sexta-feira, dezembro 30, 2011
Carta aberta à Directora do 'Público':
Que se está a passar com o 'Público na escola'?
Senhora Directora do jornal Público,
Estimada Bárbara Reis,
Dirijo-me a si porque, melhor do que ninguém, me poderá responder: que se passa com o Projecto Público na Escola (PnE), uma imagem de marca do jornal que dirige, mas que não dá, há meses, qualquer sinal de vida?
Não sou só eu que pergunto. Vários outros docentes e interessados na educação para os media gostariam de saber o que aconteceu. Há dias alguém me dizia que, às tantas, perante as dificuldades económicas do jornal, o projecto já foi pela borda fora. Eu não quis acreditar, porque se isso fosse verdade, seria o próprio futuro do jornal que já não suscitava esperança. Apesar de tudo quero acreditar não ser (ainda) esse o caso.
Há certamente centenas de escolas que leram no jornal, no domingo dia 9 de Janeiro de 2011, uma pequena notícia em que se anunciava que as redes sociais eram o tema do concurso nacional de jornais escolares que o PnE voltava a lançar com o apoio de várias entidades, com destaque para o Ministério da Educação. O prazo terminava no início de Julho último, mas, vimos pelo blog do Projecto, Página 23, foi prorrogado até ao dia 20 desse mês. Acontece que o próprio blog estacionou no dia 31 de Julho e, a partir de então, não mais foi actualizado. O boletim informativo mensal, fonte sempre fecunda de recursos e espaço de relato de experiências, há largo tempo que não se publica.
O jornal, que eu tenha visto, não deu qualquer explicação. Ora é muita gente - muitas escolas, muitos docentes e muitas crianças e adolescentes por esse país fora - que aguarda com ansiedade alguma informação. Afinal, se o jornal não cuida de dar sobre si e sobre o que de si depende uma nota que seja que nos diga o que devemos ou podemos esperar, a quem havemos de recorrer?
Posso testemunhar o impacto que teve a apresentação desse projecto de educação crítica para os media e para a cidadania, que o seu coordenador pedagógico fez em Março passado, no congresso nacional sobre "Literacia, Media e Cidadania", realizado na Universidade do Minho. Escolas, clubes, turmas, bibliotecas escolares valorizavam e valorizam a pertença a essa rede que o Público na Escola foi constituindo ao longo do tempo.
Era bom termos uma informação sobre esta vertente da presença e acção do seu jornal. Como público, queremos e precisamos de saber.
Grato e ao dispor.
quinta-feira, dezembro 29, 2011
Cintra Torres analisa anúncio da Coca-cola
Na sua habitual coluna semanal de análise de anúnicos publicitários no Jornal de Negócios, Eduardo Cintra Torres toma como motivo de reflexão o anúncio televisivo da Coca-Cola, na campanha natalícia deste ano. Um excerto:
"A Coca-Cola, mãe do Pai Natal, estreou na noite da consoada mais um dos seus anúncios televisivos cheios de paz e amor, mas desta vez levou mais longe a mensagem com umas frases destinadas a construir "um mundo melhor".
Décadas atrás, os espectadores considerariam os publicitários e a marca loucos: o discurso do "mundo melhor" e das "razões para acreditar" nisso era monopólio de organizações políticas e publicistas; as marcas limitavam-se a promover alegria com os seus produtos. Não mais.
A versão portuguesa do reclame usa frases adaptadas à situação nacional de crise. As imagens têm menos importância do que as frases, mas chamo a atenção para estas: as "más notícias" no mundo são associadas a noticiários de TV ("uns dizem que tudo está perdido", lê-se na frase sobreposta num apresentador de telejornal; mais à frente, outra frase diz que "há mais vídeos divertidos na Internet... que más notícias em todas as televisões"); a crítica, valor essencial das sociedades democráticas há pelos menos três séculos, é mal vista pela Coca-Cola, que associa um indivíduo sinistro a preto e branco aos "muitos portugueses que criticam Portugal".
A explicação pelo director de marketing da Coca-Cola (Briefing, 27.12) usou duas vezes a ideia da "visão mais positiva" e do que há de "mais positivo", em que se incluem visualmente os vídeos giros ou patetas da Internet, concepção da comunicação com uma implícita visão negativa do jornalismo, associado a "más notícias". Recordo que diversos governos adversários da liberdade de expressão tentaram ou tentam controlar quantitativamente as "boas" e "más" notícias nos noticiários, governos como os da autocrática Federação Russa, da Hungria, da Roménia e de Sócrates em Portugal.
