quarta-feira, 8 de junho de 2011

A POESIA DE PAULO ADÃO

AGRADEÇO A TERNURA E O CARINHO DE TODOS QUE SE SOLIDARIZARAM COM ESSE MOMENTO TÃO DOÍDO.   MUITO OBRIGADO A TODOS , AS PALAVRAS DEIXADAS NOS COMENTÁRIOS FORAM UM BÁLSAMO PARA MIM E PARA TODA A MINHA FAMÍLIA. NOS PRÓXIMOS DIAS PRESTO AQUI UMA HOMENAGEM AO MEU TÃO QUERIDO E ESPECIAL IRMÃO COM A POESIA DELE MESMO.
+ 24/02/1959  /  06/06/2011

CRONOLOGIA DE UMA PAIXÃO
 
Prólogo:

Corações vazios sem paixão
são fúteis, leves
travesseiros de penas
nada mais

Do contrário não, porque o amor não é leve, frugal
pesa feito chumbo no peito
o corpo o arrasta como corrente
atada ao pé de um condenado

Mas não é mau
estorvo
incomoda
por bem

horas antes:

Dois corações vazios se atraem
não é lei física. É emocional
também fecundam-se
procriação sentimental

O feto da paixão se avoluma
a cada compasso do coração
a gestação dos grávidos é aflita

Sintomas da realidade prenhe:
aos encontros e pensamentos
narinas expirando fortes suspiros
olhos faiscando centelhas de ansiedade e ternura

o parto:

A paixão foi súbida
a parição deu-se num beijo
comemoraram. Dançaram
suaram muito

O amor chegou inconfesso
mas não veio parvo
surgiu  de tal maneira grande
que tomou todo o espaço à volta
fez seu templo ali

O lugar era parco
o amor incontido
por isso sairam para o tempo
único lugar cabível


minutos depois:

Passaram inenarráveis
aos olhares de brilho mágico
à troca de energias
grandes descargas pelas mãos e lábios


Tal era o clarão das auras
que quem está nessa dimensão
vizinha dos que não amam
pode vê-los cintilar todo o éter

 primeiras palavras:

inoportunas, inúteis, injustificáveis e doces
a paixão devora as palavras como sanduiches
o silêncio é mais eloquente

confissão:

Ridícula como são os amantes
embaraçosa, mas emocionante
Paixão inconfessada fica pagã
vaga pelo limbo dos amores perdidos

encontros:

Clandestinos, todos!
a paixão era proibida e virou mércia
ficou madura demais
para a virgindade que tivessem
neste ato o amor penetrou por todos os orifícios

Apenas as paredes escutaram
os sussurros dos coitos galopantes
e os espelhos viram
a nudez linda dos corpos

Epílogo:

Já está no fim a história
mas o amor não cessa
uma vez a luz (deles) clareou o firmamento
mais claro que a aurora e viram o eterno

Então souberam
que o eterno
é a medida da intensidade
do seu amor

(PAULO ADÃO)

terça-feira, 7 de junho de 2011

LUTO

"Essa dor que eu sinto agora é uma dor que não tem nome, que o meu peito devora e come, e fere, e maltrata, sem matar". (Ednardo)

 


Comunico aos amigos e leitores que faleceu nesta madrugada o meu amado irmão Paulo Adão, vítima de um  hipernefroma renal. Obrigado pelas preces, energias, apoio espiritual e solidariedade de todos que acompanharam durante o tratamento.


A POESIA DE PAULO ADÃO AQUI

segunda-feira, 6 de junho de 2011

LER NÃO CAUSA L.E.R. * - Sérgio Rodrigues


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Meu filho de 12 anos anda se engalfinhando com dois livros recomendados pela escola: “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, e “The red badge of courage”, de Stephen Crane (isso mesmo, no original, para a aula de inglês).

