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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ainda propósito de comer bem... vai um doce de castanha?


No Domingo passado decidimos ir passear, em família (eu, o meu marido, os meus filhotes e os meus sogros). Fomos empurrados pela vontade de saborear as primeiras castanhas, imaginem por "Terras do Demo", segundo Aquilino Ribeiro. O sol parecia um pouco traiçoeiro para viajar, mas decidiu sorrir para nós. Entre as Serras da Lapa e da Zebreira, a presença de castanheiros é uma constante e marca profundamente a paisagem natural da região. Mesmo ao longe e em viagem, é possível distinguir os seus ouriços. Embora um pouco envergonhados, conseguem dar um ar da sua graça, anunciando a quem lá passa, a chegada de S. Martinho, para breve.



Assim que chegámos à encantadora terra, sentimos logo o ambiente de festa, que prometia ser bem animada: já ao longe ouviam-se concertinas a anunciar bailarico e pairava pelo ar um cheirinho a castanha assada.


E não nos enganámos! Para quem adora castanha, a festa era um pequeno "paraíso". Havia castanhas para todos os gostos. No meu caso, que gosto de castanha crua, não podia deixar de experimentar a maior castanha da terra, que até ganhou o primeiro prémio. Mas para quem gosta dela transformada, sempre podia degustar uma mão cheia delas assada.



Para quem diz que não gosta (como o meu primogénito), mas que não se importa de comer doces, as senhoras da terra confeccionaram uma série de sobremesas diferentes, para entrar no concurso. Eram tantos que ele não sabia o que escolher...


Era mousse, doces de ovos, Bolos, pudins, bombons, entre outros, tudo com sabor a castanha.
E para quem gosta de um bom lanchinho, nada como barrar o pão com doce de castanha...

Ora digam lá se não dá água na boca!

Nesta festa, quem não podia faltar, era mesmo a Confraria da Castanha, a primeira no país desde 2006. Tem como principal objectivo preservar, divulgar e promover a castanha, assim como toda a cultura, a gastronomia e a tradição relacionada.

Acompanhada de uma "pinga" de jeropiga directamente do pipo, de música tradicional e de uma boa conversa com os amigos, a festa não podia ser melhor!
Pena não ter conseguido arrancar nenhuma receita para partilhar convosco...parece que vai ficar no segredo dos deuses...quem sabe numa próxima!


AH! Já me esquecia! Conseguem adivinhar onde fui, com a minha família? Quem é o primeiro?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Festa do tabuleiro de Tomar


De quatro em quatro anos, a cidade de Tomar enche-se de vida!


Uma festa muito rica de tradições rituais, como Cortejo das Coroas, o Cortejo dos Rapazes, o Cortejo do Mordomo, a chegada dos Bois do Espírito Santo, a abertura das Ruas Populares Ornamentadas, os Cortejos Parciais, os Jogos Populares, o Grande Cortejo ou Cortejo dos Tabuleiros e a Pêza. Mas o momento mais alto da festa é o cortejo dos tabuleiros:

Todos vão ver as meninas com o seu tabuleiro multicolor seguro em cima da cabeça. Uma enorme cesta que chega a pesar, em média 22 kg , embelezada pelos vários andares de pães (cerca de trinta) coroados com o símbolo da pomba branca, que representa o Espírito Santo. É com orgulho que as belas moças transportam em cortejo pelas ruas da cidade .Cada tabuleiro representa as 16 freguesias do concelho de Tomar.

Dr. Fernando Araújo Ferreira refere que «o tabuleiro é um hino de cor. Um poema nascido da arte popular tomarense. Das mãos e inspiração do seu povo. Obedecendo a regras tradicionais, é ele que o arma é ele que o ornamenta. De gerações em gerações passou o jeito, a herança bonita. O Tabuleiro é uma oferta de pão, por isso o pão deve ficar à vista, a ornamentação pertence ao gosto de quem o decora, com flores de papel e verdura se for caso disso. O Cortejo vive e encanta pela variedade de cores e ornamentações.»

Um ritual de origem pagão, como agradecimento da boas colheitas, do final da Primavera à deusa de Ceres. Com a cristianização, e para não se perderem, as tradições profanas foram adaptadas e enquadradas às festas religiosas do Pentecostes. Segundo estudiosos, essas festas terão ganho força com a Rainha Santa Isabel, que terá lançado uma congregação do Espírito Santo, com a festa de Acção de Graças e de oferendas ao pobres, como sinal de igualdade entre os homens.

A última festa foi em 2007 , a próxima que segue será em 2011. Quando chegar, lembre-se de marcar na agenda, vai ver que vale a pena assistir a esta festa única no país.

Escrito por: João Pedro
Festa do tabuleiro, Tomar

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Festa do Senhor do Calvário em Lageosa do Dão


Decorre no primeiro fim-de-semana de Julho, todos os anos na bela e sossegada Vila de Lageosa do Dão no Concelho de Tondela , Distrito de Viseu.

Desde miúdo que a conheço e celebro, sempre que posso. Foi aí mesmo que, fiz a minha Primeira Comunhão, trajado a rigor e tudo, tal como todos os outros.

