sábado, julho 31, 2010

Citação do fim-de-semana

"Nos últimos 30 anos, houve uma alteração radical na educação e na frequência da escola. Uma educação que não se transforma não está a melhorar. Mas às vezes as pessoas agarram-se a uma ideia romântica, de que o que havia antes continua a servir muito bem".

- Ministra da Educação, Isabel Alçada, numa entrevista ao Expresso que é o tema deste fim-de-semana e dará, certamente, muito que falar.

sexta-feira, julho 30, 2010

Avaliação do conteúdo da web pelos mais novos

Vem no International Journal of Communication 4 (2010), 468–494:
Trust Online: Young Adults’ Evaluation of Web Content
ESZTER HARGITTAI, LINDSAY FULLERTON, ERICKA MENCHEN-TREVINO, KRISTIN YATES THOMAS
Northwestern University


Abstract:
Little of the work on online credibility assessment has considered how the informationseeking process figures into the final evaluation of content people encounter. Using unique data about how a diverse group of young adults looks for and evaluates Web content, our paper makes contributions to existing literature by highlighting factors beyond site features in how users assess credibility. We find that the process by which users arrive at a site is an important component of how they judge the final destination. In particular, search context, branding and routines, and a reliance on those in one’s networks play important roles in online information-seeking and evaluation. We also discuss that users differ considerably in their skills when it comes to judging online content credibility.

Via: Net Gen Skeptic

quinta-feira, julho 29, 2010

Uma corrida frenética até à totalidade do digital

Através do boletim de literacia dos media do Ofcom fico a conhecer a iniciativa Race Online 2012, lançada este mês no Reino Unido. Apresenta-se como um "manifesto para uma nação em rede" e tem como objectivo a inclusão online dos dez milhões de pessoas no país que nunca acederam à Internet.

Até ao fim desta legislatura (a decorrer até 2015) o propósito é passar a cobrir esse quinto da população que ainda está fora do digital. Segundo o site do projecto há três motivos fundamentais para uma pessoa não estar online: falta de motivação, falta de acesso e falta de capacidades. "Então precisamos de trabalhar em conjunto para inspirar mais pessoas a experimentarem a Internet; encorajar e recompensar o uso online e ajudar aqueles que precisam".

O derradeiro objectivo é que toda a população em idade activa esteja online e que ninguém se reforme sem as capacidades adequadas para aceder à Internet.

Vejamos, agora, como começa o texto do prefácio: "Os dez milhões de pessoas no Reino Unido que nunca estiveram online já estão a perder grandes poupanças em termos de consumo, acesso a informação e a educação". Esperemos que isto não seja uma ordem de prioridades, porque está construído como um anúncio publicitário a um produto aleatório.

Mais à frente encontramos isto: "Há um argumento social e moral a ser feito para nos assegurarmos que mais gente está online, mas um claro argumento económico também". A introdução do conceito de moral nesta dinâmica é, a meu ver, preocupante e repete-se ao longo dos textos. Dá-se numa mescla com o fundamental do económico e o relevo que a "literacia digital" tem enquanto "poderosa arma no combate à pobreza". Ou seja, é dado a parecer que esta iniciativa é a que vai erradicar os males socioeconómicos do país, com uma forte componente moral no desenvolvimento da mesma.

De que forma é que é imoral não ter Internet? Poder-se-á conceber que há uma escolha consciente de não a utilizar ou o futuro passa por uma obrigatoriedade nesse sentido? Caminhamos para o estabelecimento do acesso à Internet como um direito humano (lembremos que esta semana a ONU declarou, de forma não-vinculativa, o acesso a água potável um direito humano)?

Citação do dia

Walter Lippman, em 1922, escreveu sobre a pouca consciência política para promover a aprendizagem do ambiente social. Quase um século depois, o paradigma é assim tão diferente? Que 'instrumentos do conhecimento' potenciados pela classe política concorrem para, no âmbito da educação para os media, uma maior consciência e formação nesta área?

«Thus democratic theory, starting from its fine vision of ultimate human dignity, was forced by lack of the instruments of knowledge for reporting its environment, to fall back upon the wisdom and experience which happened to have accumulated in the voter.» (1922:147)
Walter Lippman, Public opinion

quarta-feira, julho 28, 2010

Ensinar sobre a Literacia Mediática, na revista The Atlantic

A revista norte-americana The Atlantic publica este mês um texto sobre a importância da literacia mediática, na coluna «The Ideas Report, an Atlantic special edition on the themes that shape our times»:

In the Internet age of unlimited information, clear truths and facts are often in short supply, a problem frequently exacerbated by performers in the blogosphere and the 24-hour news cycle. Not only has the participatory net led to a surge of sites, aggregators, and blogs espousing different ideologies or values, but rampant competition among them to be your most trusted source in news.