Bons e importantes livros, ninguém discute. Mas serão escolhas sábias para leitores dessa idade? Não vou fingir que entendo de pedagogia, mas literatura eu conheço um pouco. Uma peça teatral de Suassuna e um clássico americano do século 19 (que, mais do que ler, eu traduzi, e posso garantir que é datadíssimo) me parecem opções desastrosas – a segunda, então, beira a piada. Em sua aparente insensibilidade para os desafios que a palavra escrita enfrenta com a geração Playstation, chegam a ser desanimadoras. E estamos falando da “moderna” Escola Parque, no Rio.

É claro que meu filho avança lentamente e de má vontade nas duas tarefas. E olha que, criado numa casa cheia de livros e conversas sobre livros, ele gosta de ler. Entre muitas outras coisas, se apaixonou pelas aventuras de Harry Potter, devora tudo do Tintim e atualmente vibra – quando Suassuna e Crane deixam – com “Capitães da areia”, uma recomendação minha, tentativa modesta de compensar a aridez do dever de casa.

Não, não acho que a escola deva enfatizar demais o prazer em detrimento da disciplina, do compromisso. É a impressão de que esse equilíbrio não vem sendo sequer buscado que me preocupa. Como pai determinado a deixar de herança para os meus filhos no mínimo uma parcela da paixão pelos livros que toma boa parte da minha vida, vou me dar por satisfeito se a escola, caso seja incapaz de contribuir, tentar pelo menos não atrapalhar.
Fonte: Sérgio Rodrigues AQUI: 

* L.E.R. – Lesão Por Esforço Repetitivo

domingo, 5 de junho de 2011

TRAGÉDIA HUMANA DIÁRIA

MUNDO, MUNDO, VASTO MUNDO

O progresso cobriu a poeira da estrada. Levou junto, o empório, a caderneta do fiado, a xicrinha de açúcar emprestada da comadre... Parece que está levando também a boa educação, os bons modos, a gentileza, a generosidade....

sábado, 4 de junho de 2011

TRAGÉDIA HUMANA DIÁRIA

SAÚDE


Um senhor reclamava na rádio que possui o vírus do HIV e esquizofrenia. Acionando os postos de saúde não consegue os remédios. Escreveu para o ministério e recebeu um educado não, por alegação de altos custos dos medicamentos. Em entrevista ao repórter a secretária de saúde municipal explicou que há atribuições de cada um na distribuição de remédios: tal doença é com a secretaria municipal, doença tal é com a secretaria estadual, demais casos com o ministério. Então, médicos da saúde pública, favor colocar no receituário o âmbito das doenças: doença tal é municipal, doença tal é estadual e as demais são federais.


Fonte: rádio Itatiaia, BH, 22/05/11

sexta-feira, 3 de junho de 2011

TRAGÉDIA HUMANA DIÁRIA

JUSTIÇA E ASSEMELHADOS

O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA divulgou pesquisa sobre o sentimento que a população possui com relação ao judiciário e constatou que a confiança é baixíssima, abaixo de uma média razoável. Citam entre outras coisas, a morosidade, a honestidade e a imparcialidade como itens negativos. Com relação às instituições e profissionais envolvidos com a justiça, a polícia civil e os advogados também são alvo da desconfiança da população. Só escaparam a polícia federal e os promotores de justiça, muito bem avaliados.
Quer saber mais? Leia AQUI