Nesta campanha, a Coca-Cola associa-se, assim, a uma visão política do jornalismo altamente condenável e adversa à liberdade de informar. (...)"
Para continuar a ler: Manto Diáfano.
UMA POSIÇÃO DIVERSA:
O Prof. Nelson Zagalo, da Universidade do Minho, exprime, no seu espaço no Facebook, uma posição bastante diversa da de Eduardo Cintra Torres:
Discordo do discurso que assaltou o espaço online acerca do spot da Coca-Cola. Primeiro porque é uma Publicidade, não é uma Notícia, nem Reportagem. Segundo, porque cumpre eficazmente o que se compromete, que é elevar a auto-estima e o optimismo de quem vê o anúncio, claro que o faz momentaneamente, mas alguém espera que um anúncio lhe resolva os problemas que tem em casa ou no seu país?
Fazer leituras políticas disto parece-me inapropiado, e sei que estou em minoria a contabilizar pelas dezenas de textos, comentários, e contra-anúncios que podemos encontrar no YouTube feitos em todos os países aonde a campanha foi lançada. Mas não posso deixar de enaltecer a capacidade criativa de quem desenhou o conceito, da forma eficaz como toca as pessoas, as emociona e com isso ganha o seu apreço, não para se conformarem ou se rebelarem, mas apenas e só para continuarem a comprar Coca-Cola. A publicidade é isso mesmo, nada mais.
Todo este discurso de desconfiança face à Coca-Cola tem por base apenas a crença de que as pessoas, "o povo", não possui literacia suficiente para desmontar as lógicas persuasivas. Mas se não tem porque não atacamos o problema na raiz que é a educação das pessoas, e não as educamos na arte de comprender e interpretar o discurso audiovisual, além do textual? Seremos um país mais feliz se impedirmos as marcas de se expressar, de comunicar?
quarta-feira, dezembro 28, 2011
O tempo da escola e a velocidade dos media
Raquel Goulart Barreto, in A Página da Educação, nº 195, 2011, p. 76
quarta-feira, dezembro 21, 2011
Protecção das crianças no mundo digital
segunda-feira, dezembro 19, 2011
Em primeira mão
Recomendação do CNE sobre Literacia Mediática
O facto merece especial realce no momento em que o Ministério da Educação acaba de pôr em debate público, até ao fim de Janeiro,uma proposta de revisão curricular dos ensinos básico e secundário.
Esta tomada de posição, que, se segue a diversas iniciativas que foram pontuando o percurso deste órgão, estende-se por 18 páginas, incluindo um ponto que preconiza as medidas seguintes,
"dada a importância que a comunicação mediática hoje tem e se antevê que cada vez mais tenha":
- 1. Que se promova a Literacia Mediática entendida como um conjunto de saberes e capacidades relativos às três dimensões de acesso, compreensão crítica e utilização criativa e responsável (Ver ponto 2. desta Recomendação - Conceito adoptado);
- 2. Que se garanta a formação (técnica e pedagógica) de professores, responsáveis de bibliotecas e centros de recursos e outros agentes educativos, estudando-se as possibilidades de prossecução das actividades de formação já iniciadas e programadas pelo Plano Tecnológico da Educação e de adaptação e divulgação do currículo proposto pela UNESCO para agentes educativos – entre outras medidas formativas indispensáveis;
- 3. Que se proceda à inserção organizacional e curricular da Educação para a Literacia Mediática na Educação para a Cidadania, através de aprendizagens transversais (competências processuais) em todas as disciplinas e de aprendizagens específicas, a trabalhar em disciplinas e nas Áreas Curriculares Não Disciplinares apropriadas (Formação Cívica); que essa inserção organizacional e curricular seja dinamizada por um professor coordenador;
- 4. Que se estude e avalie as necessidades de aprendizagem técnica dos alunos, tendo ainda em conta necessidades específicas de alguns alunos e do Ensino Especial, em articulação com a continuidade do esforço de equipamento das escolas, sua manutenção e actualização;
- 5. Que se fomentem as oportunidades de aprendizagem extra-curricular de Educação para a Literacia Mediática;
- 6. Que se estabeleçam parcerias nos planos local, nacional e internacional, entre entidades preocupadas com a educação para a literacia mediática, designadamente bibliotecas, e os próprios media, e se apoiem iniciativas relativas aos media promovidas por essas entidades (por exemplo com a criação de Um Dia Com Media nas escolas no dia 3 de Maio, consagrado internacionalmente à Liberdade de Imprensa);
- 7. Que se apoiem estudos e investigações relativos à Educação para a Literacia Mediática, articulando esforços com outros parceiros da área, designadamente, colaborando na criação de um Observatório sobre Educação para os Media;
- 8. Que se invista numa formação que abranja um público mais alargado, com prioridade para certos grupos-alvo como os idosos, pessoas com deficiência, pais, minorias e grupos desfavorecidos;
- 9. Que se continue a estudar a problemática da produção, validação e distribuição de conteúdos educativos digitais. Neste âmbito, recomenda-se desde já o aprofundamento do apoio à produção de conteúdos criados por utilizadores e a articulação com outros países da CPLP.
