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Celular e câncer: lá vamos nós outra vez

Os jornais impressos fizeram um trabalho heroico para pôr em perspectiva a decisão da Agência Internacional de Pesquisa de Câncer  (IARC, na sigla em inglês) de classificar a exposição à radiação de celular na categoria de"possível cancerígeno", também chamada de Grupo 2B, mas a mídia eletrônica não teve dúvida em sair berrando por aí que "celular causa câncer" (eu ouvi isso no rádio duas vezes, só nesta manhã). Então, vamos por partes: não, não há nenhuma prova de que usar celular cause câncer. Não saiu nenhum novo estudo mostrando multidões de usuários com tumores brotando da cabeça. O Grupo 2B da IARC inclui, entre outros suspeitos, café, isopor, gasolina, óleo diesel e níquel (sim, o metal usado para fazer moedas). Ele reúne substâncias, compostos e situações para as quais a ligação com o câncer é possível, mas onde as provas existentes são insuficientes ou inadequadas. Acima do 2B existem dois outros grupos, o 2A ("provavelmente carcinogênico"

O cachorro unicelular imortal apronta mais uma

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A revista Science desta semana traz um artigo sobre uma das mais bizarras formas de vida existentes na Terra: o  Tumor Venéreo Transmissível Canino, ou TVTC. Agora, talvez você esteja confuso: eu falei em ser vivo e dei o nome de uma doença. Como assim? Bom, o fato é que o tumor canino é um ser vivo -- basicamente, uma célula que passa de um cão para outro (como o "venéreo" do nome diz, geralmente durante o ato sexual) e sobrevive como parasita do novo hospedeiro, sequestrando recursos de seu corpo para reproduzir-se. O que faz do TVTC uma criatura única, diferente de praticamente todos os parasitas conhecidos (o único caso similar ocorre em diabos da Tasmânia) é o fato de que, geneticamente, ele é um animal canino . Você pode imaginá-lo como um cão unicelular que vive pulando de hospedeiro em hospedeiro há 10.000 anos. Sabe-se que os tumores atuais têm todos um ancestral comum de alguns séculos atrás. (Fico imaginando a questão bioética que surgiria se uma doença ass