quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A thousand.

Mil processos de classificação à beira de prescrever
por LUÍS MANETA,

Existe património que espera, há dezenas de anos, por classificação que o proteja. Mas, por decreto, todos esses processos podem ir para o lixo em semanas.

Um total de 964 monumentos que se encontram em vias de classificação pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) pode perder todas as protecções legais já em Outubro. Isto porque o Ministério da Cultura publicou, no ano passado, o Decreto-Lei 309/2009, segundo o qual "os procedimentos de classificação de bens imóveis em curso caducam se não for tomada a decisão final no prazo de um ano".

Em termos práticos, a decisão significa que as zonas de protecção criadas de forma automática em torno dos bens em vias de classificação deixam de estar em vigor. E que os processos regressam à "estaca zero".

Estão em causa imóveis como o antigo Liceu Passos Manuel, o Jardim Botânico e um conjunto de cinco edifícios na esquina da Rua da Mouraria com a Rua do Capelão, em Lisboa, a Foz Velha e a Praça General Humberto Delgado, no Porto, o Forte de São Sebastião, em Castro Marim, igrejas e monumentos arqueológicos espalhados por todo o País.

Fonte do Igespar garante ao DN existir a possibilidade de o prazo para a caducidade das candidaturas em curso "ser prorrogado por um ano", através de despacho fundamentado do director do instituto. No entanto, mesmo que o horizonte venha a ser Outubro de 2011, fonte da Direcção Regional de Cultura do Alentejo diz que será "praticamente impossível" ter todos os processos concluídos, "dada a falta de meios humanos".

"Cabe às direcções regionais definir prioridades. Alguns casos arrastam-se há dezenas de anos e até se pode admitir que o bem a proteger já nem sequer se encontre de pé", contrapõe o Igespar.

Para o arqueólogo Manuel Calado, que já instituiu processos de classificação, "não tem sentido decretar a caducidade" das candidaturas, mesmo das que já se arrastam há vários anos, uma vez que isso significa "retirar protecção" aos monumentos. "Há processos em curso que devem ser concluídos. O problema é que o acto de classificar mais património implica uma responsabilidade acrescida para o Igespar e o País tem de se questionar sobre a existência de capacidade financeira para garantir uma real protecção aos sítios classificados."

Trata-se de equacionar até que ponto há "capacidade para garantir que uma figura legal se torne efectiva". Ou, dito de outro modo, se o facto de se acrescentar património à lista de sítios classificados corresponde à salvaguarda desses mesmos monumentos perante a pressão imobiliária ou em relação a actos de vandalismo. "Garantir a preservação de edifícios e locais é complicado, pois exige meios financeiros e humanos que em muitos casos não existem nem nunca existiram, mesmo no património que já se encontra classificado", alerta Manuel Calado.

De acordo com fonte do Igespar, a isenção do pagamento do imposto municipal de imóveis (IMI) é um dos benefícios atribuídos pelo Estado aos proprietários dos imóveis que constem da lista dos monumentos nacionais ou dos prédios individualmente classificados como de interesse público, valor municipal ou património cultural. No caso de edifícios particulares, trata-se de um benefício "residual". Mas da lista dos bens em vias de classificação constam conjuntos urbanos formados por dezenas de edifícios como, por exemplo, o centro histórico de Serpa.

Outro benefício é o reconhecimento do valor histórico e artístico do património classificado, em torno do qual é criada uma zona de protecção de 50 metros onde devem ser "evitadas as obras de construção civil ou a instalação de quaisquer elementos que, pela sua presença, e independentemente do seu valor estético, destruam a harmonia do local". O objectivo é minimizar "impactos construtivos" e salvaguardar solos arqueológicos.

Por outro lado, a Lei do Património atribui aos proprietários privados o "dever especial" de "conservar, cuidar e proteger devidamente o bem, de forma a assegurar a sua integridade e a evitar a sua perda, destruição ou deterioração". Por isso, os projectos de obras de conservação se sujeitam a parecer da entidade responsável pela preservação do património, seja o Ministério da Cultura, governos regionais ou autarquias.

Manuel Calado considera que o arquivamento automático dos processos sem uma decisão final "não põe necessariamente em perigo os monumentos, mas retira-lhes protecção".

(in Diário de Notícias).

Obra a obra, Lisboa melhora.


«Abertura do último troço do túnel do Marquês, em Lisboa, adiado para meados de 2011» (in Público).

Gebalis...


Boa, Paulo Ferrero!


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No Jornal de Notícias de hoje, Paulo Ferrero faz a proposta para o Arquivo Municipal transitar para o Hospital de Arroios, antigo Convento de Nossa Senhora da Nazaré. APOIAMOS!

Canavilhices ou summavielladas!?

Pelo visto, a tinta do cabelo anda a fazer mal ao discernimento da ministra e do secretário de Estado da Cultura. Hoje não deve haver sessão fotográfica na Ajuda.
Segue aqui a notícia do DN.

"Mil processos de classificação à beira de prescrever"

Existe património que espera, há dezenas de anos, por classificação que o proteja. Mas, por decreto, todos esses processos podem ir para o lixo em semanas.

