27 de junho de 2018
Ler BD: Curso de banda desenhada na Nextart.
Caso estejam interessados, as portas estão abertas. Ou passem palavra.
Mais informações directas aqui.
Nota: imagem de Sérgio Sequeira (estudos para projecto em curso)
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Etiquetas: Ensino
19 de fevereiro de 2018
Ar.Co: Workshops de Argumento
Serve o presente post para anunciar que começará esta semana uma série de workshops de argumento para banda desenhada na escola Ar.Co, em Xabregas, Lisboa, que está abertos a inscrições externas, servindo de cursos curtos. O formador é este vosso criado e amigo. As sessões são sempre às Quartas, entre as 18h30 e as 20h30.
O público-alvo são todos aqueles que desejem aprender os primeiros passos em termos de planificação de uma história a ser contada visualmente ou artistas que pretendam melhorar os seus processos de trabalho.
A primeira sessão, "autónoma", é já esta Quarta-feira, que funcionará como uma espécie de masterclass sobre o papel do argumentista na história da banda desenhada, mas também alguns dos desenvolvimentos contemporâneos, e uma breve panorâmica sobre alguns dos métodos empregues nas várias indústrias.
Seguir-se-ão depois três cursos de três sessões de duas horas cada, dedicadas à escrita e desenvolvimento de argumento para banda desenhada (ou outros territórios contíguos) nas seguintes frentes: adaptação de contos, adaptação de poesia, criação a partir de imagens encontradas. Poderão inscrever-se em todos ou apenas em um, havendo conteúdos independentes.
Para mais informações, visitem o site do Ar.Co [em «Formação» - «Ilustração/Banda Desenhada» - «Formação pontual»] ou telefonem para o 218801010.
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Etiquetas: Academia, Colaborações, Ensino
1 de julho de 2017
Curso de banda desenhada na Nextart.
Caso estejam interessados, as portas estão abertas. Ou passem palavra.
Mais informações directas aqui.
Nota: imagem de Hugo Maciel (estudos para projecto em curso).
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Etiquetas: Colaborações, Ensino
2 de junho de 2016
Curso de banda desenhada na Nextart.
Serve o presente post para indicar que estão abertas desde hoje as inscrições para os cursos de Verão na Nextart, entre os quais se encontra um curso breve de introdução à linguagem, estruturas e criação de banda desenhada, ministrado por este vosso criado.
Caso estejam interessados, as portas estão abertas. Ou passem palavra.
Mais informações directas aqui.
Nota: imagem de Sérgio Sequeira (estudos para "Matias").
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Etiquetas: Colaborações, Ensino
9 de setembro de 2014
Workshot de Introdução à banda desenhada na OC.
Este breve encontro é dirigido sobretudo a formandos mais jovens a partir dos 12 anos e/ou a pessoas que nunca fizeram banda desenhada ou mesmo nunca desenharam. Não se trata de um curso de desenho, mas de introdução a algumas das estruturas formais necessárias para a criação da banda desenhada.
Apareçam!
Mais informações, sigam este link.
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Etiquetas: Colaborações, Ensino
26 de dezembro de 2013
Como ler banda desenhada (OC/LEBD).
Conforme anunciado anteriormente, aqui deixamos os detalhes para os cursos a desenvolver em parceria entre a Oficina do Cego e o Laboratório de Estudos de Banda Desenhada.
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Etiquetas: Ensino
Como ler ilustração (OC/LEBD).
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Etiquetas: Ensino
Curso de Banda Desenhada Experimental (OC/LEBD)
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Etiquetas: Ensino
26 de setembro de 2012
BD ao Forte: dois workshops
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24 de setembro de 2012
Curso de História da Ilustração na Oficina do Cego
Serve o presente post para informar que estão abertas as inscrições para um curso de História da Ilustração, que terá lugar na Oficina do Cego entre os finais de Novembro e se prolonga até Janeiro, e que será dado por este vosso criado.
Este curso de longa duração pretende servir de introdução ao conhecimento da ilustração, quer de um ponto de vista histórico quer de um ponto de vista ontológico. Para além das questões de origem, serão identificados os vários campos e tipos de ilustração, aprofundando-se o estudo histórico de algumas dessas áreas.
Começando na pré-história e na questão da emergência das imagens, abordar-se-ão as várias tecnologias centrais do desenvolvimento da ilustração: o advento da escrita, o aparecimento e desenvolvimento do livro (do rolo ao codex), a emergência do "esquema", o advento da imprensa, e as tecnologias mais recentes. Serão abordadas ainda questões de distribuição e papéis sociais das várias formas de ilustração. Em relação às áreas, falar-se-á das áreas mais divulgadas da ilustração infantil e da literária (quais os pontos de convergência e quais as distinções), mas também da ilustração de imprensa e a editorial, o cartoon e a caricatura, a infografia, a ilustração científica, de moda, e outras.
Para mais informações, consultem aqui.
Imagem: uma das duplas páginas do Göttigen Musterbuch [fols. 3v-4r; ca. meados do xéc. XV], mostrando como fazer desenhar e pintar folhas de acanto para as ilustrações da época.
