sexta-feira, dezembro 30, 2011

Carta aberta à Directora do 'Público':
Que se está a passar com o 'Público na escola'?


Senhora Directora do jornal Público,
Estimada Bárbara Reis,

Dirijo-me a si porque, melhor do que ninguém, me poderá responder: que se passa com o Projecto Público na Escola (PnE), uma imagem de marca do jornal que dirige, mas que não dá, há meses, qualquer sinal de vida?
Não sou só eu que pergunto. Vários outros docentes e interessados na educação para os media gostariam de saber o que aconteceu. Há dias alguém me dizia que, às tantas, perante as dificuldades económicas do jornal, o projecto já foi pela borda fora. Eu não quis acreditar, porque se isso fosse verdade, seria o próprio futuro do jornal que já não suscitava esperança. Apesar de tudo quero acreditar não ser (ainda) esse o caso.
Há certamente centenas de escolas que leram no jornal, no domingo dia 9 de Janeiro de 2011, uma pequena notícia em que se anunciava que as redes sociais eram o tema do concurso nacional de jornais escolares que o PnE voltava a lançar com o apoio de várias entidades, com destaque para o Ministério da Educação. O prazo terminava no início de Julho último, mas, vimos pelo blog do Projecto, Página 23, foi prorrogado até ao dia 20 desse mês. Acontece que o próprio blog estacionou no dia 31 de Julho e, a partir de então, não mais foi actualizado. O boletim informativo mensal, fonte sempre fecunda de recursos e espaço de relato de experiências, há largo tempo que não se publica.
O jornal, que eu tenha visto, não deu qualquer explicação. Ora é muita gente - muitas escolas, muitos docentes e muitas crianças e adolescentes por esse país fora - que aguarda com ansiedade alguma informação. Afinal, se o jornal não cuida de dar sobre si e sobre o que de si depende uma nota que seja que nos diga o que devemos ou podemos esperar, a quem havemos de recorrer?
Posso testemunhar o impacto que teve a apresentação desse projecto de educação crítica para os media e para a cidadania, que o seu coordenador pedagógico fez em Março passado, no congresso nacional sobre "Literacia, Media e Cidadania", realizado na Universidade do Minho. Escolas, clubes, turmas, bibliotecas escolares valorizavam e valorizam a pertença a essa rede que o Público na Escola foi constituindo ao longo do tempo.
Era bom termos uma informação sobre esta vertente da presença e acção do seu jornal. Como público, queremos e precisamos de saber.
Grato e ao dispor.

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Cintra Torres analisa anúncio da Coca-cola



Na sua habitual coluna semanal de análise de anúnicos publicitários no Jornal de Negócios, Eduardo Cintra Torres toma como motivo de reflexão o anúncio televisivo da Coca-Cola, na campanha natalícia deste ano. Um excerto:

"A Coca-Cola, mãe do Pai Natal, estreou na noite da consoada mais um dos seus anúncios televisivos cheios de paz e amor, mas desta vez levou mais longe a mensagem com umas frases destinadas a construir "um mundo melhor".

Décadas atrás, os espectadores considerariam os publicitários e a marca loucos: o discurso do "mundo melhor" e das "razões para acreditar" nisso era monopólio de organizações políticas e publicistas; as marcas limitavam-se a promover alegria com os seus produtos. Não mais.

A versão portuguesa do reclame usa frases adaptadas à situação nacional de crise. As imagens têm menos importância do que as frases, mas chamo a atenção para estas: as "más notícias" no mundo são associadas a noticiários de TV ("uns dizem que tudo está perdido", lê-se na frase sobreposta num apresentador de telejornal; mais à frente, outra frase diz que "há mais vídeos divertidos na Internet... que más notícias em todas as televisões"); a crítica, valor essencial das sociedades democráticas há pelos menos três séculos, é mal vista pela Coca-Cola, que associa um indivíduo sinistro a preto e branco aos "muitos portugueses que criticam Portugal".

A explicação pelo director de marketing da Coca-Cola (Briefing, 27.12) usou duas vezes a ideia da "visão mais positiva" e do que há de "mais positivo", em que se incluem visualmente os vídeos giros ou patetas da Internet, concepção da comunicação com uma implícita visão negativa do jornalismo, associado a "más notícias". Recordo que diversos governos adversários da liberdade de expressão tentaram ou tentam controlar quantitativamente as "boas" e "más" notícias nos noticiários, governos como os da autocrática Federação Russa, da Hungria, da Roménia e de Sócrates em Portugal.

Nesta campanha, a Coca-Cola associa-se, assim, a uma visão política do jornalismo altamente condenável e adversa à liberdade de informar. (...)"

Para continuar a ler: Manto Diáfano.

UMA POSIÇÃO DIVERSA:

O Prof. Nelson Zagalo, da Universidade do Minho, exprime, no seu espaço no Facebook, uma posição bastante diversa da de Eduardo Cintra Torres:
Discordo do discurso que assaltou o espaço online acerca do spot da Coca-Cola. Primeiro porque é uma Publicidade, não é uma Notícia, nem Reportagem. Segundo, porque cumpre eficazmente o que se compromete, que é elevar a auto-estima e o optimismo de quem vê o anúncio, claro que o faz momentaneamente, mas alguém espera que um anúncio lhe resolva os problemas que tem em casa ou no seu país?
Fazer leituras políticas disto parece-me inapropiado, e sei que estou em minoria a contabilizar pelas dezenas de textos, comentários, e contra-anúncios que podemos encontrar no YouTube feitos em todos os países aonde a campanha foi lançada. Mas não posso deixar de enaltecer a capacidade criativa de quem desenhou o conceito, da forma eficaz como toca as pessoas, as emociona e com isso ganha o seu apreço, não para se conformarem ou se rebelarem, mas apenas e só para continuarem a comprar Coca-Cola. A publicidade é isso mesmo, nada mais.
Todo este discurso de desconfiança face à Coca-Cola tem por base apenas a crença de que as pessoas, "o povo", não possui literacia suficiente para desmontar as lógicas persuasivas. Mas se não tem porque não atacamos o problema na raiz que é a educação das pessoas, e não as educamos na arte de comprender e interpretar o discurso audiovisual, além do textual? Seremos um país mais feliz se impedirmos as marcas de se expressar, de comunicar?

quarta-feira, dezembro 28, 2011

O tempo da escola e a velocidade dos media

"A escola não pode ser tão rápida quanto as redes sociais: nela não cabe passar adiante, comentar ligeiramente ou 'curtir', como no Facebook; ela não cabe nos 140 caracteres do Twitter. O filme veiculado no YouTube pode ser muito rápido, mas o trabalho com ele não. (...) A escola tem que dar conta de 'tudo' no seu tempo - o da análise, não passível de compressão".
Raquel Goulart Barreto, in A Página da Educação, nº 195, 2011, p. 76

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Protecção das crianças no mundo digital

As conclusões do Conselho da UE sobre a protecção das crianças no mundo digital podem ser consultadas Aqui.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Em primeira mão
Recomendação do CNE sobre Literacia Mediática

