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domingo, 27 de setembro de 2015

PAPA ALERTA PARA DINHEIRO, ECONOMIA, LUXO E PODER



O VIL METAL constitui amarras que sujeitam o ser humano como se fosse uma fera perigosa ou um salpicão, retirando-lhe o pensamento e a acção mais correctos no seu relacionamento com os seus semelhantes.
Civismo, no sentido de respeito pelos outros, tornou-se coisa obsoleta.
Para compreendermos as forças que estão a estrangular a humanidade, convém aplicarmos alguns minutos de reflexão aos seguintes três artigos publicados no Diário de Notícias:

Em 16-05-2013:
Papa denuncia culto do dinheiro e ditadura da economia

Em 22-09-2013:
Papa critica um sistema económico que idolatra o dinheiro

Em 04-02-2014:
Papa Francisco condena o luxo, o dinheiro e o poder

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CAMPANHA ELEITORAL EXPLICA MUITO..


Como compreender as contradições das notícias que vêm a lume? Talvez a proximidade de eleições esteja a explicar muita coisa e a tirar certas dúvidas da sinceridade dos governantes.

Por um lado, «o primeiro-ministro e o seu vice alinharam os discursos que levaram ontem ao parlamento, colocando na "esperança" e num "novo ciclo"  as expressões-chave que deverão levar até às eleições de Maio.»

Por outro lado, «a dívida pública portuguesa atingiu 129,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do ano passado, segundo o último relatório da UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) do parlamento sobre endividamento». Assim, «2013 terá sido mais um ano em que a dívida portuguesa furou as metas previstas pelo governo e pelas instituições internacionais».

Também, «o produto interno bruto (PIB) português terá recuado 1,4% ao longo de 2013, segundo a estimativa rápida divulgada ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) - que contabiliza já 80% dos factores com relevância no apuramento do PIB. Os valores definitivos só serão conhecidos a 11 de Março.

Há quem diga que a proximidade das eleições seja a explicação para «nuvem de fumo» para iludir os portugueses. Também o comportamento das exportações foi pouco animador pois abrandaram face ao crescimento de 5,7% registado em 2012, tendo aumentado em 2013 apenas 4,6%.

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domingo, 15 de dezembro de 2013

GEOPOLÍTICA. DOMÍNIO E SUBALTERNIDADE


Transcrição de artigo de opinião. Atenção às frases com realce:

O gesto e a bota
Ionline. Por Fernanda Mestrinho. publicado em 14 Dez 2013 - 05:00

Obama cumprimentou Raúl Castro no funeral de Mandela. O improvável presidente dos Estados Unidos, como disse de si no discurso, apertou a mão ao presidente de Cuba.

Os republicanos mais radicais logo chiaram no Congresso por ele ter apertado uma mão manchada de sangue. Assim sendo, estes não podem tirá-las de baixo da torneira. Pinochet, xá da Pérsia, querem mais? E se houver um perfume de petróleo, estamos conversados.

Pela palavra e pelo gesto, também o Papa Francisco continua a alertar os poderosos do mundo para que a “economia mata”. Se João Paulo II viveu a ditadura comunista e a ocupação nazi, o Papa Francisco viveu ditaduras militares fascistas e o FMI que reduziu a Argentina à miséria. Um conheceu a “bota” da URSS, o outro, a ingerência dos EUA. João Paulo II contribuiu para a queda do Muro de Berlim, o Papa Francisco alerta para o capitalismo selvagem.

Assistimos a uma guerra económica. Putin não precisou de invadir a Ucrânia. Bastou ameaçar com o seu poderio económico. O povo veio para a rua em nome da sua livre soberania. A Grécia foi humilhada pela “bota” do FMI, CEE e BCE, mas também reagiu. Na torre de marfim dos seus gabinetes, os “generais” das finanças ficam indiferentes às “baixas”, mas não têm as mãos limpas.

Por cá, alguns têm gestos e outros engraxam a “bota” dos patrões da “troika”. Agora foi Rui Rio que falou numa ditadura sem rosto.

Os governos são eleitos pelo povo, e não mandatários dos mercados. Alguns esqueceram isso.

