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14 de janeiro de 2011

Balanço de 2010 do Fiacha

Agora que 2010 terminou vamos lá fazer o Balanço do ano.

Li 32 livros, menos que em 2009, mas foi um ano em que li muita coisa boa.

Colleen McCullough veio confirmar que é actualmente a minha escritora favorita e a sua série 1º Homem de Roma é o melhor que li até hoje a nível de Romance Histórico.

Este ano foi também o ano de finalmente ler um livro de Ficção Cientifica que me encheu as medidas, falo de Duna de Frank Herbert (melhor livro do ano 2010) e que pretendo acompanhar em 2011 a sua continuação.

Mas o género literário que li mais foi sem duvidas o Fantástico e a esse nível adorei o final da saga do Assassino da Robin Hobb, a leitura de um livro do George Martin, fora das crónicas do Fogo e do Gelo (Sonho Febril), O Homem Pintado e A Lança do Deserto do Peter V. Brett, ,entre muitos outros.

A grande revelação no fantástico foi sem duvidas A Saga de Kushiel da Jacqueline Carey.

Fora isto uma palavra especial para O Padrinho do Mário Puzo, muito bom sem dúvidas.

A maior desilusão foi A Luz de Stephen King, um escritor que tinha muitas expectativas mas que acabou por mais uma vez não me agradar.

Quanto a escritores portugueses, apenas li 3, onde David Soares confirmou ser um excelente escritor, gostei muito dos dois primeiros livros da trilogia da Susana Almeida e a grande revelação foi Martin Braun, adorei a sua forma de escrever e o enredo dos dois primeiros volumes da trilogia Alex 9. Tive igualmente o prazer de conviver com ambos no fórum fantástico que decorreu em Novembro (Susana Almeida e Martin Braun)

Para 2011, gostava de variar um pouco mais de géneros literários, mas não me parece que isso venha a acontecer, pelo contrário vou ler de uma forma mais acentuada livros de Fantástico e alguns de Romance Histórico, embora tenha uma enorme quantidade de livros que gostava de ler e que aguardam oportunidade, como José Saramago, José Rodrigues dos Santos, entre muitos outros.

Gostava também de conseguir reler alguns livros, como os livros do George Martin e da Juliet Marrilier, mas também não me parece que consiga atingir esse objectivo.

Ansioso por ler mais livros do Frank Herbert, George Martin (era bom era o Dance & Dragons em 2011), Jacqueline Carey, a nova trilogia que vai ser lançada da Robin Hobb, entre muitos outros.

Pelo menos espero conseguir ler mais livros do que em 2010, para já encontro-me a ler o último romance da Anne Bishop e só posso dizer que comecei muito bem.

3 de dezembro de 2010

Alguém com lugar especial no coração do Fiacha:

Esta é uma escritora que estará sempre no top das minhas preferidas e que tem um lugar especial no meu coração, falo de Juliet Marrilier







Juliet Marillier nasceu em Dunedin, na Nova Zelândia, uma cidade com grandes tradições 
escocesas.  Licenciou-se com distinção em Linguística e Música na Universidade de Otago
e tem tido uma carreira variada que inclui o ensino, a interpretação musical e o trabalho em 
agências governamentais.


A Juliet adora história, mitologia e folclore desde que descobriu em criança os livros de 
Fadas de Andrew Lang, e por isso inclui este tipo de material nos seus livros, de forma mais
ou menos instintiva. Gosta de histórias que explorem as viagens pessoais das mulheres, e as
relações entre o Homem e a natureza - o que não surpreende já que a sua própria prática 
espiritual se baseia nos druidas.


Acredita que faz as coisas de forma mais intuitiva quando escreve ficção, e como resultado 
encontra na escrita sobre a arte de escrever um desafio interessante.


Embora seja original da Nova Zelândia, actualmente vive na Austrália, em Perth, próximo de 
uma comunidade rural onde existem a paz e a harmonia de que a autora necessita para 
escrever. Vive com os seus dois cães e companheiros e um assistente editorial felino.
O jardim da sua casa possui árvores e ervas de acordo com as suas inclinações druídicas.


É internacionalmente famosa pela autoria da trilogia de Sevenwaters, com a que ganhou 
vários prémios e fizeram dela a sucessora de Marion Zimmer Bradley.