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1 de janeiro de 2012
Bryan Hitch‘s Ultimate Comics Studio (David & Charles)
Existem muitos livros que ensinam a desenhar, outros ainda que ensinam a desenhar no interior de determinações específicas - estilísticas, figurativas, representativas, políticas, editoriais, etc. O mundo da banda desenhada não é alheio a esse tipo de “manuais”, sejam eles mais gerais e estruturais (Eisner, McCloud, Abel & Madden), sejam eles mais direccionados por género ou tema ou tipo de personagens (os “desenha x à maneira de y”, o Perspective!, de David Chelsea), sejam eles ainda abertos no seu campo mas fechados na sua origem (ou será o contrário?; penso na série Dynamic de Burne Hogarth). Nada disto revela das suas qualidades, ou falta das mesmas. Esses livros abordam lições preliminares, as ferramentas, técnicas de preparação, estruturação, acabamentos e artes-finais, aspectos relativos à esfera sócio-económica, etc. Por vezes podem abrir espaço a considerações mais profundas, até filosóficas, da tarefa em questão (penso nos livros de desenho de Baudoin)… Podem ainda ser máscaras de monografias sobre um autor.
Ultimate Comic Studio é um objecto híbrido, fruto natural de uma cultura que já deixou as massas há algumas décadas para se tornar, e talvez cada vez mais, uma cultura de nichos, de culto, de fãs. Bryan Hitch é um dos grandes nomes dos artistas a trabalhar na indústria da banda desenhada de super-heróis mainstream do momento, e este livro nasce dessa circunstância. Não se trata de um manual de como desenhar, nem tampouco de uma monografia completa sobre a sua carreira, nem sequer a colecção de uma mão-cheia de ideias, noções ou lições que pudessem ser seguidas pelos seus leitores. Ao mesmo tempo, é uma mistura de tudo isso.
Confessemos que Hitch faz parte dos artistas que julgamos mais interessantes a trabalhar no interior deste género, actualmente. Há algo neste campo particular da banda desenhada que pede por uma abordagem menos livre e estilizada, e antes precise de se prender a princípios de representação naturalistas. É curioso que se faça essa “exigência” num género cujos contornos são precisamente marcados pela mais desabrida das fantasias, a qual não apenas afecta as figuras, as criaturas e as suas possibilidades físicas como simplificam, na esmagadora maioria das vezes, o modo como o mundo (representado mas espelho do nosso) funciona, surgindo sempre então soluções absolutas, universais e fáceis. Daí que haja aquela ideia tão dispensada de que, sendo o género dos super-heróis mergulhado no mais livre dos entretenimentos, é desprovido de posicionamentos ideológicos, ao contrário de outras obras mais abertamente “engajadas” (a título de exemplo, o trabalho de reportagem de um Sacco, a argumentação de um Squarzoni, o afrontamento de um Neaud)… sabemos, porém, que não há nada de mais falso, e até perigoso. Quanto mais se oculta (até dela mesma!), mais insidiosa é a ideologia transmitida.
Mas no que diz respeito à figuração, ela quer-se naturalista (“realista” não nos parece ser um termo muito correcto). Daí que os artistas que mais nos levam a procurar este género sejam Hitch, Gary Frank, Gary Erskine, Jae Lee, Alex Maleev, John Cassaday, J. H. Williams III, e, num grau ligeiramente afastado, Frank Quitely. Infelizmente, esta indústria não é pautada de forma alguma pela coerência ou a continuidade artística mas sim pelas necessidades de mercado que ultrapassam quaisquer outras prioridades, e não é inédito que se comece a ler um título cuja arte é alterada a meio de um run, senão mesmo de um comic book (aconteceu isso com Hitch no caso da JLA e depois com os Fantastic Four): é frustrante, pois se aspectos do ridículo daquele imaginário se podem suportar pela vertente visual, quando esta falha - e tanto a Marvel como a DC estão carregadíssimas de mediocridade visual nos seus títulos - a leitura é insuportável. O que todos esses autores mantêm em comum é uma espécie de gravidade, de peso, nesse universo que, apesar de tudo o que pode querer dar a pensar, é de uma leveza contagiante. Há um qualquer equilíbrio interno na arte desses nomes que os impede de derrapar numa mediocridade total (cujos nomes não vale a pena citar, uma vez que preenchem a maior parte da produção dessas duas grandes editoras e outras em seu torno). Hitch, porém, em relação a esses autores e aos que os antecederam, aumenta o grau de inscrição no mundo real: nas suas vinhetas vemos marcas reais de tudo e mais alguma coisa, os carros que habitam esses universos são carros que existem no nosso, uma cena no interior de um restaurante parece-se de facto com uma cena no interior de um restaurante, e as personagens andam vestidas como os comuns mortais se vestem, mesmo os mais confiantes na moda e até os arriscados… Morrison, algures em Supergods, alerta para o facto de que os super-heróis devem estar vestidos de tinta, e não com roupas reais, mas isso diz respeito aos uniformes (que Hitch, seja como for, também explora como se fossem tecidos ou materiais reais, que se podem deformar, rasgar, deteriorar nas batalhas); mas se tudo o mais estiver ancorado na mais próxima das realidades, mais fantástico será o voo imaginativo. Como o próprio Hitch o afirma, quando discute o Quarteto Fantástico, que tem um homem feito de pedras e outro que se incendeia a si mesmo, “Não queremos chamar a atenção para o quão pateta [silly] isto é, porque se estivermos a pensar nisso quem lê pensará ‘Ah, pois é, isto é mesmo pateta, não vou ler mais’. Tudo aquilo que fizeres a partir do momento em que agarras no lápis tem de ser verosímil”. É uma forma muito curiosa e produtiva de entender a exponenciação da “suspensão da incredulidade”, e que funcionou particularmente bem nas suas colaborações com Mark Millar, primeiro nos The Ultimates e depois no Quarteto Fantástico. Barthes também falava do “efeito de real”, elemento sem outra função que não a de servir de indexação ao mundo empírico, e Hitch cumpre esse efeito como ninguém neste género particular.