O Conselho Nacional da Educação, que congrega a generalidade dos parceiros do sector, acaba de aprovar um documento intitulado "Recomendação sobre Educação para a Literacia Mediática", que foi dirigido ao Governo e à Assembleia da República.
O facto merece especial realce no momento em que o Ministério da Educação acaba de pôr em debate público, até ao fim de Janeiro,uma proposta de revisão curricular dos ensinos básico e secundário.
Esta tomada de posição, que, se segue a diversas iniciativas que foram pontuando o percurso deste órgão, estende-se por 18 páginas, incluindo um ponto que preconiza as medidas seguintes,
"dada a importância que a comunicação mediática hoje tem e se antevê que cada vez mais tenha":
  • 1. Que se promova a Literacia Mediática entendida como um conjunto de saberes e capacidades relativos às três dimensões de acesso, compreensão crítica e utilização criativa e responsável (Ver ponto 2. desta Recomendação - Conceito adoptado);
  • 2. Que se garanta a formação (técnica e pedagógica) de professores, responsáveis de bibliotecas e centros de recursos e outros agentes educativos, estudando-se as possibilidades de prossecução das actividades de formação já iniciadas e programadas pelo Plano Tecnológico da Educação e de adaptação e divulgação do currículo proposto pela UNESCO para agentes educativos – entre outras medidas formativas indispensáveis;
  • 3. Que se proceda à inserção organizacional e curricular da Educação para a Literacia Mediática na Educação para a Cidadania, através de aprendizagens transversais (competências processuais) em todas as disciplinas e de aprendizagens específicas, a trabalhar em disciplinas e nas Áreas Curriculares Não Disciplinares apropriadas (Formação Cívica); que essa inserção organizacional e curricular seja dinamizada por um professor coordenador;
  • 4. Que se estude e avalie as necessidades de aprendizagem técnica dos alunos, tendo ainda em conta necessidades específicas de alguns alunos e do Ensino Especial, em articulação com a continuidade do esforço de equipamento das escolas, sua manutenção e actualização;
  • 5. Que se fomentem as oportunidades de aprendizagem extra-curricular de Educação para a Literacia Mediática;
  • 6. Que se estabeleçam parcerias nos planos local, nacional e internacional, entre entidades preocupadas com a educação para a literacia mediática, designadamente bibliotecas, e os próprios media, e se apoiem iniciativas relativas aos media promovidas por essas entidades (por exemplo com a criação de Um Dia Com Media nas escolas no dia 3 de Maio, consagrado internacionalmente à Liberdade de Imprensa);
  • 7. Que se apoiem estudos e investigações relativos à Educação para a Literacia Mediática, articulando esforços com outros parceiros da área, designadamente, colaborando na criação de um Observatório sobre Educação para os Media;
  • 8. Que se invista numa formação que abranja um público mais alargado, com prioridade para certos grupos-alvo como os idosos, pessoas com deficiência, pais, minorias e grupos desfavorecidos;
  • 9. Que se continue a estudar a problemática da produção, validação e distribuição de conteúdos educativos digitais. Neste âmbito, recomenda-se desde já o aprofundamento do apoio à produção de conteúdos criados por utilizadores e a articulação com outros países da CPLP.
O texto da recomendação, cujos redactores foram os conselheiros Jorge Marques da Silva e Maria Emília Brederode Santos, será dentro de dias publicado no Diário da República. Entretanto, pode ser consultado provisoriamente AQUI.

No Museu Soares dos Reis
Uma viagem pelo cinema de animação português

Quer conhecer as técnicas de animação do cinema?
E alinharia aprender a desenvolver você mesmo/a técnicas de animação?
Gostaria de tomar contacto com filmes de animação portugueses antigos?

Então leia esta notícia divulgada pela agência Lusa:

“Território Animação - Aprende como se faz Cinema de Animação” é uma exposição interactiva sobre animação, com atelier, que vai ser inaugurada na amanhã no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, onde ficará até 15 de Abril.

“Esta exposição é especial, porque ensina as técnicas do cinema de animação através do espólio da Casa da Animação e dos filmes de animação que se fizerem em Portugal”, explicou à Lusa Miguel Ribeiro, director da Casa da Animação, entidade responsável pela organização do evento.

Animação de volumes, animação de areia, animação com recortes e pintura animada são algumas das técnicas do cinema de animação que vão ser ensinadas na exposição interactiva. Haverá também uma mostra de filmes de animação antigos portugueses.

“É uma viagem histórica e técnica pelo cinema de animação em Portugal” destinada a pessoas de todas as idades que o queiram conhecer, conclui Miguel Ribeiro.

A apresentação dos materiais de produção de filmes de animação portugueses vai ser organizada segundo uma lógica pedagógica e na sala de trabalho vão estar instalados equipamentos e postos de trabalho que vão permitir aos visitantes experimentar a produção dos seus próprios exercícios de animação.

Na sala do workshop pode observar-se também a exposição “Anatomia de um Filme”, que revela o processo de produção do último filme de Pedro Serrazina, “Os Olhos do Farol”.

“Território Animação - Aprende como se faz Cinema de Animação” ocupa duas salas de exposição temporária do Soares dos Reis, localizado no Palácio dos Carrancas, na Rua de D. Manuel II.

domingo, dezembro 18, 2011

sexta-feira, dezembro 16, 2011

VII Congresso SOPCOM - GT Comunicação e Educação

Sessões do GT de Comunicação e Educação, hoje, dia 16, no VII Congresso da SOPCOM, Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

16 de Dezembro

9.15h - 10.45h, Sala 118 - Piso 1 Edifício A
Coordenador: Manuel Pinto

1. Novas literacias móveis: Antecipar, Filtrar e Partilhar
Carla Ganito e Cátia Ferreira, Universidade Católica Portuguesa

2. Literacia para os média dos adultos na sociedade em rede
Susana Henriques, Instituto Universitário de Lisboa

3. Novos media: caminhos para uma "nova literacia" da saúde
Ana Paula Azevedo, Universidade do Minho

4. A literacia para os média no ensino superior: práticas e estratégias
Rita Santos, Universidade de Aveiro e José Azevedo, Universidade do Porto

5. Como educar a nova geração de jornalistas? Uma experiência no Facebook
Carla Patrão e António Dias Figueiredo, Universidade de Coimbra


14.30h - 16h, Sala 401 - Piso 2 Edifício B
Coordenador: Luís Pereira

1. A análise das redes sociais online como um indicador do bem estar social: o caso de uma comunidade escolar de crianças
Conceição Gonçalves Costa, Manuel José Damásio, Sara Henriques e Paulo Ferreira, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

2. A Percepção da Actualidade pelas Crianças: uma abordagem teórica e enquadramento das principais investigações desenvolvidas na última década
Ana Patrícia Soares da Silveira, Sara Pereira e Manuel Pinto, Universidade do Minho

3. A fotografia como ferramenta de participação e reconhecimento social
Daniel Meirinho Souza, Universidade Nova de Lisboa

4. Rádios comunitárias na mobilização social e reconfiguração da esfera pública
Lilian Claret Mourão Bahia Mourão Lílian, Universidade Metodista de São Paulo

5. Tecnologia Social para Inclusão e Apropriação do Fazer Midiático por Associações de Rádios Comunitárias
Flavi Ferreira Lisboa Filho, Maria Ivete Trevisan Fossa e Ada Cristina Machado da Silveira, Universidade Federal de Santa Maria