quinta-feira, 2 de junho de 2011

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

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O Banco Central anunciou mudanças nas regras do uso dos cartões de crédito* a fim de regular o que considera um mau uso por parte de algumas pessoas. Devem ser muitas, senão não seria necessário. Um dos motivos que levo em consideração aqui é a tentativa de evitar o aumento do endividamento das famílias.
Já falei em outra oportunidade que me considero um homem financiado. Nasci devendo, vivo na pendura e espero pelo menos deixar algum saldo positivo para as minhas exéquias. Afinal, quem ficar nada terá a ver com a obrigação de pagar eventuais dívidas que eu fizer por e para mim mesmo. O que a gente aprende de limites que a vida impõe nem sempre leva em consideração o que diz respeito a gastos. Educação financeira quase nunca é assunto tratado entre pais e filhos nem escola. Seja pela total falta do que educar por parte de quem não possui o essencial ou sobras, seja por quem possui em excesso e não se importa com as conseqüências de seus gastos.
Como sempre estamos em busca de equilíbrios variados, o meio termo com o dinheiro é fundamental. Minha mãe era exemplo de parcimônia. Já o meu pai o perdularismo em pessoa. Não pude receber essa parte importante do ensinamento. Sim, a grana era muito curta e não lhes sobrava preocupação nem tempo quanto ao ensinamento aos filhos. A responsabilidade geral que aprendi, no entanto, me fez ter uma relação com o dinheiro que me permitiu não ir aos céus quando tinha fartura nem ir à lona nas épocas de vacas magras. E na medida em que iam aumentando as responsabilidades com a minha própria prole, a busca pelo equilíbrio financeiro foi ainda mais uma constante. Isso, no entanto, se deu de forma por vezes traumática. Outras, eufórica. E sempre, sempre, sempre me fazendo trabalhar feito o cavalo Sansão para não deixar escorregar de minhas mãos o leite das crianças.
A tentação para o gasto nessa sociedade que tem um olho no dispêndio e outro no consumo é infinitas vezes superior ao poder de gastar para quem quer que seja. O mundo pertence ao dinheiro e a ele dedicamos reverências, louvação e submissão. Pelo menos é o que está nas linhas, entrelinhas e cadernos inteiros de todas as matérias que nos ensinam durante a nossa jornada diária. A máxima que vigora disfarçada é: ter ou não ter, eis a precisão.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

TRAGÉDIA HUMANA DIÁRIA

ESTAMOS COMENDO MERDA

Testes do laboratório GMO, de controle de qualidade em restaurantes dos quatro pontos cardeais de BH revelam que a comida dos self service tem coliformes fecais em quantidades equivalentes a um vaso sanitário.

Teste do GMO, leia aqui
 
O Proteste avaliou 30 restaurantes de shoppings de São Paulo e destes, 28 foram reprovados.

Proteste, leia aqui

terça-feira, 31 de maio de 2011

ZONA

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Foram dividir o globo em áreas climáticas e deram o nome para cada uma  de zona. Então não reclamem de aquecimento global. Na zona é assim mesmo, não tem nada certinho.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

LER NÃO CAUSA L.E.R. * - Miriam de Sales Oliveira **

Publiquei aqui uma série de excertos de pensamentos de escritores sobre escrever. Agora, o mais importante, creio, e um combustível para a escrita, publico outra série sobre o ato/hábito da leitura.


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Quando eu era criança minha mãe me presenteou com as obras completas de Monteiro Lobato.
Eu era uma criança solitária, filha única e vivia numa pequena cidade do interior, sem diversões nem vida cultural interessante.
Pela mão de Monteiro Lobato descobri o mundo e as pessoas; D. Benta,a vovó carinhosa que contava belas estórias,Tia Nastácia,e a sabedoria popular transmitida às crianças Pedrinho e Narizinho e a destrambelhada boneca Emília,que depois virou gente,atrevida,irreverente,inconveniente como eu mesma.
Sempre digo que Lobato foi o meu pai espiritual, mas depois vieram muitos outros livros.Livros à man’cheia como queria o poeta,fazendo a criança pensar.

Nunca mais me senti solitária. Estou sempre rodeada de livros e tanto aos cinco anos quanto agora aos 68 os livros são a minha companhia.
Não temo a morte, mas,receio morrer sem ler todos os livros que desejo.
Mas, o propósito dessas reminiscências é lembrar aos pais e professores o quanto a leitura é importante para o bom desenvolvimento da criança.
Nesta nossa era cibernética, do computador,da Internet,dos games e até mesmo dos livros digitais que estão surgindo – e-books,e-readers – cabe a nós fazermos com que nossos garotos não percam o interesse pelo bom livro impresso,seu conteúdo e sua magia.
O livro é o tapete mágico que nos transporta a mundos diferentes, que nos abre portas para outras culturas e pessoas diversas e nos faz compreendê-las.