É precisamente, em parte, essa “atitude gráfica” o que o diferencia de outros autores que são muito menos felizes em termos artísticos, independentemente da sua fama e fortuna. Alguns exemplos de autores que têm fãs e muitas oportunidades de brilhar em projectos de grande visibilidade, mas que apresentam estratégias visuais as quais, mesmo no interior deste género, são de uma pobreza terrível - e por serem mais famosos, se tornam mais problemáticos do que os maus artistas tout court - são, a nosso ver, Andy Kubert, John Romita Jr., Olivier Coipel e, acima de todos, um dos Image Brats, Jim Lee. Quase todos parecem trabalhar com moldes pré-fabricados das suas personagens (e de poses, expressões faciais, etc.), e depois seguem variações da ordem do retrato-robot.
Nada disto quer dizer que não possam existir abordagens totalmente diferentes dessa economia de figuração. Quitely é um artista que “aboneca” exageradamente as suas figuras (uma espécie de Uderzo); Philip Bond, Jill Thompson, Farel Dalrymple, Eddie Campbell, e alguns dos autores portugueses a trabalhar na Marvel são exemplo de desenhadores com um grande grau de estilização ou mais livres que criaram abordagens visuais de extremo interesse: no entanto, é sempre no interior de um qualquer programa limitado e que não assinalará, digamos assim, os modelos vigentes a seguir pelos demais (o chamado “house style”). E o modelo tem sido essa linha geral do naturalismo exacerbado… Este exercício não teria fim ao se considerar toda a história do género, que começou de uma maneira algo pobre (afinal, quase todos os títulos no final dos anos 1930 e depois 1940 não poderiam jamais ser comparáveis visualmente à banda desenhada de jornal), e teria sempre espectros entre o naturalismo sério (Dick Giordano, a primeira fase de Bill Sienkiewicz?) e outro mais estilizado (John Byrne? Cliff Chiang?).
Hitch enfatiza repetidamente que não pretende apresentar modelos mas partilhar aquilo que funciona para ele, e que poderá servir também para outros. Por isso, é muito menos sistemático e exaustivo nas suas secções como Abel-Madden e Chelsea, e menos descritivo e abstracto do que Chavanne. Há, ainda assim, muito que seguir, presumimos, como quando vai explicando em vários momentos como parte da magia destes desenhos está precisamente nas ilusões que se criam. Não são propriamente “erros” (de perspectiva, anatomia, figuração, etc.), mas antes uma exploração daquilo que funciona bem no papel, a 2 dimensões. Nesse sentido, poderíamos encontrar em autores como Greg Land e Alex Ross dois extremos de uma má interpretação de como desenhar a realidade neste campo, partindo do mesmo ponto. Land parece desenhar por cima de fotografias (e um atlas de referências muito limitado, diga-se de passagem), levando a situações caricatas senão mesmo ridículas das suas figuras; Ross explora um virtuosismo tão completo e teatral, que o torna um autor próximo de ilustradores tão clássicos como Leyendecker, Rockwell e Struzan, mas não o torna um dinâmico e interessante “storyteller” - que é como Hitch se autodefine. Aliás, os seus mais fortes conselhos têm mesmo a ver com o necessário afastamento dos aspirantes de uma abordagem ilustrativa, de poses demasiado fechadas, de pin-ups, infelizmente repetições verificadas um pouco por todo o lado. O que Hitch diz da maneira como os aspirantes a artistas da Marvel e da DC se devem aproximar daqueles que os poderão fazer entrar na indústria são mesmo as maiores pérolas de Ultimate Comics Studio.