Um total de 964 monumentos que se encontram em vias de classificação pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) pode perder todas as protecções legais já em Outubro. Isto porque o Ministério da Cultura publicou, no ano passado, o Decreto-Lei 309/2009, segundo o qual "os procedimentos de classificação de bens imóveis em curso caducam se não for tomada a decisão final no prazo de um ano".
Em termos práticos, a decisão significa que as zonas de protecção criadas de forma automática em torno dos bens em vias de classificação deixam de estar em vigor. E que os processos regressam à "estaca zero".
Estão em causa imóveis como o antigo Liceu Passos Manuel, o Jardim Botânico e um conjunto de cinco edifícios na esquina da Rua da Mouraria com a Rua do Capelão, em Lisboa, a Foz Velha e a Praça General Humberto Delgado, no Porto, o Forte de São Sebastião, em Castro Marim, igrejas e monumentos arqueológicos espalhados por todo o País.
Fonte do Igespar garante ao DN existir a possibilidade de o prazo para a caducidade das candidaturas em curso "ser prorrogado por um ano", através de despacho fundamentado do director do instituto. No entanto, mesmo que o horizonte venha a ser Outubro de 2011, fonte da Direcção Regional de Cultura do Alentejo diz que será "praticamente impossível" ter todos os processos concluídos, "dada a falta de meios humanos".
"Cabe às direcções regionais definir prioridades. Alguns casos arrastam-se há dezenas de anos e até se pode admitir que o bem a proteger já nem sequer se encontre de pé", contrapõe o Igespar.
Para o arqueólogo Manuel Calado, que já instituiu processos de classificação, "não tem sentido decretar a caducidade" das candidaturas, mesmo das que já se arrastam há vários anos, uma vez que isso significa "retirar protecção" aos monumentos. "Há processos em curso que devem ser concluídos. O problema é que o acto de classificar mais património implica uma responsabilidade acrescida para o Igespar e o País tem de se questionar sobre a existência de capacidade financeira para garantir uma real protecção aos sítios classificados."
Trata-se de equacionar até que ponto há "capacidade para garantir que uma figura legal se torne efectiva". Ou, dito de outro modo, se o facto de se acrescentar património à lista de sítios classificados corresponde à salvaguarda desses mesmos monumentos perante a pressão imobiliária ou em relação a actos de vandalismo. "Garantir a preservação de edifícios e locais é complicado, pois exige meios financeiros e humanos que em muitos casos não existem nem nunca existiram, mesmo no património que já se encontra classificado", alerta Manuel Calado.
De acordo com fonte do Igespar, a isenção do pagamento do imposto municipal de imóveis (IMI) é um dos benefícios atribuídos pelo Estado aos proprietários dos imóveis que constem da lista dos monumentos nacionais ou dos prédios individualmente classificados como de interesse público, valor municipal ou património cultural. No caso de edifícios particulares, trata-se de um benefício "residual". Mas da lista dos bens em vias de classificação constam conjuntos urbanos formados por dezenas de edifícios como, por exemplo, o centro histórico de Serpa.
Outro benefício é o reconhecimento do valor histórico e artístico do património classificado, em torno do qual é criada uma zona de protecção de 50 metros onde devem ser "evitadas as obras de construção civil ou a instalação de quaisquer elementos que, pela sua presença, e independentemente do seu valor estético, destruam a harmonia do local". O objectivo é minimizar "impactos construtivos" e salvaguardar solos arqueológicos.
Por outro lado, a Lei do Património atribui aos proprietários privados o "dever especial" de "conservar, cuidar e proteger devidamente o bem, de forma a assegurar a sua integridade e a evitar a sua perda, destruição ou deterioração". Por isso, os projectos de obras de conservação se sujeitam a parecer da entidade responsável pela preservação do património, seja o Ministério da Cultura, governos regionais ou autarquias.
Manuel Calado considera que o arquivamento automático dos processos sem uma decisão final "não põe necessariamente em perigo os monumentos, mas retira-lhes protecção".
Luís Maneta, Diário de Notícias.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Planetário do Museu de Ciência.



O Planetário do Museu de Ciência agora é para toda a família.

O Planetário do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa abrirá, a partir de 2 de Outubro, as suas portas ao grande público depois de década e meia a deliciar grupos escolares. A primeira sessão temática é dedicada aos 20 anos do telescópio Hubble, que se assinalam este ano.

O Planetário do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa irá assinalar os 20 anos de actividade do telescópio espacial Hubble com a abertura das suas portas ao grande público e com a apresentação de uma sessão temática sobre o telescópio mais famoso da actualidade. As sessões decorrem aos sábados entre as 16h30 e as 17h30 e o custo da entrada é de 2€. O Planetário do Museu de Ciência possui 38 lugares o que permite uma grande proximidade e participação da assistência. As sessões são sempre realizadas ao vivo por um astrónomo do Museu.

Na primeira sessão para toda a família pode-se ver o sistema solar em movimento, fotos do telescópio Hubble que documentam o impacto recente de um cometa com o planeta Júpiter, ou o grande cometa de Donati, como foi visto no céu em 1858. Estrelas em nascimento, na famosa imagem dos pilares da criação, ou em final de vida – nos surpreendentes registos de nebulosas planetárias – são outros dos pontos altos da sessão. Será ainda mostrada, no céu nocturno, a localização de alguns dos mais emblemáticos objectos observados pelo Hubble.

Este planetário abriu ao público em Outubro de 1995. A sala está equipada com um Projector Zeiss ZKP2 Skymaster que projecta o céu visível à vista desarmada numa cúpula com 6,5 metros de diâmetro. Ao longo dos anos o Planetário tem recebido milhares de visitantes. Em 2009 acolheu mais de 6300, integrados em visitas escolares.

