quinta-feira, dezembro 23, 2004

"Media literacy" tema de dois números da American Behavioral Scientist

A revista científica "American Behavioral Scientist" publicou dois números (1 e 2) do vol. 48, relativos a Setembro e Outubro deste ano em grande parte dedicados ao tema da "media literacy". É possível aceder ao texto completo dos artigos, pesquisando a Biblioteca Online do Conhecimento (B-ON), uma iniciativa a que a Universidade do Minho aderiu. Depois de abrir o site basta introduzir o descritor "media literacy" no sítio dedicado à pesquisa, aguardar um pouco e seguir as indicações. Entre os textos encontram-se estes:

- Argument for the Need for a Cognitive Theory of Media Literacy (Potter, W. James)
- The Muse Pixeliope: Digitalization and Media Literacy Education (Olson, Scott Robert)
- The More We Know, the More We See: The Role of Visuality in Media Literacy (Natharius, David)
- Media Literacy and Television Criticism: Enabling an Informed and Engaged Citizenry (Vande Berg, Leah R)
- Cognitive Dissonance, Media Illiteracy, and Public Opinion on News Media (Claussen, Dane S.)
- Out of Sight and Out of Mind: The Media Literacy Needs of Grown-Ups (Dennis, Everette E.)
- Media Literacy and Public Health: Integrating Theory, Research, and Practice for Tobacco Control (Gonzales, Rachel)
- Health Literacy via Media Literacy : Video Intervention/Prevention Assessment (Rich, Michael)
- Empowerment Education: The Link between Media Literacy and Health Promotion (Bergsma, Lynda J.)
- Introduction: High Time for ?Dis-illusioning? Ourselves and Our Media : Media Literacy in the 21st Century, Part II: Strategies for the General Public (Galician, Mary-lou)
- Media Literacy ?A National Priority for a Changing World (Thoman, Elizabeth)
- Shifting from Media to Literacy : One Opinion on the Challenges of Media Literacy Education (Rogow, Faith)
- Media as Social Institution (Silverblatt, Art)
- A Review of School-Based Initiatives in Media Literacy Education (Hobbs, Renee)
- A Deeper Sense of Literacy : Curriculum-Driven Approaches to Media Literacy in the K-12 Classroom (Scheibe, Cynthia L.)
- Media Literacy and the Teaching of Civics and Social Studies at the Dawn of the 21st Century
(Kubey, Robert)
- A College Professor Teaches a Fourth-Grade Media Literacy Unit on Television Commercials: Lessons Learned by the Students?And by the Teacher (Hundley, Heather L.)
- Assessment, Media Literacy Standards, and Higher Education (Christ, William G)
- Mining the Invisible: Teaching and Learning Media and Diversity (Holtzman, Linda)
- Media , Information Communication Technologies, and Youth Literacies: A Cultural Studies Perspective (Alvermann, Donna E.).

terça-feira, dezembro 21, 2004

Comunic@r Digit@l 1/22

La revista científica Iberoamericana de comunicación y educación, «Comunicar» lleva publicados, en sus 22 nú­me­ros, más de 800 artículos con propuestas, reflexiones, investigaciones y experiencias realizadas en los más diversos ám­bi­tos, niveles y áreas educativas, con el objeto de fomentar el uso plural, crítico e innovador de los medios de comuni­cación en las aulas. Comunicar Digit@l recoge en un CD los textos íntegros de todas las páginas de la revista desde su pri­mer número en formato PDF, de fácil visualización e impre­sión, facilitando de esta forma el acceso a toda la documen­ta­ción de la publicación.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Tempo televisivo das crianças portuguesas em 2004: algumas perguntas


Três horas de televisão por dia foi quanto viram em média as crianças dos quatro aos 14 anos, segundo dados acabados de divulgar pela Marktest Audimetria/MediaMonitor, relativos aos primeiros onze meses de 2004.
No entanto, convém salientar que este grupo etário os valores do consumo de TV situam-se sempre abaixo da média do universo, excepto no período da manhã. Entre as 8 e as 12 horas, as crianças obtêm valores de audiência média bastante acima do universo. Com 10.5% de audiência média, estão 69.4% acima do valor do universo, que se situa nos 6.2%.
O período em que mais se aproximam do valor médio é entre as 18 e as 20 horas, quando a audiência do universo é de 23.1% e a do grupo dos 4-14 anos de 21.7% (menos 6.1% do que a média). Depois das 23 horas é quando mais se afastam do média, registando valores 54.2% abaixo do universo.
Por canais, as crianças vêem mais a TVI que, no período em referência, regista 3.3% de audiência média, seguida da SIC, com 2.5% e do Panda, com 1.8%. Este canal, distribuíod pelo cabo, regista um índice de afinidade muito superior ao universo. De facto, as crianças entre os 4 e os 14 anos residentes em lares com cabo apresentam uma audiência do canal Panda 4 vezes e meia superior à média do universo, com um índice de afinidade de 457. Segue-se o Disney Channel com 364, e o Cartoon/TCM com 287.


Para análise ficam algumas perguntas:
- como explicar uma tão significativa audiência infantil durante a manhã? Não era suposto a esmagadora maioria das crianças deste grupo de idade estar na escola?
- que consequências decorrem da hora extremamente tardia de deitar para
inúmeras crianças, bem visível na gravura junta, mesmo tendo em conta que as
idades de 12 a 14 anos de não podem comparar aos quatro, cinco ou seis anos?
- que grau de articulação existe entre os programas para a infância e os
horários e interesses das crianças?
- onde está o serviço público de televisão, em particular as responsabilidades contratualizadas relativamente aos mais pequenos?

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Comunicación y Educación en "Quaderns Digitals"

Estamos de enhorabuena en este weblog porque desde que hemos incorporado el español como idioma co-oficial, junto al portugués, y en pocos días hemos tenido dos monográficos de educación y comunicación en dos de los portales más famosos de España.
Antes en Educaweb y ahora en Quaderns Digitals. Estas aportaciones electrónicas son unos materiales valiosísimos para todas aquellas personas que quieren integrar los estudios y los usos de los medios de comunicación en las aulas.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Um caso

Conta o International Herald Tribune de ontem que, nas recentes manifestações na Praça da Independência, de Kiev, na Ucrânia, exigindo transparência e justiça nas eleições, no meio de quantidades enormes de informações de todo o tipo diariamente distribuídas, apareceu o seguinte: uns folhetos contendo os telefones das principais cadeias de televisão e um apelo: Telefonem para a TV a perguntar porque é que censuram os protestos de rua. "In most cases, journalists have now started to tell the truth and report on the news in a fairly objective way on television," segundo Olexandr Tkachenko, presidente da New Channel TV.

domingo, dezembro 12, 2004

Alargamento do âmbito deste blog ao espaço "hispano-hablante"

Não, a mensagem abaixo não é um acto de pirataria. É antes a primeira participação de um novo membro deste blogue, o Jose Ignacio Aguaded, director do grupo Comunicar, sediado em Huelva, Espanha. De facto, na sequência da deslocação à Universidade do Minho deste eminente especialista de educação para os media, foi decidido o alargamento deste site à participação de membros daquele colectivo, o que constitui, para nós, motivo de regozijo. Não será, assim de estranhar que, doravante, o Educomunicação/Educomunicación se apresente escrito ora em português ora em castelhano.
Comunicación y Educación en "Educaweb"

Publicado esta semana en la revista electrónica española «Educaweb» un monográfico sobre «Comunicación y educación». El monográfico de esta publicación elecrónica, dedicada a la educación, formación y trabajo, cuenta con más de 42.000 socios electrónicos en todo el mundo. Este monográfico aporta, entre otros interesantes trabajos, entrevistas a la experta Victoria Camps.

sábado, dezembro 11, 2004

Dia Internacional das Crianças e Teledifusão

Por inici9ativa da UNICEF, celebra-se no segundo domingo de Dezembro de cada ano o International Children's Day of Broadcasting (ICDB). Vale a pena visitar o site, assim como outros sites associados. Noutros anos, em Portugal, pelo menos o serviço público associava-se a esta data, com algumas iniciativas. Este ano não dei conta de nada.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Acordo de auto-regulação sobre conteúdos televisivos e infância

O acordo, que vinha sendo discutido há semanas, foi assinado ontem, em Madrid, com mediação do Governo espanhol. Envolve a TVE, a Telecinco, a Antena 3 e a Sogecable. O acordo terá uma comissão de acompanhamento, constituída por quatro representantes das estações televisivas subscritoras e outros tantos em representação de pais e educadores, juventude e infância e consumidores e telespectadores. O acordo refere-se a um código de conduta cujo texto integral se pode ler aqui.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Prof. José Ignacio Aguaded vem trabalhar connosco

Vai ter lugar na próxima sexta-feira, de manhã (10-13 horas), o primeiro seminário organizado pelo mestrado em Ciências da Comunicação. Connosco estará o Prof. Jose Ignacio Aguaded, da Universidade de Huelva (Espanha) e um dos grandes especialistas internacionais de Educação para os Media, colaborador de vários mestrados especialmente na América Latina. O Prof. Aguaded dirige o grupo Comunicar, que se tem destacado pelo apoio a iniciativas no terreno da educação para os media, à investigação e à edição de livros e outros materiais, com destaque para a revista Comunicar. Vale a pena fazer uma visita ao site deste movimento. O seminário dirige-se quer à área de especialização em Comunicação, Cidadania e Educação, quer à de Informação e Jornalismo.
Junto à secretaria (D. Alexandra) estará afixado o local do seminário. Os mestrandos deverão, por conseguinte, dirigir-se a Gualtar e não ao IEC, como é hábito às sextas de manhã.