16h - 17.45h, Sala 213 - Piso 2 Edifício A
Coordenador: Vítor Reia-Baptista

1. Concepções da literacia digital nas políticas tecnológicas da educação
Luís Pereira, Manuel Pinto e Sara Pereira, Universidade do Minho

2. Literacia digital ou tecnologia? As políticas da iniciativa ‘Magalhães’ na perspectiva de decisores, empresas e associações
Sara Pereira, Universidade do Minho

3. Nativos digitais ou navegadores errantes? Educação para os Média e formação de leitores no século XXI
Dulce Helena Melão, Instituto Politécnico de Viseu

4. Mapeamento das Tecnologias Digitais em âmbito municipal: A rede ObLID
Luísa Aires, Universidade Aberta, José Azevedo, Universidade do Porto, Nicolau Ribeiro e Estrela Carvalho, Câmara Municipal de Amarante

5. http://eunomeiodosoutros.blogspot.com - Um caso de boas práticas em educação
Cláudia Vaz, Universidade Técnica de Lisboa

quarta-feira, dezembro 14, 2011

VII Congresso SOPCOM - GT Comunicação e Educação

Sessões do GT de Comunicação e Educação, amanhã, no VII Congresso da SOPCOM, Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

15 Dezembro

14h30 -16h, Sala 631 - Piso 2 Edifício B

Coordenador: Sara Pereira

1. Em que degraus da “escada de oportunidades”? Actividades e competências digitais declaradas por crianças e jovens de meios desfavorecidos

Cristina Ponte, José Alberto Simões e Ana Jorge, Universidade Nova de Lisboa

2. A literacia Digital de Jovens de Meios Geográficos distintos: uma realidade diferente

Maria José Sousa Barbosa, Universidade do Minho

3. Internet “à la carte”, porque devemos deixar de incluir tudo no mesmo pacote

Maria José Brites, UNL e ULP e Cristina Ponte, Universidade Nova de Lisboa

4. Crianças e internet: Noções de oportunidade, risco e segurança

Ana Francisca Monteiro e António José Osório, Universidade do Minho

5. As Redes Sociais no “mundo dos jovens” de 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico

Valentina Maria Valente e Manuel Pinto, Universidade do Minho


16h15 -17h45, Sala 305 - Piso 3 Edifício A

Coordenador: Sara Pereira

1. Educação para os Media em Portugal: Experiências e factores críticos
Manuel Pinto, Sara Pereira e Luís Pereira, Universidade do Minho

2. A Educação para os media na formação inicial de professores
Vítor de Sousa e Manuel Pinto, Universidade do Minho

3. Diários de mídia como meio de investigação do aprendizado em educação para a mídia: um teste do método no Brasil
Danilo Rothberg, Universidade Estadual Paulista, Alexandra Bujokas de Siqueira, Universidade Federal do Triângulo Mineiro e Liana Catharina da Silva Carvalho, Universidade do Sagrado Coração

4. Educação para os média e multimodalidade: contributos da gramática visual para a análise dos significados construídos por layouts de homepages de webjornais
Flaviane Faria Carvalho, Universidade de Lisboa

5. Criatividade digital em contextos juvenis. Uma reflexão a partir de alguns dados do projecto de «Inclusão e Participação Digital»
Daniel Meirinho Souza, Universidade Nova de Lisboa e Ricardo Campos, Universidade Aberta


terça-feira, dezembro 13, 2011

Google lança YouTube para escolas

O YouTube para as escolas não é um site autónomo, mas sim uma funcionalidade do site, que restringe o acesso dos utilizadores a conteúdos educacionais e que garante que todos os vídeos são apropriados para crianças e jovens em idade escolar.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Parlamento Jovem 2011/2012: Redes Sociais




A iniciativa Parlamento dos Jovens de 2012 tem como tema as Redes Sociais. Para o Ensino Secundário, o enfoque é a participação e cidadania e, no caso dos alunos do Básico, centra-se no combate à discriminação.
Como justificação da escolha destas temáticas, a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência "considera ser de particular interesse promover a reflexão dos jovens sobre as redes sociais e o papel que desempenham na sociedade, ao nível local e global, como factor de desenvolvimento do conhecimento pessoal e colectivo" (referência).

O processo já está em andamento, com umas centenas de escolas inscritas. Uma iniciativa a acompanhar.

Falemos de literacia para os media

quinta-feira, dezembro 01, 2011

"Jornalistas e públicos: educação recíproca"

"Jornalistas e públicos: educação recíproca" foi um dos temas de debate das "Assises du Journalisme" que tiveram lugar na primeira metade de Novembro, em França, cuja gravação sonora a respectiva organização acaba de disponibilizar.
Tendo ocorrido no dia 8 de Novembro, foi moderado por Evelyne Bévort, do CLEMI e participado por Jean-Marie Charon (Entretiens de l'Information), Benoit Califano (ESJ-Montpellier), Daniel Cornu(Edipresse Suisse) e Aude Baron (Le Nouvel Observateur).





Para consultar e ouvir os debates sobre uma série de outros temas, clicar AQUI.

Quando são os jornalistas o tema da notícia



Apenas duas perguntas, já que o vídeo fala por si:
- Como explicar o comportamento do poder político numa situação como a apresentada?
- Mesmo que em outra escala, que situações existem entre nós que podem ser filiadas num quadro análogo a este (ainda que nem de longe tão extremado)?

Informação complementar:

quarta-feira, novembro 30, 2011

Academia RTP: candidaturas à 2ª edição




A Academia RTP aceita até 11 de Dezembro próximo candidaturas de jovens entre os 18 e os 30 anos para a segunda edição do projecto. Os interessados devem enviar a sua candidatura através do site da RTP.  O Regulamento  pode ser consultado aqui.
A Academia "é vocacionada para a formação de novos talentos em todas as áreas de actuação dos media, pretende ser um espaço de inovação e descoberta voltado para o futuro, quer em termos de produção de conteúdos, quer em termos tecnológicos".
Depois de seleccionados, os candidatos fazem um estágio pago de 9 meses nas instalações da RTP, em Vila Nova de Gaia, o qual segue as normas e se inscreve no Programa de Estágios Profissionais do IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, IP.
No site do Academia RTP podem ver-se alguns trabalhos dos "académicos" da primeira edição, que foi lançada em Maio passado. Foram 67 os projectos seleccionados de entre 1255 candidaturas. Vários deles poderiam perfeitamemte inscrever-se no âmbito da Educação para os Media.

segunda-feira, novembro 28, 2011

Limites entre informação e entretenimento

Uma das questões mais sublinhadas pela literacia mediática consiste na distinção clara das fronteiras entre determinados conteúdos que os media, neste caso o jornalismo, promovem e difundem. Concorrendo justamente para a ideia de uma literacia da informação, tive recentemente uma discussão prolongada com um familiar sobre um ponto que pode perfeitamente encaixar-se neste tema.

Por cá, na última semana, decorreu uma [extensiva] cobertura mediática sobre a candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade. Televisões, rádios, imprensa e edições jornalísticas online trabalharam afincadamente na expectativa de uma decisão favorável a uma candidatura que teria uma decisão no fim-de-semana passado, em Bali, na Indonésia.