Museu de Ciência da Universidade de Lisboa
Rua da Escola Politécnica, 56 – 58, 1269 – 102 Lisboa
Telefone: 213 921 872
http://www.mc.ul.pt/

Morrer como um homem.



"O filme de João Pedro Rodrigues, "Morrer Como um Homem", foi escolhido como o candidato português à nomeação para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, na próxima edição dos prémios da Academia de Hollywood.
"Morrer Como um Homem", terceira longa-metragem do realizador, teve antestreia mundial no Festival de Cinema de Cannes do ano passado, e chegou às salas comerciais nacionais em Outubro. A partir do percurso do travesti Ruth Bryden, o filme retrata a vida da personagem Tonia, um travesti veterano dos espectáculos de "drag queen" de Lisboa, que vê as suas convicções pessoais serem questionadas num relacionamento amoroso.
A escolha do filme de João Pedro Rodrigues, de entre as 12 produções que foram estreadas em Portugal entre 1 de Outubro de 2009 e o dia 30 do mês corrente, foi feita por um júri presidido por José Pedro Ribeiro, director do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) - instituição que divulgou a decisão no seu "site" -, e completado por Ana Costa, em representação da Associação de Produtores de Cinema, Margarida Gil, pela Associação Portuguesa de Realizadores, José Carlos de Oliveira, pela Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisual, Patrícia Vasconcelos, directora de "casting", e Luís Miguel Oliveira, pela Cinemateca Portuguesa/Museu do Cinema.
A escolha, que teria de ser feita até ao dia 1 de Outubro, foi já comunicada à Academy of Motion Picture Arts and Sciences, em Hollywood. A academia revelará os nomeados de todas as categorias no dia 25 de Janeiro de 2009, e os vencedores serão conhecidos a 27 de Fevereiro, na cerimónia da 83ª edição dos Óscares, em Los Angeles.
"Morrer Como um Homem" foi já distinguido, este ano, como o melhor filme do Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires, na Argentina, e do Festival Gay e Lésbico Mezipatra, da República Checa. O seu realizador vai ser homenageado com uma retrospectiva nos Estados Unidos, na Brooklyn Academy of Music, entre 6 e 8 de Outubro. João Pedro Rodrigues será o convidado do programa "The Next Director", e apresentará os seus filmes em encontros com o público."
Lusa/ Público

Sair à noite em Lisboa: clique, amplie, leia.


Comer em Lisboa: clique, amplie, leia e saboreie.


ISTO É ISTO e EX-FOTOS de Fernando Lemos


O jantar caiu-nos mal
Fernando Lemos
Série EX-FOTOS, 2005/09
impressão jacto de tinta colada / pvc
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cmed. 2/5


Vergonha pelo atrazo
Fernando Lemos
Série EX-FOTOS, 2005/09
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Duarte Amaral Netto: um olhar singular.














http://duartenetto.com

O senhor Duque está à espera!





Duque de Ávila espera por cara limpa há mais de um ano
por ISALTINA PADRÃO


Conclusão da Linha Vermelha foi em Agosto de 2009. Só agora se reabilita a superfície.

Totalmente esventrada. É assim que está a Avenida Duque de Ávida, em Lisboa, mais de um ano após a conclusão das obras da Linha Vermelha do metro que liga a Alameda a S. Sebastião, passando pelo Saldanha e unindo todas as linhas da rede subterrânea. Após este trabalho no subsolo, que ficou concluído cinco anos depois do previsto, a requalificação daquela artéria à superfície só começou a ser feita há pouco mais de um mês. Algo que os comerciantes locais não entendem. E reclamam.

"Esta empreitada tem tido uma sucessão de atrasos que só têm vindo a prejudicar o comércio. O último foi este. Como é que é possível que os trabalhos de recuperação à superfície, que são extremamente simples, só se tenham iniciado um ano e tal após a conclusão das obras no subsolo [a 29 de Agosto de 2009]?" A questão é colocada por Luís Cunha, director técnico da Farmácia Cardeira, no n.º 32 da Duque de Ávila.

O DN remeteu a pergunta para o Metropolitano de Lisboa (ML) que diz ter sido "necessário proceder a alguns ajustamentos ao projecto inicial. Só foi possível avançar com as obras após a necessária articulação com a Câmara Municipal de Lisboa". O ML adianta que "prevê-se que a obra [à superfície] seja concluída seis meses após o início da mesma".

Com marcas mais profundas do que já sofreram desde 2004, aquando do início da escavação para a execução da Linha Vermelha, há quem já não acredite nos prazos que são indicados pelas entidades responsáveis. "São promessas vãs", dizem, revoltados.

É o caso de Maria de Fátima Pires, proprietária do café S. Reno, situado no n.º 30. Quando o DN entrou no seu restaurante, esta mulher estava a almoçar, mas rapidamente largou o prato para denunciar o quanto tem sido penalizada por esta empreitada que teve início em finais de 2004. "A clientela ausentou-se e a pouca que ainda ficou foi em consideração à casa. Há quem até tenha pena de mim", lamenta.

Segundo Maria de Fátima, as obras iniciaram-se a 11 de Agosto, mas as máquinas começaram a rasgar em força o quarteirão entre a Avenida da República e a Defensores de Chaves a 17 deste mês, dia em que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, tinha agendada uma visita à empreitada, mas essa visita não se realizou.