Tese de Sara Pereira sobre Programação televisiva para a infância

A Dra Sara Pereira, docente do Instituto de Estudos da Criança, apresenta na próxima quinta-feira, às 15 horas, na Universidade do Minho (na Reitoria, Largo do Paço) a sua dissertação de doutoramento, que se debruça sobre as tendências na programação para crianças nos quatro canais hertzianos portugueses, entre 1992 e 2002. Os arguentes principais serão os Profs. Jose Ignacio Aguaded e Crisina Ponte. A entrada é livre.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Alta Autoridade Reforça Protecção a Crianças

A Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) pronunciou-se ontem sobre os limites à publicidade e promoção de programas, considerando que se os programas em causa forem "susceptíveis de influir de modo negativo na formação das crianças", mesmo que a sua promoção não contenha elementos manifestamente prejudicais, não deverão ser incluídos no horário dirigido às crianças. Isto é, não poderão passar fora do período compreendido entre as 23h00 e as 6h00. (continuação: aqui)
Cinema e Educação

Cineduc - Cinema e Educação é uma experiência brasileira com quase 35 anos de existência, com a preocupação de proporcionar a crianças e jovens a possibilidade de conhecer os elementos da linguagem cinematográfica. As suas actividades incidem quer no cinema quer na TV, tendo a preocupação de formar espectadores activos. Uma apresentação aqui e o site do Cineduc aqui.
Notícias do mestrado

  • Uma alteração no horário: ao contrário do previsto, a disciplina de Cultura, Media e Tecnologia passará a ser sempre leccionada ao sábado de manhã (10-13 h) até ao final do semestre.
  • No dia 10 de Dezembro, em vez da aula de Comunicação Mediada por Computador, terá lugar em Gualtar, um seminário com Jose Ignacio Aguaded, professor de educação para os media na Universidade de Huelva e presidente do grupo Comunicar. O seminário decorrerá no campus de Gualtar, em sala a indicar.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Incentivar a leitura de jornais entre os alunos

A região da Aquitânia, em França, acaba de lançar a operação "Jornal de Jornais", destinada a incentivar a leitura de jornais entre os alunos dos liceus.
O Libération de hoje explica como funciona o programa, o qual presupõe a distribuição gratuita de jornais: "Le 5 mars, sortira un journal de 32 pages diffusé à 120 000 exemplaires, offert à tous les lycéens de la région. Douze établissements participent à l'expérience. Chacun a tiré au sort une thématique et dispose d'une double page pour la traiter. Pendant quinze jours, il s'agit pour les élèves de décortiquer l'actualité vue par dix quotidiens nationaux et deux régionaux, puis d'écrire des articles faisant la critique de la façon dont les sujets ont été traités. (...) A l'issue de cette première étape, il y aura une conférence de rédaction coordonnée par des rédacteurs en chef des quotidiens partenaires. La partie technique est supervisée par l'association Graines de citoyens. Et la région a investi 156 000 euros dans l'affaire".

sexta-feira, novembro 19, 2004

Convenção sobre os Direitos da Criança: 15 anos depois

Em 20 de Novembro de 1989, 30 anos depois de uma Declaração no mesmo sentido, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovava a Convenção sobre os Direitos da Criança, a qual, depois de ratificada por cada Estado membro, passou a integrar as leis desses países. Neste momento, apenas dois países não ratificaram o documento aprovado: foram eles a Somália e ... os Estados Unidos da América. Portugal foi um dos países que ratificou. Relativamente à Declaração, porventura mais conhecida do que a Convenção (esta tem a particularidade de ter força de lei), é reconhecido que ela consagra não apenas direitos de protecção e de provisão, mas igualmente direitos de participação. É nestes últimos que podemos incluir os artigos que o texto dedica aos media e que se transcrevem a seguir (crédito da foto: UNICEF/Pirozzi)
(...)

ARTIGO 12.º
1- Os Estados Partes garantem à criança com capacidade de discernimento o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre as questões que lhe respeitem, sendo devidamente tomadas em consideração as opiniões da criança, de acordo com a sua idade e maturidade. (...)

ARTIGO 13.º
1- A criança tem direito à liberdade de expressão. Este direito compreende a
liberdade de procurar, receber e expandir informações e ideias de toda a espécie, sem considerações de fronteiras, sob forma oral, escrita, impressa ou artística ou por qualquer outro meio à escolha da criança. (...)



ARTIGO 17.º
Os Estados Partes reconhecem a importância da função exercida pelos órgãos de
comunicação social e asseguram o acesso da criança à informação e a documentos provenientes de fontes nacionais e internacionais diversas, nomeadamente aqueles que visem promover o seu bem-estar social, espiritual e moral, assim como a sua saúde física e mental. Para esse efeito, os Estados Partes devem:
a) Encorajar os órgãos de comunicação social a difundir informação e documentos que revistam utilidade social e cultural para a criança e se enquadrem no espírito do artigo 29.º;
b) Encorajar a cooperação internacional tendente a produzir, trocar e difundir informação e documentos dessa natureza, provenientes de diferentes fontes culturais, nacionais e internacionais;
c) Encorajar a produção e a difusão de livros para crianças;
d) Encorajar os órgãos de comunicação social a ter particularmente em conta as
necessidades linguísticas das crianças indígenas ou que pertençam a um grupo
minoritário;
e) Favorecer a elaboração de princípios orientadores adequados à protecção da
criança contra a informação e documentos prejudiciais ao seu bem-estar, nos termos do disposto nos artigos 13.º e 18.º.


Outros textos sobre os direitos das crianças e os media cuja leitura pode ser relevante, com destaque para o texto da própria Convenção:

quinta-feira, novembro 18, 2004

A ler

Mais textos:
Alta Autoridade refere ingerência e promiscuidade política nos media

A Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) que procedeu nas últimas semanas a um conjunto de audições sobre as relações entre os poderes político, económico e mediático, considerou, no relatório final, ontem apresentado, que:
  1. As declarações do ministro Gomes da Silva sobre os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa "configuram uma tentativa ilegítima de pressão sobre a TVI". A AACS faz notar ao Governo que um comentário não está obrigado ao princípio do contraditório e que o administrador da TVI tentou condicionar o comentador ao falar-lhe de questões estratégicas e editoriais, imediatamente a seguir aos comentários críticos do ministro Gomes da Silva.
  2. O processo que envolveu a demissão de Fernando Lima, do Diário de Notícias, constitui um episódio de promiscuidade entre o poder político e económico. A promiscuidade verifica-se pela circunstância de ter sido uma fonte governamental ("relativamente colocada") a dar a notícia a um jornal e é potenciada pelo facto de Fernando Lima ter saído de uma assessoria política directamente para a direcção de um órgão de Comunicação Social. Acresce, segundo a AACS, que a carta enviada pela administração aos directores de todas as publicações do grupo PT, sobre a obrigatoriedade de participação prévia das investigações jornalísticas relativas a accionista de referência do grupo, "colide" com o estatuto do jornalista.
  3. Relativamente às declarações do ministro Morais Sarmento, sobre a legitimidade do poder político interferir na programação do serviço público, aquele órgão regulador defende que as mesmas afectam a independência dos órgãos de comunicação, em geral. A AACS recorda ao ministro que a definição dos conteúdos é da exclusiva responsabilidade dos directores de informação e programação
  4. Estes três casos aparecem juntos no mesmo relatório porque foram protagonizados por ministros do mesmo Governo, e levantam "questões de fundo", como o papel do Estado na articulação entre os sectores público e privado; a presença do Estado num grupo accionista detentor de órgãos de Comunicação Social; a concentração; ou a independência dos órgãos de Comunicação Social e dos jornalistas perante os poderes político e económico.
  5. Dada a significativa presença do Estado na PT, a Alta Autoridade para a Comunicação Social recomenda ao poder político duas alternativas: ou a empresa vende os órgãos de Comunicação Social que detém; ou coloca-os na área das atribuições e competências do órgão regulador, tal como acontece em relação ao serviço público. Sugere, mesmo, que, enquanto não se proceder a essa venda, a AACS seja chamada a pronunciar-se sobre a nomeação e destituição dos directores de publicações, garantindo, assim ,o rigor e independência das mesmas. Nas recomendações com que a Alta Autoridade termina o relatório, propõe-se também que a regulação das operações de concentração passe a ser uma atribuição daquele órgão regulador e não só da Autoridade para a Concorrência. E que se estabeleça, legalmente, um período de impossibilidade dos jornalistas exercerem cargos de assessoria e vice-versa.
(Fonte: Jornal de Notícias)
Uso da Internet por crianças da primária

Artigo de Aleida Tello, na nova revista Comunicologi@ : El uso de la interenet por niños de primaria. Una aproximación a la educación para el uso crítico del medio. "Este artículo se concentra en la forma en la que los niños se convierten en usuarios de internet. Analiza los hábitos de navegación, los procesos de recepción de contenido y se concentra en el papel que tienen familia y escuela como mediadores de esta práctica".
"(...)
Suele decirse que Internet es un nuevo medio de comunicación, y ello es muy cierto. Sin embargo, Internet posee otras cualidades ?mediáticas?, y por ello diremos que la red es:
1. Un medio de comunicación. De hecho, el libro, la prensa, la radio y la televisión se van integrando en Internet. Pero lo esencial es que también el teléfono puede operar a través de Internet. Por lo que no sólo es un medio público de comunicación sino también privado e íntimo.

2. Un medio de información, pero no sólo en el sentido periodístico, sino también como instrumento que transforma las ciencias de la documentación, y en general la obtención, procesamiento, recuperación y transmisión de datos, documentos, etc.

3. Un medio de memorización, lo cual es distinto a ser un medio de información en el sentido periodístico del término. La posibilidad de almacenar y memorizar todo tipo de mensajes en formato digital permite introducir procedimientos automáticos de procesamiento, organización y recuperación de dichos mensajes, sean estos de interés público, privado o íntimo (...).

4. Un medio de producción, como muestra el teletrabajo. La llegada de las empresas red y la creación de intranets está específicamente ligada a la actividad productiva, y no solo a la publicitaria. Obviamente Internet es un medio excelente para la producción, elaboración, compraventa y distribución de información.

5. Un medio de comercio (e intercambio), porque posibilita la compraventa de numerosos productos, e incluso la distribución de mercancías por la propia red. La progresión del comercio en Internet es considerable durante los últimos años, las expectativas de futuro son enormes.