One must learn to weed out incendiary polemics and agitprop from the whirling online maelstrom to become an informed and thoughtful citizen. To better equip our youth to navigate this fray, we should make media literacy a feature of public education. This would help young people think critically about media, and turn a discerning eye to the onslaught of coverage, opinions, and analysis that permeate our increasingly wired culture.

Classes in media literacy are a pressing need. According to a Pew study, the Millennialgeneration--people born in the late 1980s and 1990s--are more likely to engage in new media and thus be more exposed to the information overload from competing voices. The dependence on the Web for information is not likely to subside; already, 92 percent of Americans use multiple platforms to get their daily news, and 61 percent of American adults get news from online sources.

Teaching media literacy can also help close the "digital divide" between minority and low-income students and their white or more affluent peers. While the disparity in access to communication technologies has significantly diminished since the Pew Internet & American Life Project highlighted the issue in 2007, recent studies continue to show vast differences in digital skill level.

Media literacy courses are the logical outgrowth of high school civics, where students gain a basic understanding of American political institutions. Part of their emphasis could be technical, teaching students how to use news aggregation services, perform data searches, and fact-check for themselves. The other part may be steeped in the principles of debate, such as identifying fallacies, or understanding bias. Perhaps a little media sociology (or a crash course in journalistic ethics) will allow youngsters to look at the day-to-day digital spats and slugfests in a broader context.

Critics might claim that a given curriculum suffers from a liberal or conservative bias, or promotes a certain agenda. But these risks are marginal given the potential to build a generation that can navigate the media landscape, without relying solely on the Huffington Post or Drudge Report as their compass.

Aproveito o texto para sublinhar um ponto que me parece crucial: o acesso às tecnologias ou, como prefere o cliché norte-americano da literatura a este respeito, o digital divide. Se os ensinamentos e pressupostos da literacia mediática se prestam, como enuncia o texto, à diminuição do fosso digital, por que motivo ainda não existem sinais claros para uma aposta definitiva nessa disciplina? Ou será apenas um objectivo demasiado ambicioso? Seria interessante perceber o que pensam os nosso leitores sobre este tema que, como diria a revista, «está a moldar os nossos tempos».

Para aceder ao site da revista, aqui.

domingo, julho 25, 2010

Comunicação, espírito crítico e cidadania

Media literacy education
helps people of all ages
to be critical thinkers,
effective communicators,
and active citizens.

 in Code of Best Practices in Fair Use for Media Literacy Education

sexta-feira, julho 23, 2010

Para uma teoria da literacia digital

Leitura para tempos mais favoráveis:

Towards a Theory of Digital Literacy: Three Scenarios for the Next Steps

Autores:
  • Aharon Aviram, Center of Futurism in Education, Ben-Gurion University, Israel
  • Yoram Eshet-Alkalai, Chais Research Center for the Integration of Technology in Education, The Open University, Israel.

terça-feira, julho 13, 2010

Citação do dia e não só

Na sequência das citações que têm sido aqui colocadas, tendo clara noção do que significa retirar uma frase do seu todo e, quase em forma de aforismo, esperar que responda a todos os males do mundo, venho ainda assim acrescentar aqui uma resposta de Alberto Manguel numa entrevista dada ao Ípsilon de há duas semanas:

"A escola não tem culpa, é a nossa sociedade que é culpada. A escola, a universidade, deveriam ser o lugar onde a imaginação tem campo livre, onde se aprende a pensar, a reflectir, sem qualquer meta. Mas isso é algo que estamos a eliminar em todo o mundo. Estamos a transformar os centros de ensino em centros de treino. Estamos a criar escravos. Somos a primeira sociedade que entrega os seus filhos à escravidão, sem qualquer sentimento de culpa. Nesses centros de aprendizagem, estamos a criar seres humanos que não confiam nas suas próprias capacidades e que começam a acreditar que o seu único objectivo na vida é arranjar trabalho para conseguir sobreviver até chegar à reforma - que também já lhes estão a tirar. O que estamos a fazer é horrível. Não tem nada a ver com os valores da Internet, com a competência do professor, faz tudo parte de um conjunto. Somos culpados enquanto sociedade."

