AH! Já me esquecia! Conseguem adivinhar onde fui, com a minha família? Quem é o primeiro?
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Ainda propósito de comer bem... vai um doce de castanha?
AH! Já me esquecia! Conseguem adivinhar onde fui, com a minha família? Quem é o primeiro?
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Festa do tabuleiro de Tomar
De quatro em quatro anos, a cidade de Tomar enche-se de vida!
Uma festa muito rica de tradições rituais, como Cortejo das Coroas, o Cortejo dos Rapazes, o Cortejo do Mordomo, a chegada dos Bois do Espírito Santo, a abertura das Ruas Populares Ornamentadas, os Cortejos Parciais, os Jogos Populares, o Grande Cortejo ou Cortejo dos Tabuleiros e a Pêza. Mas o momento mais alto da festa é o cortejo dos tabuleiros:
Todos vão ver as meninas com o seu tabuleiro multicolor seguro em cima da cabeça. Uma enorme cesta que chega a pesar, em média 22 kg , embelezada pelos vários andares de pães (cerca de trinta) coroados com o símbolo da pomba branca, que representa o Espírito Santo. É com orgulho que as belas moças transportam em cortejo pelas ruas da cidade .Cada tabuleiro representa as 16 freguesias do concelho de Tomar.
Dr. Fernando Araújo Ferreira refere que «o tabuleiro é um hino de cor. Um poema nascido da arte popular tomarense. Das mãos e inspiração do seu povo. Obedecendo a regras tradicionais, é ele que o arma é ele que o ornamenta. De gerações em gerações passou o jeito, a herança bonita. O Tabuleiro é uma oferta de pão, por isso o pão deve ficar à vista, a ornamentação pertence ao gosto de quem o decora, com flores de papel e verdura se for caso disso. O Cortejo vive e encanta pela variedade de cores e ornamentações.»
Um ritual de origem pagão, como agradecimento da boas colheitas, do final da Primavera à deusa de Ceres. Com a cristianização, e para não se perderem, as tradições profanas foram adaptadas e enquadradas às festas religiosas do Pentecostes. Segundo estudiosos, essas festas terão ganho força com a Rainha Santa Isabel, que terá lançado uma congregação do Espírito Santo, com a festa de Acção de Graças e de oferendas ao pobres, como sinal de igualdade entre os homens.
A última festa foi em 2007 , a próxima que segue será em 2011. Quando chegar, lembre-se de marcar na agenda, vai ver que vale a pena assistir a esta festa única no país.
Escrito por: João Pedro
Festa do tabuleiro, Tomar
Se acha que este texto é o melhor, vote na caixa de votos presente na barra lateral e aproveite para comentar. Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
Festa do Senhor do Calvário em Lageosa do Dão
Decorre no primeiro fim-de-semana de Julho, todos os anos na bela e sossegada Vila de Lageosa do Dão no Concelho de Tondela , Distrito de Viseu.
Desde miúdo que a conheço e celebro, sempre que posso. Foi aí mesmo que, fiz a minha Primeira Comunhão, trajado a rigor e tudo, tal como todos os outros.
Tudo começa na Igreja Paroquial de Lageosa do Dão. Nesse dia há uma missa especial, cujo coro é animado pela banda filarmónica de Vilar Seco (Nelas - Viseu). Os cânticos são magníficos e dá vontade de participar. Há um sermão proferido por um sacerdote convidado para o efeito. O tema é sempre diferente em cada ano. As crianças dos 6 anos em diante, comungam nesse dia pela primeira vez, após um ano lectivo de catequese na paróquia.
Trata-se da chamada Primeira Comunhão. Para que não se distingam os ricos dos pobres, todos os meninos levam uma capa vermelha, da cabeça aos pés, e desta forma todos se vestem de igual. As meninas têm uma capa também, mas mais clara. Pretende-se com o uniforme que todos estejam de igual aparência perante Deus e perante os Homens.