Jornalista/advogada
Escreve ao sábado

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segunda-feira, 29 de abril de 2013

ALTERNATIVAS PARA A AUSTERIDADE


Ao contrário da teimosia obsessiva de Passos e de Gaspar, parece haver alternativas para evitar o agravamento repetitivo e demolidor da austeridade. Podem continuar as lutas partidárias e chamar demagogo a Seguro, mas para o crescimento de Portugal e para bem dos portugueses, não deixem de prestar atenção a soluções que aliviem o sofrimento que, há quase dois anos, nos vêm infligindo.

Eis o artigo do Económico:

Seguro propõe medidas para libertar 12,5 milhões
Económico. 29/04/13 00:06 Por Márcia Galrão

São 12,5 mil milhões de euros libertados para a economia com redução do rácio da solvabilidade dos bancos, contratos do BEI e fundos da recapitalização da banca. Para aqueles que nos últimos dois anos o acusaram de não ter propostas concretas, António José Seguro saiu do XIX Congresso do PS em Santa Maria da Feira com um programa de Governo recheado de medidas com uma única prioridade: "Emprego, emprego, emprego". Porque é "possível" renegociar o programa de ajustamento e sair da "espiral recessiva", Seguro tem um pacote que só em três medidas vale 12,5 mil milhões de euros, dinheiro que quer ver injectado na economia.

O líder do PS deixa assim claro qual é o caderno de encargos que exigirá ao Governo em matéria de crescimento e que em alguns aspectos é coincidente com o "memorando para o crescimento" apresentado a semana passada pelo ministro da Economia Álvaro Santos Pereira. Esta é uma das áreas para as quais Passos Coelho quer consenso com Seguro tendo já avançado com um novo convite para se reunirem esta semana sobre esta matéria. Seguro prometeu uma resposta para esta semana.

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

AUSTERIDADE AGRAVA A ECONOMIA


Manuela Ferreira Leite defendeu que o Governo trave a austeridade, sob pena de agravar um cenário económico cada vez mais débil. “Se as medidas tornam a ser cortes nos vencimentos na Função Pública e nas pensões, estaremos a trabalhar com o objectivo de aumentarmos a recessão”.

A antiga ministra das Finanças considerou ainda que o Governo não pode andar com avanços e recuos: “Há dias aprovou-se um projecto de crescimento. Dois dias depois, foi aprovado outro que anula o arranque para o crescimento. Isto é absolutamente bizarro”.

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

QUAL A RESPOSTA DE ÁLVARO E DE GASPAR ???


Rui Rio acusa Governo de "não entender economia" e de querer "fechar o país

Sendo Rui Rio economista, as suas palavras têm, certamente, razão de ser, credibilidade, pelo que esta afirmação, título de notícia, deverá dar origem a uma polémica de esclarecimento público.

Oxalá que assim seja e, como «da discussão nasce a luz», espero não perder a oportunidade de aprender um pouco dessa ciência misteriosa em que todos sabem muito e ninguém impede as crises nem resolve prontamente as que ocorrem. E além de todos os cidadãos ficarem a ter uma pálida ideia deste tema, será desejável que o Governo, com os seus incontáveis «sábios», fique a «entender» um pouco a economia e, se «fechar o país», que o feche pelo lado de fora, para ficarmos mais descansados e seguros.

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terça-feira, 2 de abril de 2013

MOEDAS, ECONOMISTAS E ESTADO SOCIAL


Notícia diz que o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, se reúne com o economista chefe Pier Carlo Padoan e outros altos responsáveis da OCDE para discutir as reformas sobre as funções sociais do Estado.

Esta notícia conduz a dúvidas e incertezas preocupantes. A economia foi criada para benefício das pessoas, para facilitar a gestão dos seus interesses, como seres vivos, em sociedade. Constitui, por isso, uma actividade que ultrapassa as capacidades dos economistas tradicionais que não resistem à tentação de se escravizarem ao jogo dos números, de modelos matemáticos, sem sensibilidade nem propensão para descer ao campo das realidades onde, por vezes, a aplicação dos cálculos matemáticos, dos modelos sofisticados, produz efeitos dramáticos. A economia é uma ciência demasiado complexa para ser deixada exclusivamente aos economistas.

A austeridade que tem estado a destruir a actividade económica, depois de retirar quanto pôde às famílias, constitui um exemplo muito claro do fracasso dos economistas, que lesaram a economia em benefício de interesses da alta finança.