segunda-feira, julho 12, 2010

EUA: Congresso liga saúde e literacia mediática

Corre no Congresso dos Estados Unidos da América uma proposta de Lei sobre Media Saudáveis para os Jovens, que prevê a instituição de bolsas para promover a literacia mediática e programas orientados para a capacitação dos mais novos e para estimular a pesquisa sobre o papel e impacto das representações das raparigas e das mulheres nos media.
No âmbito desse diploma, prevê-se igualmente a criação de uma task force nacional sobre raparigas e mulheres nos media a instituir no quadro das actividades da entidade reguladora norte-americana, a Federal Communications Commission. A estrtura visa  desenvolver, numa base voluntária, passos e objectivos promotores de uma representação saudável e positiva das raparigas e mulheres nos media, contrariando a sexualização e a objectificação.
As problemáticas enfatizadas pelas medidas em apreciação cobrem a saúde mental, auto-estima, capacidades de aprendizagem e competências para a resolução de problemas. As áres abrangidas vão da dieta, nutrição, exercício, imagem corporal, ao abuso de substâncias e às rotinas de sono e de alimentação.
É interessante especificar o conceito de media que este documento utiliza: inclui "os programas de TV, filmes, videojogos, música e vídeos musicais, a internet, os media sociais, gravadores de vídeo digitais, telemóveis, revistas, jornais, publicidade e outras tecnologias emergentes orientadas para a comunicação, o entretenimento, a educação ou a informação". 

Para ler o documento: AQUI

domingo, julho 11, 2010

Internet - o que ganhamos e o que perdemos

Nos últimos dias tem-se adensado a conversação em torno dos efeitos sociais e culturais da Internet, da sua relação com a aprendizagem e a qualidade de vida, daquilo que se está a ganhar e do que se pode estar a perder.
Sugiro a consulta destes links:

sábado, julho 10, 2010

Doutoramento na UMinho com especialidade de Educação para os Media

Abrem no próximo dia 26 as candidaturas à segunda edição do curso de doutoramento em Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, que tem como uma das suas áreas de especialidade a Educação para os Media.
A este concurso poderão  concorrer, até 7 de Setembro, todos os candidatos interessados que reúnam os requisitos constantes do Edital. No caso de as vagas não terem sido preechidas, haverá uma nova fase que irá de 27 de Setembro a 1 de Outubro.
As condições de acesso e o modo de proceder podem ser consultados AQUI.

Para mais informações: secposgrag@ics.uminho.pt/     ou tel. (+351) 253 60 46 96.

sexta-feira, julho 09, 2010

Citação do dia e como tecnologia rima com metodologia

"Por último, há a questão pendente de se a experiência de ensino e de aprendizagem nas escolas actualmente se adequa àquilo que poderia ser de esperar de uma sociedade do conhecimento. A questão não é tanto que tecnologia leva a um aumento de produtividade na educação, mas que novas metodologias, apoiadas na tecnologia, melhoram o rendimento do aluno em detrimento das tradicionais e que outros factores intervêm."

- Assessing the effects of ICT in education: Indicators, criteria and benchmarks for international comparisons - PDF, em inglês

Quando o enfoque é colocado na dita "sociedade do conhecimento" (termo que me perturba particularmente) é de salientar a distinção feita por este trabalho com os selos da Comissão Europeia e da OCDE, publicado recentemente.

E, naturalmente, virar a pergunta para o contexto interno português. Que metodologias estão a acompanhar a introdução das novas tecnologias nas salas de aula? Com que objectivos?