Contudo, reparei como os diferentes media estruturaram a nossa visão sobre um acontecimento, de facto, simbólico. Desta forma, a SIC optou por abordar a situação através de um critério que, no mínimo, considero duvidoso e que provavelmente induziria o espectador em erro. No final de cada emissão do 'Primeiro Jornal', a atenção era dedicada ao fado, com uma determinada reportagem sobre um cantor(a) ou algum lugar tradicional lisboeta. Posteriormente, o pivot deslocava-se para uma espécie de plateaux alternativo do estúdio, onde estava um(a) fadista e respectiva banda preparados para uma actuação em directo, após breves perguntas do jornalista.

Quando tive oportunidade de perceber esta opção editorial, decidi confrontá-la com outras perspectivas, na rádio e televisão. Num desses dias, percebi que, por exemplo, a RTP explicava com detalhe a origem e o fundamento de uma candidatura do Fado de Lisboa (distinta para não provocar confusões com o Fado de Coimbra). Por sua vez, a TSF lembrava o mentor da ideia subjacente à candidatura, Santana Lopes, por altura de 2004 enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Na verdade, é mais espectacular, vistoso e deslumbrante repetir uma actuação de fado a cada final de emissão de um serviço informativo visto por milhares de espectadores. Uma abordagem que me levou a pensar numa eventual e perigosa confusão entre o tratamento jornalístico sobre um tema e uma visão típica de entertainer, provavelmente adequada a outros segmentos da estação. A conversa com o meu familiar suscitou diversas questões, para as quais não tenho resposta completa: onde está a informação numa actuação de fado num serviço noticioso? se a música representa um factor importante no enquadramento jornalístico, até que ponto é legítimo - ou não - o uso excessivo do mesmo formato? E sobre essa repetição, provoca cansaço no espectador ou encontra-se perfeitamente justificada pelo framming que sugere?

Uma forma elegante de suscitar a discussão foi - para mim - , o trabalho que a TSF fez hoje no Fórum TSF. Convidou gente do fado, ouvintes, participantes, numa 'mesa redonda' sobre os inícios e caminhos futuros do fado, após a distinção obtida. Pontualmente entraram alguns trechos sonoros de fado, mas apenas como contextualização auditiva, apelativa para o ouvinte, diria.

Numa altura em que se esgrimem tantos argumentos pró e contra o serviço público, fiquei genuinamente satisfeito pela abordagem clarividente, bem situada histórica e socialmente, que a RTP realizou ao longo da semana sobre o acontecimento. Para mim, foi apenas (mais) um exemplo de como um serviço público orientado e personalizado faz falta numa sociedade mediatizada.

Admitindo que este meu entendimento possa encerrar diversas opiniões contrárias, julgo que estamos perante um tema bastante interessante para reflexão. Afinal convivemos diariamente com questões idênticas a estas e certamente algum trabalho estará ainda por fazer. Pensar em literacia mediática significa igualmente pensar numa abordagem múltipla da realidade que os media nos sujeitam. Nem todos têm o mesmo foco, nem a mesma luz.

P.S. - O conceito de 'infotainment', que designa grosso modo, a diluição clara das fronteiras entre a informação jornalística e o entretenimento, não é propriamente novo, veja-se por exemplo nestes textos: 'Who's Afraid of Infotainment?' ou 'News as Entertainment'.

quarta-feira, novembro 23, 2011

MEDIALAB apresentado na Young Reader Round Table

Na sequência do prémio The 2011 World Young Reader Prizes este ano obtido pelo projecto português MEDIALAB (JN/DN), a iniciativa foi recentemente apresentada no quadro do 63rd World Newspaper Congress and 18th World Editors Forum, que decorreu em Viena. A apresentação seguinte foi a base da comunicação de Alexandre Nilo Fonseca, do MEDIALAB:
World Young Reader Round Table 2011, Alexandre Nilo Fonseca
Outras apresentações na mesma mesa-redonda podem ser encontradas no www.slideshare.net, pesquisando por "World Young Reader Round table".

segunda-feira, novembro 21, 2011

Novo livro - Media Education goes to School


Media Education goes to School (Minding the Media: Critical Issues for Learning and Teaching) é um livro da autoria de Allison Butler que procura resumir a luta que envolve a integração da literacia mediática no currículo educativo das escolas rurais e suburbanas norte-americanas. Baseada numa investigação etnográfica, envolvendo grupos focais de 21 participantes, ao longo de um processo de observação-participante, a obra resume as percepções dos estudantes sobre a literacia mediática nas suas escolas, além de perceber que tipo de conhecimentos partilham acerca das reformas escolares. Um dos pontos mais importantes do livros acaba por ser a constatação de que a literacia dos media não é [ainda] uma prioridade nas políticas educativas, além de prever que só na presença de profundas reformas estruturais no sector da educação se pode esperar a integração plena de uma disciplina que ajude os alunos a lidar com os media.

O que temos à frente do nariz

O caderno do jornal Público P2 publica hoje uma entrevista de Pedro Lomba ao colunista Vasco Pulido Valente. O entrevistador abre com uma frase pedida de empréstimo a Orwell que caracterizaria o entrevistado, mas que se aplica que nem uma luva à Educação para os Media e, por isso, a transcrevemos aqui:

o que temos à frente do nariz 
requer uma luta constante”.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Os 'reality shows' são assim tão maus?

A revista Sábado fez um vídeo, na sua secção 'vox pop', colocando questões de cultura geral a jovens universitários. O resultado apresentado não é animador, terminando com o seguinte apanhado de falas dos entrevistados:
"Artes não é comigo", "política não é comigo", "cinema não é comigo", "informática não é comigo", "tudo o que tem a ver com religião não é comigo", "cultura geral não é comigo"... 

A ideia do vídeo surge por causa da ignorância cultural que concorrentes do programa A Casa dos Segredos, de novo em antena na TVI, têm manifestado.

São muitas as críticas feitas ao 'reality show', que explora e expõe o lado mais mesquinho e intriguista das relações humanas. Mas há algum mérito neste programa pois ele ilustra, em alguma medida, o perfil de pessoas que existem e fazem parte da sociedade, tendo inspirado a realização do vídeo já referido. Não retratando, nem o programa, nem o vídeo, toda uma geração de jovens e universitários - é importante que isso seja claro! - não deixa de apresentar um quadro desencantado de pessoas cuja realidade envolvente parece não lhes despertar o mínimo interesse.

Sem cair numa análise simplista, associando as lacunas de cultura geral apenas ao ensino, algumas questões podem ser levantadas a partir do programa e de todo o interesse que ele desperta nas audiências (muito favoráveis) e no acompanhamento mediático que lhe é dispensado. Limito-me apenas a pegar numa das muitas pontas que o assunto deixa soltas.