Se o interesse de Carlos Moedas é realmente obter opiniões, conselhos, e sugestões para a Reforma do Estado Social, não deve deixar de ouvir sociólogos, psicólogos e pessoas generosas com experiência de contactos com cidadãos mais carenciados que procuraram apoiar como, por exemplo, da direcção da Cáritas e os altos elementos da Igreja.

Se olhar apenas para os números e os utilizar nas gélidas calculadoras, corre o risco de aplicar a eutanásia a todos os cidadãos que não trabalham e aí correria o risco de não deixar de olhar para os seus ascendentes, familiares e amigos e pensar na sua própria vida dentro de poucos anos. A dignidade humana deve ser respeitada e, por outro lado, como político que é, não esqueça que a maioria dos votos é proveniente dos não activos, daqueles a quem um seu «brilhante» camarada de partido chamou «peste grisalha». Procure temperar o seu entusiasmo jovem com a maturidade e a experiência amontoada durante muitos anos pelos mais «grisalhos».

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sexta-feira, 8 de março de 2013

PM teimoso e fantasista

Em resposta à proposta socialista de aumento do salário mínimo, o PM «chegou a dizer que, dada a actual conjuntura, o “mais sensato” seria fazer o oposto». Teimou que “quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, a medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta.”. ‘Explicou’ que o governo não deixará de “discutir o aumento do salário mínimo”, mas numa altura em que “o tecido produtivo tenha condições para o fazer”, caso contrário isso só trará “mais desemprego”. Reiterou que, na actual conjuntura, um aumento do salário mínimo seria um "sobrecusto" para as empresas e uma "barreira" ao emprego.

Mas as ‘explicações’ do PM não foram credíveis nem consistentes, mas saíram eivadas de fantasia, não convencendo nem os mais ignorantes nem os mais doutos e não tardaram notícias a elucidar. Por exemplo o presidente do Conselho Económico e Social, Silva Peneda, afirmou que a revisão em baixa do salário mínimo é um "erro e um disparate" político, económico e social e que "não é uma forma para criar mais emprego".

Por outro lado, a contrariar que o aumento do SMN descapitalizaria as empresas e obrigaria muitas a encerrar e aumentar o desemprego, surgiu a posição completamente diferente do Presidente da República, no encerramento do encontro "Jovens e o futuro da economia",. "Nunca pensem que é nos baixos salários que se garante a competitividade das empresas.

Outra notícia afirma que «mesmo num país ensombrado pela crise há empresas que mantém as suas políticas de aumentos salariais. Em sectores como a química, farmacêutica, vidro ou metalurgia, os colaboradores vão ter este ano um aumento no vencimento que varia entre 1% e 3%».

Como não há regra sem excepção, poderá haver casos em que seja dada razão aos argumentos do PM, mas quando se olha atentamente para os portugueses, que são o pilar fundamental do Estado, não se pode ser sadicamente teimoso, com os olhos fixados apenas em números e o pensamento em fantasias muitas vezes irrealizáveis, como o foi a maioria das intenções manifestadas em quase dois anos. Os portugueses continuam a esperar que lhes seja explicado em linguagem simples, compreensível e verdadeira que benefícios obtiveram em resultado dos sacrifícios que têm sido obrigados a fazer.

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

FMI trava teimosia obsessiva do Governo ???


A notícia Directora do FMI defende equilíbrio entre ajustamento e efeitos na economia evidencia que a teimosia obsessiva da austeridade, que tem vindo a ser agravada sucessivamente, sob o lema «custe o que custar», tem que ser travada porque tem acarretado graves efeitos negativos sobre a economia e a vida dos cidadãos.

Christine Lagarde, directora do FMI, diz que «"A política económica em Portugal precisa manter um difícil equilíbrio - fazendo progressos no necessário ajustamento fiscal, mas também evitando tensões indevidas na produção e no emprego", afirma, acrescentando que "estes princípios são o guia de trabalho da equipa do FMI" durante a sétima avaliação, que está a decorrer em Lisboa.» … «o objectivo desta visita é "avaliar as circunstâncias económicas e, muito importante, assegurar que o equilíbrio necessário está a ser mantido".»

…«o mandato da delegação do FMI tem como missão procurar um "equilíbrio correto" entre o ajustamento orçamental e os efeitos na economia e no emprego é "da maior importância".»