No entanto, o DN esteve no local e viu escavadoras e homens a trabalhar incessantemente. Viu peões caminhar até gradeamentos que os obrigam a voltar para trás devido à sinalética "colocada recentemente ser pouco esclarecedora". "Com estas placas a apontarem sei lá para onde é difícil a gente ler e não seguir em frente", queixa-se uma mulher que, de saltos altos, fez um percurso em terra batida totalmente em vão.

A juntar a estes problemas, há um barulho ensurdecedor constante e pó que se infiltra na garganta de quem passa e não dá descanso aos comerciantes. "Nem vale a pena fazer montras, já para não falar dos estragos causados em certos materiais como as peles", frisa a empregada de uma sapataria, que não acredita que "daqui a seis meses o cenário esteja melhor". A ver vamos...

(in Diário de Notícias).

Aqui caiu a República.



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Moradores do Bairro Alto invadem hoje a Câmara
Moradores do Bairro Ato exigem sossego

Cansados do ruído e do lixo que, aos fins-de-semana, invadem o Bairro Alto, em Lisboa, um grupo de moradores vai hoje, quarta-feira, exigir medidas ao executivo camarário. Há quem use tampões nos ouvidos e comprimidos para dormir, mas nem assim escapam ao barulho.

“Queremos dizer ao senhor presidente que é preciso dizer basta. Ele que deixe de se preocupar tanto com os gatafunhos nas paredes e limpe as ruas”, diz “Maria”, uma das moradoras, que prefere não revelar a verdadeira identidade por temer represálias.

Esta moradora, que fará parte do grupo que hoje se desloca à reunião pública de câmara, refere que, além do ruído, há ainda a questão da limpeza, que está a ser feita cada vez mais tarde. “Por vezes, às 10, 11 horas ainda as ruas estão cheias de garrafas”, queixa-se, acrescentando que, recentemente, uma criança sofreu um corte num pé por causa de um vidro.

Nem por magia seria possível conquistar uns minutos de silêncio no Bairro Alto. Os bares e lojas de conveniência são tantos que quem insiste em morar por aquelas bandas já esgotou todos os truques para fugir ao ruído. “São directas, atrás de directas. Dentro das casas, o som dos bares faz estremecer camas, candeeiros e sofás. “Vivemos num autêntico Inferno”, acrescentam.

Quem pode, dorme de dia e faz a lida da casa à noite. Outros tomam comprimidos para dormir ou usam tampões nos ouvidos. Outros ainda, limitam-se a aturar as tropelias e insultos, rezando para que amanheça depressa. “Eles tentam arrombar-nos as portas para se drogarem ou fazerem sexo. Sentam-se nas soleiras das portas, encostam-se e andam ali aos encontrões”, queixa-se, por sua vez, “Isabel”. Um dos moradores até arranjou uma artimanha para impedir que a soleira servisse de banco, mas desistiu de ali morar e foi para casa de familiares na margem Sul do Tejo.

E como se não bastasse o ruído e as pilhas de garrafas nas ruas, o cheiro a haxixe que entra pelas casas adentro, os insultos e os arrombamentos, há ainda os roubos insólitos. A Gracinda, roubaram-lhe as cuecas do estendal, no primeiro andar da varanda. O roubo terá pesado na consciência do ladrão, que lhe deixou cinco euros.

Gracinda diz que já nem ousa chamar a atenção de ninguém. “Se pedimos silêncio, somos insultados e ameaçados. Ficamos com medo. O problema é que há bares a mais. Cada rés-do-chão que fica vago é um bar que abre”.


“Rosa”, outra moradora, nem queria acreditar quando, há poucas semanas, foi ofendida apenas por estar a tossir na cama. “Ó velha, vê lá se te calas”, gritavam os jovens que estavam sentados junto à sua porta. E Rosa, lá foi para a cozinha, o local mais afastado da entrada da casa, onde ficou alguns minutos a acalmar a tosse.

Manuel Madureira fala sem reservas e garante que, um dia destes, “passa-se dos carretos”. No mínimo, diz, alguém vai levar com um balde de água na cabeça. Conta que um grupo andou pelas ruas a tocar trombone até às quatro da madrugada. Sem pudores, diz que sente saudades dos tempos em que o único problema era a prostituição. “Ao menos respeitavam os moradores”.

E só não há mais queixas, dizem em surdina, porque há bares que “gratificam” os moradores para que estes não reclamem.

(in Jornal de Notícias).

Kaleidoskópio.

´

Parece que o edifício do Caleidoscópio, no Campo Grande, vai ser recuperado, através de um protocolo da CML com a Universidade de Lisboa. Boa! E que vai acontecer ao «chalet» WC do jardim do Campo Grande? E à piscina? E ao café do lago, miserável?

Restos de Colecção: mais um blogue colega a seguir.



http://restosdecoleccao.blogspot.com/

E uma manif de polícias?


África: see you, see me!

Exposição de fotografia.
Pavilhão Preto, Museu da Cidade.
De 1 de Outubro a 28 de Novembro de 2010.
Curador: Professor Awam Amkpa da New York University
Debate sobre a exposição no dia 1 de Outubro, pelas 18:00 horas, no local, com a participação de Okwui Enwezor, Nuno Porto e Emilia Tavares.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Santa Nostalgia: um blogue do antigamente.



http://santa-nostalgia.blogspot.com

Mais República.


Para quem preferir a Comédia!

