A pérola de Popper, o bule de Russell

Imagino que um bom lugar para começar seja com Karl Popper e seu critério da falseabilidade : a ideia de que, para ser digna de escrutínio científico, uma ideia ou hipótese precisa ser, ao menos em princípio, falseável: tem de haver pelo menos um resultado experimental que, se obtido, obrigaria, se não o abandono, ao menos uma profunda revisão da proposta inicial. A falseabilidade está intimamente ligada à ideia de previsão : uma proposta científica deve ser capaz de prever os resultados de experimentos. Uma previsão errada é sinal de que os cientistas têm de cavar mais fundo. Entre as afirmações não-falseáveis, Popper incluiu as alegações estritas de existência . Uma alegação estrita de existência é a afirmação de que alguma coisa existe, mas sem especificar onde, como ou de que forma. O exemplo usado por Popper era a afirmação de que "existe uma pérola que é dez vezes maior que a pérola imediatamente menor". Explica ele: "Uma alegação estrita ou pura de existên...