A Literatura deve ser levada às crianças e adolescentes de uma forma fácil, interessante, para que possa ser entendida por eles.
Um adolescente me confessa detestar Machado de Assis; acho apenas que Machado lhe foi apresentado de modo errado.
Talvez esse interesse que não veio, tenha sido prejudicado pela leitura em português castiço, antiquado para a nossa época ou essa leitura tenha sido obrigatória e o garoto não pode captar a beleza desses livros.
Pois os temas são os mesmos desde o começo dos tempos: amor, solidão, ciúme, traição, família, interesses escusos ou não; os personagens vivem até hoje em outros corpos; quem não conhece alguma Capitu ou Bentinho, ou José Dias ou Escobar ou o Ayres?
São eternos, puxa!
Poderiam ser nossos vizinhos, amigos próximos, parentes até.

Uma coisa parece certa; se os pais têm o hábito de ler os filhos terão também.
Se a criança receber livros de presente e esses livros forem interessantes, adequados às suas idades e explicados de forma informal pelos pais e professores, com certeza estaremos formando futuros leitores.

No Brasil temos um probleminha; os livros não chegam à senzala, ou seja, crianças pobres de escolas públicas quase nunca têm acesso aos livros, principalmente porque o livro é caro para o bolso da maioria.
Porque não colocar um livro na cesta básica visando alimentar o espírito?
No meio de bolsa-escola, bolsa –família  etc porque não criar o vale-livro,formar bibliotecas nas escolas e centros comunitários,estimular o contador de estórias ,discutir a leitura, “fazer o povo pensar”?
Porque não  interessa aos donos do poder. Povo que pensa escolhe melhor seus governantes. 



** Miriam de Sales Oliveira é escritora Baiana, autora de CONTOS E CAUSOS,  BAHIA DE OUTRORA e CONTOS APIMENTADOS. Dona dos blogs: http://wwwfiatluxblogspotcom.blogspot.com/ - http://contosecausos24x7.blogspot.com/ - http://miriamcafecompimenta.blogspot.com/ - http://abahiadeoutrora.blogspot.com


 
* L.E.R. = Lesão por Esforço Repetitivo





sábado, 28 de maio de 2011

RELÓGIO DE REPETIÇÃO

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O “quase todo mundo” é usado de uma forma arguta para não generalizar e cometer inevitáveis injustiças e até ofensas. Não estamos todos, ainda, transformados em fantoches, em reprodutores do pronto, sem colocar o pensamento para funcionar de forma autônoma. Sobre essa mania quase geral de generalizações, leia uma crônica genial da Martha Medeiros, ATRAÇÃO PELO APOCALIPSE.

Minha mãe dizia sempre que  parecíamos relógio de repetição quando a gente ia se justificar perante ela diante de uma reprimenda ou de um questionamento e usava um argumento emprestado ou de esperteza e não um próprio. Dava para ter a noção de que era alguém que não tinha idéias ou opiniões próprias, ficava repetindo tudo o que via e ouvia, sem a saudável crítica interna, analisando origem, destino, intenção da mensagem para só depois formular a sua. O relógio de ponteiro não faz outra coisa senão deixar seus marcadores subir e descer, eles não mudam. A gente é que tem de diferenciar o tempo. Já viu algo parecido por aí?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

POESIA E REALIDADE

A maioria dos poetas cujas biografias tive oportunidade de ler ou através de depoimentos não gosta muito que seus poemas sejam interpretados. E eu acho que estão cobertos de razão. Poesia pode ser como disse o Mário Quintana: “Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente.” Pensando nisso e naquilo que a minha companheira me falou outro dia vindo do salão de beleza injuriada com o que ouviu lá acerca de “estar por dentro das coisas”, resolvi pedir licença aos poetas e vou interpretar um poema que me leu. Primeiro vou explicar: perguntada sobre personagens de tais ou quais programas de TV ela disse desconhecer, pois não costuma muito assistir à programação, ouviu o seguinte desaforo:
 
- Em que mundo você vive, minha querida? Está por fora de tudo! (sic)
 