Esta opinião está em conformidade com palavras já antigas da mesma entidade e de outros conceituados pensadores, observadores e políticos nacionais e estrangeiros, mas que foram desprezadas pelos «eruditos do Governo». Vejamos agora se o problema começa a ser encarado com lucidez e sentido de Estado, pensando na vida dos cidadãos, isto é, na economia nacional. É preciso reconhecer que não é missão fácil para os actores da obsessão que tem reinado, pois a correcção de erros é sempre mais natural e fácil por quem não esteve na sua génese.

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Regresso aos mercados


Transcrição de post publicado por António Horta Pinto em Ponte Europa seguido de NOTA:

Portugal “regressou aos mercados”. Ou “os mercados” regressaram a Portugal.

Não sei ainda se será boa ou má notícia.

O governo e a coligação que o suporta embandeiraram em arco, embora não lhes caiba minimamente o mérito da “proeza”. Como se sabe, tal regresso deve-se sobretudo a uma mudança de política do Banco Central Europeu, que também se refletiu noutros países, e à decisão do Eurogrupo de nos conceder mais tempo para pagar a dívida, coisa que o governo português sempre disse que não queria.

Os banqueiros rejubilaram, o que não é propriamente um bom augúrio. Para eles deve ser bom. Mas será bom também para a generalidade dos portugueses?

Não sou perito em economia, mas não me sinto diminuído por isso. Os economistas também não são. É notório que são incapazes de fazer previsões. O próprio Miguel Beleza disse um dia que um dos seus melhores professores americanos dizia aos alunos: “nunca façam previsões! Mas se alguma vez tiverem de as fazer, então procurem fazer duas ou três, que assim pode ser que acertem nalguma delas!” Contundente, disse M. Sousa Tavares que eles eram peritos em autópsias: só depois de morto o doente é que eram capazes de explicar “cientificamente” porque tinha ele morrido. Enfim, para usar linguagem desportiva, só são capazes de fazer “prognósticos” depois do jogo.

Para já, o regozijo dos banqueiros e da comissão liquidatária que faz as vezes de governo só me leva a desconfiar.

Se com este “regresso aos mercados” o desemprego diminuir, a miséria desaparecer, a pobreza se reduzir, o salário mínimo aumentar, as pensões mais baixas deixarem de chegar só para a farmácia; se desistirem de destruir o serviço nacional de saúde e a escola pública, se deixarem de espoliar os trabalhadores e os reformados, se as pequenas e médias empresas que ainda sobrevivem escaparem à eminente falência; se os jovens deixarem de ter de procurar sustento no estrangeiro; se deixarem de atentar contra a Constituição; então também aplaudirei.

Entretanto, acho mais prudente não deitar foguetes e manter o “malefício” da dúvida!

NOTA: É oportuna a referência preocupada ao feudalismo dos grandes grupos económicos e à troika num curto mas destacado parágrafo. Faço um pequeno reparo a dizer que as pequenas pensões já não chegam para as farmácias, onde os doentes aviam apenas uma pequena parte da medicação por falta de dinheiro e escolhem os «genéricos» mais baratos. As condições em que o autor dará o seu aplauso, correspondem aos interesses da quase totalidade dos portugueses, só não interessando aos «senhores» do tal feudalismo.

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sinais de esperança ou de preocupação ?

Extracto de notícia do Público (para a ler tudo faça clic no texto entre aspas):

«Dados cedidos ao PÚBLICO pelo Instituto Informador Comercial (IIC), uma empresa de gestão de crédito que compila as insolvências publicadas em Diário da República e no portal Citius (do Ministério da Justiça), mostram que entre 1 de Janeiro e 26 de Dezembro de 2012 foram declarados falidos 18.627 empresas e particulares, a um ritmo de 52 casos por dia. Um número que compara com os 11.515 processos registados no ano passado e que, face a 2010, representa um acréscimo de 174%.»

Realmente, esta notícia vem provar que este «não foi o Natal que merecíamos”, depois de tantos sacrifícios e privações desde há mais de ano e meio. Precisamos de um raio de esperança que surja de entre as núvens escuras que nos impedem de ver um futuro, no mínimo, condizente com um passado não muito distante.

