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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Vancouver, a história de uma corrida que não estava feito para acontecer


A Formula E tem uma quantidade de corridas que no seu calendário, muitas das vezes são anunciadas, mas depois acabam por não acontecer. Algumas tem a ver com a logistica, outras com razões politicas, ou no caso das corridas chinesas, com a politica do governo naquelas bandas em relação à pandemia, ou então, são os organizadores, que julgam que sabem do que faxem, e no final, acaba tudo mal. No caso de Vancouver, no Canadá, teve a ver com a  burocracia municipal, que fará de tudo para que certos espectáculos aconteçam na sua cidade. Aliás, os habitantes locais chamam à cidade de "No Fun Vancouver", apesar de já terem organizado uns Jogos de Inverno, em 2010...

No caso desta cidade, a Formula E era para ter organizado um ePrix na cidade canadiana, e que deveria ter acontecido neste final de semana, mas na realidade, ela acabou por ser cancelada devido a problemas logisticos e burocráticos, e para piorar as coisas, é definitivo, ou seja, apesar das promessas de que tentariam erguer tudo para a edição de 2023. E o site the-race.com explica o que esteve por trás deste colapso: Muita burocracia, aliada à falta de vontade politica, hostil a manifestações desportivas e musicais feitas no meio da cidade.

No artigo, fala-se que o OSS Group, que estava por trás da organização deste ePrix - que entre outras coisas, iria ter um festival de musica e uma conferência dedicada ao ambiente e desenvolvimento sustentável - teve de mostrar garantias bancárias suficientemente sólidas para poder avançar com o plano. E as negociações estavam a decorrer no final de 2021, inicio de 2022, quando se depararam com esse obstáculo, ao ponto de um dos diretores da Formula E, Nacho Calcedo, teve de viajar a Vancouver para tentar desbloquear a situação. 

“O principal motivo foi, na verdade, uma das partes interessadas, basicamente onde faríamos todas as garagens, e nos disseram que o contrato foi assinado há algum tempo, e não foi”, começou por dizer Longo ao site The Race em Berlin, no mês passado, durante o ePrix na capital alemã.

“Então, quando a cidade ia dar a permissão para a corrida, obviamente, eles pediram todos os contratos e faltou um ou dois, foi isso. Mesmo quando tentamos intervir e tentamos ajudar a encontrar diferentes partes interessadas, não apenas os proprietários, mas também fornecedores e, obviamente, a cidade também, já era tarde demais”, concluiu.

Para piorar as coisas, em Vancouver, era ano de eleições, e isso não é popular entre alguns dos seus habitantes. O presidente da câmara preferiria uma prova ciclística ao ePrix e ele não deixou de apoiar tal prova na imprensa local, mostrando de que lado estava. Em abril, as negociações entre a autarquia e a OSS tinham acabado, sem acordo, o que implicaria que mesmo que adiassem para 2023, a prova não se iria realizar porque eles não estavam interessados.

Após o cancelamento do Vancouver E-Prix de 2022 pelo OSS Group e após cuidadosa consideração, a Fórmula E rescindiu todos os acordos contratuais com o OSS Group, o promotor e operador do Vancouver E-Prix”, dizia o comunicado oficial, emitido nas vésperas da apresentação do calendário provisório para 2023.

Portanto, confirmamos que Vancouver não será incluída no calendário provisório de corridas para 2023 quando for publicado nos próximos dias. Mantemos um interesse ativo em entregar um E-Prix em Vancouver no futuro. A Fórmula E está ciente de que muitos fãs compraram ingressos para o E-Fest canadense, que incluiu o Vancouver E-Prix, do OSS Group. Esperamos que o OSS Group garanta o reembolso total desses ingressos e forneça detalhes sobre esse processo no curto prazo.”, conclui.

Contudo, o grane problema é este: apesar da ideia da Formula E é de promover o desenvolvimento sustentável nas grandes cidades, e da possibilidade de montar uma prova automobilística no seu centro, sem os devidos problemas de poluição e barulho que as outras provas têm, na realidade, são poucas as cidades que cumprem esse critério. No calendário atual, somente Roma e Mónaco chegam aí, e nas outras cidades, acontecem em lugares construídos para o efeito, como aconteceu para Jakarta, que se estreou este ano, ou a Cidade do México, que aproveita parcialmente o Autódromo Hermanos Rodriguez, ou então Nova Iorque, que acontece nas ruas de um dos portos da cidade, bem longe do seu centro. 

