teria uma capa em pele humana!

- História em que o autor apaga a própria história (2012, Lisboa), Xavier Almeida

- The Thin Thing (2008?, Noruega), Dongery

- Que Suerte! # Petróleo [9] (2001, Madrid), Olaf Ladousse

- Sing it out (2008, Noruega), Pitchu, Bendik Kristoffer & Flu / Dongery

- Há Festa na Selva (1994?, Lisboa), João Chambel

- Lisboa #4 (2008?, Noruega), Sindre Goksoyr & Kristoffer / Dongery, noruegueses obcecados com Lisboa!

- Bio Edificio 421 (2012, Itália), Lök, mistura de tiras de BD com várias narrações possíveis!

- Succedâneo #-29 (Mai’03, Porto), João Bragança, o mais extravagante dos títulos que alguma vez apareceu em Portugal (1996-2006) usando toda a espécie de materiais para embalar a publicação, desde carteiras do Pekemon até luvas de jardineiro. Número dedicado ao trabalho.

- Reencontre Fortuite (1997, França), Carole Toulose & Sébastien Détreq / Des Gribouillis, duas BDs que se cruzam a meio do fanzine

- Petit Paresseux (Jan’19, Angoulême), Thy-Lane Monnet / Trés Trés Bien

 - ? (201_?, China), Nhozigna

- Totentanz (2012, França), Marcel Ruijters / Garage L, impresso em serigrafia, paginado em acordeão

- Boswash (2000, EUA), Nick Betozzi / Lux, desdobrável

- Brilliant Inc. (2003, Finlândia), Mikko Väyrynen, desdobrável




Nove capas que rockam!!

 

Paula Ferreira (Portugal) – Leitmotiv #1 (1980)

Rigo 23 (Portugal) – Ganmse (1986)

André Ruivo (Portugal) – Retratos (MMMNNNRRRG + The Inspector Cheese Adventures; 2017)

Hetamoé (Portugal) – QCDA #2000 (Chili Com Carne; 2014)

Harukawa Namio (Japão) – Callipyge (United Dead Artists; 2008)

Tommi Musturi (Finlândia) – Specter (Kuti Kuti; 2012)

Amanda Vähämäki (Finlândia) – Cani Selvaggi (Canicola; 2013)

Pauliina Mäkelä (Finlândia) – Mystic Sessions, vol. I (Kuti Kuti; 2006)

Mat Brinkman (EUA) – Multiforce (Picture Box; 2009)

terça-feira, 4 de junho de 2019

Especialista em Shoegaze


Um exemplo de uma necessidade extrema de arranjar diversão no festival de BD mais aborrecido do planeta (yup, Beja!). Foto de André Pereira para o instangrana da Chili

domingo, 2 de julho de 2017

Assembleia Punk no passado dia 30 de Junho no DISgraça

foto: so_what_saloon

+ aqui
livro à venda aqui - metade dele já foi...

sábado, 8 de abril de 2017

Já não fazia isto há muito tempo


Fotos de Vera Marmelo
A dobrar zines... felizmente os putos eram bem fixes e ajudaram imenso!
Zine do Tremor aqui

sábado, 17 de dezembro de 2016

Okupa Montijo


A noite no Montijo é tão excitante que até num bar semi-vazio há cadeiras no chão - sem razão para tal e sem ninguém em preocupar-se em levantá-las! Dois produtores culturais comemoram esse acontecimento com esta fotografia.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Zombie Porcalhota Blues

Deve ter sido o ano mais desorganizado de sempre do Festival de BD da Amadora. O que é cagativo porque geralmente só há exposições e programação de merda. Este ano, a excepção é - não, não vou escrever "desculpem a modéstia" - a do Anton Kannemeyer. A do "melhor desenhador de 2015", o nosso querido amigo Nunsky, enfim... é pequena! Esta frase acho que já mostra como o melhor desenho foi tratado - já o "melhor argumento" era bem maior de espaço. Talvez estão a tentar justificar o injustificável que é ao colocar a banda desenhada no modelo fordiano de produção ou tem medo de mostrar o terror gráfico que é Erzsebet. Mas achar isto é achar que "A Amadora" pensa! Não não há intelectualização por aquelas bandas como mostra a exposição do tempo-espaço ou da arquitectura, em que não se percebe nada porque vale tudo... Enfim, diria que se não fosse a exposição do Anton mais valia não ir lá - ainda estou para ver a exposição do Underground comix patente na Bedeteca da Amadora, tudo indica que está muito boa, só que eu só acredito vendo com os próprios olhos!