Aqui deixo, para quem estiver interessado, o endereço do site oficial da escritora:


http://www.julietmarillier.com/


Recomendo que começam pelo inicio isto é pela trilogia Sevenwaters, onde conhecerão um 
corvo de nome Fiacha e não só obviamente. Existe ainda um quarto volume que embora seja 
bom quanto a mim é dispensável mas que não deixa de ser um excelente livro.




Sinopse: 

Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era Lei e a magia uma força da 
natureza, esta história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, e dos seus seis irmãos.
O domínio Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens 
silenciosos e Criaturas Encantadas que deslizam pelos bosques vestidos de cinzento e 
mantêm as armas afiadas. O maior perigo para este idílio vem de dentro: Lady Oonagh, 
uma feiticeira, que casou com o pai de Sorcha, senhor de Sevenwaters. Frustrada por 
conseguir encantar todos menos a enteada, Oonagh lança um poderoso feitiço sobre os 
irmãoda rapariga, que só Sorcha poderá conseguir quebrar. Porém, a meio da pesada 
tarefa de libertar os irmãos, Sorcha é raptada por um grupo de salteadores, e ver-se-á 
dividida entre o dever de salvar a vida dos irmãos e um amor cada vez maior, proibido, 
pelo senhor da guerra que a capturou.



Sinopse: 

As florestas de Sevenwaters lançaram o seu feitiço sobre Liadan, a filha de Sorcha, que 
herdou os talentos da mãe para curar e penetrar no mundo espiritual. Os espíritos da floresta
avisam-na de que, para que as ilhas sagradas sejam reconquistadas aos Bretões, Liadan 
deverá permanecer em Sevenwaters. A Irlanda está agora em guerra, e as suas costas são 
assoladas por atacantes. Entre inimigos há um que se destaca: o Homem Pintado, que 
granjeou uma reputação terrível de mercenário feroz e astuto, e que espalha o terror por onde 
quer que passe. Ao regressar a casa, Liadan é capturada pelo Homem Pintado. Porém, este 
acaba por se revelar bem diferente da lenda, e apesar da antiga profecia que a obrigava a 
permanecer em Sevenwaters, a jovem sente-se atraída por ele.
Mas poderá ela viver o seu amor sem que a maldição recaia sobre Sevenwaters?



Sinopse: 


Fainne foi criada numa enseada isolada da costa de Kerry, com uma infância dominada pela 
solidão. Mas o pai, filho exilado de Sevenwaters, ensina-lhe tudo o que sabe sobre artes 
mágicas. Esta existência pacífica é ameaçada pelo surgimento da avó da rapariga, a terrível 
lady Oonagh, que se impõe na vida da neta. Com a perversidade que a caracteriza, a feiticeira 
informa Fainne do legado que traz dentro de si: o sangue de uma linhagem maldita de 
feiticeiros, incutindo na jovem um sentimento de ódio profundo e, ao mesmo tempo, 
incumbindo-a de uma tarefa que a deixará aterrorizada. Enviada para Sevenwaters com o 
objectivo de destruí-la, Fainne irá usar todos os seus poderes mágicos para impedir o 
cumprimento de uma profecia.


Cultura Celta e Breta, conhecerão personagens que ficarão para sempre marcados nas vossas 
memorias, Finbar, Liadhan, Sorcha, Bran, Red, entre muitas outras.

Sigam depois para a saga das Ilhas Brilhantes, onde conhecerão um pouco da cultura 
nórdica e ai esta uma das minhas personagens preferidas e mais complexas da Juliet Marrilier
Somerled, mas não só deste personagem vive estas sagas.



Sinopse: 

Este é o primeiro dos dois volumes que compõem a nova série intitulada A Saga das Ilhas 
Brilhantes, da aclamada autora do fantástico Juliet Marillier - comummente comparada a 
Marion Zimmer Bradley. Depois da série Sevenwaters, com a qual recebeu vários prémios 
internacionais, Marillier recua agora ao tempo dos viquingues. Eyvind sempre desejou ser um 
grande guerreiro viquingue - um Pele-de-Lobo - mas o seu amigo de infância Somerled tem 
outros planos para o futuro. Apesar do juramento que fizeram quando crianças, Eyvind e 
Somerled acabam por seguir caminhos diferentes: o primeiro transforma-se num feroz servidor 
de Thor e o outro um cortesão erudito. Mas o destino acabará por reuni-los em circunstâncias 
misteriosas...