Oxalá os governantes sejam capazes de nos satisfazer, proporcionando-nos esse raio de esperança, concreto, viável, racional, sem fantasias nem falácias. Por favor, tornem o próximo ano melhor do que aquele que agora termina sem deixar saudades.

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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vítor Gaspar surpreendido com a realidade nacional

O ministro das Finanças admite que os níveis do desemprego estão mais elevados do que se previa, o que justifica razões para os portugueses estarem preocupados com a pouca capacidade de análise e de previsão dos «sábios» que nos governam.

É mais um Vítor a estranhar o aumento do desemprego!!! Mas afinal o que é que se esperava com a tremenda austeridade que os mais sérios pensadores do sector não se cansam de criticar e de dizer que esse caminho não leva á solução da crise, antes a agravam. É isso que está a confirmar-se.

Não se pode dizer que haja razão para surpresa. Como escrevi noutro post, a exagerada austeridade retirou o pouco poder de compra daqueles que não podem deixar de gastar em consumo tudo o que ganham (não têm para poupar e muito menos para investir em especulação financeira), e que, por isso, agora têm que consumir menos, donde resulta menor facturação nas empresas de comércio, obrigando muitas a fechar. Depois, na sequência da redução das vendas resulta a diminuição da produção que leva muitas indústrias, devido à falta de procura, a fechar ou, no mínimo, a despedir pessoal. De tudo isto resulta o aumento do desemprego. Onde está o espanto dos nossos Vítores?

Sim, há motivo para espanto: eles vivem completamente preocupados com modelos matemáticos teóricos e abstractos e alheios às realidades dos portugueses, como se conclui das suas exclamações de surpresa. E daqui sai outra conclusão: Não se pode esperar que os portugueses tenham confiança em quem os governa e possam alimentar fundamentada esperança no devir.

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Vítor Constâncio a incapacidade dos economistas

Consta que o desemprego na Europa tem crescido de forma imprevista, chegando em Espanha ao valor recorde de 24,4 por cento e Vítor Constâncio, vice-governador do BCE, lamenta que ainda não se perceba a 100 por cento a razão para um tão rápido crescimento.

Perceber qualquer coisa a 100 por cento é praticamente impossível, pois os cientistas de vários ramos descobrem com frequência novas teorias que corrigem as anteriores, e continuam a investigar para se aproximar mais da verdade total. Na economia, a incapacidade de compreender tem sido muito notória, todos agora dizem que a crise era previsível há anos, mas nenhum a explicou ao ponto de serem aplicadas as necessárias medidas preventivas, nem, depois de ela ter eclodido, conseguiram minorar os efeitos e, agora, nem sequer conseguem compreender as razões dos factos reais.

Do muito que se tem escrito a tónica tem sido culpar a exagerada austeridade que retira o pouco poder de compra daqueles que não podem deixar de gastar em consumo tudo o que ganham, e que agora têm que consumir menos, donde resulta menor facturação nas empresas de comércio, obrigando muitas a fechar. Depois a redução das vendas provoca a redução da produção e muitas indústrias, à falta de procura fecham. De tudo isto resulta despedimentos e desemprego.

Para um leigo isto é claro, mas parece que para aqueles que dentro de gabinetes se entretêm com os «modelos matemáticos» a que se referiu a professora Maria da Conceição Tavares, não basta tal explicação e sua elaboração e precisam que chegue aos seus gabinetes de paredes opacas e ar condicionado 100 por cento de certezas sobre a realidade que teimam em desprezar.

Como compreender que não percebam as razões da sua incapacidade para interpretar as realidades? Aquela professora dá um lamiré.

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segunda-feira, 9 de abril de 2012

E depois de 2012?

Sem medidas com impacto positivo de curto prazo na economia, até o cenário de estagnação no próximo ano é “incerto”.

Da notícia FMI alerta que Portugal não tem estratégia para crescer depois de 2012 respigamos alguns tópicos:

Existem sérias dúvidas sobre a capacidade do país recuperar a partir do próximo ano sem medidas de estímulo de curto prazo.
O governo tem de identificar e adoptar um conjunto de reformas que desenvolvam uma resposta de curto prazo do lado da oferta na economia”.
É necessário haver sinais claros de recuperação económica, o que será um ponto central para o regresso de Portugal aos mercados de dívida.
O FMI tem revelado algum cepticismo sobre a capacidade imediata de Portugal crescer sem medidas extraordinárias de estímulo.
Gaspar admitiu que o governo “não tem uma boa percepção dos impactos” a curto prazo. “É justo dizer que simplesmente não sabemos”.