De repente, esteve neste fim-de-semana o Miguel Angel Martin, uma autor espanhol que já trabalhei no passado... Ninguém sabia que ele vinha. Por mero acaso conheci o inglês Savage Pencil que foi ao stand a Chili Com Carne, se ele não disse-se quem era nunca teria adivinhado - a sua acreditação tinha o seu nome real e não o pseudónimo por o qual é conhecido!

Sem NINGUÉM saber estiveram cá dois ícones do underground da intersecção da BD e música. Dois artistas já fizeram trabalhos gráficos para Dälek, Whitehouse, sunn0))), Big Black - iá, as melhores bandas do mundo, meu! Ao contrário do CD em repeat da Rádio Comercial. Uma coisa é ser "comercial", outra coisa é ser "puta"!!! E é esse tipo de música que passa o dia inteiro no Festival (e pelos vistos nas ondas radiofónicas do país)... Eu que não tenho TV nem escuto rádio (tirando a Antena 2 e RTP África) há 14 anos fiquei a saber de chofre que existem uma avalanche de merda portuguesa chamada Azeitonas, Dama e não sei o quê mais... Menos uma razão para visitar o festival, certo?

fotos de Joana Pires

Sim, não resisti armar-me em "fanboy" e pedir uma fotografia com o Savage Pencil, que andava para lá a arrastar-se a pensar "Que caralho faço aqui!?" Ao nosso lado está o Filipe Abranches...

desenhos a tapar os nulos por Marcos Farrajota

Mais ridículo da minha parte mas teve de ser para que o velhote não ficar ali a apanhar mais secas com os cromos da BD nas sessões de autógrafos, foi no Domingo em que lhe fui pedir para autografar o que tinha dele (não peço autógrafos há mais de 10 anos) e ironicamente, foi a BD de duas páginas da revista The Wire dedicadas à morte de Lou Reed e uma capa de um CD dos Jazkamer intitulado... Metal Music MachineGet it!?

Esta semana o Kannemeyer estará presente e teremos um novo livro do Nunsky... A não ser que haja mais surpresas, o resto é prá treta!

PS - Ok! Lembrei-me, na tal expo dobre BD e Espaço ou lá o que é, há dois originais que rendem: um da Krazy Kat e outro de Kim Deitch... E claro há a exposição do Marco Mendes mas que parece que já vi dezenas de vezes, erro profissional.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

FDS apokalips

Milhões de Festa? Coisa de meninos cocados de Lisboa e Porto... Barroselas? Que enfado... Querem um festival brutal? Ele chama-se Filmes do Homem : Festival Internacional de Documentários de Melgaço... Foi neste passado fim-de-semana terrível!

...Sábado de manhã era só lágrimas nos olhos a ver #myescape de Elke Sasse, filme sobre refugiados da Síria, Afeganistão e Eritreia. Se todos nós sabemos como estas pessoas têm sobrevivido para chegar a esta Europa egoísta, xenófoba e em crise de identidade, é muito mais duro ver as imagens gravadas pelos próprios durante a sua trágica aventura - que podia ter corrido mal como se sabe, sobretudo para os eritreus que são cristãos e como tal sujeitos a assassinato religioso durante a travessia pela Líbia, onde também existe tráfico de orgãos, ou seja, uma pessoa pode ser operado no deserto para lhe tirarem algo, assim mesmo como escrevo! Se há muita literatura ou até alguma BD (há pelo menos uma sobre os campos de refugiados por Joe Sacco) ver estas "imagens em movimento" gravadas com telemóveis dos próprios é deveras impressionante. Elas rasgam qualquer protecção intelectual e frieza mental que se possa ter. Há milhares de coisas que vemos e que se pensa durante a exibição deste filme, acho que nem consigo escrever um décimo nem organizar um discurso coerente.