Sinopse: 

Neste livro, a sequela de "O Filho de Thor", primeiro livro da 'Saga das Ilhas Brilhantes', Juliet 
Marillier prossegue a narrativa das aventuras de Eyvind. Ao atingir a maioridade, Thorvald 
descobre um segredo terrível e parte numa perigosa viagem em busca do pai que nunca 
conheceu à ilha do Povo dos Facas Longas. Acompanha-o a sua grande amiga Creidhe, 
filha de Eyvind, o Pele-de-Lobo. Este povo é governado por um tirano cruel, e com o 
nascimento de um bebé, Creidhe descobre a terrível verdade sobre a maldição dos Facas 
Longas. E quando descobrem como poderão acabar com ela, temem que seja demasiado 
tarde...



Depois avancem sem hesitar para as Cronicas de Bridei, a minha saga preferida da Juliet 
Marrilier, Tuala, Bridei, Falon, Fola, Ana Ferada, são muitas as personagens que nos marcam 
ficaremos para sempre ligadas a elas, um enredo muito bom e onde sinto que a escritora 
evolui-o na sua escrita.




Sinopse:

Escócia, século VI. Bridei tem quatro anos quando os seus pais o confiam a Broichan, um 
poderoso druida do reino de Fortriu, com quem aprenderá a ser um homem erudito, um 
estratega e um guerreiro. Bridei desconhece que a sua formação obedece ao desígnio de um 
concelho secreto de anciãos e que está destinado a desempenhar um papel fundamental no 
destino do instável reino de Fortriu. Porém, algo irá mudar para sempre o seu mundo e, 
provavelmente, arrasar os planos de Broichan: Bridei encontra uma criança, ao que tudo indica 
abandonada pelos Boa-Gente. Todos concordam que o melhor será assassiná-la, mas Bridei 
decide salvá-la a todo o custo. E assim, ambos crescem juntos, e a bebé Tuala transforma-se
numa bela mulher. Contudo, Broichan presente o perigo que ela representa, pois a jovem 
poderá vir a ter um papel importante no futuro de Bridei... ou causar a sua perdição.




Sinopse:

Livro II das "As Crónicas de Bridei" depois de "O Espelho Negro". A "Espada de Fortriu" cobre 
os primeiros seis anos do reinado de Bridei como rei de Fortriu. O reino de Fortriu gozou cinco 
anos de paz desde que Bridei chegou ao trono. Agora, o rei prepara-se para uma guerra há 
muito esperada que, segundo pensa, banirá para sempre do Ocidente os invasores Galeses.
A princesa Ana, refém de Fortriu desde a sua infância, é enviada para Norte, para se casar,
estrategicamente, com um líder que nunca viu, e com isso ganhar um aliado no qual se baseia 
vitória de Bridei. A sua escolta é conduzida por um homem que ela despreza: o enigmático 
Faolan, assassino e espião de Bridei.



Sinopse:

Em missão secreta na Irlanda por ordem do Rei Bridei de Fortriu, Faolan tem também de dar a 
notícia da morte de um bravo guerreiro. Porém, o principal assassino e espião de Bridei tem de
enfrentar os demónios do passado sombrio da sua família com resultados inesperados. Quando
segue o rasto de um poderoso clérigo cristão que pode ser uma ameaça para a estabilidade do
reino pagão de Bridei, Faolan torna-se responsável por uma criança, um cão e Eile, uma jovem 
perturbada e desconfiada. Para Eile, a viagem a Fortriu é uma confrontação. Acostumada a 
uma vida de privações e labuta, jovem vê-se perante um mundo estranho, cheio de lições 
novas, onde o principal desafio é aprender confiar nas pessoas. Na corte de Bridei, em 
Monte Branco, notícias perturbadoras vindas do reino vizinho de Circinn, levam o Rei a 
convocar a conselho os seus chefes-de-guerra. Após o desaparecimento do principal 
conselheiro de Bridei e a morte trágica de uma jovem criada, a ameaça provocada pela 
influência cada vez Maior da Cristandade parece ser o menor dos perigos...





A escritora tem ainda dois livros para um publico mais juvenil (Danças na Floresta e o 
Segredo de Cibeleque embora não sejam tão bons como os livros atrás mencionados não 
deixam de ter muita qualidade.

Uma escritora que tem a minha recomendação sem qualquer tipo de hesitação e que tem um 
lugar muito especial no meu coração, leiam pois são livros que merecem estar na estante de 
qualquer apaixonado de literatura fantástica.

Abraço

11 de novembro de 2010

Prenda de Anos



Ontem recebi uma excelente prenda do Corvo, um livro que já andava debaixo do meu olho a alguns meses.
Obrigado Fiacha!!