Segue-se uma procissão fabulosa desde a Igreja ao centro da Vila indo pelo caminho dos Maxiais e regressando à Igreja pelo cimo do Povo. Nesse dia quase todos os santos da Igreja são colocados em andores forrados de flores frescas e levados por voluntários crentes.
Os foguetes acompanhavam a procissão para indicar onde ela estava, agora foram proibidos.
Os Bombeiros locais com traje de Gala também participam, como que a pedir a protecção divina para a sua missão. É frequente os populares crentes e católicos, pagarem promessas, ou levando um andor ou oferecendo dinheiro para um santo em particular. Este reverte para as Obras da Igreja e da sua Comissão Fabriqueira que tem sempre bons projectos para realizar.
Em casa de cada um, neste dia especial, come-se borrego ou cabrito fresco, criado na terra, assado no forno e acompanhado de batata assada, salada mista e um bom vinho do Dão, produzido localmente também. A sobremesa inclui doces diversos que a dona da casa confeccionou e ameixas Rainha Cláudia e Maçãs Bravo de Esmolfe, também de origem local.
Esta é a festa e tradição mais importante da minha terra, para a qual está desde já convidado(a)!
Escrito por : Paulo
Lageosa do Dão, Tondela, Viseu
Se acha que este texto é o melhor, vote nele na caixa de votos, presente na barra lateral e aproveite para comentar aqui. Quem sabe ainda sai daqui o melhor comentário do mês!
CASTANHEIRA DA SERRA ( FAJÃO)
Escrito por Bruno Silva, do Blogue Castanheira da Serra
Castanheira da Serra- Fajão, Pampilhosa da Serra
Se acha que este texto é o melhor, vote na caixa de votos e aproveite para comentar. Quem sabesai daqui o melhor comentário do mês.
Segirei, uma aldeia transmontana
Rituais de Inverno
Um pouco por todo o nordeste transmontano, o reino maravilhoso de Miguel Torga, sobrevivem ainda algumas tradições seculares. As festas dos rapazes protagonizadas pelos caretos ou mascarados são uma tradição secular, transmitida de geração em geração e que envolve toda a população da aldeia.
Gozando da impunidade e da desordem, os mascarados encarnando a morte e o diabo assumem um papel de críticos, apontando e representando os actos mais reprováveis de alguns dos familiares e membros da comunidade, os quais devem assistir à representação de modo a que esses mesmos actos não voltem a ser praticados. Os caretos impõem a sua autoridade, por vezes, recorrendo à força e fazendo toda a espécie de brincadeiras.
Impõem aos outros o respeito e a ordem, fugindo eles mesmos às normas sociais e toando a liberdade própria de quem está acima de tudo e de todos.
Um dos símbolos dos rituais de inverno são as máscaras, que normalmente adquirem um aspecto diabólico. E que eu, enquanto artesão, insisto em produzir em vários tipos de madeira, para serem usadas no modo tradicional ou mesmo para decoração. A máscara possibilita a violação de fronteiras naturais, a superação de entidades, as transformações e metamorfoses mais profundas. As festas têm lugar entre os dias 25 e 28 de Dezembro e em algumas localidades na altura do Carnaval.
Nesta região as máscaras continuam a ser feitas por curiosos locais, que elaboram para seu uso ou para satisfazer pedidos de pessoas amigas; ou por indivíduos que se especializaram neste tipo de artesanato.
Ao longo dos tempos notasse que a tradição vai perdendo pormenores, no que se refere à confecção dos trajes, mas não perde o conteúdo principal dos seus ritos. Mesmo com as evoluções que o homem tem realizado ao longo dos tempos, esta é uma das poucas tradições que se mantém viva, resistindo a todos os contratempos da história da humanidade.
Escrito por Amável Alves Antão, do blogue Arte e Artesanato nas Máscaras de Amaro Antão
Bragança
Se acha este texto o melhor, vote nele na caixa de voto presente na barra lateral e aproveite para comentar. Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
A Páscoa na minha vila:
Minha aldeia na Páscoa
É linda a valer
É a Primavera em flor
É Jesus a renascer.