Desde o humor que os sobreviventes inventam para serem (justamente e só isso mesmo) sobreviventes deste Novo Holocausto ao gesto narcisista da "selfie", que se torna num gesto universal de identificação entre vítimas e os espectadores e que serve também de um retrato cronológico das várias etapas dos refugiados. O telemóvel é uma arma de sobrevivência tal como as redes sociais ajudam famílias e amigos a reencontrarem-se mais tarde - ao contrário de outras catástrofes do passado, em que milhares de laços ficaram separados para sempre. Até a música arrepia, aparece como catarse dos refugiados: um grupo de eritreus perdidos no Mediterrâneo começam a cantar uma lenga-lenga e a bater palmas (a lembrar música etíope) quando aparece um barco que os irá salvar; uma "nova música popular" é criada por árabes nos comboios e autocarros a caminho da Alemanha - "Alemania, Alemania senão nos querem lá saltamos para Spania". E vemos como o fantástico Capitalismo é capaz de criar balcões "à la Western Union" nos antros dos traficantes ou como produz lixo (plásticos omnipresentes) espalhado por todo o caminho deste êxodo catastrófico. Soa a futilidade pensar em Ecologia no meio desta desgraça humana mas o retrato capitalista não estaria completo sem a poluição estar presente ao lado dos cadáveres - não os vemos neste filme mas sabemos que eles andam por ali - e dos mutantes. O caleidoscópio de informação e das sensações é tal que um gajo agarrasse a detalhes que se calhar parecem parvos, talvez para descomprimir disto tudo, afinal, num Sábado de manhã não deveríamos estar antes a ver os Desenhos animados!? Graças ao filha-da-puta do Bush Jr. já não podemos fazer isso! Temos de o agradecer por ter tirado o século XXI da sua "infância"!

Almoço à minhota (ou seja farta e ruidosa), depois uma visita ao Museu de Cinema de Melgaço Jean Loup Passek, um verdadeiro tesouro escondido dos portugueses! Este francês ofereceu o seu espólio a Melgaço e é maravilhosa a colecção que se encontra por lá. A exposição permanente é sobre o pré-cinema com as suas lanternas mágicas, zootropos e praxinoscópios - tudo isto pode ser visto também como proto-BDs não tivesse a dupla Ruppert e Mulot recuperado a tecnologia dos fenaquistiscópios nas suas BDs.

Hop! Sessão da tarde com três filmes! O primeiro era uma ode à Mãe, Histoire Maternelles da Anouk Dominguez-Dezen, filme bonito usando o arquivo áudio-visual da família desta realizadora suiça-brasileira. Se é como alguém diz que todos os alemães são nazis até prova contrária, The Guardians de Benjamin Rost prova bem isso ao mostrar uma escola de seguranças, onde vemos um bas fond alemão a aprender a ser segurança profissional. Terror! As ligações à extrema direita não são aprofundadas mas com dois pingos de testa (coisa que falta nos seus protagonistas) percebe-se o que aquela gente é ou gostaria de ser. E se as "louras-burras" (com rottweilers) chumbam aos exames da escola, ainda tem 20 tentativas para conseguirem o seu diploma de Segurança. Vinte são as vezes que a activista palestiniana Sheerin of Al-Walaja foi presa pelos "nazisraelitas". Vemos uma das vezes no filme de Daz Chandler tal como a vemos a usar a palavra e a não-agressão contra uzis e soldados, é uma inspiração telúrica para Humanidade.

Claro que um gajo sai arrasado de mais uma sessão... Nem quer ver um galego deprimente (é o que os galegos e portugueses têm em comum além da península ibérica e língua) a emigrar prá deprimente Suécia. Que se lixe o cliché "fui para longe para me encontrar no ponto de partida", por favor...