Pois bem: é a isso que somos encaminhados aqui, ali e acolá. Temos que comprar tais objetos porque são modernos, temos que usar tais roupas, perfumes, calçados porque todo mundo usa. Temos que assistir ao que todo mundo assiste, temos que rezar no credo de nossa turma a fim de não sermos rejeitados no círculo de ralações. Temos que assistir a tal filme porque ganhou ou concorre ao Oscar. Temos que ler o último best seller para parecer culto e de bem com a onda que leva todo mundo para o mesmo lugar: o lugar comum. Ah, e o seu celular não tem blutufe? Que pessoa atrasada!
Daí que, lendo o CANTICO NEGRO, do José Régio, solicito que do céu ou onde quer que esteja me conceda esse beneplácito da interpretação pois acho que esse poema me leu. Mas aí, na hora em que resolvi interpretar, vi que ele parece ter me colocado palavras na boca, agilidade nos dedos, ou o que seja, e fala diretamente por mim, sem precisar por nem tirar absolutamente nada.
Só me resta acrescentar nesse rasgo de amargura, que a intolerância que tenho visto por aí contra gente que tem ideias próprias é filha (malcriada) da interpretação do mundo. Eu também amo é o longe e a miragem.
 
Cântico Negro (José Régio)
 
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

 
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

 
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o longe e a miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

 
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

 
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

terça-feira, 24 de maio de 2011

SOBRE O ÓCIO CRIATIVO

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Meu cunhado me levou certa vez a uma agência de publicidade que pertence a um amigo dele. O prédio tem dez andares e fica quase no topo de um morro dos muitos que há aqui na nossa BH. Parece, portanto, ter uns trinta. De lá do último andar onde trabalha o pessoal da criação avista-se toda a Serra do Curral, uma paisagem das mais bucólicas e atribuo a ela um plus na inspiração. Uma beleza de visão! Cheguei e já fui sentindo uma ratificação do que falam sobre os funcionários da Microsoft. Ouvi dizer que ficam muito à vontade, tanto nas vestimentas, quanto nos horários de trabalho. Tinha alguém lanchando, tinha gente brincando com games, havia outro na janela olhando o horizonte e tinha até alguns que suspeita de estarem trabalhando. Uma liberdade que muita gente gostaria de ter em seu ganha-pão. Ficar à toa lá naquele lugar é algo levado muito a sério. Cada peça publicitária mais bonita que a gente vê na TV, na internet, em revistas e ouve no rádio e que é do portfólio dessa agência dá gosto. Então, se quiser ser mais inventivo, brinque mas leve a sério a brincadeira como se fosse um trabalho que não requisita resultados pressionados por relógios nem chefes. Isso potencializa o poder da criação. Na hora em que estiver à toa leve isso a sério enquanto brinca de fazer nada. Os melhores pensamentos ocorrem com o cérebro desligado de obrigações. Não é uma regra, mas também não é uma exceção.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ESCREVER - ENCERRAMENTO

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Prezados leitores, encerro essa série com uma homenagem a todos que por aqui transitam e que amam a palavra escrita. Especialmente aos que permanecem.
PS: Na próxima segunda, inicio outra série sobre leitura. Obrigado e até lá. Paz e bem.

PROCURA DA POESIA

...Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espere que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
E seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas
sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiam na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

(Carlos Drummond de Andrade)
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In: Escrever Sem Doer -  Ronald Claver, ed. UFMG, 2006.






sábado, 21 de maio de 2011

NOSSO LOUCO AMOR

“Palavras são palavras e a gente nem percebe
o que disse sem querer e o que deixou pra depois
Mas o importante é perceber que a nossa vida em comum
 depende só e unicamente de nós dois.”
(da música Um Jeito Estúpido de Amar, cantada por Roberto Carlos).



Gleicineide me diz ouvindo o radio que todas as vezes que vem fazer faxina aqui em casa, sua cabeça fica fervendo com pensamentos. Eu pergunto se é por causa do noticiário cheio de sangue, sensacionalismo e as enfadonhas notícias do mundo da economia e ela me responde que  é por causa das músicas românticas da emissora que eu gosto de ouvir.

- É cada lembrança, seu moço que eu nem te conto!

- Antigos romances, paixão recolhida, Gleicineide?

