domingo, setembro 23, 2012
Dia Internacional da Literacia celebrado em Lisboa
Celebrar o Dia Internacional da Literacia, promovida anualmente pela UNESCO no dia 8 de
setembro e assinalar o encerramento da Década das Nações Unidas sobre Literacia: Educação
para Todos (2003-2012) e consciencializar a sociedade portuguesa para a importância e
pluralidade da literacia são as finalidades da jornada que amanhã se realiza em Lisboa, numa iniciativa da Comissão Nacional da UNESCO, do Plano Nacional de Leitura e da Sociedade de Gepografia de Lisboa.
É o seguinte o programa:
14h30 – abertura pelo Presidente da SGL, prof. catedrático Luís Aires-Barros.
14h40 – palavras iniciais pela escritora e prof.ª catedrática Helena Carvalhão Buescu da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
15h15 – colóquio “A Literacia em Portugal e no Mundo”, sob a presidência da prof.ª doutora
Maria Calado, docente, investigadora e Vice-Presidente do Centro Nacional de Cultura, com
as intervenções seguintes:
“A Literacia no Mundo: o Papel das Nações Unidas”, mestre Mónica Ferro, deputada,
doutoranda em Relações Internacionais e docente do Instituto Superior de Ciências
Sociais e Políticas.
“A Literacia em Portugal”:
(a) “O Estado da Literacia em Portugal”, prof. doutor António Firmino da Costa, ViceReitor e docente do ISCTE/IUL e investigador do seu Centro de Investigação e
Estudos de Sociologia.
(b) “O Plano Nacional de Leitura”, prof. doutor Fernando Pinto do Amaral, poeta, docente
e Comissário do Plano Nacional de Leitura.
(c) “Literacia e Saúde”, dr. Francisco George, Diretor-Geral da Saúde.
(d) “Conhecimento Científico e Literacia”, dr.ª Rosalia Vargas, Presidente da Ciência Viva
– Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
(e) “Os Mitos Científicos na Literacia do Oceano”, dr.ª Carla de la Cerda Gomes,
educadora marinha do OMA – Observatório do Mar dos Açores.
(f) “A Literacia e os Media”, jornalista e prof. catedrático Manuel Pinto, docente da
Universidade do Minho e investigador do seu Centro de Estudos de Comunicação e
Sociedade.
17h00 – encerramento pelo Comissário do PNL, prof. doutor Fernando Pinto do Amaral, pelo
Presidente da CNU, emb. António de Almeida Ribeiro e pelo Presidente da SGL.
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terça-feira, setembro 11, 2012
Por um Serviço Público de Média independente, avaliado e de qualidade
Eis o texto da tomada de posição do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho a propósito das medidas que o Governo pretende tomar para o Serviço Público de Televisão e Rádio e no âmbito do debate público que se tem gerado em torno desta matéria:
"O recente debate sobre o futuro do Serviço Público de rádio e televisão, independentemente da forma como foi colocado, é urgente e indispensável. Neste contexto, o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, que há mais de uma década publica obra sobre o tema, entende apresentar este contributo que sucintamente exprime uma reflexão colectiva sobre a matéria. Historicamente, o Serviço Público de rádio e de televisão tem sido gerido pelo Estado em função de interesses políticos imediatos. Em momentos cruciais, essa gestão fez-se totalmente à margem de qualquer sentido de interesse público ou valor público. Nada indicia que, no presente, esta linha de atuação seja diferente. Esta lógica de funcionamento tornou-se particularmente evidente quando, por exemplo, se aboliu a taxa de televisão e quando se entregou a uma empresa por um valor simbólico a rede de transmissão da RTP e, em tempos mais próximos, quando se cedeu aos interesses privados no processo de implementação da TDT. Importa salientar este traço histórico porque ajuda a explicar, em larga medida, a situação atual do Serviço Público e a imagem que dele fazemos enquanto bem comum. Os intensos debates em curso na