No Museu Soares dos Reis
Uma viagem pelo cinema de animação português
E alinharia aprender a desenvolver você mesmo/a técnicas de animação?
Gostaria de tomar contacto com filmes de animação portugueses antigos?
Então leia esta notícia divulgada pela agência Lusa:
“Território Animação - Aprende como se faz Cinema de Animação” é uma exposição interactiva sobre animação, com atelier, que vai ser inaugurada na amanhã no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, onde ficará até 15 de Abril.
“Esta exposição é especial, porque ensina as técnicas do cinema de animação através do espólio da Casa da Animação e dos filmes de animação que se fizerem em Portugal”, explicou à Lusa Miguel Ribeiro, director da Casa da Animação, entidade responsável pela organização do evento.
Animação de volumes, animação de areia, animação com recortes e pintura animada são algumas das técnicas do cinema de animação que vão ser ensinadas na exposição interactiva. Haverá também uma mostra de filmes de animação antigos portugueses.
“É uma viagem histórica e técnica pelo cinema de animação em Portugal” destinada a pessoas de todas as idades que o queiram conhecer, conclui Miguel Ribeiro.
A apresentação dos materiais de produção de filmes de animação portugueses vai ser organizada segundo uma lógica pedagógica e na sala de trabalho vão estar instalados equipamentos e postos de trabalho que vão permitir aos visitantes experimentar a produção dos seus próprios exercícios de animação.
Na sala do workshop pode observar-se também a exposição “Anatomia de um Filme”, que revela o processo de produção do último filme de Pedro Serrazina, “Os Olhos do Farol”.
“Território Animação - Aprende como se faz Cinema de Animação” ocupa duas salas de exposição temporária do Soares dos Reis, localizado no Palácio dos Carrancas, na Rua de D. Manuel II.
domingo, dezembro 18, 2011
sexta-feira, dezembro 16, 2011
VII Congresso SOPCOM - GT Comunicação e Educação
quarta-feira, dezembro 14, 2011
VII Congresso SOPCOM - GT Comunicação e Educação
15 Dezembro
14h30 -16h, Sala 631 - Piso 2 Edifício B
Coordenador: Sara Pereira
1. Em que degraus da “escada de oportunidades”? Actividades e competências digitais declaradas por crianças e jovens de meios desfavorecidos
Cristina Ponte, José Alberto Simões e Ana Jorge, Universidade Nova de Lisboa
2. A literacia Digital de Jovens de Meios Geográficos distintos: uma realidade diferente
Maria José Sousa Barbosa, Universidade do Minho
3. Internet “à la carte”, porque devemos deixar de incluir tudo no mesmo pacote
Maria José Brites, UNL e ULP e Cristina Ponte, Universidade Nova de Lisboa
4. Crianças e internet: Noções de oportunidade, risco e segurança
Ana Francisca Monteiro e António José Osório, Universidade do Minho
5. As Redes Sociais no “mundo dos jovens” de 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico
Valentina Maria Valente e Manuel Pinto, Universidade do Minho
16h15 -17h45, Sala 305 - Piso 3 Edifício A
Coordenador: Sara Pereira2. A Educação para os media na formação inicial de professores
terça-feira, dezembro 13, 2011
Google lança YouTube para escolas
segunda-feira, dezembro 12, 2011
Parlamento Jovem 2011/2012: Redes Sociais
A iniciativa Parlamento dos Jovens de 2012 tem como tema as Redes Sociais. Para o Ensino Secundário, o enfoque é a participação e cidadania e, no caso dos alunos do Básico, centra-se no combate à discriminação.
Como justificação da escolha destas temáticas, a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência "considera ser de particular interesse promover a reflexão dos jovens sobre as redes sociais e o papel que desempenham na sociedade, ao nível local e global, como factor de desenvolvimento do conhecimento pessoal e colectivo" (referência).