-Seu moço, se não lhe incomoda eu vou contar. Antes de me mudar para cá, tinha um rapaz na minha cidade chamado Celinho, feio, seu moço, de dar dó. Mas eu era apaixonada por ele de um tal jeito que o senhor nem vai acreditar. Na época eu tinha 17 anos e ele 28. Era o motoqueiro da cidade. Um homem especial de bom. Namorava escondida de meu pai; como já lhe disse, eu tinha muito medo dele, de suas violências com a gente lá em casa. A minha paixão pelo Celinho era além desse negócio de beleza física, seu moço. Ele me tratava como uma princesa, como uma rainha, melhor dizendo. Um dia, seu moço, meu pai flagrou a gente juntos e eu tremi. Mas ele não falou nada até eu voltar pra casa. Ele ficou sabendo que o Celinho era filho de um homem de muitas posses, muita terra, muito gado e começou a fazer um gosto danado pelo namoro. Aí me falou que eu teria que casar de qualquer maneira. Mandou chama-lo lá em casa e falou sem rodeios que fazia muito gosto de um casamento; que éramos pobres mas que ele faria questão de fazer todas as despesas. Ainda usou uma expressão que me envergonhou demais: “nem que seja um arroz com feijão simples, eu quero dar uma festa.”. Foi um apego só, dele com o Celinho. Eu continuei o namoro com um entusiasmo maior ainda, seu moço. Meu sonho era casar com o Celinho. Todas as vezes que eu ouço Se A Casa Cair, do Teodoro e Sampaio até arrepio, seu moço.

- Péra lá, Gleicineide, eu não ouço esses caras, não! São as músicas que eu gosto de ouvir  que lhe trazem lembranças ou não?

- É, seu moço, mas quando o senhor não tá aqui eu mudo pras emissoras que tocam. Gosto de outras também, mas essa me faz lembrar ele dançando em volta de mim toda vez que a gente ouvia e me dá uma saudade danada daquele homem. Vou falar um negócio pro senhor: se o Celinho aparecesse aqui agora, eu acho que largava o Juninho na mesma hora. Apesar de já fazer 11 anos que isso aconteceu, eu não esqueci dele até hoje.



- Mas então foi uma paixão mal resolvida?

- Pois é. Minha mãe tinha adoecido de depressão profunda e eu acho que foi por culpa do meu pai que maltratava ela demais. Veio para a capital se tratar e meu pai veio atrás. Só que a minha mãe não contou onde estava ficando nem onde se tratava e nunca mais quis saber de meu pai. Passado um tempo ela voltou à cidade, mandou a gente (eu e meus irmãos) arrumarmos tudo correndo e nos trouxe. Não deu tempo nem de despedir do Celinho. Liguei para ele depois e ele me disse que ia dar um jeito de vir pra cá também. Não sei o que aconteceu mas não veio e eu não o vi nunca mais. Comecei um tempo depois a namorar o Juninho e seus ciúmes não me deixam muito solta por aí. Uma única vez que voltei na minha terra ele foi lá atrás de mim. Acho que é intuição de homem, né seu moço? Porque intuição de mulher não falha de jeito nenhum. O senhor tem intuição?

- Hum, hum! (interessado mais em ouvir do que estender essa parte)



- Eu tenho uma vontade, sabe do quê? Um dia voltar lá, ir a um salão, me produzir toda e chegar perto dele e dizer assim: “mas como você tá feio, hein, Celinho”?

Hoje ele já deve estar chegando nos seus quarenta anos, imagine que bagaço não virou! (interrompendo a divagação):

- Olha aqui nos meus braços, seu moço, eu fico arrepiada só de pensar nesse homem.

- É, Gleicineide, acho que ainda tem um sentimento meio enraizado aí dentro, não é?

- Acho que tem sim, seu moço. Apesar de ele nunca ter me feito nada (nada daquelas coisas, o Sr. sabe, né?) eu arrepio desse jeito, imagina se tivesse feito? Já falei pra minha mãe que eu não vou me casar nunca mais.

- Então é sério mesmo?

Uai, seu moço já se passaram mais de 10 anos e eu não consigo esquecer dele, como é que eu vou fazer? Me diga o senhor aí que deve de ter mais experiência: como é que eu faço, seu moço?