maioria das sociedades democráticas sobre os serviços públicos de média, sobretudo em tempos de acelerada mudança tecnológica, parecem centrar-se em torno de algumas questões-chave: disponibilização de conteúdos de qualidade e diversificados, tanto em termos temáticos como de género; reforço dos mecanismos de independência face aos poderes políticos e financeiros; desenvolvimento de modalidades de prestação de contas à comunidade e aumento da eficiência financeira das entidades que prestam este serviço público. Essencialmente, procura-se manter viva a consciência de que o serviço deve ser universal no acesso e que não faz sentido sem uma cultura de funcionamento que entenda as audiências como cidadãos e não como consumidores. Na esmagadora maioria dos casos, estas discussões presumem que a prestação de serviço esteja a cargo de uma entidade específica, com regras de funcionamento que a distingam dos operadores comerciais, que seja regulada pelo Estado e acompanhada pelos cidadãos. Um Serviço Público de média funciona assim como espaço agregador da sociedade, como instituição que alarga garantias cívicas de acesso, de diversidade, de pluralidade. No atual contexto de crise económica grave, o caminho para o Serviço Público de média em Portugal passa, em primeiro lugar, pela discussão sobre como melhorar e qualificar o serviço público que (não) temos. Este serviço tem um papel específico a desempenhar na superação da crise, quer no plano interno, quer junto das comunidades emigrantes e no espaço da lusofonia. Deverá ser repensado considerando propostas de desempenho diferenciador em áreas como os espaços não demagógicos de participação dos cidadãos, a educação para os media ou formação crítica dos telespectadores, a programação criteriosa para a infância e os públicos mais jovens, a cultura portuguesa e as expressões culturais do espaço lusófono, a informação e a formação para a ciência e a investigação. É precisamente agora que se abre uma clara oportunidade para enveredar por um Serviço Público de média, gerido com independência e rigor, produzindo conteúdos de excelência e disponível em acesso aberto. O caminho da redução de custos foi trilhado com sucesso nos últimos anos; importaria agora trilhar esse outro que é o do aprofundamento do valor do serviço para os cidadãos, nomeadamente trazendo à consideração a presença noutras plataformas para além do universo audiovisual tradicional e envolvendo a empresa na discussão do chamado dividendo digital. Acreditamos que, independentemente dos canais existentes ou a existir, este é também o caminho mais apropriado para Portugal – a disponibilização, tendencialmente em plataformas de sinal aberto, de um fluxo de conteúdos alargado e diversificado, produzidos por uma entidade pública, respeitando um caderno de encargos prévio e objetivos financeiros claros. Entendemos, nesta linha de salvaguarda do cumprimento efetivo desses compromissos, que devem ser instituídos processos periódicos de avaliação, quantitativa e qualitativa, da prestação das partes envolvidas, a desenvolver e publicitar pelas instituições científicas com competência para o efeito. O Serviço Público de média não pode e não deve ser dividido em parcelas, não pode e não deve ser concessionado a uma entidade privada (com interesses legítimos, mas fundamentalmente distintos dos do Estado) e não pode e não deve ser vendido à melhor oferta. O Serviço Público de média é, em simultâneo, sinal de vitalidade e garante da democracia. É parte inteira do que somos, enquanto comunidade de interesses partilhados. Vendê-lo, concessioná-lo ou retalhá-lo são opções que servem apenas interesses de gestão política do instante. Qualquer delas contribui, de forma substantiva, para um empobrecimento real do que somos e para um diminuição da confiança dos cidadãos num Estado que serve."