Fica-nos a incredulidade e a incompreensão de, apesar de muitos «sábios» repetirem que, para sair da crise é preciso o esforço de todos, não vemos da parte de tais «sábios» a iniciativa de «lealdade institucional» e de «lealdade nacional» que os leve a ajudar o Governo com sugestões e explicações técnicas que contribuam para a análise correcta dos dados disponíveis e para o equacionamento do problema com vista a medidas adequadas à evolução positiva da economia do País, para melhor vida dos portugueses. Onde estão os conselhos práticos dos grandes «sábios» ?

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sexta-feira, 9 de março de 2012

Ministro das Finanças com poderes acrescidos

Não seria a primeira vez que em Portugal um ministro das Finanças se tornasse ditador.

Será interessante ler a notícia Marques Mendes preocupado com polémica do QREN não poupa críticas ao Governo em que diz “Ter um ministro das Finanças com autoridade e força política dá-me confiança. Agora, ter um ministro da Economia fragilizado preocupa-me. (…) Não o digo com prazer. Digo-o com preocupação”.

Compare-se com as seguintes notícias anteriores:

- Governo aprova comissão liderada pelas Finanças para gerir fundos
Passos rejeita competição no Governo por causa do QREN
- Pires de Lima. Polémica em torno da gestão dos fundos comunitários é "artificial"
- PS admite agendamento potestativo para obrigar ministro das Finanças a depor sobre o QREN
- Confederações empresariais pressionam Passos a manter gestão do QREN na Economia

Sobre o perigo da obsessão dos números e dos modelos matemáticos com desprezo das pessoas e da economia real ou social, ver este vídeo.

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

O País mais difuso do euro

O economista Paul Krugman que, segunda-feira, vai receber na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, o grau de Doutor Honoris Causa atribuído, pela primeira vez, juntamente por três universidades portuguesas (Universidade de Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa e a Universidade Nova de Lisboa) diz que vê Portugal como o país mais difuso do euro e não se atreve a diagnosticar um futuro risonho para o nosso País.

Acerca de "incidentes" da sua carreira, o economista esclarece: "O que aprendi dessa experiência foi o poder de ideias económicas muito simples e, simultaneamente, a inutilidade de teorias que não podem ter conteúdo operacional. Em particular, a minha experiência num país onde era um enorme desafio até decidir se a produção estava a aumentar ou a cair deu-me uma alergia crónica a modelos que dizem que uma política potencialmente útil existe sem darem uma única forma de determinar que política é essa".

No mesmo sentido de alergia aos modelos matemáticos na política económica pronunciou-se a economista e professora universitária brasileira Maria da Conceição Tavares, no vídeo publicado em Recado a jovens economistas e a governantes onde explica que a economia é uma ciência social, nascida com o nome de economia política que se apoia na história e se dirige ao povo, à vida da sociedade, e para ela «o modelo matemático não serve para nada». E cita vários exemplos da inutilidade ou até inconveniente por inspirar esperanças que depois ficam goradas.

No entanto o nosso Governo está a deixar escravizar-se pelos números, embora, quando interessa para bons efeitos de falso marketing, o PM diga que despreza os números referentes a uma quebra de receitas fiscais e à revisão em baixa de -3 para -3,3% da recessão prevista pela Comissão Europeia para a economia portuguesa em 2012, e se mostre hoje moderadamente optimista”quanto ao cenário macroeconómico, considerando que é cedo para avaliar a evolução das receitas fiscais. Mas, cuidado, já governa há mais de oito meses e, se deixa passar muito tempo, depois poderá já ser tarde.

Mas se os números, quando olhados com demasiada fé e utilizados como base para previsões, projecções e planeamento, podem sem ilusórios e nefastos, o mesmo não acontece para analisar a situação real no respeitante às pessoas e, como diz Maria da Conceição Tavares, a economia deve servir as pessoas.
Assim, é preocupante que haja cada vez mais desempregados a esgotar os tempos máximos de atribuição dos subsídios de desemprego (inicial, subsequente e social). Em Janeiro, o número de pessoas sem trabalho e sem direito a estes apoios ascendia já a 303.478, o que traduz uma realidade nunca antes registada. Em apenas um mês, a fileira dos desempregados sem direito a receber subsídio de desemprego ficou com mais 15.500, segundo indicam os mais recentes dados da Segurança social e do Instituto do Emprego e da Formação Profissional.