O livro é fruto de uma série de entrevistas e/ou conversas que levaram à criação dos blocos de texto espalhados ao longo do livro (Emily Pitcher fez o trabalho de organização e edição textual), contendo sobretudo trabalho já existente de Hitch, com algumas fotografias tiradas no seu estúdio ou a ele mesmo enquanto trabalhava em projectos (então) em curso. Uma das coisas que não está presente nestas considerações de Hitch é a sua formação, fontes, linhas de desenvolvimento. Tirando quatro pranchas justapostas e de reproduzidas em pequenas dimensões, os trabalhos mais antigos que aqui se encontram são um poster promocional do filme Fantastic Four, de 2005, as imagens que criou para o divertido romance de Grossman, Soon I Will be Invincible, e alguns trabalhos publicitários. Assim, fica de fora a sua produção no Reino Unido (Transformers!), a qual não era de forma alguma pautada pela qualidade que se lhe reconhece nos nossos dias. Mais, quase todo o material é da esfera da Marvel, ficando de fora todo o seu trabalho no universo alargado da DC Comics (JLA, The Authority). Imagina-se aqui, portanto, uma dessas típicas batalhas de copyright que tanto mancham esta indústria. Hitch cita Curt Swan e José Luis García-López, ambos no Super-homem, como os seus gostos mais recuados nas leituras, e Joss Whedon, na introdução, fala de uma certa aura que só encontrara antes (e pela última vez) em Neil Adams, mas nenhum destes pontos é depois mais estudado. Sem querer estabelecer uma relação de causa-efeito, há porém no nosso horizonte de referências um outro nome que nos parece estabelecer com Hitch uma mais imediata continuidade: Alan Davis. Todos estes autores partilham uma procura pelo respeito da figura humana ainda que atravessada pelas tais liberdades necessárias às poses dramáticas e dinâmicas, uma cuidada pesquisa pela variedade da expressão dos rostos, alguma atenção pelo pormenor - em número, qualidade e referência - que “adensa” e “ancora” os ambientes, e a entrega a estratégias de coloração que insuflam uma leveza típica do género (se bem que em Hitch isto se tenha alterado, como veremos). Davis é um autor também que atravessou um desenvolvimento que levou com que as suas personagens fossem ganhando uma mais estilizada e arredondada massa muscular, uma composição de página mais dinâmica que colocava o(s) protagonista(s) no foco central da imagem, uma preocupação por integrar os eventos retratados na “realidade” dos seus leitores, acentuar a expressividade dos rostos das personagens, e até citar pessoas existentes para a construção das suas personagens (todos estes factores estão patentes na edição de um só volume de Captain Britain, escrito por Alan Moore; a citação a que nos referimos em último lugar diz respeito ao rosto do actor cómico Terry-Thomas na personagem Mad Jim Jaspers, décadas antes de Samuel L. Jackson dar o rosto ao Nick Fury dos The Ultimates, que seriam depois imitado na realidade dos filmes….).
O autor revela em muitas das suas afirmações um humor auto-derisório muito salutar. Apesar de falar de métodos de paginação, focalização e enquadramento, criação de perspectivas e ambientes, de esboços e escorços, de expressão e movimento, de procura e uso de referências, de preparação do espaço de trabalho, de ferramentas e utensílios e técnicas, de desenho, de arte-final e de coloração, e até de modos de colaboração (com os argumentistas, os arte-finalistas, os coloristas, os legendadores), repete sempre não querer impor as suas impressões e experiências aos seus leitores. É uma pena que não se partilhem aspectos mais exactos dessa experiência - como a sua relação com os editores, mas mais uma vez deverá haver limitações impostas por razões contratuais (e que tornariam o livro menos num projecto para fãs, também). Uma das secções é mesmo intitulada “Bryan Hitch trademarks” (“características chave”, poderíamos dizer), mas o autor descreve que não as procurou activamente, mas são consequência inevitável da personalidade criativa de cada um. Essas características, como saberão os seus fãs, são a apresentação de establishing shots ou quasi-reais (a Nova Iorque da Marvel) ou absolutamente verosímeis, cenas de acção em que a perspectiva está no seu interior, com variadíssimos planos visuais, representações em planos muito próximos das personagens, permitindo uma grande carga expressiva dos seus rostos, a centralidade icónica das personagens nessas mesmas cenas, a atenção para com os pormenores, sobretudo reais, episódios de grande escala - como nas cenas de crescente invasão em The Authority, ou a famosíssima vinheta de 8 páginas de The Ultimates (Hitch compara-a com aquela que foi feita por Jim Lee em Batman, e é de facto um excelente case study para perceber a diferença de qualidade conquistada por estes dois autores) -, etc. E tudo isso é mostrado na prática, passo-a-passo, na criação da capa e de uma história de três páginas com essas personagens, as quais, não sem humor, são construções-cliché de vários arquétipos (estereótipos, na verdade) dos super-heróis…
Como começáramos a adiantar, parte do que tem tornado Hitch num autor de sucesso é, já para não falar dos argumentistas capazes de insuflar um qualquer grau de sofisticação neste género (Mark Waid, Ed Brubaker, Mark Miller, Warren Ellis), mas no seio da esfera do visual, a colaboração com certos coloristas, nomeadamente, de Paul Mounts. É, aliás, na esfera da cor que parte da matéria visual da Marvel tem coalescido naquilo que Kent Worcester escreveu numa magnífica e muito apreciada frase num seu artigo recente: “o estilo escorregadio, quase oleoso que se tornou o estilo modelo da Marvel nos últimos anos” (e verificado, no caso de Hitch, sobretudo na série Capitão América escrita por Brubaker). Mas apesar da torrente sobretudo medíocre deste mainstream, ainda existem alguns autores e artistas, como Bryan Hitch, que nos fazem acreditar ser possível redescobrir sempre algum prazer na leitura destas silly stories.