6. Un medio para el ocio y el entretenimiento, como muchos cibernautas saben bien. En este sentido, Internet la doble vertiente de la televisión y la radio: por una parte es un medio de información, por otra un entretenimiento (...).
7. Un medio de interacción. Aquí radica, a nuestro entender, la posibilidad mayor de las redes telemáticas. Aunque cabe hablar de acciones comunicativas, la interacción posible en redes tipo Internet abarca acciones de mayor envergadura: militares, financieras, médicas, educativas, lúdicas, etc. En esta obra consideraremos que las redes telemáticas son, ante todo, medios de interacción humana, y no simplemente medios de información o de comunicación (Javier Echeverría, 1999: 52-53)."

segunda-feira, novembro 15, 2004

José Rodrigues dos Santos e os jornais escolares

Uma demissão pré-anunciada, com sabor a manobra de bastidor. Enquanto se não sabe mais pormenores, para entender o real significado da decisão, aqui fica um apontamento biográfico sobre o jornalista, revelador de que, afinal, isto dos jornais escolares pode ter muito que se lhe diga:

"José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964 na Beira, em Moçambique, mas viveu os primeiros nove anos da sua vida em Tete, onde conviveu com a guerra colonial. Quando o seu pai foi obrigado pela PIDE a mudar-se para Nampula, foi viver com a mãe e o irmão para Lourenço Marques, onde ficou por dois anos, até que começaram a ensinar Marx e Lenine nas aulas e a família se mudou novamente, dessa vez para a Madalena, em Vila Nova de Gaia. Após a separação dos pais, Lisboa foi o novo destino de José Rodrigues dos Santos, mas também aí ficaria por pouco tempo, uma vez que as dificuldades económicas da sua mãe o levaram a mudar-se para a residência paterna, então em Penafiel. A difícil adaptação do pai a terras lusas motivou a partida para Macau e foi aí, aos 17 anos, que José Rodrigues dos Santos se iniciou no Jornalismo, ao serviço da Rádio Macau. Na origem dessa oportunidade, esteve o seu contributo para a elaboração de um jornal escolar que despertou o interesse dos responsáveis dessa rádio e levou a que o jovem estudante fosse entrevistado por uma jornalista que acabara de chegar a Macau e se chamava Judite de Sousa. (...)"

sexta-feira, novembro 05, 2004

Alguns textos

La espiral del silencio, de Elisabeth Noelle-Neumann

Televisión, audiencias y estudios culturales, de David Morley

El estudio de los efectos a largo plazo, de Mauro Wolf

La mediación familiar en la construcción de la audiencia, de Martha Renero Quintanar

O RAP E O FUNK NA SOCIALIZAÇÃO DA JUVENTUDE, de Juarez Dayrell

Intermediary space and media competency: Children?s media play in ?Out of School Hours Care? facilities in Australia, de Karen Orr Vered

PRÁTICAS DE LEITURA: O JORNAL COMO INTERFACE NO CONTEXTO ESCOLAR, de Alzira Karla Araújo da Silva

O JORNAL E A FORMAÇÃO DA CIDADANIA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, de Regina da Luz Vieira

Where Are We Going and How Can We Get There? General findings from the UNESCO Youth Media Education Survey 2001.

Literacia mediática: iniciativa do Reino Unido

O OFCOM (Office of Comunications), entidade com funções de regulação e monitorização das políticas de comunicação e media no Reino Unido, publicou esta semana um importante documento intitulado Ofcom's strategy and priorities for the promotion of media literacy, o qual norteará as iniciativas a levar a cabo no curto e médio prazo por aquela entidade.O documento resulta da audição pública sobre o tema, com base num texto divulgado em Junho passado. Com eventual significado para Portugal, está a anunciada proposta de lançar iniciativas a este nível, no plano da União Europeia, a partir da segunda metade de 2005, quando o Reino Unido assumir a presidência da UE.A definição operativa de Media Literacy, segundo este documento:"media literacy is the ability to access, understand and create communications in a variety of contexts."

terça-feira, outubro 26, 2004

"Protecção dos menores" na rádio e TV

A RTVE, empresa que detém a TVE, televisão pública, e a RNE, rádio pública de Espanha, acaba de aprovar um "Código para la Protección de los Menores en Rádio y Televisón". É um documento de nove páginas, que traça um quadro da evolução das medidas relacionadas com o assunto e define 30 novas normas, entre as quais se conta a última que estabelece a criação da figura do provedor do telespectador e do radio-ouvinte.
De notar a continuação do uso de uma terminologia que se encontra ao arrepio do espírito da Convenção sobre os Direitos da Criança, como, por exemplo, o termo "menores".

domingo, outubro 24, 2004

Publicidade e obesidade

O programa "Tudo em Família", na Dois, debate, na terça-feira, o tema «Publicidade e obesidade infantil», tendo como intervenientes a endocrinologista Isabel do Carmo e o nutricionista João Breda.
Os temas da actualidade
por Eduardo Jorge Madureira
in Diário do Minho, 24.10.2004

No livro El Malentendido. Cómo nos educan los medios de comunicación (Barcelona: Icaria, 2003), a jornalista e ensaísta catalã Margarita Rivière recorda uma conversa com o sociólogo Manuel Castells, que lhe observou que o mundo se divide hoje em três classes: os desinformados (a gente que só tem imagens), os sobreinformados (todos os que vivem no redemoinho mediático) e os informados (os que são capazes de seleccionar e ordenar a informação). Embora se compreenda bem a divisão, não se poderia estranhar se, em vez de três, fossem referidas apenas duas classes. Na verdade, os desinformados e os sobreinformados podem, perfeitamente, juntar-se. Não saber nada é equivalente a saber tudo.

Margarita Rivière julga que, entre nós, prevalecem os sobreinformados. Um sobreinformado é, digamos assim, um catavento num mundo assolado por um permanente tufão informativo. Sobre a intensidade de tão fortes ventos, escreveu Ignacio Ramonet, em 1997, no jornal que dirige, o mensário ?Le Monde Diplomatique?, um artigo que tem sido abundantemente citado. Afirmou ele que, ?em trinta anos, o mundo produziu mais informação do que durante os cinco mil anos precedentes... Um só exemplar da edição dominical do ?The New York Times? contém mais informação do que a que adquiria em toda a sua vida um europeu do século XVII?.

Contas mais recentes, indicam que, quem pretendesse ler todos os romances que, depois das férias de Agosto, chegaram às livrarias francesas, teria de levar para casa nada mais nada menos do que seiscentas e sessenta e uma obras, cento e vinte e uma das quais escritas por estreantes. Os números da actividade editorial são sempre espantosos. Em Inglaterra, editam-se anualmente mais ou menos cento e vinte mil livros e, nos Estados Unidos da América, em 2003, editaram-se cento e setenta e cinco mil livros, o que dá uma média de dois livros por minuto. Nada que se compare com Portugal, onde ?apenas? se publicam dez livros por dia.

A contabilidade que Ignacio Ramonet fez há sete anos dá conta que, em ?cada dia, cerca de 20 milhões de palavras de informação técnica são editadas em diversos suportes (revistas, livros, relatórios, disquetes, cd-roms). Um leitor capaz de ler mil palavras por minuto, durante oito horas diárias, gastaria um mês e meio para ler toda a produção de um só dia, e no final desse período teria acumulado um atraso de cinco anos e meio de leitura?.

O vendaval informativo, para usar mais um exemplo, apontado por Vahé Zartarian e Emile Noël em Cibermundos (Porto: Âmbar, 2002), despeja, todos os dias, sobre cada criatura três milhões de palavras, o que equivale a um livro de mais de cinco mil páginas. Os autores, repetindo uma ideia cada vez mais comum, dizem que vivemos numa sociedade que é mais do ruído do que da comunicação.

Vahé Zartarian e Emile Noël fazem uma proposta não muito original, mas certamente interessante, uma experiência simples que comprovará o nível de ruído a que estamos sujeitos. Com uma ou outra pequena adaptação que aqui se faz, consiste ela em pegar, passado algum tempo (dois ou três meses, por exemplo), na informação que abriu os noticiários televisivos e na que fez as manchetes dos jornais e perguntar-se, então, por entre tudo isso, o que é que realmente nos foi útil. ?Sobretudo, pergunte-se que aspecto da nossa vida seria hoje diferente se não se tivesse todas essas informações?. O resultado, garantem Vahé Zartarian e Emile Noël, é edificante. (...)

sábado, outubro 23, 2004

Editoriais de Le Monde na sala de aula

O provedor do leitor do diário Le Monde, Robert Solé, na sua crónica de hoje:

"Un enseignant du lycée Pablo-Picasso de Fontenay-sous-Bois (Val-de-Marne), A. Biais, m'écrit ceci :
"Le Monde daté 26-27 septembre a publié un éditorial incendiaire sous le titre "Immuable Sénat". Neuf élèves de classe de première ont travaillé sur ce texte dans le cadre de leur cours d'éducation civique, juridique et sociale. En relevant les critiques adressées à la Haute Assemblée, puis les concessions qui sont faites en sa faveur, ils ont pu rédiger un contre-éditorial. Voici le résultat...".