O processo já está em andamento, com umas centenas de escolas inscritas. Uma iniciativa a acompanhar.
quinta-feira, dezembro 01, 2011
"Jornalistas e públicos: educação recíproca"
Tendo ocorrido no dia 8 de Novembro, foi moderado por Evelyne Bévort, do CLEMI e participado por Jean-Marie Charon (Entretiens de l'Information), Benoit Califano (ESJ-Montpellier), Daniel Cornu(Edipresse Suisse) e Aude Baron (Le Nouvel Observateur).
Para consultar e ouvir os debates sobre uma série de outros temas, clicar AQUI.
Quando são os jornalistas o tema da notícia
Apenas duas perguntas, já que o vídeo fala por si:
- Como explicar o comportamento do poder político numa situação como a apresentada?
- Mesmo que em outra escala, que situações existem entre nós que podem ser filiadas num quadro análogo a este (ainda que nem de longe tão extremado)?
Informação complementar:
quarta-feira, novembro 30, 2011
Academia RTP: candidaturas à 2ª edição
A Academia RTP aceita até 11 de Dezembro próximo candidaturas de jovens entre os 18 e os 30 anos para a segunda edição do projecto. Os interessados devem enviar a sua candidatura através do site da RTP. O Regulamento pode ser consultado aqui.
A Academia "é vocacionada para a formação de novos talentos em todas as áreas de actuação dos media, pretende ser um espaço de inovação e descoberta voltado para o futuro, quer em termos de produção de conteúdos, quer em termos tecnológicos".
Depois de seleccionados, os candidatos fazem um estágio pago de 9 meses nas instalações da RTP, em Vila Nova de Gaia, o qual segue as normas e se inscreve no Programa de Estágios Profissionais do IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, IP.
No site do Academia RTP podem ver-se alguns trabalhos dos "académicos" da primeira edição, que foi lançada em Maio passado. Foram 67 os projectos seleccionados de entre 1255 candidaturas. Vários deles poderiam perfeitamemte inscrever-se no âmbito da Educação para os Media.
segunda-feira, novembro 28, 2011
Limites entre informação e entretenimento
quarta-feira, novembro 23, 2011
MEDIALAB apresentado na Young Reader Round Table
segunda-feira, novembro 21, 2011
Novo livro - Media Education goes to School
O que temos à frente do nariz
“o que temos à frente do nariz
requer uma luta constante”.
quinta-feira, novembro 17, 2011
Os 'reality shows' são assim tão maus?
"Artes não é comigo", "política não é comigo", "cinema não é comigo", "informática não é comigo", "tudo o que tem a ver com religião não é comigo", "cultura geral não é comigo"...
A ideia do vídeo surge por causa da ignorância cultural que concorrentes do programa A Casa dos Segredos, de novo em antena na TVI, têm manifestado.
São muitas as críticas feitas ao 'reality show', que explora e expõe o lado mais mesquinho e intriguista das relações humanas. Mas há algum mérito neste programa pois ele ilustra, em alguma medida, o perfil de pessoas que existem e fazem parte da sociedade, tendo inspirado a realização do vídeo já referido. Não retratando, nem o programa, nem o vídeo, toda uma geração de jovens e universitários - é importante que isso seja claro! - não deixa de apresentar um quadro desencantado de pessoas cuja realidade envolvente parece não lhes despertar o mínimo interesse.
Sem cair numa análise simplista, associando as lacunas de cultura geral apenas ao ensino, algumas questões podem ser levantadas a partir do programa e de todo o interesse que ele desperta nas audiências (muito favoráveis) e no acompanhamento mediático que lhe é dispensado. Limito-me apenas a pegar numa das muitas pontas que o assunto deixa soltas.
Numa altura em que se ouve e se fala tanto da abundância da informação, como explicar (e que estratégias para combater) uma tamanha manifestação da sua ausência?
segunda-feira, novembro 14, 2011
Por uma "Agenda da Criança" não amputada e redutora
O Governo vai lançar, no primeiro trimestre de 2012, a “Agenda da Criança”, uma iniciativa que pretende "envolver as instituições e a sociedade civil". O anúncio foi hoje feito pelo secretário de Estado da Segurança Social, Marco António Costa.
A intenção é criar um espaço transversal aos serviços e instituições de cuidados das crianças, que as coloque "no centro das preocupações". Tratará de temas como o abandono escolar, a violência contra as crianças, maus tratos e abandono e as situações de crianças e jovens em risco.