Não é por acaso que o líder da oposição mais uma vez, desafia o PM para que, “em vez da paixão pela austeridade, da obsessão pela austeridade”, coloque “também o emprego e o crescimento económico como a sua principal prioridade”.

Oxalá os nossos governantes analisem com o maior realismo a situação actual, façam uma lista das hipóteses possíveis de solução para a crise e, depois de avaliarem as vantagens e os inconvenientes de cada uma, escolham sensatamente a mais ajustada ao nosso caso concreto tendo como objectivo as melhores condições de vida dos portugueses, principalmente dos mais desfavorecidos, que estão já a lutar com enormes dificuldades.

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Estratégia para sair da crise

Transcrição de artigo que explica uma estratégia optimista para ultrapassar as dificuldades geradas por erros governamentais e comportamentos desajustados da população. Oxalá políticos e cidadãos compreendam e passem a ajustar-se às realidades do mundo moderno em evolução.

O espírito de Abril
Por João César das Neves, no Diário de Notícias de 2012-02-06.

O acordo de concertação social assinado no dia 18 é um documento decisivo da nossa história recente. Isto só se entende considerando a essência desta crise.

Muitos tomam a recessão mundial como financeira, acusando dela bancos e agências de rating. Têm razão, mas esquecem que países com crescimento sólido, como Irlanda, Bélgica e Reino Unido, não são incomodados apesar de dívidas maiores que a nossa. O fundo do problema é pois económico e social.

O desenvolvimento que o mundo vive desde a revolução industrial tem tido várias fases. Esta é dominada por dois choques principais, a expansão da China e Índia e a revolução informática. Estes avanços criaram um dos momentos mais maravilhosos da humanidade, com enorme progresso e redução espantosa da pobreza mundial. Como não há almoços grátis, este desenvolvimento tem custos, alargando o fosso de rendimentos no Ocidente, de onde sai a recessão e a dívida.

Os mecanismos são evidentes Os trabalhadores chineses concorrem com o trabalho não especializado na Europa e EUA, enquanto a sociedade da informação elimina empregos de escritório e beneficia efusivamente o talento na gestão, arte, finanças, desporto, computação, etc. Isto espreme os salários baixos, reduz os lugares intermédios e premeia alguns ricos. As dificuldades de crescimento vêm da reestruturação económica imposta pelo mercado global, enquanto o endividamento surge de políticas e expedientes para amaciar a vida dos mais atingidos. Foi o incentivo político à aquisição de casa pelos pobres que criou o subprime nos EUA.

A questão decisiva deste tempo é, portanto, social. Portugal é um caso paradigmático. Na "década perdida", além da estagnação ser disfarçada pela dívida externa que agora nos arruína, íamos caindo numa das maiores desigualdades europeias, como mostram estudos recentes. Mas é preciso ver que esses estudos têm dados anteriores à troika, que está cá só há dez meses. O fosso entre ricos e pobres só pode resultar de quinze anos de políticas socialistas, que diziam defender os trabalhadores, combater a pobreza e construir a sociedade justa. Este aparente paradoxo é compreensível ao notar que as tais políticas bem intencionadas acabavam por usar os impostos de todos (sobretudo pobres) para beneficiar certos grupos, próximos do Estado. Os últimos anos reforçaram o processo, pois a crise começou em 2008, com falências e desemprego, mas funcionários e pensionistas estiveram incólumes três anos, até à chegada da troika.

O terrível choque no Ocidente, como em Portugal, impõe difícil ajustamento para recuperar uma sociedade justa e dinâmica, adaptada ao novo mundo global. Isso exige medidas sérias e equilibradas das elites e governos, para eliminar privilégios, combater a corrupção, apoiar os pobres, flexibilizar a economia. Mas exige também da sociedade serenidade e solidariedade, suportando os inevitáveis sacrifícios sem perder o rumo.

Percebe-se perfeitamente a irritação das populações pela austeridade e perda de direitos exigida na flexibilização. Revoltas, greves e subida dos radicalismos, bom como sonhos de revoluções e sociedade ideal, são compreensíveis. Robespierre, Marx e Lenine viveram tempos destes e hoje a Grécia envereda pelo mesmo rumo violento. Mas a reacção brutal trouxe sempre o desastre.