Je n'ai pas la place de reproduire ici ce texte optimiste, que les sénateurs seraient tentés d'encadrer et d'accrocher aux grilles du Luxembourg. Il est titré : "Une assemblée d'avenir". Notons en tout cas avec plaisir que les éditoriaux du Monde entrent dans les classes et que les jeunes ne dédaignent pas forcément la politique, même la plus institutionnelle, pour peu qu'on sache les y intéresser."

sexta-feira, outubro 22, 2004

Ecologia da comunicação e dos media

Textos a ler:

terça-feira, outubro 19, 2004

"Catástrofe ecológica"

O presidente da República Francesa, Jacques Chirac, defendeu, na sua recente viagem pelo Extremo-Oriente, a importância estratégica da aposta na diversidade cultural, nomeadamente face aos Estados Unidos da América.
Em Hanoi, onde se encontrou com um grupo de estudantes vietnamitas, repetiu que os bens culturais "não são bens como os outros" e que não podem ser trocados como a mercadoria de natureza industrial, comercial ou agrícola. A criação cultural tem de ser tratada à parte, com a sua especificidade própria, e contar com apoios do Estado, ao contráro do que pretendem os EUA, nas negociações em curso no quadro da Organização Mundial do Comércio, acrescentou Chirac. De outro modo, isto significaria que "todas as expressões culturais seriam esmagadas em benefício apenas da cultura americana".
Sobre a língua, o presidente francês defendeu que ela "é também a expressão de um pensamento", pelo que a invasão e o domínio de um único idioma - o inglês - "conduziria obrigatoriamente auma espécie de retraimento do pensamento".
Foi ainda mais longe na reflexão: "Se tivermos um mundo em que não haja senão uma língua, isso significa que não existirá senão uma cultura e que todas as outras desaparecerão. Isso constituiria uma catastrofe ecológica".
(Fonte: Libération)

sexta-feira, outubro 15, 2004

Concepções de comunicação
(em torno das propostas de Mario Kaplún)


Há, segundo Kaplún, pelo menos duas grandes formas - antiquíssimas - de entender a comunicação: como transmissão (acto de emitir, informar) e como intercâmbio (relação de partilha e reciprocidade).
James Carey (in Communication as Culture, 1985) recorre a outras categorias - transmissão e ritual - para se referir ao mesmo problema. Muitas são as tradições teóricas propostas para compreender a comunicação (para uma percepção de conjunto, consultar,por ex., R.T. Craig, 2000). Mas é possível trabalhar na base da hipótese de duas grandes macro-categorias, apesar dos riscos de reduccionismo.
Uma questão que se torna pertinente analisar - e Kaplún formula-a explicitamente - é a de saber porque será que o modelo transmissivo-informativo se tornou hegemónico, a ponto de se confundir e reduzir frequentemente a comunicação à informação.
O nosso autor propõe duas hipóteses explicativas: 1) o carácter hierárquico e autoritário das nossas sociedades; e 2) a influência da irrupção dos meios de difusão colectiva a partir dos inícios da modernidade.
As perguntas que decorrem daqui são muitas e complexas. Uma delas prende-se com a natureza dos grandes meios de difusão colectiva. Outra tem que ver com as possíveis alterações que a Internet possa estar a permitir, na última década.
Um tema para continuar a analisar.

Deixo algumas fontes sobre e de Mario Kaplún:

Kaplún, Mario (1997) De medios y fines en comunicación . Revista Chasqui, n.58
Kaplún, Mario (1998) La gestión cultural ante los nuevos desafíos. Revista Chasqui, n.64
Aire Comunicación (s/d) En recuerdo de Mario Kaplún
Silva Pintos, Virginia (2001) Mario Kaplún: La Comunicación como actitud de vida. PCLA ? Vol. 2 ? n. 4 http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista8/perfis%208-1.htm


sábado, outubro 09, 2004

Marcelo era um caso comunicacional único

Numa conferência que conduziu sozinho, graças à ausência de Ignacio Ramonet e Ramon Font, José Pacheco Pereira considerou ontem à noite, no Porto, que o afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI não vai ser rapidamente esquecido. Alertando para o facto de ser necessário distinguir entre debate e comentário, Pacheco Pereira rejeitou a invocação do princípio do contraditório como questão válida para criticar o espaço daquele comentador na televisão, até porque o princípio do contraditório é infinito. À margem do tema central da conferência, Democracia e Mediocracia, Pacheco Pereira classificou os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI de caso comunicacional único, visto por mais de um milhão de pessoas. No entanto, reconheceu que o problema daquele espaço no Jornal Nacional era fundamentalmente não haver separação clara entre informação e opinião, uma vez que, salvo poucas excepções, raramente o Professor de Direito era questionado pelo jornalista pivot que, pelo contrário, se limitava a conversar amigavelmente e a ?trocar presentes? com o comentador.


"Ler, escrever, contar e ver televisão"

Convidado a reflectir sobre o papel dos meios de comunicação social em democracia, Pacheco Pereira confessou à partida que o seu interesse nestas matérias é essencialmente um interesse de cidadania. Por isso, ocupando-se essencialmente da questão mediática no contexto de sociedades democráticas ocidentais, assentes no urbanismo e na industrialização, Pacheco Pereira considerou que o problema dos nossos tempos é que a forma como a sociedade evolui e a revolução tecnológica do último século nos tornou dependentes dos meios de comunicação. «A própria socialização das crianças é também cada vez mais feita pela televisão», afirmou, acrescentando que há disfunções na percepção do tempo e do espaço que decorrem desta dependência. Na opinião do ex-euro-deputado, as pessoas estão habituadas a ritmos mais acelerados do que ao tempo lento da leitura e da escrita. Por conseguinte, para além de ser necessário aprender a ?ler, escrever e contar?, é também imperativo aprender a ?ver televisão?.
Alertando para outras distorções do tempo e do espaço, nomeadamente para o facto de os media nos criarem a ilusão de que se conhece toda a realidade, Pacheco Pereira disse ainda que «o Big Brother é uma excelente metáfora das democracias contemporâneas». O ímpeto de escrutinar a democracia e o poder em directo fez com que se tivessem deslocado as decisões para lugares obscuros do poder que não são escrutináveis, à semelhança da equipa de produção do Big Brother que decidia, por detrás dos vidros espelhados, o que e como filmar.
Finalmente, reflectindo sobre os efeitos da tecnologia, Pacheco Pereira considerou que «estamos a chegar a uma fase em que as diferenças de literacia se vão manifestar nas nossas escolhas». Os aparelhos estão a colar-se ao nosso corpo, a biologizar-se, a dominar os nossos sentidos, diminuindo a capacidade de mediação. Caminhamos, rematou o conferencista, para um mundo em que o incremento das sociedades mediáticas não leva o logos, o ethos e o pathos; leva antes apenas o pathos, a emoção, manifestamente insuficiente a uma democracia plena.

Estas notas de reportagem sobre o debate ontem realizado na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, devem-se a Madalena Oliveira, que é investigadora sobre meta-jornalismo, na Universidade do Minho e a quem agradecemos o trabalho.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Declaração da UNESCO
sobre a educação para os Media


Vivemos num mundo em que os media são omnipresentes: um número cada vez maior de pessoas despende uma grande parte do seu tempo a ver televisão, a ler jornais e revistas e a ouvir discos e rádio. Em alguns países, por exemplo, as crianças já passam mais tempo a ver televisão do que a frequentar as aulas.
Mais do que condenar ou justificar o poder inquestionável dos media, torna-se necessário que aceitemos o seu significativo impacte e difusão pelo mundo como facto consumado e que consideremos a sua importância enquanto elemento de cultura no mundo actual. O papel da comunicação e dos media no processo de desenvolvimento não deveria ser subestimado, tal como o não deveria ser a função dos media enquanto instrumentos de participação activa dos cidadãos na sociedade. Os sistemas educativos e políticos necessitam de reconhecer as respectivas obrigações na promoção de uma compreensão crítica dos fenómenos da comunicação entre os cidadãos.
Lamentavelmente, a maior parte dos sistemas educativos formais e não formais pouco fazem para promover a educação para os media ou educação para a comunicação. O fosso entre a experiência educativa que eles proporcionam e o mundo real em que as pessoas vivem é frequentemente preocupante. Porém, se os argumentos a favor da educação para os media são actualmente impressionantes, num futuro próximo serão mesmo incontornáveis, dadas as possibilidades cada vez maiores de escolha no consumo dos media, em resultado de desenvolvimentos em campos como a difusão via satélite, sistemas de cabo interactivos, discos e videocassetes.
Educadores responsáveis não poderão ignorar tais desenvolvimentos, antes trabalharão lado a lado com os seus alunos na respectiva compreensão, procurando fazer luz sobre as consequências de desenvolvimentos como a comunicação interactiva e as incidências na individualização e no acesso à informação delas decorrentes.
Isto não significa que se menospreze o impacte na identidade cultural do fluxo de informações e de ideias entre culturas, produzido pelos mass media,.
A escola e a família partilham a responsabilidade de preparar os jovens para viverem num mundo de imagens, de palavras e de sons de grande poder. Crianças e adultos necessitam de ser alfabetizados em cada um destes três sistemas simbólicos, o que obriga a que se reavaliem as prioridades educativas. Tal reavaliação poderia conduzir a uma solução que se traduzisse numa abordagem integrada do ensino da língua e da comunicação.
A educação para os media só se tornará efectiva quando os pais, os professores, os profissionais dos media e as instâncias de decisão se aperceberem de que têm um papel a desempenhar no desenvolvimento de uma maior consciência crítica entre os ouvintes, os espectadores e os leitores. Uma maior integração dos sistemas educativos e de comunicação seria indubitavelmente um importante passo no sentido de uma educação mais efectiva.

Assim, apelamos às autoridades competentes para que:
Lancem e apoiem programas integrados de educação para os media que se estendam desde a educação pré-escolar até à universidade e à educação de adultos, com o propósito de desenvolver o conhecimento, as competências e as atitudes que encorajem o crescimento da consciência crítica e, consequentemente, uma maior competência entre os utilizadores dos meios electrónicos e impressos. Tais programas deveriam incluir a análise dos produtos mediáticos, o uso dos media como meio de expressão criativa e o efectivo uso dos (e participação nos) meios de comunicação social.

Desenvolvam cursos de formação para professores e outros agentes, com a finalidade de promover o conhecimento e a compreensão dos media e para os formar nos métodos de ensino apropriados, tendo em consideração a notável mas fragmentária familiaridade com os media que muitos alunos já possuem.

Estimulem as actividades de investigação e desenvolvimento relacionadas com a educação para os media, a partir de domínios como a Psicologia, a Sociologia, e as Ciências da Comunicação.

Apoiem e reforcem as acções levadas a cabo ou programadas pela UNESCO, com o objectivo de fomentar a cooperação internacional no campo da educação para os Media.