Em suma, a ideia de montar um circuito no centro da cidade, em dois dias, sem grandes perturbações na circulação do trânsito, nem grande poluição visual e sonora, não está muito a acontecer, e mesmo quando acontece, ou aproveitam instalações ou vão para circuitos montados para o efeito, deixando escapar a sua identidade única. 

sábado, 23 de abril de 2022

Noticias: Formula E já não corre no Canadá


O ePrix de Vancouver já não se irá realizar no fim de semana de 2 de julho devido a questões relacionadas com as licenças camarárias para a realização da corrida, anunciou esta sexta-feira a organização. Esta afirma agora que estão concentrados na ideia de fazer em 2023.

A corrida deveria ser o regresso da Formula E a terras canadianas, depois de terem corrido em Montreal em 2017, num acordo que deveria ter acontecido por algumas temporadas. No entanto, uma mudança no executivo camarário fez mudar os planos e o acordo foi cancelado. A prova de Vancouver iria usar parte do circuito que serviu para a IndyCar entre o final dos anos 80 e 1996.

Numa declaração oficial enviada para o site The Race, a organização afirmou que “após uma revisão intensiva com a cidade de Vancouver, o OSS Group teve hoje de tomar a decisão incrivelmente difícil de adiar o Canadian E-Fest até 2023. Nos próximos dias poderemos determinar os próximos passos – incluindo a comunicação com os portadores de ingressos via APTI, nosso parceiro de ingressos, para informar suas opções."

Com mais este adiamento, é provável que o calendário de 2022 fique com outro longo intervalo de seis semanas entre o E-Prix de Jacarta, a 4 de junho e a prova de Nova York, que acontecerá no fim de semana de 16 e 17 de julho, provavelmente uma temporada encurtada de 16 para 15 corridas no total. A atual campanha já contou com um intervalo de oito semanas entre a corrida da Cidade do México, em fevereiro, e a jornada dupla do E-Prix de Roma, que aconteceu no início deste mês.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Formula E: Apresentado circuito de Vancouver


O desenho do ePrix de Vancouver foi hoje apresentado ao público, e de uma certa forma, segue o traçado usado pela CART durante mais de década e meia. A OSS Group vai ser a organizadora desta competição, usando o traçado na zona de False Creek, próximo da Rogers Arena, casa da equipa de hóquei no gelo Vancouver Canucks, da NHL.   

O ePrix de Vancouver, que se realizará a 2 de julho, acontecerá duas semanas antes da tradicional rodada dupla de Nova York, de forma de reduzir os custos e facilitar a logística para as equipas.

Estamos entusiasmados que o Grupo OSS trará o 2022 Vancouver E-Prix para Vancouver no próximo verão. O evento é uma escolha natural para Vancouver com temas de sustentabilidade e promoção de uma economia verde e estamos orgulhosos de ser o destino anfitrião. À medida que reconstruímos nossa economia local de visitantes, o retorno do festival e dos eventos é uma parte crucial para restaurar a vitalidade de nossa cidade e trazer visitantes de volta a Vancouver para apoiar nossos muitos negócios relacionados ao turismo.”, disse Royce Chwin, CEO de Destination Vancouver.

Alberto Longo, CCO da Formula E, referiu sobre este novo lugar no calendário da competição:

O Canadian E-Fest será um evento esportivo e de entretenimento empolgante, dinâmico e inovador que impulsionará a promoção da mobilidade elétrica e a luta contra as mudanças climáticas no Canadá e em todo o mundo. Trabalhando com nossos parceiros locais, estamos empolgados em trazer o Campeonato Mundial de Fórmula E da ABB FIA para as ruas de Vancouver em 2022 e mostrar as mais recentes inovações em tecnologia sustentável.

A temporada de 2022 começa no fim de semana de 28 e 29 de janeiro em Ad Diriyah, na Arábia Saudita.

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Formula E: Vancouver perto de receber corridas em 2022


A Formula E poderá voltar ao Canadá, três anos depois de ter estado em Montreal, para uma ronda dupla. O Conselho Municipal de Vancouver aprovou 9-1 para a proposta da One Stop Strategy Group para acolher um ePrix nas ruas da cidade a partir de 2022.  

"O apoio é afirmado para um evento do Campeonato Mundial de Fórmula E inclui uma conferência com foco em mudanças climáticas e sustentabilidade, um evento musical e cultural e a rodada canadense de uma corrida de veículos elétricos.", começou por dizer a assembleia municipal da cidade, no seu comunicado oficial. 

