Vista aérea do Hospital Miguel Bombarda. Todo o terreno e edifícios estão considerados como Zona Especial de Proteção (as alterações/demolições têm de ser aprovadas pelo IGESPAR) do Conjunto de Interesse Público constituído pelo Balneário D. Maria II (1853) e Pavilhão de Segurança (1896). (Portaria publicada no DR de 24/12/2011)
Edifício principal do Hospital. Entrada.
Este edifício, onde foi instalado em 1848 o então designado Hospital de Rilhafoles (o terceiro grande hospital a ser fundado no país e o primeiro psiquiátrico) corresponde no essencial ao antigo Convento dos Padres de S. Vicente de Paulo, construído cerca de 1740 na antiga Quinta de Rilhafoles adquirida em 1720 por aquela congregação religiosa.
O edifício encontra-se em boas condições de conservação.
Edifício principal, fachada nascente. Dada a solidez da construção o edifício resistiu incólume ao terramoto de 1755.
Outro aspecto do edifício principal, visto do pátio.
Pequeno lago do convento, no pátio interior.
Edifício principal, observado do pátio, sendo visíveis a antiga torre sineira da Igreja e as janelas de sacada do actual salão nobre.
Salão Nobre do Hospital, edifício principal (talvez antiga sala de leitura do convento), com silhares e azulejos barrocos do século XVIII, e bem integrado tecto Art Déco, de 1948, da autoria do arq. Carlos Ramos.
Nesta Sala realizaram-se grande número de conferências e actos solenes, em que participaram personalidades como o Prof. Egas Moniz, Prof. Breuler, Prof. Lopez Ibor, Prof. António Flores, Dr. Almeida Amaral ou o Prof. Eduardo Cortesão.
Nesta Sala realizaram-se grande número de conferências e actos solenes, em que participaram personalidades como o Prof. Egas Moniz, Prof. Breuler, Prof. Lopez Ibor, Prof. António Flores, Dr. Almeida Amaral ou o Prof. Eduardo Cortesão.
Salão Nobre, com o raro silhar de azulejos historiados de representação contínua com 14 metros de extensão.
Salão Nobre, lado nascente.
Salão Nobre, pormenor de painéis.
Salão Nobre, mesa de honra.
Retrato a óleo do Prof. Sobral Cid, da autoria de Querubim Lapa, entrada do Salão Nobre.
Retrato a óleo do Prof. Miguel Bombarda, de 1911, da autoria de Veloso Salgado, entrada do Salão Nobre.
Átrio de entrada, edifício principal.
Escadaria da entrada, em ferro fundido cerca de 1894.
Pormenor da escadaria.
Capela do Hospital, antiga Igreja do Convento, aberta ao culto desde c. 1740.
Além da actividade religiosa hospitatalar, aqui se realizaram os funerais dos doentes, incluindo do poeta Ângelo de Lima, do pintor de fama internacional Jaime Fernandes, com a presença das respectivas famílias, ou dos directores Dr Sobral Cid e Dr. Almeida Amaral.
Actual Sala Polivalente, no edifício principal, onde está exposto um conjunto das mais antigas fotografias de doentes, desde o século XIX.
Esta como outras espaçosas salas devem integrar o alargado Museu de Pintura de Doentes, Outsider Art e Neurociências (o Museu não pode ficar circunscrito ao Pavilhão de Segurança e Balneário D. Maria II), proposto no Apelo às ministras da Cultura e da Saúde assinado por grandes personalidades como Paula Rego, António Damásio ou Raquel Henriques da Silva.
Esta como outras espaçosas salas devem integrar o alargado Museu de Pintura de Doentes, Outsider Art e Neurociências (o Museu não pode ficar circunscrito ao Pavilhão de Segurança e Balneário D. Maria II), proposto no Apelo às ministras da Cultura e da Saúde assinado por grandes personalidades como Paula Rego, António Damásio ou Raquel Henriques da Silva.
Tecto da pequena sala junto à sala polivalente, com represenração em baixo relevo de diversos instrumentos científicos.
O Prof. Miguel Bombarda proferia aqui lições e discutia com outros médicos os casos clínicos. Seria aqui que estavam expostos algumas das pinturas e desenhos de doentes do Museu/Colecção por ele reunida ainda no século XIX, uma das primeiras a serem constituída na Europa
As Caldeiras, de 1932, em estado razoável de conservação, instaladas no edifício do Balneário D. Maria II.
