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julho 17, 2009

Geração (poema)



algo consta no vão das contas,
de todas, por conta do que levam às outras
um traçado adiante, o encaixe do tempo, uma,
posta num ponto em que depois dela,
uma antes dita vem repetida para novo dizer
e torna-se nova de multiplicadas idas,
para dizer outros tipos de contas,
sob os olhares que buscam pares no fio
da eternidade, de conta após conta,
para, formando o painel, no tempo
revelar-se um todo.
Assim algo de uma soma-se a outras
sobre a mesma linha novo desenho,
deixando o código para ser de muitas
contas que o futuro terá como um agora.
Uma que estando para outra ocorrida,
uma para semente do devir e de vinda,
cada qual de cerzir sua cara no tempo,
selada para servir a futuros encaixes,
contas múltiplas, semelhantes, opostas,
descritas no círculo do sempre,
sendo pois da última aquela que inicia
conta com conta com conta: colar.

Para João, em algum lugar.

Ricardo Fabião (Julho, 2009)

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