Tudo começa na Igreja Paroquial de Lageosa do Dão. Nesse dia há uma missa especial, cujo coro é animado pela banda filarmónica de Vilar Seco (Nelas - Viseu). Os cânticos são magníficos e dá vontade de participar. Há um sermão proferido por um sacerdote convidado para o efeito. O tema é sempre diferente em cada ano. As crianças dos 6 anos em diante, comungam nesse dia pela primeira vez, após um ano lectivo de catequese na paróquia.

Trata-se da chamada Primeira Comunhão. Para que não se distingam os ricos dos pobres, todos os meninos levam uma capa vermelha, da cabeça aos pés, e desta forma todos se vestem de igual. As meninas têm uma capa também, mas mais clara. Pretende-se com o uniforme que todos estejam de igual aparência perante Deus e perante os Homens.

Segue-se uma procissão fabulosa desde a Igreja ao centro da Vila indo pelo caminho dos Maxiais e regressando à Igreja pelo cimo do Povo. Nesse dia quase todos os santos da Igreja são colocados em andores forrados de flores frescas e levados por voluntários crentes.

Os foguetes acompanhavam a procissão para indicar onde ela estava, agora foram proibidos.

Os Bombeiros locais com traje de Gala também participam, como que a pedir a protecção divina para a sua missão. É frequente os populares crentes e católicos, pagarem promessas, ou levando um andor ou oferecendo dinheiro para um santo em particular. Este reverte para as Obras da Igreja e da sua Comissão Fabriqueira que tem sempre bons projectos para realizar.

Em casa de cada um, neste dia especial, come-se borrego ou cabrito fresco, criado na terra, assado no forno e acompanhado de batata assada, salada mista e um bom vinho do Dão, produzido localmente também. A sobremesa inclui doces diversos que a dona da casa confeccionou e ameixas Rainha Cláudia e Maçãs Bravo de Esmolfe, também de origem local.

Esta é a festa e tradição mais importante da minha terra, para a qual está desde já convidado(a)!

Escrito por : Paulo
Lageosa do Dão, Tondela, Viseu
 
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CASTANHEIRA DA SERRA ( FAJÃO)

Perdida na Serra do Açor (Paisagem Protegida), a pequena povoação de Castanheira da Serra esconde-se entre as imponentes montanhas que a rodeiam.
Vitíma do isolamento e da interioridade, fustigada por vários incêndios florestais, esta aldeia do concelho Pampilhosa da Serra, freguesia de Fajão, acolhe, actualmente, pouco mais de uma dezena de pessoas, a maioria idosos. Longe vão os tempos em que esta aldeia, construída em xisto, era habitada por mais de 50 famílias, segundo relatos dos mais velhos. A fuga para as grandes cidades do Litoral, em especial Lisboa, e a
emigração para a França, durante a vigência do Estado Novo, na busca de uma vida melhor, conduziu à, inevitável, desertificação.
No Verão, o tempo parece voltar para trás e em Agosto os filhos da Terra regressam à Castanheira da Serra. É ali que muitos passam as suas férias ou aproveitam para recuperar forças nos fim de semana prolongados. A beleza natural; o verde, o ar puro; o silêncio e o «bem receber» das gentes da Serra, é o que a Castanheira da Serra tem para oferecer a quem a visita. No Verão pode esperar dias muito quentes. No Inverno, prepare-se para o frio, e por vezes, para a neve. É que a Castanheira eleva-se quase aos mil metros de altura. Quando visitar esta pequena aldeia, não pode deixar de passar pelas míticas fontes de água pura, fresca e cristalina, escondidas entre um conjunto de imponentes castanheiros centenários (há quem diga mesmo milenáres, devido ao grandioso porte que estas árvores exibem).
A «Fonte dos Namorados», mais reservada e escondida, é ideal para... namorar. A da «Palaia», ideal para quem quer fazer uma boa patuscada. O queijo curado de cabra, o mel (puro) e água-ardente de mel ou de
medronho são produtos, cada vez mais raros, mas de inegável qualilade, deve procurar provar quando visitar a Castanheira da Serra. A chanfana de cabrito, a saborosa broa de milho, as filhós e a tijelada, são alguns dos pratos típicos desta pequena aldeia, inserida na região do Alto Ceira.
Para ajudar a fazer render as pequenas reformas, os poucos habitantes desta aldeia dedicam-se à prática de uma agricultura de subsistência -produção de batata, milho, feijão - e à criação de gado, em especial de cabras.
A Comissão de Melhoramentos de Castanheira da Serra, cridada em 1952, tem tido um papel decisivo e fundamental no desenvolvimento desta pequena aldeia. Entre os vários melhoramentos realizados por esta colectividade de cariz regionalista contam-se: a construção do ramal de acesso da estrada principal à aldeia; a construção da Casa do Povo - onde todos os castanheirenses se reúnem para beber um café, para dois dedos de conversa, uma partida de Suéca ou, simplesmente, ver televisão - a construção de um campo de futebol de cinco; a construção de uma piscina - equipamento que faz as delícias dos mais novos -; e a construção da rede e tanques de abastecimento de água à população - a água, que existe em abundância na zona e que é captada e armazenada em dois tanques de grande porte, para depois ser distribuída, gratuitamente, por toda a população.
São Tiago é o padroeiro desta pequena aldeia, sendo que as festas em sua honra se realizam a 15 de Agosto. Na pequena Capela de Castanheira da Serra realce para a existência de uma pequena imagem de Santa Goreti, que dizem ter sido trazida de Itália.
Quem visita a Castanheira da Serra, promete voltar depressa ao «paraíso» que encontrou perdido na Serra do Açor.

