quinta-feira, 6 de junho de 2013
National Health - National Health (1977)
A National Health foi uma deliciosa banda que emergiu tardiamente no movimento Canterbury e, talvez por isso mesmo, reuniu o quem é quem da coisa. O som dela é mais prog que o das demais, mas ainda infectado por jazz. É bem verdade que a gente precisa tomar cuidado com esses rótulos todos. A maioria dos caras relacionados com o movimento Canterbury o rejeita. Robert Wyatt dizia que não tinha nada a ver com o lugar, apenas coincidiu de ir finalizar os estudos lá. Dave Stewart então, disse que só se apresentou por alí e mais nada. O único cara natural do lugar era Hugh Hopper. O fato é que a Wilde Flowers formou-se ali, chamou a atenção, e a imprensa é que criou o rótulo. Bem, mas voltando à National, ela formou-se da reunião de membros das bandas Hatfield and the North, Gilgamesh e Henry Cow e seu nome foi inspirado num prosaico par de óculos que Dave Stewart recebeu do sistema de saúde nacional britânico. Que inveja, não é mesmo? Aqui no Brasil o sistema nacional de saúde não está dando nem atendimento, ultimamente. Ah...mas o Ministério da Saúde ia gastando alguns milhões na confecção de cartazes em homenagem ao Dia das Prostitutas.
Dave Stewart -piano elétrico e acústico,órgão
Phil Miller -guitarra
Neil Murray -baixo
Pip Pyle -bateria e percussão
Alan Gowen -Moog,piano (1,2,3)
Jimmy Hastings -flauta e clarineta
John Mitchell -percussão
Amanda Parsons -vocal
1. Tenemos Roads
2. Brujo
3. Borogoves (Excerpt from part two)
4. Borogoves (Part one)
5. Elephants
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Delivery - Fools Meeting (1970)
A Delivery surgiu lá pelo meio dos anos 60 como uma banda de R&B e tinha como fundadores os irmãos Miller e Pip Pyle, três expoentes da cena Canterbury. Ao passo em que alguns membros saíram e outros entraram, eles foram misturando o rock ao jazz. Roy Babbington, futuro membro da Nucleus e da Soft Machine, teve um papel importante nisso. Em 69 eles fizeram uma parceria com a cantora e poetisa Carol Grimes para lançarem juntos esse álbum aqui. Por razões contratuais ela não pôde figurar como membro da banda, então o disco saiu na época como Carol Grimes & Delivery. Aí a gravadora insistiu que a garota deveria seguir carreira solo, que ela poderia ser a Janis Joplin britânica (tinham falado a mesma merda para Maggie Bell) e ela caiu. Depois do lançamento de Fools Meeting a banda deu um tempo e foi reformulada dois anos depois com a entrada do ex-Caravan Richard Sinclair no baixo. Logo adiante Steve Miller deu lugar a Dave Stewart nos teclados e banda passou a se chamar Hatfield and the North.
Steve Miller -piano
Phil Miller -guitarra
Roy Babbington -baixo
Pip Pyle -bateria
Carol Grimes -vocal,percussão
Lol Coxhill -sax soprano e tenôr
Roddy Skeaping -violino (Miserable Man)
Richard Sinclair -baixo (One for You)
1 Blind To Your Light
2 Miserable Man
3 Home Made Ruin
4 Is It Really The Same
5 We Were Satisfied
6 The Wrong Time
7 Fighting It Out
8 Fools Meeting
9 Harry Lucky
10 Home Made Ruin (alternate take)
11 Is It Really The Same (live)
12 Blind To Your Light (live)
13 One For You
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Caravan - Caravan (1968)
Richard Sinclair, seu primo David, Pye Hastings e Richard Coughlan, todos tinham tocado na Wilde Flowers e a Caravan foi fundada depois que Kevin Ayers e Robert Wyatt saíram para fundarem a Soft Machine. O som da Wilde Flowers era baseado no R&B com toques de jazz e o pessoal da Caravan mudou um pouco a direção para o rock pscodélico, mantendo o jazz na balança. Só que a sofisticação e o virtuosismo que os caras empregaram os colocam como fundadores do rock progressivo, ao lado da The Nice e de Giles, Giles & Fripp. Nesse primeiro disco eles ainda estavam tateando no gênero e procurando um público que estava a se formar, por isso o disco não vendeu muito e, para piorar, sumiu das lojas quando a gravadora MGM fechou na Inglaterra. Por sorte, um contrato com a Decca não demorou; bastou que um produtor os visse no palco. Dentre toda a constelação de grandes bandas prog que estava surgindo, a Caravan foi a mais sutil.