Sinopse:


Jean M. Auel retrata, neste empolgante retrato histórico, a vida dos nossos antepassados na última fase da Era Glaciar, quando os homens de Neandertal e de Cro-Magnon dividiam a Terra.

A heroína do romance é Ayla, uma valente e indomável jovem que é deixada à sua sorte depois de uma catástrofe natural.  Aos cinco anos é encontrada e adoptada pelo Clã, um grupo de homens de Neandertal, muito diferentes da sua espécie.
Num primeiro momento os cabelos loiros e olhos azuis de Ayla inspiram surpresa, depois desconfiança e, por fim aceitação por parte do Clã. Iza, a curandeira, e Creb, o Homem Santo, cuidam desta jovem que se interessa pela caça e pelo manejo de armas, algo que está proibido as mulheres, mas que ela domina com notável mestria.

O Clã do Urso das Cavernas é um fenómeno literário em todo o mundo. Nesta obra, a autora descreve um mundo real, mas ao mesmo tempo mágico, a sua fauna e flora, numa investigação histórica cuidada e elogiada por historiadores e antropólogos que ficaram rendidos a esta fantástica aventura.

27 de outubro de 2010

Um conto para um Corvo aniversariante

Parabéns Fiacha! E muito obrigado por tu e o autor anónimo do conto me terem deixado publicá-lo aqui.


Conto:



O sol desaparecia na linha do horizonte, quando os guardas junto da porta da cidade
avistaram alguém. Examinaram a figura que se aproximava com um olhar perscrutador,
quase de pálpebras cerradas; tratava-se de um solitário sobre o dorso de um garanhão de
pêlo lustroso.
O desconhecido refreou a montada, quando as lanças dos guardas se cruzaram na sua
frente, impedindo a sua entrada na cidade.
- O que te traz aqui forasteiro? – Perguntou um dos guardas.
- Estou apenas de passagem. Não vim para arranjar problemas, apenas procuro um
quarto para pernoitar.
Os guardas entreolharam-se e permitiram a passagem daquele homem, cuja capa
empoeirada escondia a espada que carregava.
À medida que percorria as ruas da cidade, aquele homem sentia os olhares curiosos
lançados por aqueles com quem se cruzava.
Não tardou a encontrar o que procurava; Uma tabuleta com um corvo negro
desenhado, baloiçava quando tocada pelo vento sobre a porta de uma taberna.
Apeou-se. O ruído proveniente do interior da taberna era ensurdecedor. Com passos
seguros avançou para a porta que empurrou, entrando. O fumo dos charutos e cigarros
impregnava o ar tornando-o abafado, quase irrespirável.
Dirigiu-se ao balcão.
- Uma caneca de rum – pediu.
O taberneiro, um homem alto, magro de queixo proeminente e pele pálida colocou
uma caneca à sua frente.
- Nunca o tinha visto por cá… - referiu enquanto enchia a caneca.
Aquele homem manteve-se em silêncio, como se não tivesse escutado as palavras que
lhe haviam sido dirigidas. Pelo canto do olho fixava algo ou alguém.
- Chamam-lhe o Melga – Ouviu.
Agarrou na caneca levando-a aos lábios para beber um trago. Ao pousá-la olhou
directamente nos olhos do taberneiro.
- O que sabe sobre ele?
O taberneiro olhou disfarçadamente para um canto sombrio onde se encontrava um
homem que trajava de negro. Sentada no seu colo estava uma mulher de longos cabelos
loiros e vestido vermelho.
- Chegaram há pouco tempo à cidade. Ouvi rumores que armaram confusão numa
outra taberna. Parece que um tipo se meteu com a mulher – tornou a encarar aquele com
quem falava – Farejo sarilhos e acredite que isso é tudo o que aqueles dois cheiram.
O forasteiro tirou do bolso duas moedas de prata, que atirou para cima do balcão
dizendo que era para cobrir os prejuízos. Antes que o estalageiro pudesse colocar-lhe
qualquer pergunta, pegou na caneca, dirigindo-se para a mesa do casal.
- Desta vez foi mais difícil seguir-te o rasto, Melga – disse pousando a caneca sobre
a mesa.
Aquele a quem ele dirigira aquelas palavras esboçou um sorriso trocista.
- Será que não desistes, Fiacha Sun?
O recém-chegado puxou de uma cadeira, sentando-se de frente para o outro.
- Jurei que te ia levar para forca a que foste condenado e garanto-te que o farei.
A mulher inclinou-se sobre a mesa, permitindo a Fiacha ver os seus volumosos seios.
- Estás a ser desmancha-prazeres – disse com uma voz sedutora.
- Tens duas escolhas ou voltas comigo a bem, ou serei forçado a levar-te à força –
foram as únicas palavras de Fiacha, ignorando a loira.