Noite... O Inferno começa a libertar as chamas na Terra. My Enemy My brother de Ann Shin é daquelas histórias de meter o Paul Auster num canto. Um iraniano e um iraquiano que estiverem frente a frente no Conflito Irão-Iraque (entre 1980 e 1988), encontram-se 25 anos mais tarde no Canadá. Ambos ajudaram-se, uma vez um deles não matou o outro no meio de Khorramshahr, mais tarde o que não levou uma bala salva o "atacante" de se suicidar. Não há ditadores que aniquilem totalmente o espírito humano, já as máquinas... Behemoth de Zhao Liang ganhou o prémio de melhor filme deste festival e é merecido. O filme cita a Divina Comédia mas ele próprio já é um Inferno. Mostra imagens de minas monstruosas e os seus trabalhadores, a saúde e morte dos mineiros, o desastre ecológico, a destruição de habitats naturais de populações e o desperdício final - depois de tanto desumano esforço, o resultado é a criação de aço para a construção de centenas de cidades-fantasmas que existem na China. Cidades horríveis de prédios enormes todos abandonados mas com funcionários da limpeza nas ruas. O absurdo chega ao limite especialmente porque as imagens gravadas parecem que estamos algures num planeta de insectos. Um gajo sai da sessão e quer é ir dormir. Já reza para que lhe dêem descanso no Domingo...

MNRG people em Melgaço...

Não termos nem Paraíso nem Inferno é ficarmos intoleravelmente despojados e sós num mundo sem espessura. Dos dois reinos perdidos, verificou-se que era o Inferno o mais fácil de recriar. - George Steiner in No Castelo do Barba Azul (Relógio D'Água; 1992 - orig. 1971)

Domingo foi mais "soft" e esquecemos por uns tempos esse Inferno. De manhã no belo parque de Lamas de Mouro viu-se Os olhos de André de António Borges Correia, um "doc-drama" usando actores não-profissionais e que interpretam os acontecimentos que lhes aconteceu, com um pózinho de ficção aqui e acolá. Um drama abala uma família de Arcos de Valdevez mas a persistência do pai consegue vencer as dificuldades da vida. É outro humano inspirador, o senhor António Morais, em que pelo menos contamos com um "final feliz" e um encontro seu com o público - incluindo os seus sete filhos! Foi um evento meio-anarca...

Depois do almoço, decidimos (eu e a minha mulher) de regressar a Lisboa, pensava eu que seria uma viagem quente mas calma para lutar com as mais de cinco horas de viagem de carro entre Melgaço e a capital... O que aconteceu foi revoltante em sintonia com o Inferno que transformá-mos a Terra, foi presenciar incêndios pelo Minho inteiro e depois, perto de Antuã, ficar parado na auto-estrada durante três horas! Sim demoramos mais de oito horas, três delas no meio de centenas de carros e camionetas sem sabermos o que fazer. Rádio? Nada serve, só para manter as pessoas alienadas com futebol e música de merda, notícias sobre o que se passava? Tanto como quando foram os atentados em Paris - nessa noite íamos para o Porto e as notícias que saíam sobre Paris eram às mijinhas. Programas evangélicos em compensação havia a pontapé!

Por fim, quando acontece algo assim, pergunta-se porque raios existem auto-estradas nesta lógica que esta tem de ser pagas e como tal com acessos muito reduzidos. Se o incêndio tivesse pegado nos carros teríamos um Matanças maior que o Andanças... Mas como ainda somos humanos, até houve um casal que ofereceu água sem fazer um tostão. Onde estava a bófia ou o Estado para tal? Para que servem os 21 euros e tal de portagem? E as estações de serviço com os preços acima da média? Que pulhas! Era bom que as chamas fossem até às vossas casas destruir tudo... É o mínimo que vos desejo!

Agradecimento Ao Norte pelo convite por esta estadia no Inferno. Felizmente que o festival não foi na Madeira...