O OSS Group, um promotor privado canadiano do Campeonato Mundial de Fórmula E, aproximou-se da cidade de Vancouver para sediar uma conferência de negócios de dois dias, focada no clima e sustentabilidade, dois concertos musicais e uma corrida em False Creek em julho 2022, o que geraria um benefício econômico significativo para a cidade e apoiaria a recuperação do setor de turismo prejudicado”, concluiu.

Os promotores irão agora propor à Formula E um contrato de três temporadas, e os promotores acham que o seu conceito é muito diferente daqueles que são habituais na competição, como diz o seu diretor executivo, Matthew Carter

A Fórmula E procurou-nos em busca de uma cidade para sediar uma corrida no Canadá. Decidimos que Vancouver era a melhor opção. O que oferecemos é muito mais do que uma corrida de Fórmula E. Todos os três componentes - a conferência de negócios, os shows e a corrida - são únicos. É um conceito novo para a Fórmula E, é um modelo que esperamos mostrar em Vancouver e que funciona. Então, talvez, espero que se torne a joia da coroa da Fórmula E, e que [eles] levem esse modelo de negócio para outras cidades no mundo.”, afirmou.

Resta esperar se a proposta é ou não aprovada e entre no calendário a partir do ano que vêm. Para já, a próxima corrida do campeonato será nas ruas do Mónaco, a 8 de maio.  

sexta-feira, 8 de março de 2013

Historieta do automobilismo: a unica vitória de Pedro Chaves nas Américas

Para quem lê isto no Brasil, posso dizer que o piloto português Pedro Matos Chaves tem longa e variada carreira, absolutamente versátil. Correu em monolugares, GT's, tentou qualificar-se em 13 corridas de formula 1 com o péssimo chassis da Coloni, mas também andou nas 24 horas de Le Mans, em corridas nos Estados Unidos e tornou-se... bi-campeão nacional de ralis! Entre muitas outras coisas.

Aos 48 anos, completados há poucos dias (27 de fevereiro), Chaves conta uma pequena história dos seus tempos em que correu na Indy Lights, mais concretamente em 1995, quando fez o seu melhor campeonato, vencendo uma corrida. Ironia das ironias, essa corrida foi alcançada na cidade canadiana de Vancouver, a terra natal do piloto que iria dominar o campeonato, um jovem de 20 anos chamado Greg Moore.

A vitória não foi sem alguma polémica, pois ele tocou na traseira do seu carro, e os estragos foram mais do que suficientes para que o canadiano seguisse em frente no final de uma reta e o português subisse ao lugar mais alto do pódio. 

Para que se perceba porque escolhi esta corrida entre tantas outras, é melhor contextualizá-la. Estávamos em 1995 e nesse ano participava na Indylights com a equipa Leading Edge num Lola-Buick. O grande favorito à vitória no campeonato era o Greg Moore, que já conhecia desde os meus 28 anos (quando cheguei ao EUA) e dos 16 dele, quando ele aceitou fazer um pacto comigo por não ter ainda carta: eu levava-o para todo o lado e ele indicava-me o caminho e apresentava-me às pessoas importantes! 

Mas em 1995 eu não tinha grandes ilusões: ele era a estrela e o favorito. Tinha conseguido o patrocínio da Players (tabaco), rodeara-se das pessoas certas e tinha um talento incrível (principalmente nas ovais) e, por isso, só perdeu duas corridas nesse ano. Desde abril que ganhava tudo e chegou a Vancouver (Canadá), a sua cidade natal, e esperava ganhar naturalmente mais uma vez. Mas não foi isso que aconteceu... 

Nos treinos fez a pole e eu arranquei de terceiro com o Robby Buhl entre nós. Rapidamente consegui passar o Buhl, mas o Moore foi-se embora e, num circuito muito rápido e técnico, à 30ª volta ela já me ‘tinha dado’ 4 segundos e não havia nada a fazer. Eis quando já tinha praticamente desistido da luta quando um acidente obriga à entrada do Safety Car… No recomeço, eu sabia que era mais rápido que ele com as pressões de pneus que tinha (diferentes das dele), pelo que tinha que o passar nas duas primeiras voltas já que depois disso ele voltaria a ser mais rápido e ia-se embora. Foi então que nessa segunda volta, depois do recomeço, planei tudo para passá-lo no único sítio onde sabia que conseguiria, num gancho antecedido por uma ligeira curva (tipo a da reta interior do Estoril). Mas ele surpreendeu-me! Não fez aquela ligeira curva a fundo e eu bati-lhe na traseira a 270 km/h, acertando-lhe na caixa de velocidades! Isso fez com que no gancho, 200 metros depois, onde era preciso reduzir de 6ª para 2ª, o Greg fosse em frente e eu ficasse à frente nas 17 voltas seguintes e acabasse por ganhar. 