Literacia digital e economia no Canadá

A Media Awareness Network (MNet), do Canadá, acaba de publicar um relatório que constitui o respectivo contributo para uma consulta pública sobre a economia digital aberta recentemente pelo Ministério da Indústria daquele país da América do Norte.
O texto tem, por isso, a limitação - e também o interesse - de estar bastante voltado para as necessidades do mercado, sem esquecer a perspectiva da cidadania.
Conceptualmente, o texto sublinha que, "tal como a alfabetização tradicional vai além da compreensão para incluir as capacidades mais complexas de composição e análise, a alfabetização digital inclui uma compreensão mais profunda e, em última análise, a capacidade de criar uma vasta gama de conteúdos com diversas ferramentas digitais".
A literacia digital baseia-se, segundo o relatório, em três princípios: "a capacidade de usar diferentes tipos de software e hardware, a capacidade de pensar criticamente e compreender o conteúdo dos media digitais, e a capacidade de criar conteúdo usando a tecnologia digital".
É interessante o anexo, bastante desenvolvido, no qual se apresentam oito benefícios da literacia digital
1. Uma população digitalmente alfabetizada é mais inovadora e criativa.
2. A literacia digital aumenta o desenvolvimento e o uso da infra-estrutura de TIC .
3. A literacia digital promove uma adopção inteligente das TIC e o aumento da produtividade.
4. Uma população digitalmente alfabetizada é importante do ponto de vista das organizações.
5. A literacia digital permite a participação do público.
6. A literacia digital promove a inclusão económica e social.
7. A literacia digital apoia e promove a capacitação e o envolvimento.
8. A literacia digital ajuda as crianças e os jovens reduzir os riscos on-line.
Para ler o documento: AQUI

quarta-feira, julho 07, 2010

Ainda o serviço público de televisão e os seus deveres

No Domingo passado, o presidente da RTP, Guilherme Costa, publicou o primeiro de dois artigos de opinião no "Público" (confesso não ter lido o segundo, publicado no dia a seguir) com o título de "RTP - Serviço Público e dinheiros públicos".

Segundo o presidente do serviço público de televisão, que escreveu principalmente sobre a questão dos cortes orçamentais, "a programação da RTP1 é claramente distinta da dos restantes canais generalistas". Como tal, "[m]uitos dos programas deste canal não se vêem nos outros canais, ou não se vêem com a mesma frequência ou nos mesmos horários".

Acrescenta Guilherme Costa que "a RTP1 não passa telenovelas no prime time e no horário de acesso", mas passa, sim, "programas como A Guerra, Conta-me como Foi, Cuidado com a Língua ou Salvador". E, além disso, "dá particular atenção e intensidade aos conteúdos informativos, aos documentários e aos grandes eventos agregadores, nacionais e regionais".

Reconhece, ainda assim, que talvez não seja "suficientemente distintiva".

O que me leva a colocar este texto aqui é, não apenas o artigo do presidente da RTP, mas também o facto particular de no sábado, ou seja, no dia anterior à publicação deste artigo de afirmação de princípios, a RTP1 ter passado, pelas 18h, entre os dois jogos do Campeonato do Mundo de futebol do dia, um filme protagonizado por Steven Seagal. Para quem não conhece tão afamado actor, costuma encabeçar filmes pouco próprios para um horário destes, para não falar da qualidade geral das obras em si. De acordo com o sítio da RTP, o filme está classificado para maiores de 12.

A questão aqui é o que é que leva um programador a fazer uma escolha destas?

Até a proposta de revisão da Lei da Televisão [PDF] mantém o que já se sabe:

"A concessionária do serviço público de televisão deve (...) apresentar uma programação que promova a formação cultural e cívica dos telespectadores, garantindo o acesso de todos à informação, à educação e ao entretenimento de qualidade."

Com avaliações anuais, como é que isto ainda acontece? Falo de um caso específico, não do panorama geral. Tendo em conta a importância da televisão na sociedade portuguesa, penso não ser demais tocar nestes pontos. Esta demissão das responsabilidades da programação é, penso eu, o sinal de um caminho mais abrangente que assola o primeiro canal.

Sublinho: entre dois jogos de futebol de alto destaque, já de si uma escolha de programação discutível para um serviço público, porquê colocar 1) um filme... 2) deste cariz?

Estão definidos os estatutos que traçam o rumo da RTP para quê?

Entrevista a Lapscott no Público


O Público desta quarta-feira dá destaque de primeira página a uma mega investigação com 11 mil jovens em vários países sobre os efeitos das tecnologias. Este estudo foi conduzido pelo conhecido Don Lapscott, autor de vários livros, por exemplo Grown Up Digital: How the Net Generation is Changing Your World. (Por mera curiosidade, este investigador canadiano é casado com uma portuguesa.)

O título de primeira página é o seguinte: «O tempo que os jovens passam na Net não é roubado aos amigos ou ao trabalho. Quem fica a perder é a TV. E isso é bom.»

Já no caderno P2, onde é publicada a matéria, o título é este: «A Internet faz bem à cabeça». Aí aparece uma imagem em destaque com uma criança a trabalhar no seu Magalhães. O próprio Lapscott deixou-se fotografar numa sala de aula com um computador Magalhães por carteira (ver imagem em baixo).