Desconversar nessas horas é o melhor conselho, mesmo sem sair do assunto. – Olha, Gleicineide, eu também tenho muitas lembranças de música que me remetem para momentos inesquecíveis que já tive na vida. Ah, que saudade quando ouço certas músicas! Elas estão presentes na memória afetiva da gente para sempre.



Gleicineide saiu para a área de serviço cantarolando

“...Foge de mim quando eu quero um abraço
Fazer amor, ela não quer nem saber,
Já não agüento essa falta de carinho
Hoje eu quero uma mulher pra me amar
Custe o preço que custar...”


quinta-feira, 19 de maio de 2011

NÃO MEXAM NO MEU CAFEZINHO

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Eu andei muito tempo falando mal de tanto especialista que tem surgido ultimamente. Faço um reparo e me penitencio. Eles têm sido importantes, sim, em muitíssimas coisas no nosso dia-a dia. Podem não ser tão felizes como quem se dedica a abranger mais seus conhecimentos gerais, pode acontecer de a pessoa radicalizar tanto no seu foco que acaba ganhando a alcunha de sua própria especialidade, como o Dr Bactéria, por exemplo, que não deve ser requisitado para mais nada na vida além do combate a esses monstruosos seres invisíveis. Alguns especialistas têm prestado um serviço muito bom. É que, pensando bem,até há algum tempo,as coisas que a gente consumia, ingeria, manipulava ou fazia não eram objetos de estudos tão profundos com relação aos efeitos como são hoje. As coisas eram produzidas para resolver os problemas imediatos de um grupo pequeno e também para ganhar dinheiro. Além disso, não havia muita vigilância sobre elas. Claro que ainda há malandragens. Estão aí as falsificações e fraudes de toda espécie, marca e modelo. Até remédio já tem gente ousada para falsificar. Só através dos especialistas, por exemplo, eu soube há poucos dias que o doce (deliciosíssimo) feito em tachos de cobre fazem mal para a saúde. Aqui em Minas que é o berço e mesa deles, está proibida a fabricação com fins comerciais. De pensar que eu fui criado comendo doces feitos no fogão a lenha nos tachões de cobre, hein? Já parei de comer a casca da maçã: segundo dizem é a parte mais nutritiva da fruta. É também a que concentra a maior parte dos agrotóxicos. Os batons estão sofrendo um duro ataque da vigilância sanitária pelo excesso de chumbo em sua composição. Nesse caso a contaminação somente no momento de beijar uma boca, tornaria o convidado ao beijo um consumidor passivo, igual a quem não fuma e convive com fumantes. Fica com uns 10 até 50% da contaminação, dependendo da constância dos beijos. A caixa d’água que a vida inteira me serviu de fornecedora da mais pura água para a sede a banho, preparo de alimentos, agora não pode mais ser de amianto. O ovo que eu cresci vendo o meu avô tomar cru todos os dias pelas manhãs é hospedeiro da salmonela que pode matar em menos de 24 horas. Por outro lado perdeu a condição de vilão absoluto do colesterol. E mais uma restrição às mulheres, os absorventes íntimos poderiam conter substância cancerígena. Esses eu não sei se é sabotagem ou é o poder dos fabricantes, mas continuam nas prateleiras à venda livremente. Será que o meu cafezinho de todos os dias vai sofrer algum abalo? Por enquanto quem se abalou fui eu (positivamente), pois descobri que de agora em diante nós, os brasileiros todos vamos ter direito a tomar café puro, coisa que os produtores não eram obrigados a nos vender. Precisou de uma lei para isso.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ÍDOLOS

Tudo o que eu precisava era de uma informação. O sujeito estava de costas para mim e toquei o seu ombro para perguntá-lo algo a respeito daquela fila. Primeiro começou limpando o ombro como se eu estivesse sujo, mostrando todo o seu desagrado. Já estava começando a desistir do pedido de ajuda, quando finalmente se virou para mim, me olhou com aquela cara de “Ai, meu Deus, mais um!” como se eu estivesse querendo autógrafo. Nem reconheci o cara. Mudei de pessoa e uma senhora muito polida me satisfez a dúvida. Depois que saí um rapaz (que teria acompanhado a cena) me seguiu e disse que eu estava falando com nada mais nada menos do que com um famoso. Mas ele queria mesmo era ser solidário a mim, também achou o cara meio pedante, petulante, arrogante.  Eu fiquei pensando: Famoso? Numa fila? Uai, tem algo errado ou não é Brasil!