São os sinos a repicar
Para todos ao adro chamar
É a procissão que vai começar
Acendem-se velas para alumiar.
Alumia-se Nª Senhora
E Sto. António com o menino
Que são pelos crentes carregados
Entoando cânticos num hino.
Todos se revezam,
Para o andor carregar.
Uns cumprem promessas
Outros pedidos fazem, a rezar.
É a fé popular
Tradição já muito antiga
Foi a salvação por Nª Senhora
Que do povo foi tão amiga.
Da praga de gafanhotos
Livrou as searas fustigadas
E desde aí o povo prometeu
Sempre fazer as mesmas caminhadas.
Também um bodo se prometeu
Fazer aos pobres, anualmente
Onde nunca faltasse fartura
O carinho, a amizade e o crente.
No recinto do bodo,
Já fervilha o caldeirão
É muita a fartura neste dia
E a ninguém faltará o pão.
Antes do piquenique começar
Lá está o Sr padre para benzer
O pão, o vinho, a carne, a sopa,
E o folar, que todos hão-de comer.
Diz meu pai, por brincadeira
Que aquele vinho a todos faz bem,
Pois é o vinho de Nª Senhora
Abençoado pelo Sr. Padre: amem!
Pois não sei se é do vinho
Ou mesmo do próprio convívio
A alegria espalha-se por todos
Num contagiante alívio.
Também vêm espanhóis para o piquenique
Pois sempre prevaleceu a amizade
Entre estes dois povos vizinhos
Que juntos festejam em fraternidade.
Este ano faltaram os foguetes
E muito triste ficou o Tiago
Pois não pôde ir apanhar a cana
Para com ela brincar no largo.
“Olha a laranjinha
Que caiu, caiu,
Do cimo do monte
Nunca mais se viu…”
Assim canta o grupinho
Que parece mais contente
E logo chega o acordeão
Que dará voz a toda a gente.
E mais uma vez sorriu
Nª Senhora esplendorosa
Por ver a devoção de um povo
Nesta festa tão amistosa.
Espero que sempre haja
Quem continue esta festa
Que se mantenha a tradição
Nesta vila tão modesta.
Escrito por: Cristina R.,do Blogue Uma aldeia perdida entre montes
Falando da Freguesia de Salvaterra do Extremo,Concelho de Idanha-a-Nova,
Distrito de Castelo Branco.
Se acha que este texto é o melhor, vote nele na caixa de votos presente na barra lateral e aproveite para comentar. Quem sabe não sai daqui o melhor comentário do mês.
Festas da Senhora da Agonia
Milhares de visitantes chegam á cidade para as festas, caracterizadas pela animação, a exibição de ranchos folclóricos, de belíssimos trajes regionais, música, gastronomia e fantásticos espectáculos de fogo-de-artificio.
Dia 20, feriado municipal é o dia de Nossa Senhora d’Agonia. Na noite de 19 para 20 as gentes da ribeira passam a noite não na sua habitual e perigosa faina, mas na manifestação do seu amor pela Santa Padroeira, ao cobrirem as ruas com tapetes floridos para a passagem da Senhora.
O dia começa com bandas de música, gigantones e cabeçudos que percorrem as ruas da cidade.
À tarde depois da celebração solene presidida pelo Bispo da diocese, sai do santuário a imagem da Senhora da Agonia a caminho do Cais dos pilotos, onde será dada a “Bênção ao Mar” e às embarcações, seguindo-se-lhe a Procissão ao Mar e ao Rio com inúmeros barcos a acompanharem a Senhora na sua saída.
Caso o dia 20 não calhe a uma sexta, sábado ou domingo temos então mais estes 3 dias de festa. Sexta-feira de manhã realiza-se o desfile das mordomas.