A iniciativa é certamente merecedora de aplauso, ainda que mereça algumas considerações que entendemos relevantes. A menos que o projecto esteja já fechado, seria bom ter em conta o seguinte:
- Se se pretende defender e promover os direitos das crianças, matéria a que o Estado português está obrigado, enquanto subscritor da Convenção respectiva, no âmbito da ONU, deve ter em conta que esses direitos não são apenas de protecção (face a ameaças e riscos) ou de provisão (de bens e recursos que lhes criem condições de serem pessoas felizes), mas também de participação (ou seja, que lhes abram perspectivas e as capacitem enquanto cidadãos, membros activos da sociedade - vd. art. 12º a 17º). Relativamente a esta última 'família' de direitos, a Convenção é clara, ao reconhecer às crianças não apenas o papel de objecto das atenções dos adultos, mas também o de sujeitos; e, por conseguinte, devendo ser ouvidas nas matérias que lhes dizem respeito e devendo ter a liberdade de expressão dos seus pontos de vista, de acordo com as suas capacidades.
- Sendo a iniciativa do âmbito da Segurança Social, será vantajoso que quem vier a implementar a referida "Agenda da Criança" (curiosamente, já existe um site com essa designação), procure fazer pontes com instituições da sociedade civil envolvidas não apenas nas importantes tarefas da protecção e da provisão, mas também com instituições relacionadas (e preocupadas) com a participação e a expressão dos mais pequenos. Neste contexto, é fundamental, do nosso ponto de vista, o desenvolvimento de parcerias com os meios de comunicação social e com iniciativas e espaços no âmbito da Internet e das redes sociais, com vista a promover essa perspectiva integrada e aberta dos direitos da infância.
- Uma "Agenda da Criança", sim, certamente. Mas que faça das crianças sujeitos cada vez mais responsaveis e autónomos do seu devir e não apenas objecto daquilo que os adultos entendem que elas precisam. Uma coisa não é incompatível com a outra. Mas nós tendemos, pela força da inércia cultural, a olhar para um lado e a esquecer o outro.
domingo, novembro 13, 2011
Telespectadores sedados com baixa reactividade emocional
quarta-feira, novembro 09, 2011
Deficits na literacia financeira dos portugueses
- Sabe o que é o spread?
- Como é que posso saber, se nem sei inglês?
- Mas tem empréstimo de casa?
- Tenho, já há mais de dez anos.
- E sabe quanto paga por mês ao banco?
- Claro que sei!
- E sabe qual é a margem que o seu banco cobra por lhe emprestar o dinheiro?
- Eu sei lá! Sei que pago.
- Mas não faz ideia se há algum banco que pelo mesmo empréstimo lhe cobrava menos, tornando o valor da prestação mensal mais barato?
- Eles são todos iguais, querem todos a mesma coisa.
- Porque é que escolheu esse banco para fazer o empréstimo?
- (Risos) Eu sei lá. Já o meu pai tinha lá conta. Fica perto de casa.
Este é um diálogo fictício elaborado a partir de uma peça de Rosa Soares, publicada na edição de hoje do 'Público', na qual se sublinha que "o conhecimento que os portugueses têm da diversidade de produtos bancários que lhes são oferecidos e das condições propostas deixa ainda muito a desejar".
A conclusão ressalta dos resultados do "Inquérito à Literacia Financeira 2010", baseado em 2.000 entrevistas presenciais em todo o território nacional e ontem divulgado pelo Banco de Portugal.
(Este estudo pode ser consultado AQUI).
Comentário
A literacia financeira é um dos campos em que têm surgido iniciativas e projectos nos últimos anos. É uma área em que o próprio sector bancário e financeiro está disposto a investir, porquanto se pode revestir de relevância para a eficácia do marketing dirigido aos consumidores.
Mas é possível e porventura necessário inscrever esta dimensão em abordagens que adoptem o ponto de vista da cidadania e da defesa do consumidor. Não apenas pelo contexto de crise em que nos encontramos, mas porque o sector bancário é talvez um dos mais agressivos na pressão sobre os seus clientes, quer directamente quer através da publicidade e do telemarketing.
Serão, provavelmente, muitos os exemplos de logros, embustes e ciladas em que muitos caíram, por não estarem informados, por se deixarem ir na cantilena que lhes foi soprada aos ouvidos.
Também aqui os media podem ter um papel importante - na decodificação dos termos e dos conceitos, na ajuda e na crítica dos produtos 'oferecidos', na adopção do ponto de vista dos utilizadores da informação.