Grünwald, 22 de Janeiro de 1982.
Declaração aprovada por unanimidade por peritos de 19 nações participantes no Simpósio Internacional sobre Educação para os Media, promovido pela UNESCO em Grünwald (Alemanha), em 1982. Será o ponto de partida da aula de amanhã, do mestrado.
França quer incentivar jovens à leitura de jornais diários

"O Ministério francês da Cultura quer atacar a falta de leitura de jornais diários entre os jovens dos 15 aos 25 anos e pediu ao conselheiro de Estado Bernard Spitz para elaborar um relatório que incentive os jovens à leitura da imprensa diária.O documento foi entregue ontem ao Ministério francês da Cultura e Comunicação e inclui oito medidas, em que se destaca a oferta de uma assinatura por dois meses de um jornal de informação geral, à escolha, quando os jovens atinjam a idade de 18 anos.Um comunicado do ministério explica que o relatório Spitz propõe medidas que «não são baseadas numa lógica de subsídios, mas numa dinâmica de mercado e de concorrência» e que devem ser aplicadas a longo prazo. Renaud Donnedieu de Vabres, o ministro francês da Cultura, tem cerca de 3,5 milhões de euros disponíveis no Orçamento de Estado de 2005 para «ajudas à imprensa» e a verba deverá ser aplicada com as propostas do relatório Spitz, denominado «Os jovens e a leitura da imprensa diária de informação política e geral».Além da assinatura gratuita para jovens de 18 anos, que só em 2004, em França, representava um universo de 780 mil pessoas, Bernard Spitz sugere que a imprensa diária seja vendida nas escolas a preços mais reduzidos e que a lei do mecenato seja aplicada a iniciativas a favor da leitura de publicações nas escolas. O relatório defende ainda a utilização de «fundos de modernização em investimentos que pretendam aumentar a leitura da imprensa pelos jovens».No entanto, as propostas visam ainda o meio audiovisual. Bernard Spitz considera que se deve promover a «leitura da imprensa no audiovisual público», através de «formas de imprensa específicas ou de programas televisivos educativos ou com temáticas jornalísticas , em todos os géneros televisivos», segundo adianta a AFP. Os incentivos continuariam ainda com um «acesso facilitado aos diários e seus arquivos, através da Inetrnet, para todos os estudantes que façam a ligação a partir das universidades».O debate gaulês em torno da falta de leitura de jornais pelos jovens concluiu que as questões do preço, de distribuição e de conteúdos eram as que mais afastavam a imprensa da faixa etária entre os 15 e os 25 anos e sublinha que a queda na leitura de jornais pode «ser uma ameaça para a imprensa diária, que vê o seu público actual amputado, mas sobretudo os seus potenciais leitores», num fenómeno que pode também ser ligado a aspectos democráticos e de pluralismo".
(No "Diário de Notícias" de hoje).
Mais informações sobre o relatório AQUI.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Concurso "Jovens repórteres"

O canal Public Sénat lançou hoje a segunda edição do concurso "Jovens repórteres", organizado em parceria com o CLEMI, do Ministério francês da Educação e aberto aos estudantes dos liceus franceses
"Les jeunes sont invités à réaliser en équipe un reportage vidéo de trois minutes, traité comme un sujet d'actualité susceptible d'être diffusé à la télévision. Le thème retenu est "Ce qu'ils font est formidable", valorisant ainsi la jeunesse et ses réalisations dans tous domaines culturels, sportifs, humanitaires ou autres.
No ano passado participaram nesta iniciativa mais de um milhar de alunos, tendo sido emitidas 17 reportagens.

terça-feira, setembro 28, 2004

Pensar criticamente os media
- papel da escola e da família

Um relatório editado em 2002,que vale a pena ler:
Thinking Critically about MediaSchools and Families in Partnership

Um panorama dos vários capítulos:

Think. Interpret. Create.How Media Education Promotes Critical Thinking, Democracy,Health, and Aesthetic Appreciationby Robert Kubey, Ph.D.
Media literacy education is at a watershed moment around the world. We are making the inevitable and gradual turn to changing what we do in classrooms and at home to make education more student-centered and responsive to children's and society's real-world needs.

Empowered Parents: Role Models for Taking Charge of TV Viewingby Folami Prescott-Adams, Ph.D.
Television is an amazingly powerful communication tool. Its images of culture, family, relationships, and events give us opportunities to socialize, teach, and inspire both children and adults. Empowered parents and communities are responsible for guiding the placement of television in the process of human development.

Media Literacy and Prevention: Going Beyond "Just Say No"by Lynda Bergsma, Ph.D.
Today most prevention practitioners and researchers, as well as concerned teachers and parents, recognize that many of the messages we get from the media are risk factors for numerous public health problems. From the time we wake up to the radio alarm clock to the time we fall asleep with the TV on, we live in a media culture. We cannot escape the media's influence on either our healthy or unhealthy behaviors.

Parents and Teachers: Team Teaching Media Literacyby Milton Chen, Ph.D., Sarah Armstrong, Ph.D., and Roberta Furger
When it comes to media, our children are mass consumers.
On average, each of them spends 1,500 hours a year watching television. Roughly 17 million children and teens have Internet access in their homes, and most of them use it daily for everything from researching school projects to playing online games to sending instant messages or chatting with their classmates. They go to movies and watch music videos. Headphones and CD players have become so much a part of the middle and high school students' "uniform" that backpacks are now designed to accommodate the gear.
But for all their exposure to mass media, American youth and teens spend precious little time analyzing the messages they're bombarded with every day.

Media Literacy Across the Curriculumby David M. Considine, Ph.D.
If they are to fully harness the power and potential of exciting new technologies and multimedia, our students must be offered the critical criteria and information skills necessary for them to become intelligent, competent consumers and creators of media messages.

New Media and New Media LiteracyThe horizon has become the landscape ? new media are hereby Neil Andersen
Because many 21stcentury homes are equipped with more robust technology than most schools, there is often a significant disconnect between students' thinking and classroom demands. Students emerging from home electronic environments have experienced multimedia immersion, participating on many cognitive levels and in many media languages simultaneously. The dominant design of many classroom curricula, however, is to isolate a few senses and concentrate on them in depth, while ignoring others.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Jornadas sobre a imprensa na escola

Realizam-se de 29 deste mês a 1 de Outubro, no Rio de Janeiro, umas jornadas que visam desenvolver o intercâmbio de ideias e de práticas sobre o uso do jornal na educação. A iniciativa, que se estende por três dias, cabe à Associação Nacional de Jornais, do Brasil, juntamente com a a Associação Mundial de Jornais e a Sociedade Interamericana de Imprensa e conta com o apoio dos jornais O Dia e O Globo, que têm ambos programas de utilização da imprensa na escola.
Entre os temas a debater, destaca-se:
  • La lectura en Latinoamérica: El impacto de la lectura en general y de los periódicos en particular.
  • ?La presencia del periódico en la escuela: compartiendo conocimientos?
  • Periodismo y jóvenes
  • ?El diario en el aula: cómo ayudar al periódico y a la educación
  • El diario como una herramienta para la educación en zonas de pocos recursos El diario como herramienta en el aula
  • Grado de analfabetismo en la región y la importancia del ejemplo en el desarrollo del pensamiento crítico
  • ?Libros y Diarios: el mismo placer por la lectura??

Mais informações: AQUI.

sexta-feira, setembro 17, 2004

"Têm algo que dizer um ao outro?"

" (...) The dialogue of cultures is a dialogue of personalities and communities. Dialogue is possible only when you understand the language of your partner and their moral values, and they understand yours. It is not mandatory to subscribe to these values. However, it is vital to respect and tolerate them.Certain aspects of education also need to be considered. For example, history lessons at school are mostly about wars. Children are asked to remember the dates and the names of military leaders, while major scientific discoveries and cultural achievements are considered less important. Today a child spends twice more time in front of TV than at school. In this connection we should consider the influence that the media and the enormous amount of violence on the screen has on children. The studies on violence in the media, conducted by the UNESCO Observatory at Göteborg University, show that violence on the screen transforms into violence in life.It is imperative that we make the next step and rally the global civil society to fight violence on the screen. Too often have technology issues overshadowed the importance of content. The digital divide was the buzz expression at the World Summit on Information Society. The digital divide does exist and it has to be overcome. However, it would be a great mistake to give technology all the importance.When Alexander Graham Bell, the inventor of the telephone, was informed about the installation of the first transatlantic telephone line between the USA and Europe, his question was: ?Do they have what to say to each other?? Thus, the success of the dialogue of cultures and civilizations will depend on how wisely we speak to each other and how attentively we listen.
Valdas Adamkus, Presidente da República da Lituânia
Discurso na sessão de abertura da conferência "New Ignorancies, new literacies" (Forum Barcelona 2004, 6-8 Set.)

segunda-feira, setembro 13, 2004

Revistas para os mais pequenos

Depois da decisão da "Visão" de continuar a experiência deste Verão de publicar uma revista para os mais pequenos, uma notícia divulgada hoje pela France Presse:
"Le groupe audiovisuel TF1 va sortir en octobre deux nouveaux titres de presse: un "quinzomadaire" pour adolescents et un magazine destiné aux enfants de 2 à 5 ans".
A primeira chamar-se-á "7 Extra" e a segunda "Dora l'exploratrice".

domingo, setembro 12, 2004

Receita "quase infalível" para incentivar a leitura

Marina Mayoral, numa coluna hoje publicada em La Voz de Galicia:
"Ao comenzo do curso escolar chegan por diversas vías peticións de consellos sobre como conseguir que nenos e rapaces lean máis. Eu, modestia fora, coido que teño unha fórmula case infalible para despertar e fomentar o gusto da lectura. A cousa é tan sinxela como contarlles contos cando son pequenos. Agora ben, esto de contar contos ten a súa cerimonia. Para empezar hai que limitar o horario nocturno de televisión e estar dispostos a acompañar ós nenos na súa habitación, xa metidos na cama, de vinte minutos a media horiña. Nese tempo un dos proxenitores -recoméndase o pai para que non pareza que eso de contar contos é cousa de mulleres, xa saben, cousa de pouca monta- léelle ós nenos un relato, ou mellor aínda, cóntallo, despois de telo el previamente lido. Así estará preparado para responder ós comentarios e preguntas dos críos, que ás veces son comprometidas. (...)".
(O texto continua aqui).