As mordomas são as rainhas da Festa, raparigas solteiras, sem fama, que fazem os seus primeiros ex-votos de amor na Romaria da Nossa Senhora d’ Agonia.
A Fogueira da noite de NATAL
Já posso contar meio cento de anos,e é uma das tradiçõesque me deixa dizer pela vida fora uma só palavra:
(SAUDADES)
Desde bem pequenino,à meia noite a Missa do Galo,seguia se uma noite de alegria,convívio,amizade,o agrupamento dos Amigos,que com eles partilhávamos,a chouriça assada,o toucinho,a morcela,o copo de vinho,o queijo da serra,e só bem de madrugada,regressávamos a nossas casas para mais um ano de luta.
Escrito por: Vitor Brito, do blogue Vila Cova
Festa da noite de Natal
Se acha que este é o melhor, vote nele na caixa de votos da barra lateral e aproveite para comentar. Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
Aldeia do Esporão
Também no mês de Junho se realiza os festejos do arraial à moda antiga de Sto António,estes têm o seu palco na parte antiga do lugar,aonde ainda existem casas de xisto.As festas tem quermesse,bar aberto com petiscos regionais diversos,venda de artesanato de rendas e bordados,licores etc.
Temos uma capela do S.Miguel mandada constuir no ano de 1754.
Ainda predomina na aldeia o pastoreio e a agricultura,expluração de madeiras,apicutura,venda de mel e seus derivados.A aldeia tem uma vasta área florestal de espécies diversas.
Escrito por O Sobreiras
Festas da Aldeia do Esporão, Gois, Lousã
Se acha que este texto é o melhor, vote nele na caixa de votos na barra lateral e aproveite para comentar aqui. Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
Festa Litúrgica em Arrentela
Que raio de nome para porem a uma povoação, dirão aqueles que não estão familiarizados com o seu nome.É verdade, concordo! Também não gosto do nome nem tenho nenhuma simpatia especial com a povoação.
Todavia, não posso perder a oportunidade de confessar que já li nomes muitíssimos pires e que aquela tem encantos muito especiais.
Em 1384 já Arrentela era referida por Fernão Lopes, na crónica de D. João I e o seu aforamento do esteiro de Arrentela a Nuno Alvares Pereira, foi em 1403, que o doou conjuntamente com outras terras, ao Convento do Carmo, um ano depois.
Situa-se na margem sul do estuário do rio Tejo, em local alto e debruçado sobre o esteiro do Judeu, rio que secou segundo parece. Toda a região da margem sul do estuário do Tejo, integra a grande mancha terciária denominada Península de Setúbal.
Festas do Barreiro
Escrito por : Elvira Carvalho, do blogue : Sexta-feira
Festas de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro
Se acha que este texto é o melhor, vote nele na caixa de votações da barra lateral ecomente aqui. Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
Culto à "Senhora da Nazaré"
À semelhança do que acontece com muitos "citadinos" oriundos do interior, o apelo ao regresso às raízes levou-nos a adquirir uma pequena moradia com quintal, em Alcainça, Concelho de Mafra, para nos refugiarmos aos fins-de-semana e nas férias.
Escrito por : Pascoalita
Festa em honra de S. Miguel, Alcainça,(Concelho de) Mafra,
Se acha que este texto é o melhor, vote nele na caixa de votos presente na barra lateral e comente aqui. Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
Festas em Pedra Cavaleira muito animadas.
Este ano e como habitual da parte da tarde houve a missa seguida de procissão pelas ruas da Aldeia.
A festa segui-se a noite com o baile com a presença do grupo musical BRINCO BAILE em camião palco e ainda da presença do rancho folclórico Flor do Dão.
A festa foi muito animada e o grupo musical BRINCO BAILE trouxe musica popular a lembrar os bailes de antigamente uma agradável surpresa .
A meio do Baile houve uma pausa para a actuação do rancho Folclórico Flor do Dão
Para ver mais fotos desta grande festa, veja aqui.