"O recente debate sobre o futuro do Serviço Público de rádio e televisão, independentemente da forma como foi colocado, é urgente e indispensável. Neste contexto, o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, que há mais de uma década publica obra sobre o tema, entende apresentar este contributo que sucintamente exprime uma reflexão colectiva sobre a matéria. Historicamente, o Serviço Público de rádio e de televisão tem sido gerido pelo Estado em função de interesses políticos imediatos. Em momentos cruciais, essa gestão fez-se totalmente à margem de qualquer sentido de interesse público ou valor público. Nada indicia que, no presente, esta linha de atuação seja diferente. Esta lógica de funcionamento tornou-se particularmente evidente quando, por exemplo, se aboliu a taxa de televisão e quando se entregou a uma empresa por um valor simbólico a rede de transmissão da RTP e, em tempos mais próximos, quando se cedeu aos interesses privados no processo de implementação da TDT. Importa salientar este traço histórico porque ajuda a explicar, em larga medida, a situação atual do Serviço Público e a imagem que dele fazemos enquanto bem comum. Os intensos debates em curso na maioria das sociedades democráticas sobre os serviços públicos de média, sobretudo em tempos de acelerada mudança tecnológica, parecem centrar-se em torno de algumas questões-chave: disponibilização de conteúdos de qualidade e diversificados, tanto em termos temáticos como de género; reforço dos mecanismos de independência face aos poderes políticos e financeiros; desenvolvimento de modalidades de prestação de contas à comunidade e aumento da eficiência financeira das entidades que prestam este serviço público. Essencialmente, procura-se manter viva a consciência de que o serviço deve ser universal no acesso e que não faz sentido sem uma cultura de funcionamento que entenda as audiências como cidadãos e não como consumidores. Na esmagadora maioria dos casos, estas discussões presumem que a prestação de serviço esteja a cargo de uma entidade específica, com regras de funcionamento que a distingam dos operadores comerciais, que seja regulada pelo Estado e acompanhada pelos cidadãos. Um Serviço Público de média funciona assim como espaço agregador da sociedade, como instituição que alarga garantias cívicas de acesso, de diversidade, de pluralidade. No atual contexto de crise económica grave, o caminho para o Serviço Público de média em Portugal passa, em primeiro lugar, pela discussão sobre como melhorar e qualificar o serviço público que (não) temos. Este serviço tem um papel específico a desempenhar na superação da crise, quer no plano interno, quer junto das comunidades emigrantes e no espaço da lusofonia. Deverá ser repensado considerando propostas de desempenho diferenciador em áreas como os espaços não demagógicos de participação dos cidadãos, a educação para os media ou formação crítica dos telespectadores, a programação criteriosa para a infância e os públicos mais jovens, a cultura portuguesa e as expressões culturais do espaço lusófono, a informação e a formação para a ciência e a investigação. É precisamente agora que se abre uma clara oportunidade para enveredar por um Serviço Público de média, gerido com independência e rigor, produzindo conteúdos de excelência e disponível em acesso aberto. O caminho da redução de custos foi trilhado com sucesso nos últimos anos; importaria agora trilhar esse outro que é o do aprofundamento do valor do serviço para os cidadãos, nomeadamente trazendo à consideração a presença noutras plataformas para além do universo audiovisual tradicional e envolvendo a empresa na discussão do chamado dividendo digital. Acreditamos que, independentemente dos canais existentes ou a existir, este é também o caminho mais apropriado para Portugal – a disponibilização, tendencialmente em plataformas de sinal aberto, de um fluxo de conteúdos alargado e diversificado, produzidos por uma entidade pública, respeitando um caderno de encargos prévio e objetivos financeiros claros. Entendemos, nesta linha de salvaguarda do cumprimento efetivo desses compromissos, que devem ser instituídos processos periódicos de avaliação, quantitativa e qualitativa, da prestação das partes envolvidas, a desenvolver e publicitar pelas instituições científicas com competência para o efeito. O Serviço Público de média não pode e não deve ser dividido em parcelas, não pode e não deve ser concessionado a uma entidade privada (com interesses legítimos, mas fundamentalmente distintos dos do Estado) e não pode e não deve ser vendido à melhor oferta. O Serviço Público de média é, em simultâneo, sinal de vitalidade e garante da democracia. É parte inteira do que somos, enquanto comunidade de interesses partilhados. Vendê-lo, concessioná-lo ou retalhá-lo são opções que servem apenas interesses de gestão política do instante. Qualquer delas contribui, de forma substantiva, para um empobrecimento real do que somos e para um diminuição da confiança dos cidadãos num Estado que serve."