Nota: todas as imagens foram retiradas da internet.
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14 de setembro de 2009
Margens & Confluências # 13-14. AAVV (Esap-Guimarães)
Serve o presente post para indicar aos leitores que já saiu do prelo o último número, duplo, da Margens & Confluências, publicação afecta à Escola Superior Artística do Porto, extensão de Guimarães, na qual tenho o prazer de leccionar. Sendo uma publicação usualmente temática, este número é dedicado especificamente à banda desenhada e ilustração, e tem toda uma série de intervenções e textos por pessoas que, de uma forma ou outra, estão afectas à escola, expuseram o seu trabalho no espaço da escola, ou foram convidados pontualmente.
A abrir encontramos um artigo de Vítor Silva, “O desenho humorista: a escolha de Marcel Duchamp”, o qual, como se depreende do título, se concentra nos trabalhos do jovem Duchamp no inequívoco campo da ilustração, mais especificamente os desenhos que criou para os salões humoristas e as publicações ilustradas da época, integrando essa produção numa questão de opção artística, visando um encontro entre este território da “ilustração” e aquele, mais instituído, das ditas “artes visuais” (enquanto peso cultural, não descritivo). O autor do artigo parte daquele campo desenhado por grupos mais ou menos organizados e programados como os Incohérents, ou revistas tais como Le Chat Noir, Le Rire, La Caricature, L’Assiette au beurre, entre outras (que são o ambiente do último livro de Blutch), para notar que ligações foram conseguidas por Duchamp a esse mesmo campo, assim como as especificidades críticas desses trabalhos a relação texto-imagem, as características próprias da imagem, o refinamento do humor). Tendo em conta que mesmo as monografias sobre o artista atravessam, quando muito, estes trabalhos en passant, tipificadamente como “fases de juventude”, necessariamente transitórias, alimentares, etc., e que não contribuem para o núcleo duro da obra a vir, esta concentração de Vítor Silva, e a sua aguda análise estética, vem provocar um reequilíbrio necessário. Todavia, e assumindo o tom de provocação que isso implica, faria a pergunta se não estará todo o gesto de Duchamp – pois não se trata somente ou sequer, no seu caso, de um conjunto de obras, de um portfólio ou catálogo, mas de um único, coerente, verdadeira e profundamente original em toda a acepção desta palavra, como raras vezes é notável na História da Humanidade e, mais concretamente, na da Arte – construído sobre este primeiro gesto (contínuo, perene), incohérent, jemenfoutiste, humorista?
Segue-se “Uma notícia iconográfica: O mundo às avessas no palácio Condes de Anadia”, de Susana Rafaela Leite, um breve trabalho mas esclarecedor e contextualizador sobre uma série (constituídos como tal) de azulejos, os quais se integram num dos temas populares iconográficos mais sustentados a partir do advento da imprensa, o “mundo às avessas” (e cuja tradição se mantém ainda hoje, naturalmente, como o demonstra o artigo de David Kunzle construído na óptica deste mesmo tema em Gary Larson, no último IJOCA). A integração deste estudo numa publicação que visa uma ideia ampla de ilustração é não só justificada, como de uma atitude informada e inclusiva, e que perspectiva e questiona os constrangimentos usuais da área, em determinados círculos menos académicos. A autora elabora assim um estudo aberto, mas rigoroso, uma leitura próxima dessa série de azulejos, procedendo à sua interpretação e integração no quadro teórico.
A revista inclui dois textos sobre áreas muito específicas da utilização do desenho enquanto instrumento menos estético do que de comunicação de rigor e precisão, o que não é uma valência de somenos dos campos da ilustração em geral. Abordam-se, nomeadamente, a ilustração científica e a arqueológica, a primeira pelo consagrado Pedro Salgado, a segunda por Luís Fortunato Lima (no fundo, são ambas áreas científicas, de “formação bivalente”, como diz Salgado). São textos que nascem de um entendimento, em primeiríssimo lugar, pragmático, profissional, de aplicação real, mas que não impede, de todo, a emergência da capacidade reflexiva e intelectual de ambos os autores, sobretudo Fortunato Lima, que explora questões teóricas mais consolidadas. Ambos os textos permitem aos leigos (permite-nos) um entendimento substancial dos pressupostos e princípios filosóficos e pragmáticos dessas mesmas áreas, levantando questões fulcrais, e até propondo uma atenção às suas aporias especiais (as da expressão vs. rigor, beleza vs. representação exacta, etc.), que ajudam a pensar não só essas áreas, como a sopesar outras.