Escrito por Bruno Silva, do Blogue Castanheira da Serra
Castanheira da Serra- Fajão, Pampilhosa da Serra

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Segirei, uma aldeia transmontana

“Segirei, aldeia transmontana, situada no concelho de Chaves.Por entre montes e vales, rodeada por terras da Galiza e de Vinhais, é um pequeno paraíso da raia transmontana. Apesar de ser a aldeia mais distante da sede do concelho e com um número reduzido de habitantes, mantém viva muitas das suas festas e tradições, onde todos se associam, desde os residentes aos ausentes.
Começamos em Janeiro, com o cantar dos reis e a merenda/convívio que junta os cantadores e todos os habitantes.
Em Fevereiro, chega o Entrudo, com a tradição de comer o cozido à mesa e correr o Carnaval pelas ruas da aldeia acompanhados pelo Entrudo e pela Quaresma.
 Segue-se a Páscoa, com a confecção dos típicos folares transmontanos e o cantar da Aleluia no adro da igreja às 0h00 do dia de Páscoa.
Agosto, festa em honra de São Gonçalo, padroeiro da aldeia, festa de verão, festa dos emigrantes, com muita alegria e boa disposição. 1 de Novembro, dia de todos os Santos, e a tradicional Fogueira após a
romagem ao cemitério e a homenagem aos finados, confraternizando entre todos.
Entre Novembro e Janeiro, a Matança do Porco, onde as tarefas são dividas pelos homens e pelas mulheres, onde há entreajuda entre todos. Dezembro, mês do Natal.
Anualmente há dois mordomos, sendo nomeados pela ordem de vizinhança. É da sua responsabilidade ornamentarem as duas varas com um lenço e guloseimas, para oferecer às crianças, para que no dia de Natal desfilem pelas ruas da aldeia. Inicia-se com a alvorada de uma Charanga, a missa de Natal, e a entrega das varas aos mordomos do ano seguinte. À noite há baile na antiga escola da aldeia.
Segirei, pequena aldeia transmontana, mas que muito se orgulha dos elevados valores e tradições que ali se preservam.”
Escrito por Tânia Oliveira, do blogue segirei
Segirei, Chaves
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Rituais de Inverno


Um pouco por todo o nordeste transmontano, o reino maravilhoso de Miguel Torga, sobrevivem ainda algumas tradições seculares. As festas dos rapazes protagonizadas pelos caretos ou mascarados são uma tradição secular, transmitida de geração em geração e que envolve toda a população da aldeia.


Gozando da impunidade e da desordem, os mascarados encarnando a morte e o diabo assumem um papel de críticos, apontando e representando os actos mais reprováveis de alguns dos familiares e membros da comunidade, os quais devem assistir à representação de modo a que esses mesmos actos não voltem a ser praticados. Os caretos impõem a sua autoridade, por vezes, recorrendo à força e fazendo toda a espécie de brincadeiras.

Impõem aos outros o respeito e a ordem, fugindo eles mesmos às normas sociais e toando a liberdade própria de quem está acima de tudo e de todos.

Um dos símbolos dos rituais de inverno são as máscaras, que normalmente adquirem um aspecto diabólico. E que eu, enquanto artesão, insisto em produzir em vários tipos de madeira, para serem usadas no modo tradicional ou mesmo para decoração. A máscara possibilita a violação de fronteiras naturais, a superação de entidades, as transformações e metamorfoses mais profundas. As festas têm lugar entre os dias 25 e 28 de Dezembro e em algumas localidades na altura do Carnaval.

Nesta região as máscaras continuam a ser feitas por curiosos locais, que elaboram para seu uso ou para satisfazer pedidos de pessoas amigas; ou por indivíduos que se especializaram neste tipo de artesanato.

Ao longo dos tempos notasse que a tradição vai perdendo pormenores, no que se refere à confecção dos trajes, mas não perde o conteúdo principal dos seus ritos. Mesmo com as evoluções que o homem tem realizado ao longo dos tempos, esta é uma das poucas tradições que se mantém viva, resistindo a todos os contratempos da história da humanidade.

Escrito por Amável Alves Antão, do blogue Arte e Artesanato nas Máscaras de Amaro Antão
Bragança

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A Páscoa na minha vila:



Minha aldeia na Páscoa
É linda a valer
É a Primavera em flor
É Jesus a renascer.


São os sinos a repicar
Para todos ao adro chamar
É a procissão que vai começar
Acendem-se velas para alumiar.


Alumia-se Nª Senhora
E Sto. António com o menino
Que são pelos crentes carregados
Entoando cânticos num hino.


Todos se revezam,
Para o andor carregar.
Uns cumprem promessas
Outros pedidos fazem, a rezar.



É a fé popular
Tradição já muito antiga
Foi a salvação por Nª Senhora
Que do povo foi tão amiga.


Da praga de gafanhotos
Livrou as searas fustigadas
E desde aí o povo prometeu
Sempre fazer as mesmas caminhadas.
Também um bodo se prometeu
Fazer aos pobres, anualmente
Onde nunca faltasse fartura
O carinho, a amizade e o crente.


No recinto do bodo,
Já fervilha o caldeirão
É muita a fartura neste dia
E a ninguém faltará o pão.
Antes do piquenique começar
Lá está o Sr padre para benzer
O pão, o vinho, a carne, a sopa,
E o folar, que todos hão-de comer.