Ou seja: a literacia financeira representa um campo de grande significado para o exercício de uma cidadania consciente e crítica.
terça-feira, novembro 08, 2011
Apelo à participação no Livro Branco da Juventude
Pretende-se com esta iniciativa "recolher contributos para elaborar um Documento a nível nacional que defina uma Estratégia Global e um plano de acção na área da Juventude, à semelhança dos Livros Brancos da Comissão Europeia", lê-se na informação daquele departamento governamental.
"Com o teu contributo podemos desenvolver uma cooperação nova e estruturada entre todos a fim de implantar soluções concretas em resposta às aspirações dos jovens", acrescenta a SEJ.
Foi criada uma plataforma online onde é possível dar a opinião - sectorial ou global.
domingo, novembro 06, 2011
Semana da educação para os media no Canadá
Eta iniciativa, lançada pela primeira vez em 2006, desenvolve-se a partir de uma parceria entre a Rede Educação e Media e a Federação de Docentes do canadá, à qual têm aderido outros organismos de educação para os media, organizações regionais de ensino, grupos e associações locais. Todos se sentem questionados pelo papel que os media têm na vida dos mais novos e pelo ambiente que configuram. E todos se dispõem a disponibilizar recursos, iniciativas e ofertas formativas neste âmbito.
Recursos para acompanhar esta iniciativa e onde se podem encontrar ideias e sugestões úteis para outros contextos e iniciatiavs análogas:
Dez paradoxos da tecnologia
Neste vídeo defende que, ainda que possamos ser exímios a usar numerosas tecnologias, grande parte daquilo que sabemos sobre tecnologia é em geral falso.
Ten Paradoxes of Technology from The IRMACS Centre on Vimeo.
sábado, novembro 05, 2011
Acção de telespectadores força anunciantes
O Canal Telecinco tem em antena um programa chamado La Noria. Na sua edição de 29 de Outubro último, emitiu - e passamos a transcrever a notícia de Meios & Publicidade - "uma entrevista com a mãe de um suspeito de assassínio de uma adolescente de 17 anos, em Sevilha. Para conceder a entrevista, segundo vários meios, a mãe terá recebido entre nove e dez mil euros. O jornalista Pablo Herrenos criou, a partir do seu blogue, um movimento para identificar e pressionar as marcas que anunciaram durante os intervalos, para que deixassem de investir nesse programa. A Bayer pediu “desculpas a todas as pessoas que se sentiram ofendidas. E comunicamos que aderimos ao vosso pedido e que demos instruções para que a emissão da nossa publicidade se produza num horário que não coincida com esse programa”.
sexta-feira, novembro 04, 2011
Concurso: Redes Sociais - Participação e Cidadania
O Portal da Juventude anuncia um concurso com o tema Redes Sociais - Participação e Cidadania.
O EUROSCOLA é um concurso que visa seleccionar, a nível nacional, as escolas que irão representar Portugal nas Sessões Euroscola do Parlamento Europeu em Estrasburgo onde, durante um dia, jovens de toda a União Europeia debatem temas europeus.Para mais informações, consultar a página do Euroscola no Portal da Juventude e o regulamento.
Para participarem as escolas têm de apresentar um trabalho subordinado ao tema Redes Sociais - Participação e Cidadania
Quem pode participar? As Escolas participantes no Parlamento dos Jovens/Secundário que tenham eleito um número superior a 10 deputados para a respectiva Sessão Escolar. Os alunos participantes tem de ter até 18 anos; estar inscritos até ao 11º ano.
Como participar? Enviando um trabalho sobre o tema "Redes Sociais - Participação e Cidadania" para os serviços regionais do IPJ ou para os serviços regionais da área da juventude das regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, via e-mail, até dia 31 de Janeiro de 2012.
terça-feira, novembro 01, 2011
Quem informa sobre os informadores?
segunda-feira, outubro 31, 2011
Dominar perfeitamente...
Esta convergência de opiniões é interessante, até no uso do mesmo advérbio, "perfeitamente". Assim sendo, para quê ensinar uma coisa que afinal os jovens aprendem por si?
Proponho o seguinte exercício: se tivéssemos de completar com a expressão entre parênteses, veja-se que frases interessantes obteríamos.
Aos 15 anos, a maioria dos jovens já domina o/a _______________ (português, matemática, inglês, geografia, história, artes, educação física) perfeitamente!