MOTELx



"Noite Sangrenta"

"Noite Sangrenta" sobre episódio da 1.ª República abre Festival de Cinema Motelx.
A mini-série televisiva 2Noite sangrenta", na qual Tiago Guedes e Frederico serra recuperam um episódio negro da 1.ª Reública, abre na quarta-feira o Motelx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa.

Inteiramente justo, absolutamente merecido.





Gonçalo Ribeiro Telles homenageado por Lisboa
28 de Setembro, 2010
A Câmara de Lisboa, pelas mãos do presidente, António Costa, entregou a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro ao arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, pelos 70 anos de carreira, e inaugurou a exposição 'Plano Verde - Estrutura Ecológica Municipal'.
António Costa, presidente da autarquia da capital, falou à agência Lusa sobre o arquitecto paisagista e considerou que «a entrega da medalha» é a «melhor homenagem» que a cidade lhe podia prestar.

Em simultâneo e sendo Gonçalo Ribeiro Telles «mentor do Plano Verde», foi inaugurada uma exposição que divulga o conjunto dos princípios em que assenta o plano «enquanto peça fundamental de planeamento urbanístico», acrescentou o autarca.

A iniciativa visa a «difusão das medidas e acções concretas propostas no Plano Verde», bem como a divulgação e apreciação das «implicações da estrutura ecológica urbana no planeamento da cidade», destacou António Costa.

O galardoado Gonçalo Ribeiro Telles salientou à Lusa «a importância de os políticos, de as pessoas responsáveis e de as pessoas urbanas» compreenderem a dependência que têm do mundo rural e salientou que «não há cidade sem campo».

Para o arquitecto, a entrega da medalha é um reconhecimento que no «mundo moderno» não é possível «individualizar», ou seja, sublinhou, este é um prémio para «toda a gente» com quem trabalhou.

A estrutura da exposição inclui uma introdução ao planeamento de Lisboa, ilustrada com desenhos de Gonçalo Ribeiro Telles, a apresentação da Estrutura Ecológica Municipal, figura básica do Plano Verde, a exibição dos aspectos do plano já realizados ou em projecto e a exploração das suas implicações em relação à biodiversidade e à protecção ambiental.

A exposição 'Plano Verde - Estrutura Ecológica Municipal', no Mercado de Santa Clara, em Lisboa, estará patente até 14 de Novembro e tem entrada livre.

Lusa / SOL

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Igreja do Santo Condestável.














Campo de Ourique.

Escadinhas Damasceno Monteiro.






É tudo meu.


Graça.

Miradouro da Srª do Monte.


Miradouro da Srª do Monte.


Vila Sousa.


Graça.

Para meditar...

Educados a la fuerza
Los ayuntamientos andaluces imponen fuertes multas por tumbarse en el césped, tender ropa en los balcones o practicar sexo en la calle
JUANA VIUDEZ

Acostarse en el césped de Marbella (Málaga), jugar con un avión de aeromodelismo en una calle en Sevilla, o mover a deshora los muebles en Granada tienen multa. Los ayuntamientos andaluces han sucumbido al furor de las ordenanzas de convivencia, aunque resulten de difícil cumplimiento.

La noticia en otros webs
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en otros idiomas
Granada abrió la espita en noviembre de 2009 con una normativa inspirada en la de Barcelona, ciudad famosa por sus problemas vecinales con la prostitución. El articulado regula hasta 250 conductas incívicas, incluidas las que se desarrollan en el interior de las viviendas. Saltos, golpes, música o portazos están vedados a la hora de la siesta. Por la noche, no se pueden hacer ni reparaciones domésticas ni cambios de muebles. Prevé hasta 3.000 euros por mantener relaciones sexuales en la calle, y 300 euros por vender pañuelos o hacer malabarismo.

El próximo jueves, la capital de la Costa del Sol llevará a pleno su ordenanza. Como ya han hecho en Granada, Marbella o El Ejido (Almería), sancionarán las relaciones sexuales, con pago o sin él, en el núcleo urbano. La Unión de Policías Locales y Bomberos de Andalucía (UPLB) ha reclamado al Ayuntamiento malagueño la definición de "relación sexual", para que no haya confusiones. Julio Andrade, edil de Participación Ciudadana , alega que "sólo hace falta sentido común para identificar estas prácticas". Aún así, darán charlas formativas a los agentes sobre la ordenanza.

Málaga se ampara en los resultados de Granada. En los 11 meses que lleva en vigor, las prostitutas se han trasladado a los pueblos colindantes para evitar las multas, que sí se apresuran a pagar los clientes para que no les llegue la notificación a casa. Contra los gorrillas, otro de los colectivos afectados, se han abierto más de 100 expedientes, pero sólo se ha recaudado una multa. Las vendedoras de claveles no han dejado de leer el futuro de los turistas en los alrededores de la catedral granadina, y los mimos y artistas callejeros siguen actuando, aunque con permiso.

En Sevilla tampoco se multa a los aparcacoches ilegales, a pesar de que su ordenanza, de 2008, prevé sanciones de hasta 120 euros. La normativa sevillana castiga también el vertido de desagües de aparatos de aire acondicionado en la calle, el uso de juguetes de aeromodelismo en lugares no autorizados o las apuestas de los trileros. Las multas que oscilan entre 1.500 y 3.000 euros.

El municipio almeriense de Carboneras es uno de los últimos en sumarse a las ordenanzas de convivencia. Prevé multas de 600 euros por tender en los balcones o por salpicar a un peatón. La capital almeriense ya prepara su ordenanza.