Numa altura em que se ouve e se fala tanto da abundância da informação, como explicar (e que estratégias para combater) uma tamanha manifestação da sua ausência?

segunda-feira, novembro 14, 2011

Por uma "Agenda da Criança" não amputada e redutora


O Governo vai lançar, no primeiro trimestre de 2012, a “Agenda da Criança”, uma iniciativa que pretende "envolver as instituições e a sociedade civil". O anúncio foi hoje feito pelo secretário de Estado da Segurança Social, Marco António Costa.
A intenção é criar um espaço transversal aos serviços e instituições de cuidados das crianças, que as coloque "no centro das preocupações". Tratará de temas como o abandono escolar, a violência contra as crianças, maus tratos e abandono e as situações de crianças e jovens em risco.
A iniciativa é certamente merecedora de aplauso, ainda que mereça algumas considerações que entendemos relevantes. A menos que o projecto esteja já fechado, seria bom ter em conta o seguinte:
  1. Se se pretende defender e promover os direitos das crianças, matéria a que o Estado português está obrigado, enquanto subscritor da Convenção respectiva, no âmbito da ONU, deve ter em conta que esses direitos não são apenas de protecção (face a ameaças e riscos) ou de provisão (de bens e recursos que lhes criem condições de serem pessoas felizes), mas também de participação (ou seja, que lhes abram perspectivas e as capacitem enquanto cidadãos, membros activos da sociedade - vd. art. 12º a 17º). Relativamente a esta última 'família' de direitos, a Convenção é clara, ao reconhecer às crianças não apenas o papel de objecto das atenções dos adultos, mas também o de sujeitos; e, por conseguinte, devendo ser ouvidas nas matérias que lhes dizem respeito e devendo ter a liberdade de expressão dos seus pontos de vista, de acordo com as suas capacidades. 
  2. Sendo a iniciativa do âmbito da Segurança Social, será vantajoso que quem vier a implementar a referida "Agenda da Criança" (curiosamente, já existe um site com essa designação), procure fazer pontes com instituições da sociedade civil envolvidas não apenas nas importantes tarefas da protecção e da provisão, mas também com instituições relacionadas (e preocupadas) com a participação e a expressão dos mais pequenos. Neste contexto, é fundamental, do nosso ponto de vista, o desenvolvimento de parcerias com os meios de comunicação social e com iniciativas e espaços no âmbito da Internet e das redes sociais, com vista a promover essa perspectiva integrada e aberta dos direitos da infância. 
  3. Uma "Agenda da Criança", sim, certamente. Mas que faça das crianças sujeitos cada vez mais responsaveis e autónomos do seu devir e não apenas objecto daquilo que os adultos entendem que elas precisam. Uma coisa não é incompatível com a outra. Mas nós tendemos, pela força da inércia cultural, a olhar para um lado e a esquecer o outro.

domingo, novembro 13, 2011

Telespectadores sedados com baixa reactividade emocional

(Coluna publicada no Diário do Minho de 13.11.2011)


Por Eduardo Jorge Madureira

Desenvolvida pelo médico português António Egas Moniz, a lobotomia, que, segundo refere a Wikipédia, se deve, mais apropriadamente, chamar leucotomia, é uma intervenção cirúrgica no cérebro, tendo sido a primeira técnica de Psicocirurgia. O procedimento, esclarece ainda a Wikipédia, conduz os pacientes a um estado algo sedado de baixa reactividade emocional.

A Wikipédia garante que a lobotomia, tal como António Egas Moniz a praticou, já não se usa devido aos seus efeitos secundários severos. Quem, todavia, observa determinados programas televisivos não pode estar certo de que tenham, de facto, terminado os procedimentos que conduzem a “um estado algo sedado de baixa reactividade emocional dos pacientes” telespectadores.

Em vez do Lobotomobile, usado, outrora, nos Estados Unidos da América pelo cirurgião Walter Freeman, que percorria todo o país, aplicando uma variante da lobotomia que, garante a Wikipédia, consistia em espetar um picador de gelo directamente no crânio do doente num ponto imediatamente acima do canal lacrimal com a ajuda de um martelo, que, a seguir, se rodava para destruir as vias aí localizadas, são certos programas televisivos que se encarregam de praticar a intervenção lobotómica. Em vez de um Walter Freeman, temos uma Teresa Guilherme a intervir nos cérebros, não com picadores de gelo, mas com as mandíbulas.

Ao que parece, o negócio do programa que a senhora conduz, “Secret Story” ou “Casa dos Segredos”, faz-se à custa de segredos. Os concorrentes têm, cada um, o seu para guardar e os dos outros para desvendar. Ganha o reality show quem for mais bem sucedido nesse intento. Cada concorrente dispõe de dez mil euros. Se achar que sabe qual é o segredo de outro concorrente, dirige-se a um sítio designado por “confessionário” e revela-o. Se o denunciador acertar, fica com todo o dinheiro do denunciado; se perder, o denunciado ganha o dinheiro do denunciador. A acreditar no que se lê na imprensa e se o site do programa não mente, há um concorrente que se apresentou dizendo ter um segredo invulgar: “Matei um homem”.

A estupidez está de tal modo entranhada no planeta televisivo que não há voz que se ouça a reclamar contra o gesto indigno e imbecil de quem resolveu candidatar-se a ganhar dinheiro graças à circunstância de ter causado a morte de uma pessoa, pouco importando para o caso se voluntaria ou involuntariamente.

Um programa que usa como isco o segredo de uma criatura que diz: “Matei um homem” não seria emitido por um canal televisivo decente. E se fosse, seria a decência dos telespectadores a dizer que um programa assim não deveria ser visto, o que, evidentemente, ditaria o seu fim rápido. Mas a decência, sempre abundante nas conversas, é escassa nos gestos, razão por que o programa tem sido dos mais vistos da televisão portuguesa (o mais visto na maior parte dos dias da semana que finda).

Embora em outros países – em Espanha, por exemplo – haja programas televisivos muito piores do que os que se podem ver nas televisões generalistas portugueses, há momentos em que a apatia generalizada dos telespectadores se interrompe. Na terça-feira, o diário espanhol El País noticiava que o El Corte Inglés tinha retirado a publicidade nos intervalos de um programa televisivo, intitulado La Noria, pelo facto de, no dia 29 de Outubro, este ter apresentado uma entrevista paga à mãe de um rapaz envolvido no assassinato de uma adolescente de 17 anos, ocorrido em 2009, em Sevilha. Esta presença televisiva suscitou a irritação de milhares de pessoas, que assinaram uma petição para que as marcas “retirem a sua publicidade de programas que pagam a familiares de criminosos”. O pedido foi escutado por diversas empresas mais ou menos conhecidas, como, por exemplo, a Bayer, a Bimbo, a Campofrío, a Nestlé, a Panrico, a President, a Puleva e, na semana que passou, o El Corte Inglês, que deixaram de querer que a sua publicidade aparecesse nos intervalos do programa do canal Telecinco.