É sabido que muitos jovens já dominam desportos nessa idade, então de nada serve a disciplina de educação física. Aos 15 anos, os jovens também já sabem falar e escrever (espera-se)... E têm umas noções de geografia (bom, os concorrentes da Casa dos Segredos nem por isso).
Questiono-me como admitimos que neste aspecto das tecnologias - independentemente de se concordar ou não com a disciplina de TIC no 9º ano - haja um discurso desta natureza, de um reconhecimento da auto-aprendizagem, como se comprova pela anuência da responsável de uma organização que representa os pais. Que explicações?
quinta-feira, outubro 27, 2011
Jovens: 2h diárias nas redes socais
"(...) Uma das conclusões mais interessantes deste trabalho é a confirmação de que a Internet ultrapassou a televisão nas preferências dos jovens portugueses, uma tendência verificada em estudos realizados noutros países. E as novidades não ficam por aqui: o telemóvel é agora o segundo meio preferido dos jovens, relegando a televisão para terceiro lugar. Neste estudo, a imprensa escrita surge apenas no oitavo lugar entre os dez meios/suportes sugeridos aos inquiridos, o que deve ser motivo de reflexão para os empresários do sector.Sobre esta mesma matéria, embora reportando-se a um publico mais jovem - os teenagers - o jornal britânico Guardian citava ontem dados de um estudo do OFCOM (autoridade de regulação dos media) que confirmam que os adolescentes tendem a preferir "mandar às malvas" a TV do que a Internet ou o telemóvel. Paradoxalmente, o consumo de televisão na mmesma faixa etária tem vindo a subir: 17h e 37m por semana actualmente, mais 2h do que em 2007. Contudo, uma parte deste consumo ocorre precisamente através de dispositivos online.
A ligação destes jovens à imprensa faz-se sobretudo pela via das publicações online, com um terço do inquiridos a revelarem que leem diariamente/várias vezes ao dia, os jornais disponibilizados na Web. Mais um dado que deve merecer a reflexão de empresários do sector e agências de publicidade.
Outro dado importante é a constatação de que nove em cada dez jovens tem conta numa rede social, passando aí uma média de duas horas por dia. Se tivermos em conta que o consumo médio de Internet apurado neste estudo é de três horas, facilmente se constata que a maior parte deste tempo é passado nas redes sociais. Considerando que os jovens leem jornais, veem vídeos, consultam blogues e jogam na Internet, deduzimos que parte significativa destas atividades acontece dentro das redes sociais. A ser assim, as redes sociais, especialmente o Facebook, funcionariam como uma espécie de ponto de encontro onde os jovens procuram todo o tipo de conteúdos filtrado pelos seus amigos ou pelas empresas de que são fãs. (...)"
Ler o texto: Teenagers would rather lose TV than internet or mobile – survey.
Ler o estudo do OFCOM: Children and parents: media use and attitudes report
quarta-feira, outubro 26, 2011
Programa para 12 de Novembro
Já se encontra disponível o programa do I Encontro de Rádios e Televisões Escolares na Net que decorrerá no dia 12 de novembro próximo, nas instalações da Escola Secundária Eça de Queirós, Olivais, Lisboa. A iniciativa, que tem as inscrições abertas, é da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.
Eis o programa:
10h00 ‐ Sessão de abertura
10h15 – Sessão plenária
Experiências educomunicativas em contexto escolar: desafios e oportunidades
Vitor Diegues
11h30 – Pecha Kucha‐ Apresentação de projetos em sala (decorrerão em paralelo)
Sala 1
• i9ScoolTV ‐ Televisão Informativa/Interativa Escolar ‐ Filipe Duarte
• O Semáforo – Paulo Couceiro
• Televisão Interna da escola António Arroio – José Ramos
• Rádio Antenas no Ar – Carla Mendes
• Rádio Escolar – concurso de Empreendedorismo
Sala 2
• Rádio Pontinha – Dulce Franco
• Calazans TV – José Nobre
• ILOP Rádio – Sempre cool – Mariana Marques
• Rádio Onda Radical – Rui Macário
• RMP @ Hipermédia – Nuno Albano e Rodrigo Lagoa
Sala 3
• TVSerafim ‐ Helena Resende
• HoraESA – Programa da Escola Secundária de Arouca na Rádio Regional de
Arouca – Adília Cruz
• A Rádio Escolar no ensino‐aprendizagem do Português a alunos do Ensino
Secundário. Um estudo de caso na Escola Secundária Carolina Michaëlis –
Anabela Pinho
• A minha escola – Ana Isabel Pires
• www.sjradio.com – Fernando Ramos
14h00 ‐ Apresentação e discussão simultânea de pósteres
15h00 – Oficinas (decorrerão em paralelo)
1. i9ScoolTV ‐ Televisão Informativa/Interativa Escolar ‐ Filipe Duarte
2. Como fazer televisão… na escola – Nuno Relvas
3. RMP @ Hipermédia ‐ Nuno Albano e Rodrigo Lagoa
4. Meios tecnológicos ao serviço do ensino – Avelino Bastos
5. ONEscola.tv: Possibilidades pedagógicas de utilização de TV/vídeo – Jorge
Mata
17h15 ‐ Sessão de encerramento
terça-feira, outubro 25, 2011
Informação, Conhecimento, Participação - debater os problemas do país
domingo, outubro 23, 2011
quinta-feira, outubro 20, 2011
Nova Publicação - Media Literacy and New Humanism
Está diponível em PDF e pode ser descarregado aqui, o livro Media Literacy and New Humanism, da autoria de Pérez Tornero e Tapio Varis. A obra foi publicada em 2010 pelo Institute for Information Technologies in Education (IITE) no âmbito da série de monografias "Theoretical Aspects of ICT in Education".