Richard Sinclair -baixo,guitarra,vocal
David Sinclair -órgão,piano,vocal
Jimmy Hastings -flauta (4,12)
Pye Hastings -guitarra,baixo,vocal
Richard Coughlan -bateria
Mono:
1 Place Of My Own
2 Ride
3 Policeman
4 Love Song With Flute
5 Cecil Rons
6 Magic Man
7 Grandma's Lawn
8 Where But For Caravan Would I?
Stereo:
9 Place Of My Own
10 Ride
11 Policeman
12 Love Song With Flute
13 Cecil Rons
14 Magic Man
15 Grandma's Lawn
16 Where But For Caravan Would I?
17 Hello Hello (Single Version)
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Hatfield And The North - Hatfield And The North (1973)
A Hatfield foi formada em 72 pelo guitarrista Phil Miller, vindo da Matching Mole do Robert Wyatt, pelo baterista Pip Pyle vindo da Gong e pelo baixista Richard Sinclair da Caravan. Ela foi a continuação da segunda formação de uma banda chamada Delivery e num primeiro momento ela teve o irmão do Phil, Steve Miller, nos teclados, mas logo substituído por Dave Stewart que tinha saído da Egg. O nome da banda foi simplesmente copiado de uma placa numa estrada saindo de Londres.
O som deles é bastante elaborado, com muitas variações de tempo fundindo o prog ao jazz. Tudo é executado com maestria e as composições tem ótimas letras, cheias de humor. Eles completavam o line-up com um trio de vocalistas que se chamavam de as Northettes. Uma delas era a Barbara Gaskin, membro da Spirogyra e futura senhora Dave Stewart.
Phil Miller - guitarras
Pip Pyle - bateria
Richard Sinclair - baixo,vocal
Dave Stewart - órgão,piano
Jeremy Baines - pixiephone
Barbara Gaskin - backing vocais
Geoff Leigh - saxes,flauta
Amanda Parsons - backing vocais
Ann Rosenthal - backing vocais
Robert Wyatt - vocal (4)
1 The Stubbs Effect
2 Big Jobs(Poo Poo Extract)
3 Going Up To People And Tinkling
4 Calyx (2:45)
5 Son Of "There's No Place Like Homerton"
6 Aigrette
7 Rifferama
8 Fol De Rol
9 Shaving Is Boring
10 Licks For The Ladies
11 Bossa Nochance
12 Big Jobs No 2 (By Poo And The Wee Wees)
13 Lobster In Cleavage Probe
14 Gigantic Land-Crabs In Earth Takeover Bid
15 The Other Stubbs Effect
16 Let's Eat (Real Soon)
17 Fitter Stoke Has A Bath
18 Your Majesty Is Like a Cream Donut Incorporating Oh What a Lonely Life Time
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Egg - Egg (1970)
A cena Canterbury se desenvolveu na cidadezinha que é a residência do arcebispo da Inglaterra a partir de uma única banda, a The Wilde Flowers. Ela se dividiu e originou a Soft Machine e a Caravan que a cada mudança de line-up, viam seus ex-membros formando outras. Foi assim com a Gong e com muitas carreiras solo de sucesso, como a de Kevin Ayers, por exemplo. Nessa irmandade surgiu a Egg, logo no início. Ela foi um trio muito competente, em alguns pontos semelhante a ELP, que emergiu das cinzas da Arzachel depois que Steve Hillage saiu para estudar filosofia. A complexidade e maturidade do trabalho deles surpreendem diante do fato de que todos estavam abaixo dos 20 anos de idade. A Egg gravou dois discos, este e o The Polite Force. Então Dave Stewart saiu para se juntar a Hatfield and the North. Em 74 houve uma reunião que resultou num terceiro disco chamado The Civil Surface, igualmente ótimo.
Dave Stewart -órgão,piano
Mont Campbell -baixo,vocal
Clive Brooks -bateria
1 Bulb
2 While Growing my Hair
3 I will be Absorbed
4 Fugue in D Minor
5 They laughed when I sat down at the Piano...
6 The song of McGuillicudie the Pusillanimous (or don't worry James, your socks are hanging in the coal cellar with Thomas)
7 Boilk
8 Symphony No. 2 - First Moviment
9 Symphony No. 2 - Second Movement
10 Symphony No. 2 - Blane
11 Symphony No. 2 - Third Movement
12 Symphony No. 2 - Fourth Movement
13 Seven Is A Jolly Good Time
14 You Are All Princes
terça-feira, 28 de maio de 2013
Bill Bruford's Earthworks - All Heaven Broke Loose (1991)
O ano de 1987 foi um marco na carreira de Bill Bruford, segundo ele próprio. Ali ele se afastou das guitarras e se aproximou do sax, na formação da sua Eathworks com a colaboração do Dave Stewart. Stewart, como se sabe, é uma lenda dentro do estilo Canterbury de se adicionar jazz ao rock. De fato, parece que quando um músico atinge tal consagração, o último desafio é o jazz. Este é o terceiro disco da Earthworks, um quarteto extremamente afiado. Da formação original, apenas Mick Hutton foi substituído por Tim Harries no baixo, o qual já havia tocado com Django bates na folk Steeleye Span. Bruford toca tanto na bateria acústica, como na eletrônica. Eu, particularmente, sempre achei a bateria Simmons uma tranqueira. Bruford, contudo, é o único cara que me faz pensar diferente.