A entrevista, feita pelo jornalista João Pedro Pereira, pode ser lida aqui [vale a pena seguir e participar na discussão que está a acontecer nos comentários à entrevista].

Os jovens são mais espertos do que nunca, o QI está ao nível mais alto de sempre, há mais estudantes a licenciarem-se. (...) Mas há um problema. Um terço desta geração é espectacular. Outro terço está a safar-se bastante bem. Mas os que estão em baixo, mesmo em países como os EUA, Canadá ou Portugal, nem sequer estão a acabar o liceu. Sempre foi assim, mas não devia ser. Devíamos ter melhorias nesse último terço, mas isso não está a acontecer. Algumas pessoas culpam a Internet. Mas isso é como culpar a biblioteca pela ignorância dos alunos. (Don Lapscott, Público, 07Jul'10)

Citação do dia

A propósito da importância dos media e da necessidade de uma literacia mediática:

«Os media são indústrias muito grandes que geram lucro e emprego; fornecem-nos a maioria da nossa informação sobre o processo político; e oferecem-nos ideias, imagens e representações (ambas factuais ou ficcionais) que inevitavelmente formam a nossa visão da realidade. Os media são, sem dúvida alguma, os maiores meios contemporâneos da expressão cultural e da comunicação; para tornar-se num participante activo na vida pública é necessário o uso dos media modernos. Os media - assim é comummente defendido - tomaram agora o lugar da família, da Igreja e da escola, como a maior força de socialização da sociedade contemporânea. » (2003:5)

David Buckingham, 2003 (Media Education: Literacy, Leraning and Contemporary Culture)

Abordagem dos media no 1º ciclo

A editora Sage vai publicar em Setembro um novo livro de Cary Bazalgette, intitulado Teaching Media in Primary Schools.
A apresentação da pertinência e conteúdos deste volume refere o seguinte:
Children growing up in the 21st century need to understand the full range of media available to them, both as sources of information and entertainment, and as a means of communicating and sharing ideas. Embedded in the primary curriculum, media education enables children to become more fully literate for the digital age. Grounded in best classroom practice, this book aims to help you think about the role of media in children's lives, and to teach about media effectively in your classroom.
Three dimensions of media education for the 3-11 age range are highlighted : children's own cultural experiences, the development of critical awareness, and opportunities for creative expression. The chapters are written by literacy advisors, leading academics, teacher-trainers and classroom practitioners.

Topics covered include:
  • - understanding children's relationships with media and how to build on these constructively
  • - getting to grips with "multimodality"
  • - developing children's critical skills through watching and analysing moving image media
  • - broadening children's experiences of different kinds of media and their media literacy
  • - creative media activities that promote imaginative thinking and decision-making
  • - the importance of social networking and social media and how to use these in the classroom
In an increasingly digital world, media education is an essential part of good teaching, not just as a tool to teach the more traditional aspects of the curriculum, but in its own right as an essential part of literacy."

terça-feira, julho 06, 2010

Acaba de sair no Brasil

Mil posts

Número redondo: este blog acaba de ultrapassar os mil posts. Está ainda muito longe do desejável: incentivar uma verdadeira conversação. O número de comentários é ainda diminuto. Temos de trabalhar mais nessa direcção.

segunda-feira, julho 05, 2010

Citação do dia

"O ensino é mesmo isto: é dar a possibilidade de fazer mais se as pessoas o quiserem". Graça Lobo, Programa Juventude - Cinema - Escola, Direcção Regional de Educação do Algarve

domingo, julho 04, 2010

Avaliar a literacia para os media

Evaluating Media Literacy Education: Concepts, Theories and Future Directions by Hans Martens (Department of Communication, University of Antwerp, Antwerp, Belgium)

This article synthesizes a large subset of the academic literature on media literacy education. It first argues that media literacy is mostly defined in terms of the knowledge and skills individuals need to analyze, evaluate, or produce media messages. These knowledge and skills mainly relate to four key facets of the mass media phenomenon, i.e. media industries, media messages, media audiences, and media effects. Subsequently, it evaluates what is empirically known about the effectiveness of media literacy practices. Suggestions are made for future research.