Escrito por Ricardo, do blogue Pardieiros on line
Festa em Pedra Cavaleira, freguesia de Sigueiros, Distrito de Viseu.
Se acha que este texto é o melhor, vote nele na caixa de votações da barra lateral e comente aqui.
Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
Romarias
Em 2009, vai realizar-se de 10 a 16 de Agosto, com destaque para o dia 15, sábado, feriado nacional, e dia 16, domingo.
Se não mora na região do Barroso e quer participar na procissão e no arraial, deixamos-lhe um conselho: hospede-se em Chaves ou procure já alojamento ainda disponível, informando-se no Turismo local.
Artur Monteiro do Couto, do blogue Beleza serrana
Barroso, Chaves
Se acha que este texto é o melhor, vote nele na caixa de votações da barra lateral e comente aqui.
Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
Festas do Povo de Campo Maior
Na véspera do início da festa, todos os vizinhos, a que se juntam as visitas que vão chegando e enchem as casas, vão para a rua fazer a “enramação”. Todo o material vem par a rua e, já colocada a armação de paus e de arcos de madeira, são estendidas as cordas de flores, de franjas, ou lenços que vão fazer o tecto da rua. Este trabalho exige força e destreza e, por isso, é realizado pelos homens. Só depois desta fase terminada e já bem adiantada a noite, se colocam as flores mais trabalhadas que hão-de ficar ao nível da vista de quem passa. Nesta noite praticamente ninguém dorme. Diz-se na vila que, por essa altura, os doentes melhoram e os próprios moribundos adiam a hora de partir. A verdade é que, não costuma morrer ninguém no período das festas.
Quando a manhã nasce é altura de ver como ficaram as outras ruas. A vila aparece transfigurada pelo colorido dos tectos, pela variedade das flores, umas inspiradas em flores naturais, outras fruto da imaginação e da criatividade de quem as fez e, ainda, por uma variedade de objectos feitos de papel.
Com o avançar do dia, as festas deixam de ser só dos campomaiorenses. É a altura dos muitos forasteiros admirarem um trabalho único e irrepetível, como é próprio de tudo o que é artesanal.
A Rua de S. João nas Festas do Povo de 2004
Texto escrito por Júlia, do Blogue: Tejo e Odiana
Campo Maior, Distrito de Portalegre
Se acha que este texto é o melhor, vote nela na caixa de votações presente na barra lateral e comente aqui.r. Quem sabe sai daqui o melhor comentário do mês.
Monsanto : Festa de Santa Cruz
Originalmente uma tradição profana ligada ao ciclo da Primavera, foi cristianizada e associada ao lendário cerco do castelo, segundo algumas versões pelas tropas do pretor Lúcio Emílio Paulo em fins do século II a.C., segundo outras a um ataque dos mouros por volta de 1230, ou até posteriormente durante as lutas com Castela.
Em qualquer hipótese, os inimigos sitiantes procuraram vencer pela fome os defensores do castelo. A tradição refere que o cerco se prolongava já por sete longos anos, quando intramuros restavam apenas uma vitela magra e um alqueire de trigo. Uma das mulheres sugeriu então um estratagema desesperado para iludir o inimigo: alimentaram a vitela com o último trigo, lançando-a com alarde por sobre os muros do castelo, na direcção dos sitiantes.
Despedaçando-se contra as rochas, do ventre da vitela espalhou-se o trigo, abundantemente. Com essa manobra, o inimigo entendeu que os defensores ainda se encontravam milagrosamente providos de alimento, protegidos pela providência divina, levantando o cerco e se retirando da região.
O episódio é atribuído a um dia 3 de Maio (dia da Santa Cruz), razão pela qual nesta data, anualmente, as mulheres do povoado se vestem com as suas melhores roupas e, ao som de adufes e canções populares, agitando marafonas (bonecas coloridas com armação em cruz), algumas com potes caiados de branco, decorados e cheios de flores à cabeça, partem da povoação em direcção ao castelo. No interior do castelo, do alto das muralhas, os potes brancos, simbolizando a vitela, são lançados em direcção ao exterior, revivendo simbolicamente o episódio da salvação da vila.”