(in El País).

Duas sugestões.





Lisboa (duas sugestões)
por MARIA DE LURDES VALE


Lisboa é uma cidade de sonho. Branca pela manhã, cor de salmão ao entardecer e luminosa de noite. De Inverno, tem uma névoa que a enobrece e, de Verão, um céu azul-pastel que lhe dá um tom impressionista. Depois, há o Tejo a abraçar o Atlântico. Que dizer da grandeza deste rio que atravessa Espanha quase clandestino e que vai alargando margens quando entra em Portugal e lhe cheira a mar? O Tejo em Lisboa é um cenário único. Lisboa podia ser uma exposição permanente, admirada por quem a visita e mais cuidada por quem nela vive. Cada um de nós deveria poder acrescentar mais uma pincelada de cor às colinas que a definem, sublinhar os bairros que a preenchem e fazer colagens com as janelas e portas das casas mais antigas.

De Lisboa oiço amigos de outras paragens dizer que tem tudo para ser a cidade mais bonita do mundo e com uma excelente qualidade de vida. Mas falta-lhe energia, gente nas ruas, comércio ao ar livre e modernidade. Parece que parou no tempo. No tempo errado. Pode ser que a culpa seja dos lisboetas que a trocam por outros sítios; pode ser que a existência de tantos centros comerciais e o declínio do comércio tradicional tenham contribuído para este isolamento; pode ser que a falta de verbas para renovar fachadas, arranjar jardins e praças também esteja na origem de um certo desleixo com que nos confrontamos no dia-a-dia; pode ser que exista falta de visão sobre o que está à vista de todos. Pode ser por tudo isto, mas Lisboa tem milhares de possibilidades para ser uma cidade atraente, cobiçada e vivida. Duas sugestões: o comércio deveria funcionar até mais tarde, o encerramento das lojas às 19.00 faz com que a cidade fique deserta e que a alternativa para as compras para quem sai do trabalho não seja outra que a dos centros comerciais.

Outro aspecto importante é o da reabilitação de espaços decadentes. Tomo como exemplo o Mercado de San Miguel, em Madrid, um velho edifício de ferro, construído em 1916, e que abriu as portas há dois anos totalmente renovado e com as tradicionais bancas transformadas em boutiques gastronómicas. É uma autêntica catedral dos sentidos e da degustação, situada junto da Plaza Mayor, aberta todos os dias das 10.00 até às 24.00 (quintas, sextas e sábados até às duas da manhã) e sempre a fervilhar de gente. É também um ponto de atracção para os turistas que sabem que naqueles três mil metros quadrados encontram uma selecção do melhor de toda a Espanha e também de alguns países vizinhos como Portugal, Itália, Áustria e França. É dos tais que vale a pena copiar. O Mercado da Ribeira, na 24 de Julho, poderia ser assim ou até melhor. Senhor presidente da câmara, pode tomar nota?

Despoluição do Tejo: promessas...





O estuário do Tejo vai ficar "completamente despoluído em 2011", altura em que deverão estar concluídas todas as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), anuncia a vice-presidente da Administração da Região Hidrográfica do Tejo, Simone Pio. O montante global de investimento no estuário "ascende aos 914 milhões de euros".

O processo estará concluído no próximo ano com a finalização das infra-estruturas localizadas mais a sul de Lisboa, nomeadamente na Moita, Barreiro e Seixal. "Todos os efluentes da área metropolitana de Lisboa serão, a partir de 2011, encaminhados para a ETAR de Alcântara e o conjunto destas infra-estruturas de recolha e tratamento vai permitir que as águas residuais deixem de ser descarregadas, como efluente bruto, no estuário do Tejo", revela, acrescentando que tal vai contribuir para a melhoria da qualidade da água, permitindo a reintrodução de espécies como a ostra ou a cultura de arroz e a navegabilidade de certos troços do rio.

Também as estações de caminho-de-ferro desactivadas nas localidades ribeirinhas vão ser aproveitadas para a criação de centros de interpretação, no âmbito do Polis Tejo, informa o coordenador do programa José Pinto Leite, afirmando que o programa "vai dar uma vida nova" a toda a região ribeirinha. Ontem, decorreu em Vila Nova da Barquinha a Festa da Água do Tejo, que juntou a comunidade científica e as populações para uma reflexão sobre a defesa, protecção e valorização da zona. Lusa

(in Público)

Amoreiras: 25 anos.



Amoreiras: 25 anos.





O Shopping que mudou os hábitos dos lisboetas
Telma Roque
Houve excursões. Veio gente de todo o país e muitos lisboetas saltaram da cama já a pensar em ver de perto essa obra controversa, demasiado arrojada para a época e que estava a ser vendida como "uma cidade dentro da cidade", inaugurada faz hoje 25 anos.

“Ainda me lembro da polémica. Tudo aquilo parecia demasiado grande e exuberante. Ou se criava uma grande empatia com aquela arquitectura modernista, ou odiava-se”, diz Aurora Piedade, residente na zona das Amoreiras.

Aurora confessa que, a dada altura, se sentiu “chocada” à medida que as paredes cresciam, mas não nega que isso lhe aguçou a curiosidade. Como seria lá dentro? E assim foi uma entre as milhares de pessoas que circularam pelos corredores na abertura ao público, um dia após a cerimónia oficial, presidida pelo general Ramalho Eanes, que ocupava então o cargo de presidente da República. Hoje, se Aurora entrar no Shopping das Amoreiras, a obra mais emblemática do arquitecto Tomás Taveira, será recebida com champanhe e tapas, numa acção de charme da administração.