Existem ainda páginas de projectos de Miguel Carneiro e Marco Mendes, mostrando parte do seu trabalho mais recente, e ainda de Filipe Abranches, que apresenta um breve ensaio que explicita o modo como procedeu à criação de uma encomenda de duas páginas. Um raro exercício de teorização da prática, decerto que iluminador.
Há também um artigo de João Paulo Cotrim, mas que temo estar um tanto ou quanto deslocado do contexto. Cotrim é um nome incontornável pela integração da banda desenhada na circulação das artes, a determinados níveis e campos, e de um trabalho sustentado sobre o balanço histórico e a memória da banda desenhada e da ilustração, nomeadamente nos volumes recentes que organizou sobre Bordalo, Stuart, Abel Manta, André Carrilho e João Fazenda. E os seus textos provocam sempre um equilíbrio excelente entre a apresentação e o rigor das suas opções. No entanto, integrado nesta publiação em particular, em que o pressuposto da aceitação destas áreas como disciplinas autónomas, dignas de atenção, reflexão e estudo académico é dado à partida, não tem cabimento a apologia generalizada do seu texto. Não falo, portanto, so seu valor intrínseco, mas da sua contextualização. Questões mais editoriais que autorais, portanto.
Incluem-se ainda três entrevistas, a saber, a Daniel Clowes, Trina Robbins e Teresa Câmara Pestana. E, ainda, uma nota de Isabel Carvalho, na sua qualidade de directora do curso de Licenciatura de Banda Desenhada e Ilustração na ESAP-Guimarães, como um balanço do trabalho até agora cumprido e conquistado.
Encontrarão, finalmente, um artigo deste vosso criado, intitulado “O Peregrino Cego. Leituras livres a propósito de O Peregrino Blindado de Eduardo Batarda”, em torno, como se entende, do livro de artista de Batarda, editado em 1973 pela Galeria-Livraria 111. Não afirmo tratar-se de um livro de banda desenhada, nem indico o contrário. Simplesmente leio-o no seguimento da minha desejada linha de investigação e instrumentos que me parecem pertinentes. Deixo-vos aqui alguns excertos:
[da parte intitulada Contexto]: “Apesar de os tempos correntes gostarem de criar a ficção de que não existem fronteiras, ou de que as existentes se abolirão final e felizmente, e não obstante a atenção paulatinamente expansiva para com as margens e confluências das artes, para a subsidiarização de territórios inter-, trans- ou multidisciplinares, enfim, para a submersão em toda a espécie de “cremes, espumas, espermas, cuspos” (Luiza Neto Jorge) das linguagens do acto criativo, há ainda uma forma de ver separada, hierarquizante, que teme colocar suspensos num mesmo fiel objectos que julga inanalisavelmente incomparáveis e que, bem vistas as coisas, se deve tão-somente à manutenção de velhos preconceitos, dicotomias (julgadas) inabaláveis, silêncios cúmplices desse primeiro silêncio.
“O nome ‘banda desenhada’ incute desde logo, no melhor dos casos, durante as conversas na cidade das artes, um sorriso, talvez complacente, talvez nostálgico, mas quase sempre enigmático, surpreso e as mais das vezes constituindo-se num muro que se deseja intransponível. (...). Se várias artes se queixam contemporaneamente de serem as “ovelhas negras” dos discursos e diálogos do poder artístico-económico (a dança, o vídeo, a instalação, o teatro, etc.), a banda desenhada parece não poder sequer alcançar o estatuto de ovelha...”
[da parte intitulada Texto]: “... entendo menos n’O Peregrino Blindado a existência de uma “pseudo-narrativa” (palavras do autor) do que uma narrativa mais descentralizada, isto é, menos atreita a uma lógica aristotélica clássica.”
& Agradecimentos: “Para o desenvolvimento deste artigo foram necessários e inestimáveis os apoios de Susana Pomba e Alexandre Melo, e as frutíferas discussões com Miguel Carneiro, Marco Mendes, Filipe Abranches, Isabel Carvalho e, como sempre, Domingos Isabelinho.
Um agradecimento muito especial, evidentemente, deve-se a Eduardo Batarda, não só pela criação do livro, mas pela sua disponibilidade para uma conversa sem grandes regras ou programa, a sua generosidade e humor, e igual rigor intelectual na discussão e redacção deste artigo”.
Uma nota final e um pedido de desculpas ao Professor Nuno Crato, que me ajudou num pequeno aspecto mas importante e cujo nome, por um lamentável lapso da minha responsabilidade, não foi integrado nos agradecimentos. Que fique aqui a nota, pública, desse mesmo obrigado.