terça-feira, outubro 18, 2011
segunda-feira, outubro 17, 2011
As crianças e as notícias da crise
Felizes, porém, os que são capazes de se auto-determinar face ao mundo em que vivem, sem terem de fugir da realidade e meter a cabeça na areia.
Para o bem ou para o mal, precisamos das notícias para guiar os nossos passos e perscrutar o ambiente. Até porque cada vez mais elas mexem com as vidas e os quotidianos, com os incertos amanhãs. Em muitos casos de forma brutal, quando significam perda de emprego, abandono e exclusão, como quem é atirado para o lixo (“homens que são como lugares mal situados”, no poema de Daniel Faria).
Eu vejo a família à volta da mesa, àquela hora em que o país e o mundo desaguam na cozinha ou na sala de jantar. Em que a mãe e o pai carregam o peso de mais um dia de trabalho ou da procura dele. Em que os de emprego ou estatuto mais ou menos seguros esgrimem no ecrã as suas razões. Em que os miúdos, de olhares inquiridores, seguem os movimentos e palavras dos crescidos, pressentindo que algo de grave se passa ou se vai passar.
Neste quadro doméstico, diariamente alimentado pela mesma dose televisiva de uma cegarrega repetitiva e distante, mas cujos impactos todos mais ou menos conhecem, faz todo o sentido que nos confrontemos com algumas perguntas que adquirem hoje especial acuidade. Ensina-nos a sociologia da infância, uma novel especialidade da disciplina sociológica, que, nas crises socioeconómicas, os mais afectados são, precisamente, as crianças. Há, pois, que lhes prestar atenção.
Como será a crise vista do lado dos miúdos, mesmo quando não são directa ou imediatamente atingidos por ela? Como compreenderão eles o que se noticia, para além do imediatismo eventual daquilo que os pode afectar? Quem os escuta nas suas inquietações, perplexidades e sonhos? Quem lhes fala de modo que, ao menos, entendam um pouco o que está em jogo e os cenários que se desenham (ou da falta deles)?
Que ao menos em casa e na escola haja espaço para exprimirem perguntas e perplexidades e que haja quem as acolha e escute. Mesmo que as respostas sejam poucas.
(Texto publicado na edição de hoje do Página 1/RR)
quinta-feira, outubro 13, 2011
O debate
sexta-feira, outubro 07, 2011
Nova publicação - Mapping Digital Media: The Media and Liability for Content on the Internet
Este documento pretende demonstrar a eventual fiabilidade dos conteúdos na Internet, com um foco particular sobre as iniciativas governamentais de várias nações nestes espaços online. Com efeito, já é possível verificar um número significativo de países que têm vindo a adoptar certas disposições legais para regular determinados conteúdos e práticas na rede. Tal como referem os diversos relatórios presentes em toda a obra, alguns governos já fazem da Internet o meio primordial de contacto com as suas populações.
Para Cynthia Wong e James Dempsey, organizadores deste livro, a característica mais importante da Internet no contexto comunicativo actual consiste na tentativa de superação das barreiras existentes entre os diversos povos. Com esta obra, os autores procuram chamar a atenção para os desafios complexos das diversas políticas tomadas nesta área, analisando exemplos específicos da regulação online em países de latitudes tão diversas como a Lituânia, Marrocos, México, Tailândia, Roménia, entre outros.