A decisão das marcas, que não querem, nem podem desagradar aos potenciais consumidores, além de ter um efeito publicitário simpático, pois, como notava alguém citado pelo El País, fazem “uma campanha de imagem que lhes sai de borla”, provocou um enorme prejuízo ao canal televisivo espanhol. O que é bom. E quanto mais elevado for o dano, mais rapidamente o canal aprenderá que a falta de decência pode servir para aumentar as audiências, mas pode também causar um significativo rombo financeiro. Muito se ganharia se este tipo de aprendizagem também fosse proporcionado aos canais televisivos quando eles apostam na lobotomização dos telespectadores.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Deficits na literacia financeira dos portugueses




- Sabe o que é o spread?
- Como é que posso saber, se nem sei inglês?
- Mas tem empréstimo de casa?
- Tenho, já há mais de dez anos.
- E sabe quanto paga por mês ao banco?
- Claro que sei!
- E sabe qual é a margem que o seu banco cobra por lhe emprestar o dinheiro?
- Eu sei lá! Sei que pago.
- Mas não faz ideia se há algum banco que pelo mesmo empréstimo lhe cobrava menos, tornando o valor da prestação mensal mais barato?
- Eles são todos iguais, querem todos a mesma coisa.
- Porque é que escolheu esse banco para fazer o empréstimo?
- (Risos) Eu sei lá. Já o meu pai tinha lá conta. Fica perto de casa.

Este é um diálogo fictício elaborado a partir de uma peça de Rosa Soares, publicada na edição de hoje do 'Público', na qual se sublinha que "o conhecimento que os portugueses têm da diversidade de produtos bancários que lhes são oferecidos e das condições propostas deixa ainda muito a desejar".
A conclusão ressalta dos resultados do "Inquérito à Literacia Financeira 2010", baseado em 2.000 entrevistas presenciais em todo o território nacional e ontem divulgado pelo Banco de Portugal.
(Este estudo pode ser consultado AQUI).

Comentário

A literacia financeira é um dos campos em que têm surgido iniciativas e projectos nos últimos anos. É uma área em que o próprio sector bancário e financeiro está disposto a investir, porquanto se pode revestir de relevância para a eficácia do marketing dirigido aos consumidores.
Mas é possível e porventura necessário inscrever esta dimensão em abordagens que adoptem o ponto de vista da cidadania e da defesa do consumidor. Não apenas pelo contexto de crise em que nos encontramos, mas porque o sector bancário é talvez um dos mais agressivos na pressão sobre os seus clientes, quer directamente quer através da publicidade e do telemarketing.
Serão, provavelmente, muitos os exemplos de logros, embustes e ciladas em que muitos caíram, por não estarem informados, por se deixarem ir na cantilena que lhes foi soprada aos ouvidos.
Também aqui os media podem ter um papel importante - na decodificação dos termos e dos conceitos, na ajuda e na crítica dos produtos 'oferecidos', na adopção do ponto de vista dos utilizadores da informação.
Ou seja: a literacia financeira representa um campo de grande significado para o exercício de uma cidadania consciente e crítica.

terça-feira, novembro 08, 2011

Apelo à participação no Livro Branco da Juventude

A Secretaria de Estado da Juventude (SEJ) lançou há dias a iniciativa "Livro Branco da Juventude", para o qual solicita o contributo individual ou em nome de associações juvenis e/ou de estudantes
Pretende-se com esta iniciativa "recolher contributos para elaborar um Documento a nível nacional que defina uma Estratégia Global e um plano de acção na área da Juventude, à semelhança dos Livros Brancos da Comissão Europeia", lê-se na informação daquele departamento governamental.
"Com o teu contributo podemos desenvolver uma cooperação nova e estruturada entre todos a fim de implantar soluções concretas em resposta às aspirações dos jovens", acrescenta a SEJ.
Foi criada uma plataforma online onde é possível dar a opinião - sectorial ou global.

domingo, novembro 06, 2011

Semana da educação para os media no Canadá

Abre esta segunda-feira, dia 7, no Canadá, uma Semana da Educação para os Media, tendo como tema genérico "Cidadania digital". O objectivo é "promover uma compreensão dos media enquanto componente-chave da formação dos mais novos, e levar à sua adopção por parte das comunidades, das escolas e das famílias canadianas".
Eta iniciativa, lançada pela primeira vez em 2006, desenvolve-se a partir de uma parceria entre a Rede Educação e Media e a Federação de Docentes do canadá, à qual têm aderido outros organismos de educação para os media, organizações regionais de ensino, grupos e associações locais. Todos se sentem questionados pelo papel que os media têm na vida dos mais novos e pelo ambiente que configuram. E todos se dispõem a disponibilizar recursos, iniciativas e ofertas formativas neste âmbito.

Recursos para acompanhar esta iniciativa e onde se podem encontrar ideias e sugestões úteis para outros contextos e iniciatiavs análogas:

Dez paradoxos da tecnologia

As reflexões sobre a tecnologia são tão escassas e tão superficiais que todas as achegas são bem-vindas. Aqui encontramos uma conferência de Andrew Feenberg, especialista e investigador canadiano de Filosofia da Tecnologia na Escola de Comunicação da Simon Fraser University.
Neste vídeo defende que, ainda que possamos ser exímios a usar numerosas tecnologias, grande parte daquilo que sabemos sobre tecnologia é em geral falso.

Ten Paradoxes of Technology from The IRMACS Centre on Vimeo.

sábado, novembro 05, 2011

Acção de telespectadores força anunciantes

Eis mais um caso que mostra o poder que podem ter as audiências, quando fazem sentir, de forma inteligente a sua opinião sobre as práticas televisivas. Passou-se nos últimos dias em Espanha e vem hoje contado na newsletter Meios & Publicidade (ainda que com um título que exige ser lido com atenção):
O Canal Telecinco tem em antena um programa chamado La Noria. Na sua edição de 29 de Outubro último, emitiu - e passamos a transcrever a notícia de Meios & Publicidade - "uma entrevista com a mãe de um suspeito de assassínio de uma adolescente de 17 anos, em Sevilha. Para conceder a entrevista, segundo vários meios, a mãe terá recebido entre nove e dez mil euros. O jornalista Pablo Herrenos criou, a partir do seu blogue, um movimento para identificar e pressionar as marcas que anunciaram durante os intervalos, para que deixassem de investir nesse programa. A Bayer pediu “desculpas a todas as pessoas que se sentiram ofendidas. E comunicamos que aderimos ao vosso pedido e que demos instruções para que a emissão da nossa publicidade se produza num horário que não coincida com esse programa”.

Mais de quatro mil pessoas assinaram também uma petição para que as marcas “retirem a sua publicidade de programas que pagam a familiares de criminosos”.

sexta-feira, novembro 04, 2011

Concurso: Redes Sociais - Participação e Cidadania















O Portal da Juventude anuncia um concurso com o tema Redes Sociais - Participação e Cidadania.


O EUROSCOLA é um concurso que visa seleccionar, a nível nacional, as escolas que irão representar Portugal nas Sessões Euroscola do Parlamento Europeu em Estrasburgo onde, durante um dia, jovens de toda a União Europeia debatem temas europeus.
Para participarem as escolas têm de apresentar um trabalho subordinado ao tema Redes Sociais - Participação e Cidadania 
Quem pode participar? As Escolas participantes no Parlamento dos Jovens/Secundário que tenham eleito um número superior a 10 deputados para a respectiva Sessão Escolar. Os alunos participantes tem de ter até 18 anos; estar inscritos até ao 11º ano.
Como participar? Enviando um trabalho sobre o tema "Redes Sociais - Participação e Cidadania" para os serviços regionais do IPJ ou para os serviços regionais da área da juventude das regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, via e-mail, até dia 31 de Janeiro de 2012. 
 Para mais informações, consultar a página do Euroscola no Portal da Juventude e o regulamento.


terça-feira, novembro 01, 2011

Quem informa sobre os informadores?