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Etiquetas: Academia, Colaborações, Ensino, Portugal
2 de junho de 2009
História da Ilustração e da Banda Desenhada - CIEAM
Serve a presente para dar conta da abertura do período de pré-inscrição nos vários cursos integrados no CIEAM para o próximo ano lectivo. Entre eles, encontrarão o Curso de História da Ilustração e da Banda Desenhada, ministrado por este vosso criado. Passo a citar a comunicação:
"O CIEAM, Centro de Investigação e de Estudos Arte e Multimédia da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, informa que estão abertas a partir de 1 de Junho as pré-inscrições para os Cursos publicitados, referentes a 2009/2010, os quais são dirigidos a jovens e adultos (estudantes de arte, profissionais das áreas do cinema de animação, ilustração, banda desenhada e argumento, etc.)."
No que diz respeito a este curso em particular, o público não se cinge àquele indicado anteriormente, mas sim a todos e quaisquer interessados. Estender-se-á de 16 de Setembro de 2009 a 03 de Fevereiro de 2010, às Quartas-feiras, das 18h00 às 21h00, na sala 3.07.
Outros cursos: Animação em desenho, animação digital, animação de volumes, modelação e animação 3D, e ilustração digital.
Para mais informações, contactem a Dra. Maria Luíza Leite
CIEAM – Centro de Investigação e de Estudos Arte e Multimédia
Gabinete de Relações Públicas
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa
Portugal
Tel.: + 351 21 325 21 66
maria.leite@fba.ul.pt http://www.fba.ul.pt/
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3 de novembro de 2008
Drawing words and writing pictures. Jessica Abel e Matt Madden (First Second)
Menos do que uma leitura, que compreende o acompanhamento sério de todo um texto, procurando através da reflexão quais os pontos de diálogo mais pertinentes, deixo aqui apenas uma nota de impressões rápidas suscitadas pela consulta breve e ametódica deste verdadeiramente exaustivo manual de banda desenhada, do casal de autores e professores Jessica Abel e Matt Madden.
Como o próprio jogo do título indica, Drawing words and writing pictures aponta para a naturez biface e implicada da banda desenhada, abordando várias técnicas ora da “escrita” ora do “desenho” da banda desenhada, ainda que não se ensinem aqui técnicas de escrita nem de desenho estrita e propriamente ditas: trata-se de abordar os passos e aspectos intrinsicamente empregues na linguagem da banda desenhada: as associações e transições entre vinhetas (Groensteen falaria de articulações), a estruturação de uma página e gestão dos espaços, inclusive os intervinhetais, técnicas de uso dos lápis, canetas e pincéis, e as suas várias tipologias e resultados, tipos de papel, de reprodução, métodos de correcção das imagens, de design, o recurso a figuras, a fotografia ou outro material de referência, emprego das letras, exploração dos arcos narrativos, do desenvolvimento de personagens, experimentação dos cenários, das focalizações, dos maneirismos vários, da distribuição das personagens dinamicamente numa vinheta, das expressões faciais e corpóreas, e muitos outros conselhos paralelos, desde a identificação de autores de referência fundamental aos fanzines de 24 horas, e até mesmo exercícios que previnam dores musculares de horas de trabalho...
Olhando para o subtítulo, “um curso definitivo do conceito a uma banda desenhada em 15 lições”, pode parecer ambicioso e megalómano, mas a verdade é que nas quase 300 páginas oblongas deste livro, Abel e Madden conseguem de facto montar um curso completo de como fazer uma banda desenhada, sem consessões a princípios formulaicos (como em livros tais como Desenhar superheróinas à maneira Marvel, por exemplo...), sem descurar aspectos teóricos, históricos e terminológicos fundamentais e práticos, e sendo mesmo exaustivos, metodologica e brevemente, nas matérias a abordar nesta senda. Seguramente que existirão muitos outros aspectos por explorar, mas serão aspectos que caem fora do âmbito excluivo da banda desenhada, para serem partilháveis noutras áreas (por exemplo, a capacidade de representação e expressão dos desenhos, ou a causalidade dos eventos descritos na história). Existem muitos outros livros importantes da pedagogia da banda desenhada, nomeadamente os de Will Eisner, de David Chelsea ou até mesmo, em mais do uma instância, os de Scott McCloud (sobretudo Making Comics, igualmente excelente), os quais vão muito além de conselhos práticos e relativamente banais encontrados no exército de manuais de banda desenhada existentes no mercado, criados ora por autores medíocres ora por burocratas da pedagogia.
Sendo um livro-curso, há muitos TPCs, exercícios, e ideias... A página que reproduzimos aqui mostra algumas alternativas em encenar um breve diálogo entre duas personagens, ora de modos mais clássicos, ora mais dinâmicos, explicando-se os efeitos particulares a cada uma das opções. Todos os exemplos destes exercícios são criados pelos próprios autores, sendo eventualmente possível identificar os desenhos de Matt Madden (quase todos os pastiches serão dele, relembrando o seu 99 ways to tell a story...) e os de Jessica Abel. Todavia, não descuram, ao longo de toda a obra, exemplos concretos e bem seleccionados provindo de uma ampla escolha de autores e obras, desde Mutt & Jeff a Big Questions, de Wash Tubbs a American Born Chinese, Mignola a Baudoin, de Tezuka a Paul Pope. Naturalmente, muitos dos exemplos são retirados das obras dos próprios autores, já que não há melhor partilha de saberes do que beber da experiência própria. Esta mistura entre modelos experimentados pelos próprios autores e o confronto com excelentes exemplos quer de autores consagrados quer com talentos novos torna o volume, ao mesmo tempo, num exercício de equilíbrio e atenção muito amplo e inteligente: cria-se a ideia de uma verdadeira comunidade de artistas que, na diversidade máxima, contribuem para a emergência de um território com uma história e um valor particulares.