sexta-feira, agosto 27, 2004

Porto: Semana da rádio e televisão no museu

Este texto de Patrícia Fernandes, no JN de hoje:
"Semana da rádio e televisão no Museu dos TransportesInseridas na exposição "Comunicação do Conhecimento e da Imaginação", a decorrer no Museu dos Transportes, a rádio e a televisão são os órgãos de comunicação em destaque, durante os próximos dias.Dentro dessa mostra, podemos contar com verdadeiros laboratórios e oficinas de trabalho, como é o exemplo dos estúdios de rádio e televisão. Os visitantes deixam de ser meros espectadores para se transformarem em locutores de rádio, produtores de televisão, jornalistas, entre outros.Em cada oficina, as pessoas podem desenvolver a actividade durante hora e meia. Segundo Isabel Tavares, responsável pelos serviços educativos, a exposição tem como um dos objectivos "transportar o público para o mundo da comunicação e da imaginação". A exposição alberga um verdadeiro estúdio de televisão, com uma regie onde os participantes podem fazer e construir um programa de televisão em directo.Cláudia Lopes, a animadora do núcleo de televisão, diz que "as pessoas têm curiosidade em saber como funciona o mundo da televisão e têm aderido à iniciativa, principlamente quando vêm acompanhadas com crianças. No entanto, são os estangeiros e os mais jovens que se mostram mais receptivos." Os participantes podem levar o seu programa gravado numa cassete por três euros.Além de dar a conhecer ao público em geral o mundo da rádio e da televisão, os visitantes poderão ver e perceber a evolução da comunicação no seio da família, desde o princípio do século XX até aos nossos dias. São verdadeiros cenários de época (neste caso a sala de estar) com personagens feitas de gesso. Os núcleos da ciência, imprensa escrita, internet e expressão dramática também estão inseridos nesta mostra, que ainda não tem data para terminar. A entrada custa três euros".

quinta-feira, julho 22, 2004

Publicidade a alimentos para crianças - resultados de um estudo

A OFCOM - autoridade reguladora dos media no Reino Unido, acaba de tornar público o relatório de uma pesquisa baseada na inquirição de mais de duas mil pessoas, relativo ao tema da publicidade de alimentos dirigida a crianças. Intitulado Food advertising to children in context, o estudo aponta para as seguintes conclusões:
"The evidence shows that television advertising has a modest direct effect on children's food consumption. However, the significance of this is small when compared to other factors potentially linked to childhood obesity such as exercise, trends in family eating habits inside and outside the home, parents' demographics, school policy, public understanding of nutrition, food labelling and other forms of food promotion.

On that basis, Ofcom has concluded that a total ban on such advertising would be both ineffective and disproportionate in its wider impact, for the following reasons:

The evidence from Ofcom's research shows that 70% of children's viewing takes place outside of children's airtime, traditionally defined as the after-school slot on weekdays, Saturday mornings and throughout the day on dedicated children's channels on cable and satellite.
Other countries have banned aspects of television advertising to children. However, research into the effects of this is limited. Where research has been undertaken the findings are both unclear and contested.
In the absence of an objective system categorising defined foods, such a ban would be unavoidably absolute; it would remove the right to advertise any food or drink product, regardless as to actual nutritional value or potentially positive contribution to health.
A ban would undermine the likely investment in children's programming on commercial television, reducing choice and innovation for younger audiences.
Next steps
The research identifies childhood obesity as a multi-faceted problem which will require further work by a number of agencies, Government departments and the food industry.

Ofcom will continue to work with the Department of Health and the Food Standards Agency (FSA) in their analysis of childhood obesity and has shared the detail of its research findings with both organisations.

Once the Health White Paper has been published and the FSA has completed its nutritional profiling of all food products later this year, Ofcom will examine the conclusions arising from that work and will assess the extent to which these should be reflected in the Advertising Code.

Separately, Ofcom's own research has identified potential targeted areas of change which will be the subject of a public consultation in the autumn. That consultation will take into account the views expressed by parents during the course of Ofcom's research and relevant outcomes from the work of the Department of Health and the FSA. Ofcom's research demonstrates that most parents:

Do not support an outright ban on television advertising.
Support the need for better information about the nutritional content of the products being advertised.
Would like advertisements directed at young children to be less attractive, for example by avoiding the use of cartoon characters.
Support the use of targeted scheduling restrictions(...)."
Uma versão do documento pode ser lida AQUI.


segunda-feira, julho 19, 2004

Educação mediática para a justiça social
 
"Educación mediática para la justicia social: una perspectiva estadounidense", assim se intitula um texto publicado no site "Iniciativa de Comunicación" e de que transcrevo a abertura:
"Por Jeff Share.Aún cuando la educación para los medios es un campo nuevo y emergente, ya existen varios tipos de educación mediática al servicio de diferentes objetivos, desde la protección moral hasta la alfabetización tecnológica. En este ensayo subrayo la importancia de crear y mantener una educación para los medios que se enfoque en la justicia social con la meta de crear una educación transformadora".

terça-feira, junho 29, 2004

Os jovens e a leitura da Imprensa

Há quem se preocupe em encontrar caminhos que procurem estreitar os laços entre os mais novos e os jornais e as revistas. Num artigo de Elisabetta Povoledo, publicado ontem no International Herald Tribune, sob o título Papers reach out to a new generation, referem-se alguns dos caminhos que na Europa, e em particular na Itália, estão a ser trilhados. Fica a parte inicial do texto:

"Faced with increasing competition from the Internet, mobile phones and other modern distractions, major European newspapers are joining forces to attract the youth audience - and teachers are more than willing to help.
In nearly 29,000 classrooms in Italy this past school year, students spent an hour a week comparing how different dailies covered the news, and the initiative, called "a newspaper in the classroom," looks set to spread to other European countries. The aim is to hone critical skills through the comparative study of newspapers and to bring teenagers closer to the print media (...".

sexta-feira, junho 25, 2004

Ser pai e mãe hoje

Correio da Manhã de domingo, sob o título "Pais aflitos, filhos no divã". Um extracto:

"Aos fins-de-semana, Martim, de sete anos, acorda cedo para assistir aos desenhos animados na televisão. Vive no Cacém com os pais e o irmão mais novo, de dez meses. Apesar de ser pequenino, o Vicente já participa em algumas brincadeiras, mas é a morder os bonecos ou a fazer barulho com a roca que se distrai mais. Com a chegada do irmão, Martim ficou mais sensível e chegou a fazer algumas cenas de ciúmes, problemas que foram ultrapassados com a ajuda do pedopsiquiatra ? médico especialista na área da saúde mental infanto-juvenil. A mãe, Cristina Amaro, 32 anos, não cabe em si de contente: ?Quando quer o Martim é uma criança muito afectuosa. Teve uma fase em que batia e cuspia nas pessoas, mas isso já faz parte do passado?, conta a funcionária de um hospital privado.(...)"

quarta-feira, junho 23, 2004

Lluis Artigas
Na morte de um lutador pela Educação para os Media


Realiza-se hoje, em Barcelona, o funeral de Lluis Artigas, um quadro superior da UNESCO que vinha dedicando, desde há vários anos, o melhor das suas energias a promover e apoiar programas de educação para os media. Um ataque cardíaco levou-o quando tanto estava ainda a desenhar-se, por sua iniciativa e estímulo. Conheci-o apenas há pouco mais de um ano, num encontro realizado em Tessalónica (Grécia), para o qual me convidou. Desde então, estreitaram-se os laços entre nós e eram vários os projectos que tínhamos em fase de lançamento. Um deles, era a redacção de um livro branco sobre a cooperação entre comunicadores (especialmente jornalistas) e educadores. O outro era o começo de vida de uma associação internacional de educação para os media (MENTOR), criada no final de Maio, num encontro na Universidade Autómnoma de Barcelona. A melhor forma de prestar tributo a este homem empenhado e solidário será dar continuidade aos sonhos que ambos partilhamos.
Se por acaso algum visitante ler estas palavras e quiser associar-se à homenagem a Lluis Artigas, a UNESCO acaba de abrir um site de condolências, onde se pode deixar uma mensagem.

segunda-feira, junho 21, 2004

Crianças-TV, tema de Universidade de Verão

Decorre de 12 a 16 de Julho, en Aranjuez, nos arredores de Madrid, uma Universidade de Verão sobre as crianças e a televisão, na qual intervêm alguns dos melhores especialistas na matéria, do país vizinho. Serão debatidos temas como "Consumo televisivo e oferta de conteúdos infantis"; "A educação e a televisão", "A indústria televisiva e as crianças", "A criança como espectador" e "Alternativas. O programa completo está disponível na Web. A iniciativa inscreve-se no programa de Verão da Universidade Internacional Menendez Pelayo.

sábado, junho 19, 2004

Blogues na educação: duas sugestões

O POnto Media de António Granado traz-nos hoje duas sugestões relacionadas com o uso dos weblogs na educação:
* "The educated blogger: Using weblogs to promote literacy in the classroom" e
* "The seven-year-old bloggers" ["Os 'bloggers' com sete anos"]: "Crianças de sete anos numa escola britânica estão a utilizar weblogs como parte da sua rotina normal e estão a ter melhores resultados do que os que não 'blogam', diz o seu professor".

sexta-feira, junho 11, 2004

RTP nas aulas de escolas ... francesas

Fonte: Jornal de Notícias

"A RTP e o Ministério da Educação francês assinaram, ontem, em Paris um acordo que permite o acesso e uso dos programas da RTP Internacional nas escolas francesas, beneficiando em particular os alunos de Português.
O protocolo, que tem a duração de dois anos, prevê ainda a utilização dos conteúdos da página de Internet da RTP, disse à Lusa Benoit Sillard, subdirector do Departamento das Tecnologias de Informação e da Comunicação para a Educação do Ministério.
O acesso será feito em todos os colégios, liceus e universidades, com antenas parabólicas, gravadores de vídeo e Internet de alta velocidade, "que são quase todas", garantiu. Este acordo "permite usar as imagens como elemento de aprendizagem e estar mais próximo da actualidade", frisou Sillard, adiantando que o Ministério da Educação já tem acordos semelhantes com a britânica BBC (canais BBC World e BBC Prime) e com a espanhola TVE Internacional.
Com esta "nova ferramenta", os professores de Português poderão, por exemplo, mostrar alguns minutos dos programas da RTPi aos seus alunos e trabalhar na compreensão oral e na análise das expressões idiomáticas.
"Também vai permitir mostrar uma imagem mais diversificada do que a dada pelos meios de comunicação franceses", explicou o responsável à agência Lusa.
Segundo Gonçalo Reis, administrador da RTP, o serviço prestado ao Ministério da Educação francês será feito gratuitamente, "até porque a RTP Internacional não é encarada como uma unidade de negócio". Simbolicamente, o protocolo foi assinado no "Dia de Portugal".
Mais de metade dos 10-18 anos tem computador

"Segundo os resultados do estudo Markteen da Marktest, mais de metade dos jovens entre os 10 e os 18 anos possui computador em casa, um terço possui email e mais de um quarto computador pessoal só deles.