Bill Bruford -bateria Tama,bateria eletrônica Simmons,percussão
Iain Ballamy -sax
Django Bates -teclados,trompete,trompa tenôr
Tim Harries -baixo elétrico e acústico
1 Hotel Splendour
2 Forget-Me-Not
3 Candles Still Flicker in Romania's Dark
4 Pigalle
5 Temple of the Winds
6 Nerve
7 Splashing Out
8 All Heaven Broke Loose: Psalm/Old Song
domingo, 26 de maio de 2013
Porcupine Tree - Lightbulb Sun (2000)
Com Lightbulb Sun a Porcupine faz mais um movimento na direção indicada em Stupid Dream. O som floydiano e espacial vai ficando mais amigável ao rádio e alguns elementos de metal vão sendo adicionados. Parece mesmo ser uma rota planejada, alinhando-se com outras coisas que Steven Wilson vinha fazendo, como o pop sofisticado da No-Man. Belas melodias, belas harmonias vocais, um instrumental mais amplo, uma produção esmerada, enfim, mais um grande disco.
Steven Wilson -guitarra,violão,piano,samples,banjo,cítara,dulcimer,vocal
Richard Barbieri -sintetizadores,Hammond,Mellotron,Fender Rhodes,Clavinet
Colin Edwin -baixo,sax,giumbri,drum machime,vocal
Chris Maitland -bateria,percussão,vocal
1 Lightbulb Sun
2 How Is Your Life Today ?
3 Four Chords That Made A Million
4 Shesmovedon
5 Last Chance To Evacuate Planet Earth Before It Is Recycled
6 The Rest Will Flow
7 Hatesong
8 Where We Would Be
9 Russia On Ice
10 Feel So Low
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Blackfield - Blackfield (2004)
Blackfield é mais um projeto do ocupadíssimo Steven Wilson, o líder da Porcupine Tree, a qual é uma das pouquíssimas bandas do neo-prog que me encantaram. Aqui ele divide as tarefas com o israelense Aviv Geffen. Os dois sempre tiveram afinidade musical, embora Geffen seja bem popinho isoladamente. Eles começaram com algumas apresentações juntos e acabaram no estúdio anos depois para gravar esse primeiro álbum. Musicalmente ele é melancólico como as músicas da No-Man — outro projeto do Wilson — e as melodias também lembram algo da Porcupine Tree. Embora tenham pausas e efeitos, os arranjos tem uma estrutura mais simples e mais próxima do pop, mas tem momentos de rara beleza na música de hoje em dia. A banda lançou mais dois discos, que foram ficando mais a cara do Geffen.
Steven Wilson -guitarras,violões,teclados,vocal
Aviv Geffen -teclados,violões,vocal
Daniel Salomon -piano
Seffy Efrati -baixo
Tomer Z -bateria,percussão
com:
Gavin Harrison -bateria,percussão (1,6,11)
Chris Maitland -bateria,percussão (2,9,10,13)
Yirmi Kaplan -bateria,percussão (3,7)
Daniel Salomon -piano,teclados,vocal (13)
Seffy Efrati -baixo (13)
The Mistakes -vários instrumentos (4)
Daniel Salomon -regente
1 Open Mind
2 Blackfield
3 Glow
4 Scars
5 Lullaby
6 Pain
7 Summer
8 Cloudy Now
9 The Hole In Me
10 Hello
11 Perfect World
12 Where Is My Love
13 Cloudy Now (Live)
quinta-feira, 23 de maio de 2013
John McLaughlin - Music Spoken Here (1982)
Esse álbum foi a continuação da idéia semi-acústica do álbum anterior, Belo Horizonte. Os músicos são os mesmos, mas em menor número, e a eletrônica fica por conta dos tecladistas, com a exceção da faixa 4, onde há a guitarra elétrica. De qualquer forma, McLaughlin toca o violão como se guitarra fosse, e prova que ele é um dos instrumentos mais expressivos que existem, quando executado com maestria. A influência da música brasileira também não é tão grande como no anterior, a despeito da composição de Egberto Gismonti. O único reparo que poderia ser feito, seria pela pouca intimidade dos solos ao Synclavier de Katia LaBeque com o jazz. Pianista clássica, ela era companheira de McLaughlin na época e nem deve ter dado pitacos com medo de ficar sem soufflé.
John McLaughlin –violão,guitarra
Katia LaBeque –Synclavier II, grand piano
Francois Couturier –Fender Rhodes,Prophet 5,piano elétrico
Jean Paul Celea –baixo acústico
Tommy Campbell –bateria
1 Aspan
2 Blues for L.W.
3 The Translators
4 Honky Tonk Haven
5 Viene Clareando
6 David
7 Negative Ions
8 Brise de Coeur
9 Lôro [Egberto Gismonti]
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