Aquele que era conhecido por Melga soltou uma gargalhada estridente, afastando a
mulher do seu colo.
- Nunca me levarás de volta àquela cela – afirmou levantando-se.
Fiacha desviou-se da cadeira que o outro arremessou contra si, antes de puxar da sua
espada travando a investida daquele que perseguia sem descanso há várias semanas,
depois de este ter escapado da prisão.
Rapidamente alguns homens se aproximaram com facas na mão. Fiacha lançou-lhes
um olhar cortante que os fez recuar; afinal aquela luta não era deles.
- Nunca me apanharás! – Melga afastou a sua espada do contacto com a de Fiacha
para desferir nova estocada.
Fiacha travou facilmente a investida do oponente e num movimento veloz ripostou.
Uma chuva de fagulhas incandescentes espalhou-se pelo ar aquando do contacto das
lâminas de aço.
- Não me consegues vencer – disse.
A cólera apoderou-se de Melga, que tornou a investir uma e outra vez contra Fiacha.
Mas por mais que o tentasse, era incapaz de desferir um golpe que ceifasse a vida do
oponente, que de alguma forma parecia ser capaz de antecipar todos os movimentos do
adversário, travando-os sem dificuldade.
A loira olhou em redor. Tinha de ajudar Melga. Agarrou numa outra cadeira
avançando para Ficha.
Os lábios de Fiacha alongaram-se num sorriso. Baixou-se ao mesmo tempo que a
mulher arremessava a cadeira contra ele.
Num movimento rápido, Fiacha rodou sobre os calcanhares enlaçando a cintura da
loira para a puxar contra o seu corpo.
- Mereces uma vida melhor que esta – segredou-lhe antes de a empurrar para longe.
Quando olhou em frente Melga tinha desaparecido. Procurou-o, vendo-o deixar a
taberna.
- Raios! – Vociferou partindo no seu encalço.
As sombras da noite já engoliam a cidade. Melga corria pelas ruas empurrando
violentamente todos aqueles que cruzavam o seu caminho. Fiacha seguia-o. Melga tirara
a vida de inocentes e não ia permitir que não pagasse pelo seu crime.
Melga estacou ao deparar-se com um beco sem saída. Num impulso rodou sobre si.
O seu coração pulsava acelerado.
- Acabou, desta vez não tens por onde fugir nem ninguém para te ajudar – disse
Fiacha.
- Maldito! – Gritou Melga, apertando o punho da espada.
Fiacha seguia-o sem descanso, a única forma de se ver livre dele de uma vez por
todas era acabando com a sua vida.
- Morre! – Berrou.
Os olhos de Fiacha semicerraram-se seguindo o adversário que corria na sua direcção
com a espada em riste.
A espada de Melga cortou o ar visando o peito do oponente. Um grito ecoou pelo
beco. A mulher de cabelos loiros viu a espada de Melga ser-lhe arrancada da mão com
um golpe firme e preciso. Fiacha endireitou-se fixando o rosto daquele que desarmara e
que recuava com uma expressão de medo na face.
- Chegou a hora de pagares pelo teu crime – disse avançando para Melga que
se deixava cair de joelhos como se tivesse finalmente percebido que não havia fuga
possível.
Os punhos da loira cerraram-se. Correu para Fiacha saltando-lhe para as costas. Um
dos seus braços apertou-se em redor do pescoço deste, numa tentativa de o sufocar.
- Foge! - Gritou para Melga.

Este não hesitou. Fiacha puxou de uma faca presa ao cinto ao mesmo tempo que
recuava contra a parede, fazendo a loira chocar violentamente contra esta.
- Não vais tornar a escapar – disse atirando a faca que se entranhou numa das pernas
de Melga.
Libertou-se da loira, que caiu gemendo e aproximou-se com passos lentos do homem
que tentava tirar a faca da perna.
- Eu disse-te que não ias escapar.
Pouco depois Fiacha Sun deixava a cidade, levando Melga amarrado na garupa do
seu cavalo de volta à aldeia onde a forca o esperava pelos crimes que cometera.