Um campo em que os media são péssimos a informar-nos é sobre os próprios media, precisamente aquele que eles conhecem melhor, mas do qual ou não querem ou não podem dar-nos informação completa e rigorosa. Noticiam aparentemente tudo, comentam tudo, publicitam reivindicações, dão dados…. sobre tudo, menos sobre os media, os seus profissionais, as estratégias das empresas, os anseios, queixas e satisfações das audiências. Já houve secções diárias nos jornais, jornalistas e críticos especializados na cobertura da actualidade jornalística e mediática. Pouco a pouco, esses espaços e esses tempos foram-se confinando à vida das vedetas, ao show-biz, aos negócios e às iniciativas de auto-promoção. Quem quiser informar-se sobre os media, é melhor ir procurar a outro lado, porque nos media não encontra informação crítica e análise qualificada.
Na semana que passou, foi silenciada uma das poucas vozes que continuava a publicar crítica de media. Na sua coluna Olho Vivo no Público, Eduardo Cintra Torres alimentava há 16 anos um espaço de análise que tinha o seu papel.  Exceptuando a frequente fixação anti-ERC, anti-RTP e anti-Governo, que acabou por cansar muitos leitores, reconheço o lugar que ocupava e lamento que tenha desaparecido, sem haver alternativas (porquê precisamente agora?, poder-se-ia perguntar).
É também na informação crítica sobre os media e o jornalismo que a RTP deve distinguir-se dos privados (os programas Nativos Digitais ou Voz do Cidadão, indo nessa linha, estão longe de esgotar o que seria importante fazer): compreender como se fabrica a actualidade, o que se escolhe e destaca, o que se subalterniza ou silencia; quais os direitos e deveres dos cidadãos face aos media; quem são e que interesses têm os donos do  que vemos, ouvimos e lemos; como analisar as representações da realidade, os valores e visões do mundo num anúncio, num reality show ou numa telenovela; que papel estão a ter e poderão ter os espaços de auto-edição da Internet e as redes sociais; em suma, aprender a ver e ler criticamente os media e a intervir neles com competência.
A cidadania passa pela qualidade do ambiente simbólico em que vivemos e os media são um dos seus agentes mais poderosos. Por isso cabe perguntar: quem informa sobre os informadores?

(Texto da coluna quinzenal sobre media, no jornal digital Página 1, da Rádio Renascença de 31.10.2011)

segunda-feira, outubro 31, 2011

Dominar perfeitamente...

No 9.º ano “a maioria dos jovens já domina os computadores perfeitamente", refere o ministro Nuno Crato (em entrevista ao Público). A presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, Maria José Viseu, ao JN, disse que "os jovens nessa idade já dominam claramente as novas tecnologias (...), os jovens sabem manusear perfeitamente um computador".

Esta convergência de opiniões é interessante, até no uso do mesmo advérbio, "perfeitamente". Assim sendo, para quê ensinar uma coisa que afinal os jovens aprendem por si?

Proponho o seguinte exercício: se tivéssemos de completar com a expressão entre parênteses, veja-se que frases interessantes obteríamos.
Aos 15 anos, a maioria dos jovens já domina o/a _______________ (português, matemática, inglês, geografia, história, artes, educação física) perfeitamente!

É sabido que muitos jovens já dominam desportos nessa idade, então de nada serve a disciplina de educação física. Aos 15 anos, os jovens também já sabem falar e escrever (espera-se)... E têm umas noções de geografia (bom, os concorrentes da Casa dos Segredos nem por isso).

Questiono-me como admitimos que neste aspecto das tecnologias - independentemente de se concordar ou não com a disciplina de TIC no 9º ano - haja um discurso desta natureza, de um reconhecimento da auto-aprendizagem, como se comprova pela anuência da responsável de uma organização que representa os pais. Que explicações?

quinta-feira, outubro 27, 2011

Jovens: 2h diárias nas redes socais

Na crónica que assina no jornal digital Setúbal na Rede, o Prof. Doutor João Canavilhas apresenta alguns dados de um trabalho que está a terminar acerca do consumo mediático dos jovens pré-universitários portugueses, baseado numa amostra constituída por cerca de 450 estudantes oriundos de todos os distritos do país que ingressaram este ano na Universidade da Beira Interior. Eis um excerto de "os jovens e os media":
"(...) Uma das conclusões mais interessantes deste trabalho é a confirmação de que a Internet ultrapassou a televisão nas preferências dos jovens portugueses, uma tendência verificada em estudos realizados noutros países. E as novidades não ficam por aqui: o telemóvel é agora o segundo meio preferido dos jovens, relegando a televisão para terceiro lugar. Neste estudo, a imprensa escrita surge apenas no oitavo lugar entre os dez meios/suportes sugeridos aos inquiridos, o que deve ser motivo de reflexão para os empresários do sector.
A ligação destes jovens à imprensa faz-se sobretudo pela via das publicações online, com um terço do inquiridos a revelarem que leem diariamente/várias vezes ao dia, os jornais disponibilizados na Web. Mais um dado que deve merecer a reflexão de empresários do sector e agências de publicidade.
Outro dado importante é a constatação de que nove em cada dez jovens tem conta numa rede social, passando aí uma média de duas horas por dia. Se tivermos em conta que o consumo médio de Internet apurado neste estudo é de três horas, facilmente se constata que a maior parte deste tempo é passado nas redes sociais. Considerando que os jovens leem jornais, veem vídeos, consultam blogues e jogam na Internet, deduzimos que parte significativa destas atividades acontece dentro das redes sociais. A ser assim, as redes sociais, especialmente o Facebook, funcionariam como uma espécie de ponto de encontro onde os jovens procuram todo o tipo de conteúdos filtrado pelos seus amigos ou pelas empresas de que são fãs. (...)"
Sobre esta mesma matéria, embora reportando-se a um publico mais jovem - os teenagers - o jornal britânico Guardian citava ontem dados de um estudo do OFCOM (autoridade de regulação dos media) que confirmam que os adolescentes tendem a preferir "mandar às malvas" a TV do que a Internet ou o telemóvel. Paradoxalmente, o consumo de televisão na mmesma faixa etária tem vindo a subir: 17h e 37m por semana actualmente, mais 2h do que em 2007. Contudo, uma parte deste consumo ocorre precisamente através de dispositivos online.