No final, o público, furioso, só me fazia aquele gesto obsceno com um dedo e eu todo satisfeito, dentro do monolugar, a pensar que me estavam a apoiar e a dizer que eu era o primeiro! Devido a um diferendo que Portugal tinha na altura com a quota de pescas com o Canadá, no mar dos Açores, o título num dos jornais do dia seguinte foi até “Portugal não é apenas maldoso nas pescas!”, mas, de facto, só toquei mesmo no Greg porque ele não fez a curva a fundo, provavelmente porque ainda não tinha a pressão dos pneus na temperatura ideal. Nunca mais esqueci a corrida, ainda mais depois de ele falecer no terrível acidente de 1999, em Fontana, na CART.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Extra-Campeonato: Alegrias e tristezas de Vancouver


Ontem fiquei até ás 5 da manhã para cumprir um hábito que tenho desde 1984: ver todas as cerimónias de abertura dos Jogos Olimpicos. E Vancouver não foi excepção, apesar de não acompanhar muito a vertente invernosa da competição.

Foi uma cerimónia simpes, com o devido destaque à história e gentes daquela zona. Desde os nativos (ou Primeiras Tribos) até à actualidade, tudo esteve lá. E no final, um complexo sistema colocou os quatro últimos portadores da chama olimpica no centro do palco, para acender a tocha (já agora, o sistema não funcionou na sua totalidade. Apenas três foram levantadas) E os quatro que levaram a chama para o centro eram lendas desportivas do Canadá: Wayne Gretzky (hóquei no gelo), Steve Nash (basquetebol), Nancy Greene (esqui - Melhor Atleta do Século XX e actualmente senadora) e Catriona Le May Doan (patinagem de velocidade).


Antes disso, oito personalidades canadianas levaram a bandeira olimpica para ser erguida no mastro, depois de no inicio da cerimóna, outros oito elementos da Policia Montada do Canadá terem levado a "Maple Leaf" para o seu devido lugar. E as oito que levaram a bandeira olimpica não eram umas quaisquer: o actor Donald Sutherland, a astronauta Julie Payette, outra lenda do hóquei no gelo, Bobby Orr, Betty Fox, a mãe de Terry Fox, o rapaz que em 1980 tentou atravessar o Canadá com uma perna artificial para chamar a atenção para a pesquisa do cancro, Romeo Dallaire, o comandante das Forças de Paz das Nações Unidas no Ruanda, aquando os massacres de 1994, e por fim, o nosso conhecido Jacques Villeneuve.

Para os elementos que estiveram no meio dela, esta cerimónia foi a realização de um trabalho bem feito, depois de receios quanto à qualidade da neve, num mês anormalmente quente por aquelas paragens. Centenas de camiões colocaram neve em alguns pontos de Whistler, local onde se realizarão boa parte dos eventos exteriores como, esqui alpino, nordico, saltos de esqui, biatlo, bobsleigh, skeleton e luge, entre outros.

Mas poucas horas antes da cerimónia de abertura, a tragédia: o georgiano Nodar Kumartashvili, de 21 anos, morreu na tarde de ontem, quando se treinava na pista de velocidade de Whistler. Perdeu o controlo do seu trenó individual e embateu forte contra um poste, recebendo um forte impacto com a nuca. A pista tem 1374 metros e ganhou fama de ser a mais veloz e a mais técnica do mundo, com uma média de 145 km/hora, e os competidores sofrem forças de 5G's, equivalentes aos de um piloto de Formula 1. E este não tinha sido o primeiro acidente nesta pista, pois outro tinha acontecido na quinta-feira com a romena Violeta Stramaturaru, deixando-a inconsciente.

O Comitê Olimpico decidiu abrir um inquérito para apurar as causas do incidente, enquanto que alguns atletas temem pela excessiva rapidez da pista: "Na primeira vez que estive em pista, pensei que alguém iria morrer aqui", afirmara o lugusta americano Tony Benshoof, em declarações captadas pelo jornal espanhol El Pais.

Quanto à equipa olimpica georgiana, após a noticia do acidente mortal do seu atleta, considerou sériamente a hipótese de abandonar Vancouver, mas ficou. Desfilaram com cachecóis negros, e o Comité Olimpico Internacional decretou um minuto de silêncio em memória do atleta, e as bandeiras ficaram a meia haste. E foi com essa sombra que os Jogos da XXI Olimpiada começaram em Vancouver, e terminarão no dia 28 deste mês.