Diz meu pai, por brincadeira
Que aquele vinho a todos faz bem,
Pois é o vinho de Nª Senhora
Abençoado pelo Sr. Padre: amem!


Pois não sei se é do vinho
Ou mesmo do próprio convívio
A alegria espalha-se por todos
Num contagiante alívio.


Também vêm espanhóis para o piquenique
Pois sempre prevaleceu a amizade
Entre estes dois povos vizinhos
Que juntos festejam em fraternidade.
Este ano faltaram os foguetes
E muito triste ficou o Tiago
Pois não pôde ir apanhar a cana
Para com ela brincar no largo.

“Olha a laranjinha
Que caiu, caiu,
Do cimo do monte
Nunca mais se viu…”



Assim canta o grupinho
Que parece mais contente
E logo chega o acordeão
Que dará voz a toda a gente.



E mais uma vez sorriu
Nª Senhora esplendorosa
Por ver a devoção de um povo
Nesta festa tão amistosa.



Espero que sempre haja
Quem continue esta festa
Que se mantenha a tradição
Nesta vila tão modesta.



Escrito por: Cristina R.,do Blogue Uma aldeia perdida entre montes
Falando da Freguesia de Salvaterra do Extremo,Concelho de Idanha-a-Nova,
Distrito de Castelo Branco.

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Festas da Senhora da Agonia

As grandes festas da Senhora da Agonia, como desde há um século é classificada a romaria, são revestidas de brilhantismo e solenidade religiosa. Celebram-se em Viana do Castelo, capital do Minho no Norte de Portugal. entre os dias 15 e 25 de Agosto de forma a coincidir com sexta, sábado e domingo.


Milhares de visitantes chegam á cidade para as festas, caracterizadas pela animação, a exibição de ranchos folclóricos, de belíssimos trajes regionais, música, gastronomia e fantásticos espectáculos de fogo-de-artificio.
Dia 20, feriado municipal é o dia de Nossa Senhora d’Agonia. Na noite de 19 para 20 as gentes da ribeira passam a noite não na sua habitual e perigosa faina, mas na manifestação do seu amor pela Santa Padroeira, ao cobrirem as ruas com tapetes floridos para a passagem da Senhora.

O dia começa com bandas de música, gigantones e cabeçudos que percorrem as ruas da cidade.



À tarde depois da celebração solene presidida pelo Bispo da diocese, sai do santuário a imagem da Senhora da Agonia a caminho do Cais dos pilotos, onde será dada a “Bênção ao Mar” e às embarcações, seguindo-se-lhe a Procissão ao Mar e ao Rio com inúmeros barcos a acompanharem a Senhora na sua saída.


Caso o dia 20 não calhe a uma sexta, sábado ou domingo temos então mais estes 3 dias de festa. Sexta-feira de manhã realiza-se o desfile das mordomas.


As mordomas são as rainhas da Festa, raparigas solteiras, sem fama, que fazem os seus primeiros ex-votos de amor na Romaria da Nossa Senhora d’ Agonia.

(Foto da autoria de Jerónimo Martins Lomba; pode encontrá-la aqui.)

Da parte da tarde realiza-se a procissão solene Sábado à tarde é o dia do cortejo etnográfico, aqui desfilam os usos e costumes do Alto Minho as tradições, as feiras, as paradas agrícolas e os cortejos temáticos. As Festas da Senhora da Agonia são consideradas as maiores de Portugal

Texto escrito por : Emília do blogue Aprendemos ( há mais fotografias dessa festa, no blogue, vá espreitar)Festa da Agonia, Viana do Castelo, Braga
 
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A Fogueira da noite de NATAL


Já posso contar meio cento de anos,e é uma das tradiçõesque me deixa dizer pela vida fora uma só palavra:

(SAUDADES)

Desde bem pequenino,à meia noite a Missa do Galo,seguia se uma noite de alegria,convívio,amizade,o agrupamento dos Amigos,que com eles partilhávamos,a chouriça assada,o toucinho,a morcela,o copo de vinho,o queijo da serra,e só bem de madrugada,regressávamos a nossas casas para mais um ano de luta.

Escrito por: Vitor Brito, do blogue Vila Cova
Festa da noite de Natal

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Aldeia do Esporão

A aldeia do Esporão situada na serra da Lousã,pertence à freguesia e concelho de Góis, distrito de Coimbra.Tem actualmente uma população residente de 57 habitantes.

Na nossa aldeia a festade maior relevo é em honra de S.Miguel,padroeiro da mesma.Sendo a sua realização,sempre no último fim de semana de Setembro.A festa é abrilhatada com musica ao vivo, e o baile dura até ás tantas.Havendo o tradicional almoço regional,com doçaria totalmente confecionada pelas senhoras da aldeia.

Também no mês de Junho se realiza os festejos do arraial à moda antiga de Sto António,estes têm o seu palco na parte antiga do lugar,aonde ainda existem casas de xisto.As festas tem quermesse,bar aberto com petiscos regionais diversos,venda de artesanato de rendas e bordados,licores etc.

Existe na aldeia comércio diverso,restauração,oficinas de reparação auto,mini-mercado,casa de convívio com biblioteca,apartamento de aluguer para estadias,parque de lazer com churrasqueira e fornotradicional,parque infantil,possui nuclo museológico que retrata oas tempos de outrora.