domingo, setembro 09, 2012
Nova Lei do Cinema inclui programa de formação de públicos nas escolas
Foi publicada nesta quinta-feira, dia 6, a nova Lei do Cinema, aprovada em 25 de Julho pela Assembleia da República. O diploma contém matéria que se refere ao compromisso do Estado em desenvolver um programa de literacia para o cinema, voltado para a formação de públicos nas escolas. Ficam aqui registados os artigos com relevância para esta matéria:
Artigo 3.º
Princípios e objetivos da ação do Estado
1. Princípios
d) Promoção da interação com os agentes dos setores cinematográfico e audiovisual, da comunicação social, da educação e das telecomunicações;
2. Objetivos
k) Contribuição para a formação de públicos, nomeadamente através do apoio a festivais de cinema, cineclubes, circuitos de exibição em salas municipais e associações culturais de promoção da atividade cinematográfica e, em particular, através da promoção da literacia do público escolar para o cinema;
3. Incumbências do Estado
d) Promover e contribuir para a fruição pelo público das obras apoiadas pelo Estado.
Artigo 4º
Conservação e acesso
2 — O Estado promove o acesso público às obras que integram o património cinematográfico e audiovisual nacional para fins de investigação artística, histórica, científica e educativa, com respeito pelas regras de conservação patrimonial, salvaguardando os legítimos interesses dos titulares de direitos de autor e dos direitos conexos, bem como dos detentores de direitos patrimoniais ou comerciais.
Artigo 6º
Programas de apoio
6 — Com o objetivo de promover a literacia do público escolar para o cinema, o Estado desenvolve um programa de formação de públicos nas escolas.
Artigo 23.º
Formação de público escolar
O Estado promove um programa de literacia para o cinema junto do público escolar para a divulgação de obras cinematográficas de importância histórica e, em particular, das longas -metragens, curtas -metragens, documentários e filmes de animação de produção nacional.
domingo, setembro 02, 2012
A abstinência mediática. Exercício reflexivo de Educação para os Media
Viva uma semana sem fazer uso do telemóvel.
Cada dia deverá escrever o que isto envolveu: pensamentos, reflexões, sensações…em
suma, tudo o que a abstinência do uso do telemóvel produziu:
- em si;
- na sua vida de todos os dias (como ocupou aquele tempo, com que substituiu o telemóvel, as reações dos outros à sua volta);
- na sua rede social.
Deverá preencher um relatório com base nos três pontos chave:
1. Como reagiu?
2. Como reagiram os outros?
3. Qual o género de rede de informação/comunicação que se estabeleceu (se se estabeleceu) no período de abstinência.
4. Quanto dinheiro poupou/gastou?
5. Quão necessário é o telemóvel e porquê?
Os participantes (no caso de ser realizado numa turma) deverão juntar as suas experiências e fazer uma relação única que resuma e reflita os trabalhos de cada um.
(Por Letizia Caronia)
- em si;
- na sua vida de todos os dias (como ocupou aquele tempo, com que substituiu o telemóvel, as reações dos outros à sua volta);
- na sua rede social.
Deverá preencher um relatório com base nos três pontos chave:
1. Como reagiu?
2. Como reagiram os outros?
3. Qual o género de rede de informação/comunicação que se estabeleceu (se se estabeleceu) no período de abstinência.
4. Quanto dinheiro poupou/gastou?
5. Quão necessário é o telemóvel e porquê?
Os participantes (no caso de ser realizado numa turma) deverão juntar as suas experiências e fazer uma relação única que resuma e reflita os trabalhos de cada um.
(Por Letizia Caronia)
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