[Continuar a ler: AQUI]

sexta-feira, julho 02, 2010

Ensino personalizado ou orientação personalizada

A revista norte-americana The Atlantic na sua mais recente edição publica um texto extremamente interessante sobre um projecto ainda em fase de testes em Nova Iorque que tem como objectivo personalizar a 100% o ensino. Por agora apenas aplicado à matemática, mas no futuro, caso corra bem, o plano é expandir a experiência.

Intitula-se School of One e pretende ajustar o ensino a cada pessoa. Literalmente a cada pessoa numa escola. O processo, conforme explica o artigo da The Atlantic, é o seguinte:

"Primeiro, o estudante e os seus pais e professores são inquiridos sobre os hábitos deste na sala de aula. Depois, o aluno preenche um teste diagnóstico para verificar quão bem compreende matemática básica. Esses dados são enviados para a sede do Departamento de Educação de Nova Iorque, onde o algoritmo da School of One produz um plano de aulas preliminar. Esse plano é então enviado aos professores do aluno, que o revêem conforme acharem adequado. No fim de cada dia o aluno faz outro teste diagnóstico breve, usado para criar outro plano de aulas provisório que chega às caixas de correio dos professores pelas oito da noite".

O projecto está a ser testado numa escola no Bronx, em Nova Iorque, cuja maioria dos estudantes é proveniente de classes baixas. Podem visitar o blogue do director da mesma, Jason Levy, aqui. A escola tem Internet sem fios, foi dado acesso a um portátil a todos os jovens e os trabalhos de casa são enviados por e-mail.

Segundo o artigo, o actual director implementou um esquema básico de educação personalizada que agrupava professores para que dedicassem atenção em conjunto a alunos com problemas de aprendizagem. Os resultados foram estonteantes. De 9% de alunos que estavam ao nível do seu ano de ensino a matemática, passou-se para 62%.

O autor do artigo, que se descreve a si mesmo como alguém com problemas de aprendizagem que desistiu da universidade, retrata uma sala de aula da escola da seguinte forma: "À frente da sala, um grande monitor, como o painel de chegadas de um aeroporto, identifica cada aluno na sala e a mesa onde ele ou ela deve estar a trabalhar".

E assim chegamos à parte que me traz aqui. A dada altura no artigo, o jornalista explica que no liceu lhe foi dado a ler Macbeth de forma orientada, programada. Chumbou e acabou por sair da escola. Na secundária seguinte, o professor deu o livro aos alunos e disse-lhes para irem ler. Sozinhos. Depois falavam sobre o conteúdo. "Alguns alunos conseguem ficar sentados muito tempo numa sala de aula, outros não. Não é necessariamente uma dificuldade de aprendizagem. Talvez precisem de apreender a informação de forma diferente", diz Blair Heiser, um professor de matemática do programa.

Um académico citado no artigo, Daniel Willingham da Universidade de Virginia, explica que "geralmente só se tem uma oportunidade na escola. E se não se é bom a ler ou a fazer contas, desliga-se e escola transforma-se num local onde não se é feliz, onde se vai para se falhar".

O artigo acaba com o jornalista a dizer o quanto o aborrecia usar o computador na escola. Porque era usado da mesma forma que a caneta e o papel: "o(a) professor(a) à frente e todos nós a seguirmos".

Se há coisa da qual me tenho apercebido nos últimos meses é que não só temos um problema com a "marca" Educação, como dizia Kathleen Tyner há poucas semanas, mas temos um problema com a aproximação aplicada a essa educação. Como refere um professor no artigo, até os professores de música têm de passar a perceber que também estão a ensinar a ler.

Uma frase que ouvi da boca de várias pessoas nos últimos dias foi "as literacias complexificaram-se". E, a ser assim, o ensino tem de acompanhar essa movimentação, como devia acompanhar todas as outras. A literacia talvez continue a mesma, mas estilhaçou-se. Espalhou os níveis para os quais é preciso ser fluente, mas não diminuiu a exigência, pelo contrário. E se a escola não corre à frente dessa exigência, percebendo o seu caminho, então abdica da sua responsabilidade.

quinta-feira, julho 01, 2010

Magalhães: "um pau de dois bicos"

Magalhães: "um pau de dois bicos" é o título de um trabalho de Sara R. Oliveira que acaba de ser publicado no site Educare.
Sobre a utilidade e a utilização do Magalhães, "as opiniões divergem. Os computadores portáteis entregues ao 1.º ciclo são olhados de várias formas: como eficazes ferramentas pedagógicas, como uma perda de tempo. As experiências falam por si".
Continuar a ler: AQUI.