Temos uma capela do S.Miguel mandada constuir no ano de 1754.
Ainda predomina na aldeia o pastoreio e a agricultura,expluração de madeiras,apicutura,venda de mel e seus derivados.A aldeia tem uma vasta área florestal de espécies diversas.

Escrito por O Sobreiras
Festas da Aldeia do Esporão, Gois, Lousã

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Festa Litúrgica em Arrentela


Que raio de nome para porem a uma povoação, dirão aqueles que não estão familiarizados com o seu nome.É verdade, concordo! Também não gosto do nome nem tenho nenhuma simpatia especial com a povoação.

Todavia, não posso perder a oportunidade de confessar que já li nomes muitíssimos pires e que aquela tem encantos muito especiais.
Em 1384 já Arrentela era referida por Fernão Lopes, na crónica de D. João I e o seu aforamento do esteiro de Arrentela a Nuno Alvares Pereira, foi em 1403, que o doou conjuntamente com outras terras, ao Convento do Carmo, um ano depois.
Situa-se na margem sul do estuário do rio Tejo, em local alto e debruçado sobre o esteiro do Judeu, rio que secou segundo parece. Toda a região da margem sul do estuário do Tejo, integra a grande mancha terciária denominada Península de Setúbal.

O estuário do Tejo sofre as influencias das marés do Oceano Atlântico e consequentemente as suas margens sobem e descem duas vezes em cada dia, ocasionando um espectáculo lindíssimo, dado a configuração das ditas, banhando as povoações do Seixal, Cavaquinhas, Arrentela, Torre da Marinha e Amora, esta última agora já Cidade na outra margem. A Baia, é circundado por estrada em toda a sua extensão, com zonas pedonais e iluminação.

A padroeira da terra é Nossa Senhora da Conceição e a sua igreja localizada num dos pontos altos da povoação, têm vistas deslumbrantes para, Amora. Seixal, Moinhos de Maré e finalmente Lisboa. Todavia a sua festa “Maior” é em honra de Nossa Senhora da Soledade, que, segundo as crónicas da época, aquando o terramoto de 1755, as águas do Tejo subiram ocasionando uma das maiores catástrofes naturais no nosso País, tendo povo o crente e não crente acorrido, à Igreja transportando a imagem da Santa, fazendo descer águas.
Em Torre da Marinha, localidade desta freguesia, esteve instalado a primeira fábrica do país, de tratamentos de lãs, que confeccionava as fazendas para apetrechar de fardamento todo o exercito português, das suas fardas. Deixando mais tarde de o fazer, por razões que se prenderam com problemas de falcatruas, danosas para o estado, assunto que foi noticiado e afixado em todos os quarteis.
Em 1872, um grupo de operários da Companhia de Lanifícios de Arrentela, fundou a Sociedade Filarmónica Fabril Arrentelense e pouco anos depois foi criada a Sociedade Filarmónica Honra e Glória Arrentelense. Desentendimentos motivados pela partilha de ambas as bandas do uso do coreto, levou a confronto entre os 2 grupos devidamente fardados se envolvessem numa desordem colossal, acabando muitas cabeças rachadas, fruto dos trombones usados como armas bélicas potentes. A rixa, acabou horas mais tarde, com a presença da Guarda Real. O Coreto aludido já não existe.
No dia 1 de Novembro de cada ano, realiza-se a procissão em honra da Senhora da Soledade, tal como aludi acima, muito concorrida e com a presença de inúmeros fieis que acorrem de todas as povoações vizinhas.
As festas iniciam-se uns dias antes e tem o seu explendor com a realização de missa e Ladinha (já por mim referenciada no conto de 29 de Junho 09 – Pecados Meus) na véspera à noite , culminando com a procissão do dia 1.
O município do Seixal, sede do Concelho, e que dista apenas 2km de Arrentela, dispõe de antigas fragatas do Tejo, à vela, devidamente restauradas, que proporcionam um passeio muito agradável na Baia e no Tejo, bastando para o efeito efectuar a inscrição no seu departamento de turismo.
Escrito por Zé do Cão, do Blogue Zé do Cão
Festa em Arrentela, Seixal, Lisboa
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Festas do Barreiro