Ler o texto: Teenagers would rather lose TV than internet or mobile – survey.
Ler o estudo do OFCOM: Children and parents: media use and attitudes report

quarta-feira, outubro 26, 2011

Programa para 12 de Novembro


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Já se encontra disponível o programa do I Encontro de Rádios e Televisões Escolares na Net que decorrerá no dia 12 de novembro próximo, nas instalações da Escola Secundária Eça de Queirós, Olivais, Lisboa. A iniciativa, que tem as inscrições abertas, é da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.
Eis o programa: 


10h00 ‐ Sessão de abertura

10h15 – Sessão plenária
Experiências educomunicativas em contexto escolar: desafios e oportunidades
Vitor Diegues

11h30 – Pecha Kucha‐ Apresentação de projetos em sala (decorrerão em paralelo)
Sala 1
• i9ScoolTV ‐ Televisão Informativa/Interativa Escolar ‐ Filipe Duarte
• O Semáforo – Paulo Couceiro
• Televisão Interna da escola António Arroio – José Ramos
• Rádio Antenas no Ar – Carla Mendes
• Rádio Escolar – concurso de Empreendedorismo
Sala 2
• Rádio Pontinha – Dulce Franco
• Calazans TV – José Nobre
• ILOP Rádio – Sempre cool – Mariana Marques
• Rádio Onda Radical – Rui Macário
• RMP @ Hipermédia – Nuno Albano e Rodrigo Lagoa
Sala 3
• TVSerafim ‐ Helena Resende
• HoraESA – Programa da Escola Secundária de Arouca na Rádio Regional de
Arouca – Adília Cruz
• A Rádio Escolar no ensino‐aprendizagem do Português a alunos do Ensino
Secundário. Um estudo de caso na Escola Secundária Carolina Michaëlis –
Anabela Pinho
• A minha escola – Ana Isabel Pires
• www.sjradio.com – Fernando Ramos

14h00 ‐ Apresentação e discussão simultânea de pósteres

15h00 – Oficinas (decorrerão em paralelo)
1. i9ScoolTV ‐ Televisão Informativa/Interativa Escolar ‐ Filipe Duarte
2. Como fazer televisão…  na escola – Nuno Relvas
3. RMP @ Hipermédia ‐ Nuno Albano e Rodrigo Lagoa
4. Meios tecnológicos ao serviço do ensino – Avelino Bastos
5. ONEscola.tv: Possibilidades pedagógicas de utilização de TV/vídeo – Jorge
Mata

17h15 ‐ Sessão de encerramento

terça-feira, outubro 25, 2011

Informação, Conhecimento, Participação - debater os problemas do país

Tem passado na televisão um vídeo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (que está na origem de projectos como a Pordata). É muito mais do que uma publicidade institucional, pois procura incitar os cidadãos a entrar no debate sobre os problemas do país. Para além de, visualmente, estar muito bem construído, vale a pena seguir com atenção - e debater ! - o texto que acompanha as imagens.

 

domingo, outubro 23, 2011

quinta-feira, outubro 20, 2011

Nova Publicação - Media Literacy and New Humanism


Está diponível em PDF e pode ser descarregado aqui, o livro Media Literacy and New Humanism, da autoria de Pérez Tornero e Tapio Varis. A obra foi publicada em 2010 pelo Institute for Information Technologies in Education (IITE) no âmbito da série de monografias "Theoretical Aspects of ICT in Education".

terça-feira, outubro 18, 2011

segunda-feira, outubro 17, 2011

As crianças e as notícias da crise

Sei de pessoas que já não conseguem ouvir nem ver notícias. Preferem, na televisão, os documentários que surgem no fim dos telejornais. Não aguentam a dose de más notícias, de desgraças, de problemas, de escândalos.
Felizes, porém, os que são capazes de se auto-determinar face ao mundo em que vivem, sem terem de fugir da realidade e meter a cabeça na areia.
Para o bem ou para o mal, precisamos das notícias para guiar os nossos passos e perscrutar o ambiente. Até porque cada vez mais elas mexem com as vidas e os quotidianos, com os incertos amanhãs. Em muitos casos de forma brutal, quando significam perda de emprego, abandono e exclusão, como quem é atirado para o lixo (“homens que são como lugares mal situados”, no poema de Daniel Faria).
Eu vejo a família à volta da mesa, àquela hora em que o país e o mundo desaguam na cozinha ou na sala de jantar. Em que a mãe e o pai carregam o peso de mais um dia de trabalho ou da procura dele. Em que os de emprego ou estatuto mais ou menos seguros esgrimem no ecrã as suas razões. Em que os miúdos, de olhares inquiridores, seguem os movimentos e palavras dos crescidos, pressentindo que algo de grave se passa ou se vai passar.
Neste quadro doméstico, diariamente alimentado pela mesma dose televisiva de uma cegarrega repetitiva e distante, mas cujos impactos todos mais ou menos conhecem, faz todo o sentido que nos confrontemos com algumas perguntas que adquirem hoje especial acuidade. Ensina-nos a sociologia da infância, uma novel especialidade da disciplina sociológica, que, nas crises socioeconómicas, os mais afectados são, precisamente, as crianças. Há, pois, que lhes prestar atenção.
Como será a crise vista do lado dos miúdos, mesmo quando não são directa ou imediatamente atingidos por ela? Como compreenderão eles o que se noticia, para além do imediatismo eventual daquilo que os pode afectar? Quem os escuta nas suas inquietações, perplexidades e sonhos? Quem lhes fala de modo que, ao menos, entendam um pouco o que está em jogo e os cenários que se desenham (ou da falta deles)?
Que ao menos em casa e na escola haja espaço para exprimirem perguntas e perplexidades e que haja quem as acolha e escute. Mesmo que as respostas sejam poucas.
(Texto publicado na edição de hoje do Página 1/RR)

quinta-feira, outubro 13, 2011

O debate

A imagem foi retirada de um texto que não é propriamente actual. Num registo humorístico, apela provavelmente para um dos propósitos e fundamentos da literacia mediática: a participação dos cidadãos numa sociedade activa e disponível para o debate. Neste sentido, e circunscrevendo parte das reflexões aos fóruns online, o que fazemos para dizer aos outros que podem estar errados? Que papel têm os media na promoção deste debate crítico e racional de que falava Habermas?

Até que ponto a questão do autor do post, Alan Jacobs, faz sentido: «por que é que o discurso da Internet se tornou numa batalha de todos os homens contra todos os homens?»

sexta-feira, outubro 07, 2011

Nova publicação - Mapping Digital Media: The Media and Liability for Content on the Internet

A Open Society Foundations anuncia uma nova publicação dedicada à compreensão dos efeitos da tecnologia nos media e no jornalismo. Mapping Digital Media: The Media and Liability for Content on the Internet traz-nos uma série de relatórios sobre o impacto da digitalização na democracia de 60 países por todo o mundo.

Este documento pretende demonstrar a eventual fiabilidade dos conteúdos na Internet, com um foco particular sobre as iniciativas governamentais de várias nações nestes espaços online. Com efeito, já é possível verificar um número significativo de países que têm vindo a adoptar certas disposições legais para regular determinados conteúdos e práticas na rede. Tal como referem os diversos relatórios presentes em toda a obra, alguns governos já fazem da Internet o meio primordial de contacto com as suas populações.

Para Cynthia Wong e James Dempsey, organizadores deste livro, a característica mais importante da Internet no contexto comunicativo actual consiste na tentativa de superação das barreiras existentes entre os diversos povos. Com esta obra, os autores procuram chamar a atenção para os desafios complexos das diversas políticas tomadas nesta área, analisando exemplos específicos da regulação online em países de latitudes tão diversas como a Lituânia, Marrocos, México, Tailândia, Roménia, entre outros.

Para mais informações sobre o documento: aqui.