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Homenagem a Terminal Tower






Terminal Tower saiu em 2014 e nesse mesmo ano subi o Douro passando por estas construções que evocam a estranheza do livro...

domingo, 24 de abril de 2016

A fotografia selvagem de Conan!


S.G., Conan, André Coelho e eu no SWR'16

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Marcos na Fátima da BD!

foto de Jucifer / Julho 2007
O blogue Universo BD entrevistou-me... a fotografia foi tirada na "Disneylândia dos Católicos" da primeira vez que fui lá - cruz-credo e talvez a última espero - e que achei adequada para esta entrevista em que sentia que tinha a Inquisição em cima!

sábado, 1 de fevereiro de 2014

sábado, 23 de fevereiro de 2013

um Farrajota que bem!

(...) Tal como o próprio título indica, Amamos Duvall é um disco de afectos: tem bangers e hinos de recurso, tem lições de pai para filho (a lembrar o Lou Barlow ultra-íntimo de Sentridoh), tem crónicas irresistíveis do que era ser punk nos anos 90 (e, nisso, Tiago está próximo de um Farrajota) (...)

virei referência punk não sei porquê ou como ou para quê... imagino uma série de putos e hipsters agora mesmo a googlarem "Farrajota" para saber o que é... Farrajota? É um pintor? Um mamífero? Bof! Entretanto já tinha escrito sobre o disco do Tiago aqui.

domingo, 27 de maio de 2012

A professora Gininha...


Desenhos montados do meu diário gráfico na visita a Vila Cova de Alva. Estes esboços e outros de outros autores da Associação Chili Com Carne irão aparecer no site da XJAZZ  que promove eventos envolta do jazz nas aldeias de xisto. Os autores da Chili estão a fazer "BDs reportagem" dos eventos e serão publicadas na revista jazz.pt. No meu caso a BD será a meias com a cara metade Joana Pires, em modo de fusão "light"... Depois vocês vêem!

sexta-feira, 30 de março de 2012

I-I-I-I



Festival de Helsínquia 2008 (?), foto sacada ao blogue do Marko Turunen, Kristiina a falar comigo, Tommi Musturi por trás, Jucifer e Marko ainda mais para trás (?).

sábado, 17 de dezembro de 2011

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Hora de ponta em Copenhaga

 Bicicletas em fila dupla no meio da cidade de Copenhaga... ehm... não! Em fila duplicada vertical! Esta é a primeira imagem que tenho da cidade ao chegar lá no Sábado. Depois foi só (boa) neurose
Curiosamente este problema do estacionamento de bicicletas li num jornal quando me preparava para ir pela primeira vez a Mälmo (Suécia) no ano passado. Aliás, no mesmo jornal a segunda coisa sobre Mälmo que fiquei a saber era que andava por lá um serial-killer a matar estrangeiros. Mälmo é a cidade sueca dos emigrantes e a 20 minutos de comboio de Copenhaga. Na quinta vi os (lendários) Legendary Pink Dots, Sexta estive em casa de brasileiros/ suecos / chilenos / argentinos / ... onde todos falavam português em matracada-babel.
Sábado era dia de descobrir a capital da Dinamarca, país que nada de sabe a não ser do Lego, os Aqua (têm um novo álbum, meus amigos!), uma obscura banda gay disco que não me lembra o nome (irrelevante diga-se)... Bom de escandinavo parece que só têm a neve, louras barbies, o mesmo sistema de reciclagem de latas e garrafas... de resto são europeus à séria: relaxados,  cidade suja, confusão, melhor ganza da Europa, estrangeiros por todo lado e claro o maior bairro anarquista do mundo, Christiania - que prova que não é preciso o Estado para nada para haver organização social e vida de qualidade, basta seguir apenas algumas regras proibitivas como não fotografar, não correr e não tomar drogas duras - leis perfeitamente ajustadas ou não são estes os 3 males da nossa sociedade?

 <--- a bandeira da Cidade Livre!