Quando eu era menina, todos os anos ocorria um facto que nos deixavam muito felizes. Era em Agosto as festas em honra de Nª Sr.ª do Rosário no Barreiro. Dizer que nós éramos pobres é colorir a vida quase miserável que tínhamos. Mas uma ida à festa no dia da procissão, que acompanhávamos religiosamente, entrar numa taberna depois da procissão e comprar um melão para matarmos a fome, e ficar até ser noite para que as crianças vissem a iluminação do arraial, era sagrado para meus pais. E nós que vivíamos num velho barracão sem água nem luz, abríamos os olhos de espanto para todo aquele brilho que fazia a noite parecer dia. O carrossel, os aviões, o poço da Morte, as barraquinhas de venda, faziam-nos ficar parados, a sonhar…
Lembro-me do dia em que meus irmãos se vestiram de anjinhos, em paga de uma promessa feita pela minha mãe. Estavam lindos, apesar de os fatos muito simples terem sido emprestados, e das sandálias terem sido feitas pelo meu pai com cartão e tiras de um velho lençol. Engraçado que eu também queria ir vestida assim e meu irmão não queria. Lembro-me que pedi à minha mãe para ir no lugar dele e ela não deixou. Eles tinham estado doentes a promessa era para eles.
A procissão de N.ª S.ª do Rosário realiza-se no dia 15 de Agosto. Consta-se que no local da actual igreja, havia uma pequena ermida dedicada a S. Roque. Mais tarde passou para a Irmandade de S. Pedro, constituída pelos pescadores da vila. Como estes eram devotos da Virgem do Rosário, em breve começaram a festejá-la.
Com o terramoto de 1755 a pequena capela ficou quase destruída. Restaurada e ampliada, em breve era um dos principais pontos de romagem, da margem sul, tornando-se a capela pequena para tanto romeiro em busca de milagres. A imagem saía de Lisboa em barco, festivamente engalanado, e escoltado por inúmeros barcos de pescadores, em direcção ao Barreiro, que já se encontrava em festa para recebê-la. No final do séc. XVIII, D. Maria I emitiu o alvará que permitiu a construção da actual igreja. A procissão hoje só em terra, realiza-se a de Agosto.

Escrito por : Elvira Carvalho, do blogue : Sexta-feira
Festas de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro

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Culto à "Senhora da Nazaré"

Imagem retirada da internet ( Gradil 2006)

À semelhança do que acontece com muitos "citadinos" oriundos do interior, o apelo ao regresso às raízes levou-nos a adquirir uma pequena moradia com quintal, em Alcainça, Concelho de Mafra, para nos refugiarmos aos fins-de-semana e nas férias.

A festa local em honra de S. Miguel de Alcainça ocorre anualmente em Setembro, mas os habitantes estavam mais envolvidos com os preparativos da festa da Freguesia vizinha, que se prendiam com o culto da imagem da "Senhora da Nazaré" de que eu nunca ouvira falar.

Trata-se do Círio da Senhora da Nazaré que circula pelas 17 Freguesias do Concelho de Mafra, sendo a festa a cargo da freguesia que a recebe e na qual se mantém até ao ano seguinte. Todos os anos a imagem é transportada em romaria de uma para outra freguesia, algumas distando vários quilómetros, obrigando a um cortejo moroso de coches, cavalos e pessoas a pé, chegando a demorar várias horas. Durante o percurso os "anjos" cantam as "loas" e as estradas enchem-se de devotos e um dos actos mais significativos tem lugar à chegada, em que o pároco eleva a imagem no ar mostrando-a à população. A festa prolonga-se por 10 dias ou mais!

Alcainça era apenas ponto de passagem da imagem que se deslocava da Freguesia da Enxara do Bispo para a Igreja Nova, facto que se repetirá no próximo mês de Setembro. Da festa ocorrida alguns anos depois em Alcainça, retenho poucas lembranças dignas de nota, mas o brilho das velas e lampiões a incidir nas pétalas das flores que cobriam a estrada, as pessoas ajoelhadas no alcatrão a rezar e os lamentos dos mais idosos que prevendo ser aquela a sua última visão da imagem se despediam acenando com lenços brancos à passagem do cortejo, constituíram um cenário que ficou gravado até hoje na minha memória. Portugal continua um país rico em tradições religiosas!

Escrito por : Pascoalita

Festa em honra de S. Miguel, Alcainça,(Concelho de) Mafra,

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Festas em Pedra Cavaleira muito animadas.

Esta festa realiza-se todos os anos no dia 5 de Agosto , neste dia é o dia em que as gentes desta pequena terra pertencente a freguesia de Silgueiros (Viseu) se juntam pois muitas das pessoas oriundas desta aldeia se encontram emigradas e este é o local de reencontro daquela pessoa amiga que não se vê a algum tempo.
Este ano e como habitual da parte da tarde houve a missa seguida de procissão pelas ruas da Aldeia.

A festa segui-se a noite com o baile com a presença do grupo musical BRINCO BAILE em camião palco e ainda da presença do rancho folclórico Flor do Dão.

A festa foi muito animada e o grupo musical BRINCO BAILE trouxe musica popular a lembrar os bailes de antigamente uma agradável surpresa .

A meio do Baile houve uma pausa para a actuação do rancho Folclórico Flor do Dão
Para ver mais fotos desta grande festa, veja aqui.

Escrito por Ricardo, do blogue Pardieiros on line
Festa em Pedra Cavaleira, freguesia de Sigueiros, Distrito de Viseu.

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Romarias

Nas diferentes religiões, encontram-se múltiplos exemplos de peregrinações a santuários situados, por vezes, a grandes distâncias.


Com uma função religiosa e lúdica, elas constituem como que o ponto culminante da vida das populações rurais, na renovação do vestuário, nas folias e, para os mais jovens, momentos possíveis para se arranjarem namoros. Também, não raras vezes, devido ao consumo excessivo de álcool, alguns provocavam desordens. Actualmente, o progressivo afastamento da sociedade tradicional, provocado pelo desenvolvimento cultural e económico, podemos afirmar que as atitudes negativas quase desapareceram. Ficou o lazer e os ciclos anuais de alegria, no encontro com os amigos, e a devoção aos padroeiros.

As Romarias mais importantes do Concelho são a de Nossa Senhora da Livração, em Boticas, e a do Santuário do Senhor do Monte, freguesia de Pinho. Podemos afirmar que as férias de todos os da diáspora giram à volta destas datas. Reúnem todos os anos muitos milhares de pessoas. Os programas são ricos e variados.

