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terça-feira, 20 de outubro de 2009

"GRELOS À POBRE"


Na tentativa de escrever sobre gastronomia da minha terra natal, na Beira interior, Concelho de Trancoso, subi ao sótão e remexi no baú das minhas recordações.
Mas para além do excelente pão (mistura de centeio e trigo) que a minha mãe cozia uma vez por semana, do rancho melhorado aos Domingos que quase sempre se traduzia num prato de arroz com feijão cujo agradável sabor ainda guardo na memória, das batatas cozidas com ovos ou bacalhau e da enorme terrina onde nunca faltava sardinha ou chicharro de escabeche, pouco mais há a dizer, a menos que contasse o episódio em que estando na aldeia de férias, me fechei na adega a comer pão com azeitonas e a certa altura tentando encher a enézima malga delas, mergulhei dentro da tina e quase morria afogada eheheh...
Mas a gastronomia beirã é muito rica e variada e bastante apreciada e, apesar das minhas curtas estadias, sempre que vou até lá delicio-me com os pratos da região, tanto em restaurantes durante a viagem, como os pratos preparados pela minha sogra, em Marialva, concelho de Mêda.
O cabrito assado em forno de lenha, o famoso coelho bravo na região da Mêda, o excelente queijo de ovelha de Celorico da Beira e arredores, o saboroso presunto, os enchidos, o requeijão feito com o soro que resta após a manufactura do queijo e os vinhos, são apenas alguns exemplos.Mas porque são as coisas mais simples que quase sempre nos dão mais prazer, uma das iguarias beirãs que mais aprecio e que aprendi a fazer já adulta, com o meu marido, são os "grelos à pobre", um prato que segundo dizem os mais velhos, constituía num passado não muito longínquo, a única refeição diária das famílias da aldeia. Servem-se acompanhados de farinheiro ou moiro cozidos e tostados na "sertã" e/ou torresmos.
Nota: A receita será anexada com a publicação do texto no meu Blogue.


Escrito por Pascoalita


Se gostou deste texto, vote nele de dia 28 a 31 de Outubro. Aproveite para comentar. Quem sabe, é seleccionado para melhor comentário!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Trancoso e a Feira de S. Bartolomeu

Foto: OLHO DE TURISTA, LDA



Trancoso é uma cidade da Beira Alta, cheia de História e de Tradições.


Sou natural de Mêda, terra que tenho orgulho, onde ainda vivem os meus pais e tenho praticamente toda a minha família. Mas desde pequena, tinha como referência, Trancoso, a terra dos grandes mercados e feiras da região. É em Trancoso que os comerciantes e os compradores, oriundos de vários pontos da região, marcam encontro.

Eu vinha algumas vezes, especialmente no Verão, com os meus pais ao mercado, para comprar galinhas e patos para o nosso galinheiro. Segundo diziam, era um bom local para escolher e comprar os melhores pintos, para engorda e poedeira. Sempre que vinha ficava fascinada com tanta gente nas ruas em cada esquina, lá estava uma mulher a convidar os visitantes a comprar os seus sapatos, ou a sua roupa de marca, da última moda, garantindo qualidade.

Uma grande festa, a meu ver, que só poderia ser arrematada com o pão delicioso de Trancoso, que chamam de "pão espanhol". Como gostava desse pão... para não falar das sardinhas doces, que nem sempre me compravam ...

Mas a festa maior é mesmo em Agosto, com a Feira de S. Bartolomeu, que com o tempo tem vindo a melhorar. A primeira vez que fui a essa festa, foi há cerca de dezasseis anos atrás, era eu miúda. Para ganhar uns trocos nas férias de Verão, naquele ano eu e a minha prima fomos representar a Adega Cooperativa de Mêda. Promovíamos o vinho em exposição e dávamos provas aos turistas que aí iam passando na feira.

Tal como a Mêda, outras localidades da região participam, até hoje neste evento, como Trancoso, Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Pinhel, Almeida, Figueira Castelo Rodrigo, Sernancelhe e Penedono. Concelhos que estão integrados na AENEBEIRA( Associação Empresarial do Nordeste da Beira), uma das entidades organizadoras da feira, que em parceria com a Câmara Municipal de Trancoso e a Trancoso Eventos, reorganizaram e requalificaram esta feira secular.
Foto: OLHO DE TURISTA, LDA


É uma feira secular, porque foi fundada a 8 de Agosto de 1273 por D. Afonso III e obteve mais tarde, com D. Dinis o reconhecimento e o privilégio de se realizar mensalmente, com a duração de 3 dias.

O nosso rei poeta viu nesta linda terra um excelente ponto estratégico do reino, quer para as trocas comerciais, que desenvolveram rapidamente a economia local e regional, quer para a defesa do território. Por algum motivo escolheu Trancoso para o enlace real com D. Isabel de Aragão.

Com o tempo, a feira sofreu algumas alterações e deixou de ter o impacto inicial, até entrarem em acção essas entidades organizadoras, que desde 1992 têm vindo a batalhar para renascer de novo esta feira.

Agora acontece apenas uma vez por ano, ao longo de 9/ 10 dias, coincidindo com as festas litúrgicas dedicadas a S. Bartolomeu (que terá sido apóstolo de Jesus Cristo), sempre em Agosto.

Olhando para trás, para aquele ano em que participei, como representante da Adega Cooperativa de Mêda, a feira evoluiu imenso.

Enquanto que antes estávamos expostos na rua, junto da porta d'Él Rei , agora existe um edifício Multiusos, onde se instalam confortávelmente parte de expositores, com os produtos regionais produzidos na região, como o queijo, enchidos, vinhos, azeite, mel, entre outros. Ao lado do Multiusos, há tasquinhas com gastronomia da região, muita música para animar a festa nocturna, diversões, entre outros. Foto: OLHO DE TURISTA

Para além disto, Trancoso recentemente foi classificada como Aldeia Histórica de Portugal, pelo seu belíssimo património que coroa a cidade, com o seu imponente castelo e a sua presença viva na História, pelas marcas históricas lá deixadas:

- na capela de S. Bartolomeu, local escolhido para o enlace real de D. Dinis e a Rainha Isabel de Aragão;

- como Berço dos lendários Magriço e Bandarra;

- o Palco da Batalha de S. Marcos;

- pelo importante Centro da História Judaica;

-o local de inspiração de Gil Vicente para escrever o Auto da "Mofina Mendes";

- o Quartel-General do General Inglês, Beresford, aquando das invaõses francesas.




São muitas as razões para conhecer Trancoso, agora que estamos em tempo de férias e de festas.

Ficou com vontade para visitar Trancoso e a sua feira?
Então participe no passatempo que já começou no dia 8 de Agosto e acaba dia 16 de Agosto:




Faça aqui um comentário, començando com a frase:
"Este ano vale a pena ir à feira de S. Bartolomeu, porque(...)"

Habilita-se a ganhar 2 bilhetes de entrada para a feira e uma refeição para duas pessoas, dentro do recinto da mesma, no Restaurante "Encanta"(2º prémio).

Para o melhor comentário , o primeiro prémio é uma dormida para duas pessoas na Residêncial Dom Dinis, em Trancoso.

Uma oferta da organização da Feira de S.Bartolomeu, de Trancoso.