Psicologia aplicada à pseudociência
A bibliografia brasileira crítica sobre pseudociências é criminosamente escassa. Para cada dúzia de livros prometendo a cura quântica das hemorroidas ou a fórmula secreta da neurociência para pegar mulher e ganhar na loteria, saem -- um? dois? -- títulos tentando explicar que as coisas não são bem assim. Quase sempre, são traduções, como dos livros de Michael Shermer , Edzard Ernst ou Ben Goldacre . Quando um cientista brasileiro, portanto, decide separar parte de seu tempo para fazer algo a respeito do Febeapá (pseudo)científico em que vivemos, é hora de soltar rojão. Foi com enorme alegria, então, que recebi o livro Ciência e Pseudociência , de Ronaldo Pilati, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB). Vou confessar logo de cara que tenho algumas críticas: acho que o autor, nos capítulos introdutórios, poderia ter tratado a questão do falsificacionismo popperiano de maneira um pouco mais clara; e que foi muito caridoso com os envolvidos no caso