Luís António Cardoso da Fonseca Mail: luiscardosofonseca@hotmail.com

sexta-feira, 27 de março de 2009

quarta-feira, 25 de março de 2009

FMI e O Mundo Ri

Ilustração de José Vilhena



Música: FMI de José Mário Branco interpretada ao vivo em 1982

Cantiga do Desemprego



Fumo um cigarro deitado no mês de Janeiro.Fecho a cortina da vida, espreguiço em Fevereiro.E procuro trabalho nesta esperança de Março.Já me farta tanto Abril e aquilo que não faço.Espreito por um funil a promessa de Maio,porque esperar o prometido, nessa já não caio.Queimo os dias de Junho no sol quente de Julho.Esfrego as mãos de contente num sorriso de entulho.Para teu grande desgosto, janto contigo em silêncioe lentamente esquecido, digo-te adeus em Agosto.Meu Setembro perdido numa esquina que eu roço.E penso em Outubro o menos que posso.Mas quando sinto a verdade daquilo que cansa,nunca houve vontade do tempo de andança.E sinto força em Novembro, juro luta em Dezembro.E sinto força em Novembro, juro luta em Dezembro.

Fausto, Madrugada dos Trapeiros, 1978

Atrás dos tempos vêm tempos

Eu pego na minha viola
e canto assim esta vida a correr.
Eu sei que é pouco e não consola,
nem cozido à portuguesa há sequer.
Quem canta sempre se levanta,
calados é que podemos cair.
Com vinho molha-se a garganta
se a lua nova está para subir.

Que atrás dos tempos vêm tempo
se outros tempos hão-de vir.

Eu sei de histórias verdadeiras,
umas belas e outras tristes de assombrar,
do marinheiro morto em terra
em luta por melhor vida no mar,
da velha criada despedida
que enlouqueceu e se pôs a cantar,
e do trapeiro da avenida
mal dormido se pôs a ouvir.

Que atrás dos tempos vêm tempo
se outros tempos hão-de vir.

Sei de vitórias e derrotas
nesta luta que vamos vencer.
Se quem trabalha não se esgota
tem seu salário sempre a descer.
Olha a polícia, olha o talher,
olha o preço da vida a subir.
Mas quem mal faz por mal espere,
o tirano fez janela para fugir.

Que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir.

Mas esse tempo que há-de vir
não se espera como a noite espera o dia,
nasce da força que transpira
de braços e pernas em harmonia.
Já basta tanta desgraça
que a gente tem no peito a cair.
Não é do povo nem da raça
mas do modo como vês o porvir.
Que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir.

Fausto, Madrugada dos Trapeiros, 1978

Lua flutuante e brilhante






















1) Fotografia, Vila do Conde, 24/03/2009
2) Video de aluaflutua.

terça-feira, 24 de março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

domingo, 22 de março de 2009

Roberto Bolaño

« A Roberto Bolaño no le cambió el éxito. No le llegó a tiempo. Cuando murió, a los 50 años, víctima de una cirrosis hepática, el 15 de julio de 2003, tenía una decena de obras de culto, que le permitían, todo lo más, vivir con holgura de la literatura. Ahora, seis años después de su muerte, su nombre de escritor está en boca de todos. Se reeditan sus libros, se le dedican ensayos y artículos, se adaptan sus novelas para el teatro, se estudian como guiones de posibles filmes. Es el éxito con mayúsculas. Un vendaval que lo ha trastocado todo, aunque a su principal responsable no puede ya afectarle.»
Lola Galán, El País, 22/03/2009
Ler aqui artigo completo.

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" Muitas vezes, meu caro senhor, as aparências iludem, e quanto a pronunciar uma sentença sobre uma pessoa, o melhor é deixar que seja ela o seu próprio juiz. " Robert Walser

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