Existem alternativas, como a serena "revolução dos cravos". Comparada com casos paralelos, nacionais e estrangeiros, o 25 de Abril destaca-se pela sensatez. Em particular, na confusão revolucionária de 1974-75 os salários reais subiram 10% acumulados, estrangulando a economia. Em seguida aconteceu algo único na história: um país democrático, com sindicatos livres, teve o patriotismo de suportar uma queda acumulada de 12% nos salários reais de 1976-79, recuperando o equilíbrio.

O choque social destes anos será terrível. O nosso futuro depende de Portugal cair na revolta, como Marx sugeria e a Grécia mostra, ou enfrentar as dificuldades com força e serenidade. O acordo de dia 18 prova que ainda está vivo o espírito de Abril.

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

domingo, 18 de setembro de 2011

Recado a jovens economistas e a governantes



Este vídeo foi sugerido por um comentador. Tem o título de Recado da Professora Maria da Conceição Tavares para os jovens economistas, mas o recado também se aplica aos nossos «sábios» economistas que, ao longo de décadas, deixaram crescer a crise e ainda não descobriram a porta de saída, por se prenderem mais com números e matemática do que com as pessoas.
Há centenas de modelos matemátios mas nunca acertam em nada. O que é preciso é talento para fazer política humanitária, social. Não basta ser economista, é preciso ocupar-se com as pessoas, com os cidadãos, para melhorar a sociedade e tornar o País mais homogéneo, mais justo, mais igualitário.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

«Sábios» nocivos aos países e ao Mundo

Ontem na TV, que é muito raro ver, dei com um economista que, perante a recessão previsivelmente prolongada, com as piores consequências para as gerações mais jovens, referiu como solução desejável o desenvolvimento da economia, para o que é preciso investimento, injectar dinheiro e, para isso, incrementar a dívida. Tal solução assente na obsessão do desenvolvimento a todo o custo, poderia ser boa solução numa situação normal, sem os actuais graves problemas de dívida, que foi gerada pela mania do desenvolvimento acima das possibilidades e a ostentação de luxos insuportáveis, com base em empréstimos descontrolados.

Mas numa recessão mundial, como está em perspectiva, em que a dívida exagerada torna impraticável obter empréstimos para investimento rentável, a solução correcta não pode ser essa. Parece que é mais aconselhável, moderar as ambições e os luxos, descer de escalão e estruturar a vida de forma mais modesta, sem ostentação e apertar o cinto fortemente em volta das vértebras lombares, por jáo ter desaparecido a barriga.

Curiosamente, no mesmo programa, apareceu um autarca prudente e realista a dizer que, para pagar salários, muitas câmaras deixaram de pagar a água à empresa Águas de Portugal. Claro que, em tal situação, têm de parar de fazer rotundas e de nelas colocarem «obras de arte» de pedra tosca que enriqueceram «artistas» amigos, o que não tem passado de uma forma de ostentar riqueza inexistente. E, quanto a salários, terão de reduzir o pessoal e as mordomias a dirigentes, bem como a quantidade de empresas municipais, etc. etc.

Os senhores políticos devem, desde já, assumir visivelmente que têm de deixar de ostentar riqueza que não existe e que só tem tido o efeito de aumentar a dívida, de forma criminosa, que terá de ser paga pelos vindouros os quais se referirão aos governantes de hoje e das décadas mais recentes, usando os piores nomes e adjectivos.

É preciso eliminar as instituições inúteis, como as referidas por Marques Mendes, reduzir a quantidade de assessores, «especialistas» e «boys» dispensáveis, de automóveis, de telemóveis, de outras mordomias, controlar as despesas, simplificar a burocracia, eliminar a corrupção e o enriquecimento ilícito, etc. etc.

Senhores economistas, parem de pensar na economia do desenvolvimento e redescubram regras para uma economia de sobrevivência, em condições de alguma dignidade. O desenvolvimento deve ser aceite apenas em nichos do mercado, por empresas com meios de subsistência e independência que lhes permitam aumentar a produção, em boas condições éticas, em relação ao capital, trabalhadores, fornecedores e clientes.

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