De acordo com o Markteen , 55.0% das crianças e jovens entre os 10 e os 18 anos possui computador em casa. Esta variável é afectada sobretudo pela classe social, já que 78.7% dos jovens das classes alta/média alta afirmam possui-lo, face aos 61.1% da classe média e aos 43.4% das classes média baixa e baixa.
A posse de internet em casa é também muito frequente, atingindo 45.4% do universo. Também aqui, é ao nível da classe social que se registam as maiores diferenças, com taxas variando entre os 81.9% junto das classes alta e média alta, os 54.7% da classe média e os 27.5% das classes média baixa e baixa.
Um terço dos jovens entre os 10 e os 18 anos possui email: são 33.1%, valor que sobe para os 61.1% junto dos jovens das classes alta e média alta.
Computador pessoal só seu é comum junto de 27.4% dos jovens destas idades, valor que sobe para os 33.5% junto dos que têm entre 16 e 18 anos e para os 37.4% dos que residem na região Sul".
(Fonte: Marktest.com)

terça-feira, junho 08, 2004

Crianças "adultos prematuros"

As crianças vêem cada vez mais a televisão dos mais crescidos, e ficam acordadas até tarde. Esta é a conclusão a tirar de um debate ocorrido ontem em Espanha, de que a Imprensa de hoje se faz eco, e cujas linhas gerais poderão ser facilmente aplicadas a Portugal.
"La televisión está haciendo más adulto al niño y, al mismo tiempo está "infantilizando" al adulto", salientaram alguns dos intervenientes no debate.
"Según los últimos datos, más de 800.000 españoles menores de 14 años ven cada noche en torno a 41 minutos de televisión en 'prime time' (fuera del horario de protección) y unos 400.000 ven programas entorno a las 12 de la noche, es decir, cuando más televisión ven los niños es por la noche".
"Según el Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS), dos de cada tres padres reconocen que no controlan lo que ven sus hijos; el 31% de los niños de entre 4 y 12 años tiene un aparato de TV en su habitación y un 30% de los padres ve siempre o casi siempre la televisión con sus hijos".
TIC na Educação: a "ausência de discurso"


No portal e-Learning Europa foi colocado um extenso texto cuja leitura se recomenda. Trata-se de THE IMPACT OF ICT ON EDUCATION: THE THREE OPPOSED PARADIGMS , THE LACKING DISCOURSE, de Roni Aviram, Debbie Tami, membros do Center for Futurism in Education da Universidade Ben Gurion de Israel. Fica a introdução:

"Our motivation in writing this paper stems from the realization that inspite of the booming literature on ICT and education, there is almost no discourse on the subject. In other words, despite the large and often contradictory variety of approachs and attitudes in the field and in the literature, there is almost no systematic discussion amongs their upholders. Since the subject refers to the most influential change process in our educaional systems in the last and coming decades - a change process that is not only going to determine the form of the educaional system but also the nature of education and hence the nature of the coming generations - such lack of discourse can be profoundly detrimental to the very foundations of our societies . The lack of discourse may stem from the lack of appropriate recognition of the various and often opposed views on the subject that coexist, mostly without their adherents being aware of them not being identical or compatible, both in the ?field? and in the academic professional literature. The prevalence of such recognition is certainly a necessary condition for the mere acknowledgement of the need for discourse. Thus the main aim of this paper is to ?map the ground? and distinguish between the various and opposed views on ICT and education stemming from different approaches and attitudes to the subject. For this sake, we present a new methodological tool for analyzing theoretical and practical views towards the ?merger? between ICT and Education (section 1), use it for the analysis of several recent representative texts dealing with ICT and education (section 2) and distinguish in its light between three general clusters of views (henceforth we will call these clusters ?paradigms?) in this field (section 3). We conclude by claiming that a rational discussion on the issue, up until now lacking, can begin once one is aware of: a. The differences between these views and their many contradictions b. The possibility to compare these views despite their differences and their opposed tacit suppositions".

sexta-feira, junho 04, 2004

Mestrado dá habilitação para leccionar

O Curso de Mestrado a que este weblog se encontra vinculado, Ciências da Comunicação, área de especialização em Comunicação, Cidadania e Educação, da Universidade do Minho, é expressamente referido como podendo habilitar para a docência na nova disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação, prevista para os 9º e 10 anos de escolaridade. A medida consta do despacho 9493/2004 (2ª série) do Ministério da Educação, publicado no Diário da República de 14 de Maio passado.

quinta-feira, maio 27, 2004

Pedagogia dos Media na Universidade do Algarve

O curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Algarve organiza as II Jornadas de Comunicação sob o tema "Pedagogia dos Media - Imagens em Movimento". A iniciativa tem lugar em 3 e 4 de Junho, em Faro.

quarta-feira, maio 26, 2004

Professores no Brasil. E em Portugal?

Acaba de ser divulgado um estudo feito pela UNESCO-Brasil, que procurou caracterizar o perfil dos professores brasileiros do ensino fundamental e médio ("O perfil dos professores brasileiros: o que fazem, o que pensam, o que almejam"). Recorro à síntese feita pelo Intermezzo:
"Pouco mais de 20% dos professores lê jornal apenas uma ou duas vezes por semana. Mais de 40% dos docentes foram no máximo uma vez a museus. 58,4% nunca usa a Internet e quase 60% não tem correio eletrônico. A maioria, 74,3% tem como principal forma de lazer e informação a televisão. Outros dados divulgados essa semana pela Unesco: 80% têm entre 25 e 45 anos; os pais de 81% dos entrevistados não completaram o ensino básico; um terço dos professores se diz pobre. Mais da metade acredita que seus alunos enfraqueceram valores como compromisso social, responsabilidade, seriedade, honestidade, tolerância e respeito aos mais velhos."
O blog fornece links para os jornais que trouxeram matérias sobre o assunto.
Alguém conhece resultados de estudo análogo sobre os docentes portugueses? Se não há, valeria a pena fazer.

Países de língua portuguesa têm alto índice de analfabetismo

"O acesso universal à educação ainda é o maior desafio de sete dos oito países de língua portuguesa. A exceção é Portugal. Em países como o Timor Leste, o analfabetismo atinge pelo menos 50% da população adulta. Além disso, 25% das crianças e jovens entre seis e 16 anos não freqüentam a escola. Em Angola, a guerra de quase quatro décadas destruiu o sistema educacional. Apesar de pacificado há dois anos, o país tem milhares de pessoas analfabetas e profissionalmente desqualificadas. No Brasil, apesar do avanço nos últimos anos, ainda são 20 milhões de jovens e adultos que não sabem ler nem escrever.
Esse foi um dos temas de debates da reunião preparatória, ontem, dia 24, da V Conferência dos Ministros de Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza em Fortaleza. ?Enfrentar o analfabetismo é o primeiro passo para a inserção de um país no cenário econômico e social?, disse a embaixadora Vitória Cleaver, chefe da Assessoria Internacional do MEC...."
(Ler mais AQUI)

terça-feira, maio 25, 2004

Como é que os adolescentes imigrantes usam e avaliam as notícias

Uma comunicação apresentada esta semana, num dos foruns de Barcelona 2004, aborda um tema do qual estamos cada vez mais próximos:
"Migrant News Seekers: News media use and evaluation by Moroccan and Turkish adolescents in Flanders", de Noël Clycq do Policy Research Centre on Equal Opportunities (University Antwerp, Bélgica)
O resumo:
"This article empirically examines the use and evaluation of television news by young
?news seekers? of Moroccan and Turkish origin. The main research questions are: Do
?migrant? adolescents, between 18 and 28 years, consult the Flemish television news?
And, if so, how do they evaluate these broadcastings? By means of in-depth
interviewing we tried, in this qualitative study, to gain understanding in their
behaviour and attitudes towards Flemish television news. The results show that
respondents often do consult the Flemish news media, in particular the two main
Flemish broadcasting organisations, VTM (commercial television) and VRT (state
television). Satellite television is less popular among our respondents but nevertheless they sometimes consult these channels for a second opinion. Although the
consumption of Flemish television news is high, the respondents ventilated a few
critical remarks. Mainly the representation of ethnic minorities and of the Islam was a cause of concern for our respondents".

segunda-feira, maio 24, 2004

"Telejornalismo e Educação para a Cidadania"

Acaba de ser lançado no Brasil o livro "Telejornalismo e Educação para a Cidadania", da editora Beca e da autoria de Verônica Azevedo. "Trata-se de uma leitura que discute a inter-relação entre Educação e Comunicação, além de tratar sobre a importância de se abrir um espaço nos meios de comunicação, para que jovens e crianças se expressem sua criatividade e crítica. A autora faz um painel sobre a educação e os meios de comunicação em vários países e discute a função social do jornalismo e analisa o caso especial do telejornalismo no Brasil. A obra ainda relata com uma experiência prática realizada com jovens no interior de São Paulo, em uma parceria com 12 escolas públicas, uma emissora de TV aberta e a Universidade". (Fonte: JBCC)

sexta-feira, maio 21, 2004

A literacia, as crianças e o direito à informação

"THE RIGHT TO INFORMATION: THE KEY TO CHILDREN'S LITERACY AND LITERATURE" é o tema da coneferência que a Doutora Marian Koren profere segunda-feira, pelas 10.30, no Anfiteatro do Instituto de Educação e Psicologia, da Universidade do Minho, em Braga.
A Doutora Marian Koren é Presidente do Comité Freedom of Access to Information and Freedom to Expression da International Federation of Libraries Associations (IFLA) e
Secretária da Divisão de Educação e Formação da IFLA. A conferência é uma iniciativa conjunta do Projecto "Literacias: Contextos, Práticas, Discursos", desenvolvido no âmbito do Centro de Investigação em Educação, e dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho.