Inovador, a começar logo pela arquitectura, o Amoreiras foi o primeiro grande espaço de comércio e serviços, acabando por mudar hábitos. “As idas ao cinema vulgarizaram-se. Foi neste shopping que soube o que era um hamburguer, uma pizza e comida chinesa. Já podia comprar roupas parecidas com aquelas que via nos filmes e nas novelas”, revela Andreia Nunes, uma cliente.

Durante mais de uma década reinou sem concorrência. O Centro Colombo, ainda maior, retirou-lhe alguns clientes. Veio anos mais tarde, o Vasco da Gama e o El Corte Inglés, qualquer um deles com o metro à porta a “descarregar” milhares de clientes. O Amoreiras ajustou-se à nova realidade. Transformou o que seria uma desvantagem numa vantagem. “É este sossego, este ambiente quase familiar que me fideliza”, diz a cliente Susana Marques.

E engane-se quem pense que foram os outros centros entretanto inaugurados (entre os quais o Dolce Vita Tejo, na Amadora) que mais abalaram o shopping. A construção do túnel das

Amoreiras foi altamente prejudicial. “Evitem as Amoreiras” devido às obras foi um slogan mortífero.

No ano passado, a administração anunciou obras de remodelação, mas pouco mais fez do que substituir parte da cobertura. Nelson Leite, director-geral do Amoreiras optou por não dar explicações. Tomás Taveira, que, em 2009, fez saber que as travaria em tribunal, por terem sido entregues a outro arquitecto, também se remeteu ao silêncio.

(Jornal de Notícias).

Pequeninos, mas organizados.





Esperar horas por 15 minutos romanos
por ISALTINA PADRÃO

Milhares de pessoas na fila para visitar galerias romanas que estão abertas só três dias por ano. Hoje é o último.

Já é um ritual. Desde a década de 80 do século XX, três dias por ano as Galerias Romanas da Rua da Prata, em Lisboa, são abertas ao público. A limitação de tempo e o facto da visita a este monumento da primeira metade do séc. I d.C. ser gratuita aguça a curiosidade e leva milhares de pessoas, nacionais e estrangeiras, a fazerem uma fila interminável para as visitar.

E é ver a desilusão nos rostos de quem passa três, quatro ou cinco horas a andar a passo de caracol e, no final, não consegue entrar naquele buraco no asfalto da Rua da Conceição (acesso às galerias) "porque por hoje terminaram as visitas". Para resolver este problema, quase todos são unânimes: "Se fosse a pagar, todos os interessados entravam. Assim, junta-se esta multidão." Há até quem sugira maior divulgação dos dias em que o espaço é visitável e que as entradas sejam feitas através de reserva em museus e outros locais culturais de norte a sul do País, "porque vem gente de todo o lado".

E vem mesmo. Uns tiveram sorte e viram o trabalho feito no subsolo pelos nossos antepassados na sexta-feira ou ontem, e outros prometem voltar hoje para a derradeira tentativa. De panfleto na mão para abrir o apetite, quem ontem "perdeu a viagem" leva um conselho da organização: "Abrimos por volta das 09.45, mas é melhor estarem aqui pelas sete da manhã." "Vamos tentar, dizem uns. "A essa hora, não", garantem outros.

Quem não hesitou em "acampar" junto ao acesso às galerias pelas três da manhã de ontem foi um grupo de estudantes de Arqueologia, que conseguiram ser os primeiros visitantes do segundo dia de entradas. "Estavam no Bairro Alto e decidiram fazer tempo até à abertura", informam os técnicos do Museu da Cidade que orientam as visitas. "Pode avançar o próximo grupo." E, um a um, 25 a 30 pessoas vão sendo "engolidas" pelo chão até às catacumbas, onde um arqueólogo os transporta para tempos que já lá vão.

"Estamos num criptopórtico", começa por dizer o arqueólogo António Marques, cujo "palavrão" proferido num compartimento rochoso e à média luz deixou expectante a plateia com pessoas de todas as idades. E o que é afinal um criptopórtico? O arqueólogo explica: "É uma solução de engenharia que os romanos adoptaram para fazer face aos problemas das construções da Baixa. Com a criação desta plataforma foi possível estabilizar os solos de forma a construir outros edifícios por cima."

Esclarecido, o grupo segue por um serpenteado de corredores estreitos e baixos que dão acesso aos vários recantos da construção que chegou a ser confundida com umas termas, dada a quantidade de água que emana. Água que "tem que ver com os níveis freáticos que correm no subsolo de Lisboa".

Apesar de nestes dias a água ser sugada, a Luísa Varandas - que, "finalmente", conseguiu o que não foi possível noutros anos: entrar - deram jeito os chinelos que levou calçados. Maria e Vera, mãe e filha, foram com "sapatos normais", mas os 15 minutos de visita soube-lhes a pouco e Maria vai tentar voltar. No final, Vera concluiu: "Fiquei com a ideia de que os romanos eram muito pequeninos, devido à altura dos espaços, mas organizados."

(in Diário de Notícias).

Então o fim de semana? Passou-se, o habitual...