A festa do Senhor do Monte realiza-se à volta de um Santuário amplo, bonito, vistoso, com belas paisagens e um parque admirável. Todas as numerosas famílias têm condições para estenderem os equipamentos necessários para comerem, confortavelmente, as deliciosas merendas à sombra de árvores frondosas, onde tanto se pode comer, beber, cantar ou dançar, sem incomodar ninguém. Até às 14 horas, trata-se do espírito, da fé, do cumprimento de promessas e de apresentar novos pedidos e promessas para o ano seguinte.

Os tradicionais andores, as bandas de música, os ranchos folclóricos dão vida e colorido artístico ao verde dos pinheiros, dos carvalhos, das giestas e das urzes. Propomos-lhe que participe numa festa destas, aberta a todo o público, no último domingo de Julho. Aqui ninguém paga nada, ninguém lhe pergunta por contas, a não ser os feirantes dos brinquedos, dos chapéus de palha e de outros produtos regionais. Os pobres camponeses misturam-se com os hóspedes ricos dos hotéis de Vidago, Pedras Salgadas, Chaves ou das Casas Rurais do concelho, numa sintonia perfeita de bem-estar. A fé nos santos e nos homens é pura; não há fanatismo nem calculistas. Há harmonia e um casamento perfeito do homem com a fé e a natureza.

A Romaria de Nossa Senhora da Livração, que tem por base o terceiro domingo de Agosto, realiza-se na sede do concelho e tem um carácter programático mais universalista. Durante uma semana, associa as Actividades Económicas da região ao manto da Santa Padroeira, que movimenta multidões, sobretudo, quando antes do arraial se realiza uma das procissões mais bonitas e bem organizadas do interior norte de Portugal: abrindo o cortejo os imponentes cavalos e cavaleiros da Guarda Nacional Republicana, seguidos da fanfarra dos bombeiros, vindos dos lados do Porto, da juventude, elegância e aprumo dos escuteiros, acompanhados dos estandartes e representantes da Associações Culturais do Concelho, das figuras bíblicas representadas por crianças vestidas como rezam as crónicas, com vestes vindas de Braga, e o desfile continua durante horas com anjos e santos a percorrerem as ruas da vila, contemplados das janelas das casas, dos passeios ou miradouros mais elevados, ao som dos acordes de marchas religiosas tocadas pelas bandas musicais escolhidas a preceito. Assistência e actores sentem-se orgulhosos do que está a acontecer. É um quadro tão diversificado e tão belo que nenhum pintor pode reproduzir na melhor tela do Mundo. É grande de mais para caber lá. Quer ver para crer?


Em 2009, vai realizar-se de 10 a 16 de Agosto, com destaque para o dia 15, sábado, feriado nacional, e dia 16, domingo.

Na majestosa procissão, dia 15 pelas 18 horas, irão desfilar 30 (trinta) andores adornados com flores naturais em volta de todos os santos e santas padroeiras das freguesias do concelho, e não só. Quatro (4) bandas musicais e a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de S. Mamede de Infesta, logo atrás dos imponentes cavalos e cavaleiros da G N R, tudo vestido a rigor, abrindo o cortejo.

Se não mora na região do Barroso e quer participar na procissão e no arraial, deixamos-lhe um conselho: hospede-se em Chaves ou procure já alojamento ainda disponível, informando-se no Turismo local.


Artur Monteiro do Couto, do blogue Beleza serrana
Barroso, Chaves

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Festas do Povo de Campo Maior

Com alguns meses de antecedência concebe-se o projecto de ornamentação da rua. Depois, as resmas de papel vão sendo transformadas em flores para os canteiros e cordas para o tecto. Horas e horas de trabalho cujo produto vai sendo armazenado, calculadas as quantidades por pessoas experientes nesta tarefa, para que não haja falhas no dia em que elas serão colocadas na rua.


Na véspera do início da festa, todos os vizinhos, a que se juntam as visitas que vão chegando e enchem as casas, vão para a rua fazer a “enramação”. Todo o material vem par a rua e, já colocada a armação de paus e de arcos de madeira, são estendidas as cordas de flores, de franjas, ou lenços que vão fazer o tecto da rua. Este trabalho exige força e destreza e, por isso, é realizado pelos homens. Só depois desta fase terminada e já bem adiantada a noite, se colocam as flores mais trabalhadas que hão-de ficar ao nível da vista de quem passa. Nesta noite praticamente ninguém dorme. Diz-se na vila que, por essa altura, os doentes melhoram e os próprios moribundos adiam a hora de partir. A verdade é que, não costuma morrer ninguém no período das festas.

Quando a manhã nasce é altura de ver como ficaram as outras ruas. A vila aparece transfigurada pelo colorido dos tectos, pela variedade das flores, umas inspiradas em flores naturais, outras fruto da imaginação e da criatividade de quem as fez e, ainda, por uma variedade de objectos feitos de papel.

Com o avançar do dia, as festas deixam de ser só dos campomaiorenses. É a altura dos muitos forasteiros admirarem um trabalho único e irrepetível, como é próprio de tudo o que é artesanal.

