A Victory Race, que acontecia num dia brilhante de outubro, era para comemorar o título mundial de Jackie Stewart, no seu Tyrrell, e tinha trazido a fina flor do automobilismo, correndo quer em carros da Formula 1, quer os da Formula 5000. E claro, todos andavam felizes. E quem andava particularmente feliz era a BRM, que tinha ali três pilotos: Jo Siffert, Peter Gethin e Howden Ganley. As máquinas foram as melhores, empatando na primeira linha, mas com o suíço a levar a melhor.
A corrida foi dominada por Peter Gethin, enquanto que Siffert era tocado pelo March de Ronnie Peterson, que iria causar os danos na suspensão que o iriam fazer despistar-se. Mas isso só seria visto na 14ª volta, quando a suspensão cedeu na Hawthorn Bend e o carro se desfez contra o guard-rail, incendiando-se. Quando as chamas se apagaram, descobriu-se que Siffert tinha morrido sufocado pelos fumos tóxicos e não pelo acidente, nem pelas queimaduras.
E foi um triste fim para uma grande temporada. Siffert tinha conseguido bons resultados na Endurance - nunca ganhou em Le Mans, a sua maior frustração - tinha ajudado a marca ser campeã na competição, e as sua vitória no GP da Áustria, pela BRM, um mês depois do acidente mortal de Pedro Rodriguez. O resultado disso foi a sua melhor temporada de sempre, um quinto lugar no campeonato, com meros 19 pontos, numa temporada dominada por Stewart e o seu Tyrrell.
E claro, aquele acidente foi uma grande ironia: afinal de contas, tinha sido ali que três anos antes, depois de uma grande batalha com Chris Amon, tinha conseguido a sua primeira vitória na Formula 1, num Lotus da Rob Walker Racing.
Hoje, meio século depois, Siffert não foi esquecido, especialmente na sua Suíça natal. Para terem uma ideia, um dos 917 que conduziu apareceu num rinque de hóquei do gelo na liga suíça, para assinalar o seu desaparecimento e celebrar a sua carreira.