Rixa acaba à facada no Bairro Alto
Dois jovens de 20 e 24 anos ficaram feridos com gravidade depois de serem esfaqueados nas costas, ontem de madrugada, no Bairro Alto, em Lisboa. Um deles continua ainda internado no Hospital de Santa Maria, mas apenas em observação. O outro teve alta a meio da manhã de ontem. Ao que o CM apurou, junto de fonte policial, os agressores não foram nem detidos nem identificados, apesar de uma patrulha ter sido enviada ao local para apurar os factos.

As duas vítimas foram brutalmente agredidas numa rua junto a bares, onde se encontraram com o grupo agressor. Os golpes terão sido desferidos com uma faca. Até ontem não tinha sido possível apurar as razões para os confrontos. Pelo menos um dos dois jovens apresentou queixa na PSP, que já está a investigar os contornos da agressão. Refira-se que já na noite anterior um jovem tinha sido espancado naquela zona.

(in Correio da Manhã).

Post-Oil Cities.





Visite a exposição "Post-Oil Cities"

A Casa da Vizinha e a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos inauguram a 17 de Setembro, às 17h00, na Galeria de Exposições da Sede Nacional, duas exposições relativas ao tema Post-Oil Cities. A entrada é livre.

A exposição POC está dividida em duas partes:

1- POST-OIL CITIES: Imagining Cities Beyond Oil , uma exposição itinerante, que inclui projectos, ideias, utopias, acções urbanas, movimentos sociais ao redor do mundo que ilustram ou um modelo de mudança que nossas cidades estão a experimentar nas mais diversas áreas: alimentos, energia, mobilidade, educação, e que contribuem para uma não dependência do petróleo. Esta exposição é apoiada por uma parte informativa - World Oil History - com uma linha do tempo que ilustra vários dados desde 1850 até o presente consumo de petróleo, que mostra a história do petróleo do mundo e a nossa cultura dependente deste recurso.

2- POC 2010 LX: exposição dos trabalhos realizados com cada um dos tutores, durante o período do workshop – designadamente Atelier DATA, Campos Costa Arquitectos e Arquitectos Anónimos.

"A par da inauguração do dia 17 de Setembro, vai decorrer, às 18h00 no Auditório Nuno Teotónio Pereira, na Sede Nacional, um debate com a presença de Maria João Rodrigues (Energia), Mário Alves (Transportes e Mobilidade), João Seixas (Geógrafo), Miguel Nery (Arquitecto) e a arq. Leonor Cintra Gomes, presidente da OASRS".

"O desafio POST-OIL CITIES em Lisboa, recorde-se, consiste numa série de actividades que terão lugar na cidade de Lisboa com o objectivo de pensar a cidade no futuro, dirigido não só a arquitectos, mas a todos aqueles que tenham vontade de reflectir sobre a cidade", explicam os organizadores.

"As cidades, onde mais de 50 por cento da população mundial vive, são campos abertos para explorar novas possibilidades de diferentes modos de vida e têm um grande potencial para criar os melhores ambientes que podemos imaginar para viver. POST-OIL CITIES procura imaginar como podemos transformar as nossas cidades nesses lugares agradáveis que necessitamos para viver, com acções presentes no campo do urbanismo e arquitectura".

As exposições estarão patentes até ao dia 30 de Setembro.

Back to the Future?





Projectos
Arquitectos propõem uma Lisboa futurista

Um silo alimentar na Praça da Figueira, uma piscina sobre o rio no Terreiro do Paço, hortas nos terraços dos edifícios e prédios feitos de bioplástico. É este o olhar de arquitecto para uma Lisboa "pós-petróleo". As ideias futuristas de uma capital menos dependente do petróleo podem ser vistas na exposição "Post Oil Cities - 2010 Lisboa", patente na sede nacional da Ordem dos Arquitectos.

"Identificámos as carências da Baixa e tentámos resolvê-las. Definimos as nossas propostas nessa base", explicou à Lusa Emmanuel Novo, que em conjunto com o Atelier Data (tutor do projecto) agarrou na Baixa lisboeta de hoje e a transformou.

Neste conjunto de ideias aparece um megassilo alimentar no Terreiro do Paço, onde o leite produzido pelas vacas alinhadas no primeiro piso é bebido no piso térreo pelos visitantes do café. "A ideia era reinventar o conceito do antigo mercado da Praça da Figueira, recuperar a ideia, mas associá-la a um silo de produção alimentar e marcar a relação directa entre produtor e consumidor", explicou André Martins, outro dos arquitectos participantes no projecto. "Pretendíamos que quem habitasse na Baixa pudesse ter aqui todas as infra-estruturas de que precisa, sem ter de se deslocar, o que reduz também as perdas de energia", acrescentou.

Para quem julga que a Lisboa "pós-petróleo" representa uma ruptura com o passado desengane-se. Na Baixa do futuro tudo vai coexistir. Carros, elevadores, eléctricos e teleféricos.

"O estilo de vida das pessoas não mudará de forma abrupta (...). Os carros continuam, mas movidos a outros tipos de energia, e as pessoas continuam a ter conforto, mas com outra tecnologia, com energias produzidas localmente", sublinhou, apontando para uma das imagens que mostram um grupo de painéis solares num terraço.

Painéis fotovoltaicos nos viadutos, hortas municipais em zonas de estacionamento para camiões ou um teleférico na Ponte Vasco da Gama, movido a energia eólica, para reduzir as deslocações pendulares de automóvel. São estas algumas das 40 ideias a espalhar pela cidade em Outubro/Novembro.

(in Diário de Notícias).