A Rua de S. João nas Festas do Povo de 2004

Texto escrito por Júlia, do Blogue: Tejo e Odiana
Campo Maior, Distrito de Portalegre

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Monsanto : Festa de Santa Cruz

Foto cedida pela Olho de Turista (2009)
O castelo está ligado à tradição da principal celebração de Monsanto: a Festa da Santa Cruz.


Originalmente uma tradição profana ligada ao ciclo da Primavera, foi cristianizada e associada ao lendário cerco do castelo, segundo algumas versões pelas tropas do pretor Lúcio Emílio Paulo em fins do século II a.C., segundo outras a um ataque dos mouros por volta de 1230, ou até posteriormente durante as lutas com Castela.

Em qualquer hipótese, os inimigos sitiantes procuraram vencer pela fome os defensores do castelo. A tradição refere que o cerco se prolongava já por sete longos anos, quando intramuros restavam apenas uma vitela magra e um alqueire de trigo. Uma das mulheres sugeriu então um estratagema desesperado para iludir o inimigo: alimentaram a vitela com o último trigo, lançando-a com alarde por sobre os muros do castelo, na direcção dos sitiantes.

Despedaçando-se contra as rochas, do ventre da vitela espalhou-se o trigo, abundantemente. Com essa manobra, o inimigo entendeu que os defensores ainda se encontravam milagrosamente providos de alimento, protegidos pela providência divina, levantando o cerco e se retirando da região.

O episódio é atribuído a um dia 3 de Maio (dia da Santa Cruz), razão pela qual nesta data, anualmente, as mulheres do povoado se vestem com as suas melhores roupas e, ao som de adufes e canções populares, agitando marafonas (bonecas coloridas com armação em cruz), algumas com potes caiados de branco, decorados e cheios de flores à cabeça, partem da povoação em direcção ao castelo. No interior do castelo, do alto das muralhas, os potes brancos, simbolizando a vitela, são lançados em direcção ao exterior, revivendo simbolicamente o episódio da salvação da vila.”

Recordo-me de me vestir igualmente de branco, ainda sem saber porquê, de tentar tocar o adufe que a Beatriz criteriosamente nos ensinava, e com o cabelo cheio de flores, miraculosamente equilibradas partir de manhã cedo em direcção ao castelo.

Subida íngreme, muito íngreme, vista de cortar a respiração.

Lá em cima no meio do nada, entre ruínas do que outrora tinha sido o “palco da salvação” assistir comovida à missa do dia e ouvir os cantares em vozes que não voltei a escutar, som que se propaga pela planície logo abaixo e que, jura quem de lá o escuta, se consegue ouvir a quilómetros de distância.

Parte das minhas raízes que acarinho. Pedaços de História. Bem hajam.

Texto escrito por Catarina, do blogue Once
Festas e Tradições de Monsanto, Idanha-a-Nova, Castelo Branco

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Capeia Arraiana – uma tradição exclusiva da raia sabugalense




Perde-se na noite dos tempos a origem da capeia arraiana como peculiar forma de lidar o touro. Esta peculiar tourada, que tem como grande originalidade um instrumento chamado forcão, apenas existe numa estreita faixa do concelho do Sabugal, ao redor da linha fronteiriça com Espanha.

Trata-se de um espectáculo único no mundo que, progressivamente, foi ganhando expressão e hoje, graças a manutenção dessa tradição, constitui uma imagem de marca daquele concelho raiano.

O forcão é um enorme triângulo formado com paus de carvalho, cortados e aparelhados a preceito. Na parte frontal, onde o touro investe, são-lhe colocadas as «galhas», que consistem em varas bifurcadas atadas com cordame. São necessários 20 a 30 homens de boa compleição física para o movimentarem, e com ele desafiarem o boi. A técnica consiste em saber rodopiar ao sabor das investidas do animal, evitando sempre que o mesmo contorne o aparelho ou consiga saltar-lhe para cima ou meter-se-lhe por baixo. Na manobra é crucial o papel do «rabejador», por norma homem alto e forte, que lá atrás, agarrado ao vértice do triângulo, é o verdadeiro timoneiro da aventura.

Antes da capeia propriamente dita, feita no largo da aldeia, realiza-se o «encerro». Tal espectáculo consiste no transporte e recolha do gado bravo para um curral no centro da aldeia, de onde sairá depois para a praça improvisada. Os touros vêm a pé, de lameiros afastados da terra, escoltados por cavaleiros, e entram em correria triunfal pelas ruas, com a população correndo também ou apinhada nos patamares das casas aplaudindo os touros e os garbosos cavaleiros que os acompanham.

Por antiquíssima tradição o calendário anual das capeias nas terras raianas do concelho do Sabugal inicia-se na Lageosa, a 6 de Agosto e termina a 25 do mesmo mês em Aldeia Velha. São pois 20 dias de intenso frenesim.

Pelo meio sucedem-se as touradas nas restantes aldeias. Aldeia do Bispo e Soito não perdem tempo, seguindo-se Alfaiates, Aldeia da Ponte, Ozendo, Forcalhos, Vale de Espinho, Fóios e também, mais recentemente, Rebolosa, Ruivós e Vale das Éguas.

A capeia é uma tradição que por si só constitui uma imensa potencialidade que o Sabugal pode e deve aproveitar para se projectar no futuro.


Paulo Leitão Batista, do blogue Capeia Arraiana.
Festas e tradições do concelho de Sabugal, Guarda


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