Recordo-me de me vestir igualmente de branco, ainda sem saber porquê, de tentar tocar o adufe que a Beatriz criteriosamente nos ensinava, e com o cabelo cheio de flores, miraculosamente equilibradas partir de manhã cedo em direcção ao castelo.
Subida íngreme, muito íngreme, vista de cortar a respiração.
Lá em cima no meio do nada, entre ruínas do que outrora tinha sido o “palco da salvação” assistir comovida à missa do dia e ouvir os cantares em vozes que não voltei a escutar, som que se propaga pela planície logo abaixo e que, jura quem de lá o escuta, se consegue ouvir a quilómetros de distância.
Parte das minhas raízes que acarinho. Pedaços de História. Bem hajam.
Texto escrito por Catarina, do blogue Once
Festas e Tradições de Monsanto, Idanha-a-Nova, Castelo Branco
Se acha que este texto é o melhor, vote nele na caixa de votos da barra lateral e aproveite para comentar. Quem sabe sai daqui o melhor comentário do Mês.
Capeia Arraiana – uma tradição exclusiva da raia sabugalense
Perde-se na noite dos tempos a origem da capeia arraiana como peculiar forma de lidar o touro. Esta peculiar tourada, que tem como grande originalidade um instrumento chamado forcão, apenas existe numa estreita faixa do concelho do Sabugal, ao redor da linha fronteiriça com Espanha.
Trata-se de um espectáculo único no mundo que, progressivamente, foi ganhando expressão e hoje, graças a manutenção dessa tradição, constitui uma imagem de marca daquele concelho raiano.
O forcão é um enorme triângulo formado com paus de carvalho, cortados e aparelhados a preceito. Na parte frontal, onde o touro investe, são-lhe colocadas as «galhas», que consistem em varas bifurcadas atadas com cordame. São necessários 20 a 30 homens de boa compleição física para o movimentarem, e com ele desafiarem o boi. A técnica consiste em saber rodopiar ao sabor das investidas do animal, evitando sempre que o mesmo contorne o aparelho ou consiga saltar-lhe para cima ou meter-se-lhe por baixo. Na manobra é crucial o papel do «rabejador», por norma homem alto e forte, que lá atrás, agarrado ao vértice do triângulo, é o verdadeiro timoneiro da aventura.
Antes da capeia propriamente dita, feita no largo da aldeia, realiza-se o «encerro». Tal espectáculo consiste no transporte e recolha do gado bravo para um curral no centro da aldeia, de onde sairá depois para a praça improvisada. Os touros vêm a pé, de lameiros afastados da terra, escoltados por cavaleiros, e entram em correria triunfal pelas ruas, com a população correndo também ou apinhada nos patamares das casas aplaudindo os touros e os garbosos cavaleiros que os acompanham.
Por antiquíssima tradição o calendário anual das capeias nas terras raianas do concelho do Sabugal inicia-se na Lageosa, a 6 de Agosto e termina a 25 do mesmo mês em Aldeia Velha. São pois 20 dias de intenso frenesim.
Pelo meio sucedem-se as touradas nas restantes aldeias. Aldeia do Bispo e Soito não perdem tempo, seguindo-se Alfaiates, Aldeia da Ponte, Ozendo, Forcalhos, Vale de Espinho, Fóios e também, mais recentemente, Rebolosa, Ruivós e Vale das Éguas.
A capeia é uma tradição que por si só constitui uma imensa potencialidade que o Sabugal pode e deve aproveitar para se projectar no futuro.
Paulo Leitão Batista, do blogue Capeia Arraiana.
Festas e tradições do concelho de Sabugal, Guarda
Se acha que este texto é o melhor, vote na caixa de voto na barra lateral e já agora aproveite para o comentar. Quem sabe sai daí o melhor comentário do mês.