Como disse, existem muitas notas, conselhos e factos espalhados ao longo do livro, como por exemplo uma breve nota histórica sobre a história da impressão e o uso do azul não-fotográfico, ou uma explanação desse maravilhoso instrumento que é o Ames Lettering Guide. Importante é também o modo pedagógico com que alertam para erros comuns, exemplificando-o, de modo a criar uma forma clara de se entender a razão de que existem métodos mais acertados que outros. É neste sentido que de facto Abel e Madden conseguem tornar este livro numa obra exaustiva, até no sentido físico desta palavra: criar uma banda desenhada, pelo menos algo que desejo um mínimo valor estético ou parâmetro de qualidade (independentemente do género, estilo ou contexto criativo) requer algum esforço.
Uma das características fortes deste livro é não recorrer somente à própria banda desenhada para veicular os seus ensinamentos (como ocorre em Eisner, McCloud, Chelsea, etc.). não é que esse recurso seja necessariamente mau ou redutor, mas leva a uma estratégia afunilada. O emprego de textos explicativos, “bullet points”, notas e TPCs apenas garante uma maior amplitude na matéria dada. Não obstante, e paralela ou entrosadamente, existem duas personagens que vão ilustrando os exercícios ou exemplificando as acções: Clay, uma espécie de Tintin negro, autor de mini-comics, e Junko, jovem japonesa fã de mangá kawaii. Existem outras personagens também que são utilizadas noutros momentos. Não existindo uma história contínua que as possa transformar em personagens tout court, são no entanto suficientemente presentes para se tornarem um curiosa forma de guiar os leitores-alunos deste livro de uma forma dinâmica e interactiva (recordando quer Clique e Flash, de José Ruy, quer os Ahlalaaas no cursinho de Derib, ambos na revista Tintin dos anos 80).
Apesar de dirigido sobretudo a estudantes de banda desenhada (sem limitações etárias, culturais ou outras), cobrindo tantas bases, este é um livro a ler e reler quer por aspirantes a autores, quer por professores da área, quer ainda por teóricos e críticos que desejem, como nós, apercebermo-nos de todos os pormenores de bastidor que concorrem para o aparecimento de uma obra de banda desenhada. E há que fazer os trabalhos de casa.
Nota: o livro consultado pertence à Biblioteca da Escola Superior Artística do Porto, pólo de Guimarães.
Publicada por Pedro Moura à(s) 8:49 da tarde 0 comentários
15 de julho de 2008
Reticências. AAVV do Ar.Co (Instituto Superior Técnico Press)
Serve o presente post para informar que a publicação/projecto Reticências, do Instituto Superior Técnico, em colaboração com o Departamento de Banda Desenhada e Ilustração do Ar.Co, apresenta vários trabalhos de alguns dos alunos desta última instituição, sobretudo ilustrações, apesar de um ou outro exemplo de banda desenhada (numa ligeira fronteira entre ambas as áreas). Conta-se com Oscar Martinez, Joana Silvestre, Tiago Martins, Maria Imaginário e Vasco Costa Martins.
Além do mais, tive o prazer de ser convidado para escrever um pequeno texto para essa mesma publicação. Uma vez que o tema de trabalho era a Utopia, escrevi umas "Notas tópicas sobre ideias utópicas", que pode ser consultado na íntegra aqui.
O desenho aqui mostrado é da Maria Imaginário. A capa é apenas a uma cor, mas com um acabamento num verniz diferente, o que impede um scan de qualidade. Espero que a foto seja suficientemente clara para desvendarem o título e o trabalho de design geral...
Boa leitura.
Publicada por Pedro Moura à(s) 3:47 da tarde 1 comentários
Etiquetas: Ensino
2 de fevereiro de 2008
Leitura de David Horta: Blacksad. Algures entre as sombras. Juan Diáz Canales Juanjo Guarnido (Asa)
Convido os interessados a lerem o trabalho de leitura, análise e crítica, e apreciação pessoal, de David Horta, do álbum de banda desenhada Blacksad, Algures entre as sombras, trabalho escolar elaborado numa das unidades curriculares da licenciatura em Banda Desenhada e Ilustração, na ESAG, pelas quais sou responsável.
O trabalho está disponível aqui, no blog "escolar".
Espero que este post sirva de incentivo a cada vez melhores trabalhos e leituras por todos, alunos e outros.
Boa leitura!
Publicada por Pedro Moura à(s) 9:36 da tarde 0 comentários
8 de maio de 2007
CAIS 118.
Publicada por Pedro Moura à(s) 11:12 da tarde 0 comentários
Etiquetas: Ensino