terça-feira, maio 18, 2004

O provedor dos leitores e a educação para os media

O novo provedor do DN, José Carlos Abrantes,trata, na sua coluna semanal, intitulada, desta vez, Interrogar o mundo a partir dos media da relação entre a função que exerce e a educação para os media. Deixo uma parte:

"Um acaso levou-me a Belfast no fim da semana passada, transferindo assim a reflexão sobre os media dos EUA para a Europa.
Transferência que não foi apenas geográfica mas também de mudança de perspectiva. De facto agora na Irlanda os mais de 200 congressistas reflectiram sobre educação para os media na Europa, domínio que é uma abordagem crítica da comunicação social e também uma oportunidade de interrogar o mundo em que vivemos a partir das representações que nos são fornecidas ou que construímos. Esta abordagem pode ser feita nas escolas como noutros lugares institucionais, ser feita com crianças, com jovens ou com cidadãos de todas as idades. Terá o papel do provedor dos leitores alguma coisa a ver com esta perspectiva de aprofundar, como competência dos cidadãos, um conhecimento crítico sobre os media? Julgo que sim.
O provedor exerce uma função que se situa entre os leitores e os jornalistas e entre estes e os leitores. Podemos pensar que, por vezes, será necessário explicar aos leitores como funciona a construção das notícias. Esse trabalho de explicação das rotinas jornalísticas cabe no papel do provedor, e pode classificar-se como integrado na educação para os media. Alguns exemplos: quais as rotinas tecnológicas e humanas que trazem, cada dia, cada hora, informações à redacção? Ou: como se decide o conteúdo do jornal do dia seguinte?
Da correspondência que tenho recebido verifico também que o papel do provedor é por vezes compreendido de uma forma demasiado extensiva, desejando algumas vezes os leitores que o provedor se pronuncie sobre matérias que não lhe estão atribuídas (como as colunas de opinião, a vigilância sobre a publicidade ou os produtos que são distribuídos ou postos à venda em conjunto com o jornal), solicitando, outras vezes, intervenções que não pode fazer, pois estas cabem nas competências do director, como a publicação de cartas do leitor na Tribuna Livre.
Outro aspecto será seguramente a interrogação sobre as escolhas narrativas, éticas e deontológicas feitas pelos autores de notícias. Desde que pelas interrogações e posições dos leitores, pelos comentários dos jornalistas ou pelas observações do provedor se entenda que a informação é uma realidade construída, uma narrativa não ficcional, teremos seguramente aberto um caminho de reflexão que interessa aos cidadãos em geral e aos educadores, em especial.
Uma última dimensão tem a ver com a própria integração do pensamento dos leitores na construção diária do jornal. Um jornal traduz-se em múltiplas relações (director/jornalistas, jornalistas-fontes?). Há também a relação jornal/leitores, relação fundadora da existência e continuidade do jornal. Trazer o mundo dos leitores para a vida quotidiana do jornal é seguramente uma mais-valia de qualquer publicação que decide ter um provedor. Didier Epelbaum (ex-provedor de France 2) lembrou-me recentemente, numa conversa, que Benjamin Bradley, chefe de redacção do Washington Post ao tempo do caso Watergate, teria afirmado que os jornalistas são provavelmente mais inteligentes que grande parte do público. Mas, dizia Bradley, há uma parte do público que é tão inteligente como os jornalistas e uma outra parte será, seguramente, mais inteligente que os jornalistas. É um privilégio da profissão de jornalista poder assim conviver com diferentes capacidades e poder aproveitar o que de melhor há na sociedade, mais concretamente nos seus leitores, para, quando é preciso, corrigir o tiro ou mesmo evitá-lo. E esta dimensão do outro é uma dimensão da educação para os media, arriscaria mesmo, de toda a educação. Viver com o outro, viver com os outros é prova de maturidade cívica, também de excelência profissional neste caso."



COMPETÊNCIAS DO PROVEDOR DOS LEITORES
Compete ao provedor dos leitores:
- Analisar as reclamações, dúvidas e sugestões formuladas por escrito pelos leitores.
- Proceder à crítica regular do jornal, com base nas regras éticas e deontológicas do jornalismo.
- Analisar e criticar aspectos do funcionamento e do discurso dos media que se possam repercutir nas reclamações com os respectivos destinatários.

Literacia digital e educação para os media

O Portal e-Learning Europa acaba de colocar em linha um texto de J.M.Perez Tornero, professor da Universidade Autónoma de Barcelona, intitulado Digital Literacy and Media Education: an Emerging Need, que merece leitura atenta, conjugado com um fórum de discussão sobre o meso tema, já antes aberto. Trata-se de enriquecer e alargar a orientção dominante em muitos projectos de e-learning, muito centrados nas competências técnicas e de uso de ferramentas.
Para o autor, a literacia digital constitui um processo que envolve pelo menos quatro dimensões:
"· Operational: The ability to use computers and communication technologies.
· Semiotic: The ability to use all the languages that converge in the new multimedia universe.
· Cultural: A new intellectual environment for the Information Society.
· Civic: A new repertoire of rights and duties relating to the new technological context."

domingo, maio 09, 2004

"Crescer entre linhas": um projecto para promover a leitura de jornais

Aproximar os jovens da leitura de jornais é o principal objectivo do convénio de cooperação assinado ontem numa localidade perto de Siena, em Itália, envolvendo alguns dos principais diários europeus de referência. Contam-se, entre eles, o "Times", "Le Monde", "El Mundo", "Frankfurter Allgemeine" e "Corriere della Sera". Associaram-se ainda os italianos "Il Sole 24ore" e "Quotidiano Nazionale". O nome do projecto é "Crescer entre linhas".

Informações complementares:
- "Crescere tra le righe - Giovani, Editori e Istituzioni a confronto"
- Studenti e giornali, un patto europeo
- Il Quotidiano in Classe: leggere per crescere
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Eis a Notícia publicada por "El Mundo":

EL MUNDO firma un acuerdo para llevar la prensa a la escuela con otros 4 grandes diarios europeos

IRENE HDEZ. VELASCO

¿Qué diantres es la Hoja de Ruta para Oriente Próximo? Cuándo se dice que una empresa ha experimentado un crecimiento negativo ¿significa eso que ha tenido pérdidas o ganancias? ¿De qué hablamos cuando hablamos de déficit?

El 66% de los chavales europeos se lamenta de que en muchas ocasiones no entiende el lenguaje enrevesado con el que están escritas las crónicas periodísticas. Y no es ésa la única queja que los jóvenes le echan en cara a la prensa. Siete de cada 10 protestan de que en los diarios se dedica muy poco espacio a los problemas de la juventud.

En fin, que a la inmensa mayoría de los adolescentes se les atraganta el periódico. De hecho, sólo el 9% asegura leer habitualmente un diario, frente al 82% que afirma seguir con asiduidad los informativos de televisión. Y eso no es todo: en la última década, el número de adolescentes que lee el periódico ha caído un preocupante 10%.

A fin de tratar de poner freno a esa tendencia, cinco grandes cabeceras europeas, entre las que se encuentra EL MUNDO, firmaron el sábado un acuerdo en La Bagnaia, una localidad italiana próxima a Siena que en los últimos dos días ha sido escenario de un encuentro sobre periodismo y adolescentes organizado por el Observatorio Permanente Jóvenes-Editores. El objetivo del acuerdo: acercar a los jóvenes a la lectura de diarios y contribuir así a la formación de la clase dirigente europea del futuro.

El convenio, que lleva el explícito nombre de Crecer entre líneas, ha sido rubricado por cinco de los más prestigiosos rotativos europeos: EL MUNDO, el británico 'The Times', el francés 'Le Monde', el alemán 'Frankfurter Allgemeine' y el italiano 'Corriere della Sera'. 'Il Sole 24ore' y el 'Quotidiano Nazionale' también se sumaron a la firma del acuerdo.

Proyecto común en la UE

"Este es el Maastrich de los periódicos", proclamaba axultante Andrea Ceccherini, presidente del Observatorio Permanente Jóvenes-Editores, tras la firma de este importante acuerdo. Y, a continuación, explicaba que el objetivo de esta recién nacida alianza, que agrupa a cinco grandes de la prensa europea, es promover durante el próximo año un proyecto común en todos los países de la Unión Europea destinado a acercar a los jóvenes a la lectura de periódicos.

Una meta por la que, desde su creación en octubre de 1989, EL MUNDO siempre ha apostado. Para los fundadores de nuestro periódico, la educación siempre ha sido un factor clave en el desarrollo de las generaciones futuras, un aspecto esencial para el buen funcionamiento del sistema democrático y, quizás, el único medio para segurar la integridad y la libertad intelectual de las personas·, aseguraba Pedro J. Ramírez, director de EL MUNDO, durante su intervención en el congreso de La Bagnaia.

Como ejemplo de ese compromiso, hace cinco años EL MUNDO puso en marcha el suplemento AULA, que se distribuye en numerosos colegios de toda España. Un proyecto que está inspirado en el programa de la UNESCO Newspapers Education y en las experiencias difundidas por la Asociación Mundial de Periódicos.

El acuerdo firmado en Italia para promover la lectura de periódicos entre los jóvenes europeos ha sido ya aplaudido por numerosas personalidades del mundo de la cultura y de la política."Creo que ésta es una idea que dará frutos", comentaba por ejemplo Giulio Andreoti, ex primer ministro italiano y senador vitalicio."