Lápide de 1911, mandada colocar pelos funcionários do Hospital, junto ao gabinete do Prof. Mouel Bombarda.
Gabinete dos Directores do Hospital, onde o Prof. Miguel Bombasrda, dirigente máximo da Revolução Republicana, foi assassinado no dia 3 de Outubro de 1910. No mesmo local o retrato a óleo do Duque de Saldanha, do século XIX, que exibe rasgão provocado por uma das balas. Exibem-se aqui relatórios do Hospital e outros livros.
Outro aspecto do gabinete, com fotografia de 1899, de Bombarda sentado à secretária.
Tanque (sempre sub-valorizado pelas administrações) da antiga Quinta de Rilhafoles, possivelmente dos séculos XVI ou XVII.
A seguir situa-se um dos poços da antiga Quinta
Alamedas das oliveiras, da antiga Quinta de Rilhafoles, que especialistas atribuem a idade de 400-500 anos
Fonte decorada com conchas e pequenas pedras de lioz e basalto (embrechados), do século XIX ou anterior
Pequeno edifício do Laboratório, com sala de autópsias, de 1897, situado perto do Pavilhão de Segurança.
De relevante importância histórica, pois foi aqui que o neurologista Prof. Marck Athias, iniciou e desenvolveu as suas investigações em Portugal. durante cerca de 8 anos, vindo da Sorbonne, após convite do Prof. Bombarda. O Prof. Athias é considerado o maior cientista médico português da primeira metade do século XX, a par do Prof. Egas Moniz. Também neste edifício exerceu funções o neuro-psiquiatra José Lobo Antunes, pai de António Lobo Antunes (médico-escritor do Hospital Miguel Bombarda durante mais de 30 anos) e de João Lobo Antunes.
Marck Athias lançou em Rilhafoles o ensino da moderna experimentação e investigação médica em Portugal, sendo então seus alunos personalidades como o Prof Celestino da Costa e o Prof. Carlos França (ver História da Psiqiatria em Portugal, pelo Prof. Barahona Fernandes, p. 273)
Edifício da Cozinha, cerca de 1895, do arquitecto José Maria Nepomuceno, também autor do Pavilhão de Segurança
Extraordinária roseta-fecho central que une 8 dos tirantes em ferro que sustêm a cobertura da Cozinha
Aspecto geral da cobertura piramidal com lanternim-respiradouro da Cozinda, sustida por complexa estrutura de tirantes em ferro
Pormenor da mesma cobertura
Enorme Telheiro de 70 metros de extensão, de madeira ferro e telha (posteriormente "fechado" para salão de festas e armazém), cerca de 1895, da autoria do arquitecto José Maria Nepomuceno. Destinado ao passeio diário das mulheres, era protegido no inverno por telas revestidas a alcatrão.
Aspecto do Telheiro
Estrutura do madeiramento da cobertura do Telheiro
Bloco de entrada do Pavilhão da 1ª e 2ª Enfermarias, com rara e inovadora implantação em poste telefónico, de 1886-1894, do arquitecto José Maria Nepomuceno. Em excelente estado de conservação, com 1500 m2 e pavimentos em ferro e betão.
Vista lateral, onde se podem observar os 3 blocos paralelos e pátios ajardinados. do Pavilhão em poste telefónico.
Parte do conjunto de 165 azulejos da autoria de doentes, colocados em muro perto do Hospital de Dia.
4 comentários:
É revoltante permitir que os interesses dos construtores se sobreponham ao importantíssimo interesse científico e cultural dum património único nacional mas com projecção internacional, já reconhecido oficialmente em Diário da República, mas que mesmo assim continua subestimado ou quase ignorado.
Que património encontrarão os que nascerem daqui a 50 anos?
Onde se pode assinar contra a demolição do Hospital Miguel Bombarda? Sou antiga funcionária e frequentei a creche do hospital quando era pequena. Tem para mim um grande valor sentimental. Forma parte da cultura e história de Lisboa e de Portugal.
Documento interessantíssimo! O que podemos fazer para salvar este património? Helena Tancoso
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