Ídolos é melhor não conhecê-los pessoalmente, alguém já disse isto. A começar que não são unanimidade. É ídolo para uns e para outros, não. Depois, não quer dizer que vamos nos comportar como tietes na sua presença. A menos que exibam uma aura ou pó cintilante que avisem logo possuir brilho a qualquer distância ou um magnetismo que nos mova involuntariamente do lugar onde estamos em sua direção para beijar-lhes as mãos ou fazer uma reverência de súditos. Perdem a oportunidade de conviver no anonimato. Se o sujeito sai na rua e não é reconhecido, se deprime. Se for, empina o nariz e dá rabada na sua legião de fãs. E ainda vai para a imprensa reclamar do assédio. Imagino que para esses deve ser muito difícil viver como uma pessoa normal. As pessoas normais já estão se achando...

Os ídolos são para a convivência distante. Conhecer um ídolo pessoalmente pode quebrar todo o encanto, uma vez que as pessoas são comuns quando não estão de máscaras, rótulos, flashes ou holofotes, palcos ou câmeras. E o comum não encanta ninguém que não esteja procurando algo mais do que uma relação cordial e amistosa. Imagine um herói fazendo as suas necessidades mais fisiológicas? Eu em criança pensava que miss não soltava gases. Meu pai afirmava que sim, só que tinham cheio de Cashmere Bouquet. Eu acreditava piamente. Pensava que um galã não podia jamais ter mau hálito. Fiquei tão decepcionado quando li o Richard Gere dizer horrores de atrizes hollywoodianas sobre mau hálito e que era custoso fazer cenas de beijo. Não citou nomes, mas quem assistiu a uma boa parte de seus filmes românticos sabe que ele só fez par com lindas beldades do cinema.

 O que mais me encanta nesses tipos de celebridades é que a gente não pode nem chegar perto deles, a segurança não deixa, graças a Deus.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ESCREVER - RECADOS

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“Se ficar indeciso entre dois adjetivos, jogue fora ambos e use o substantivo.”
“Leia muito e esqueça o mais que puder.”
(de Drummond a um jovem)
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 “Evite o supérfluo. Fique no contexto.”
(de Paulo Francis, no Pasquim)
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“Não devemos transmitir informações já conhecidas. Quem é que deseja ouvir o que já sabe?
(de Samuel Ichyie Hayakawa, em A linguagem no pensamento e ação)
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 “Não seja opinioso – deixe isso para autores de lindos ensaiozinhos filosóficos. Não seja descritivo: lembre-se de que o pintor pode descrever uma paisagem muito melhor do que você, e de que ele é obrigado a conhecer muito mais coisas a esse respeito.”
(Ezra Pound, A arte da Poesia)
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  “Quando escrevo para mim mesmo, costumo ficar corrigindo dias e dias – uma curtição. Corrigir é estar vivo.”
(Paulo Mendes Campos, escritor mineiro)
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In: Escrever Sem Doer -  Ronald Claver, ed. UFMG, 2006.

domingo, 15 de maio de 2011

DICIONÁRIO MODERNO ...Continuação

Há o ócio criativo. Criei o ócio copiativo. Isso é que é ser desocupado. É apenas brincadeira, não me levem a sério.

FÁCIL: Diz-se da mulher que tem a moral sexual de um homem.

FÍSICO QUÂNTICO: É um homem cego em um quarto escuro, procurando por um gato preto que não está lá.

FUTEBOL: É com quem toda mulher se casa sem saber.

GINECOLOGISTA:
Especialista que trabalha no lugar onde os outros homens se divertem.

HERÓI:
Indivíduo que, diferente do resto, não pôde sair a correr.

HOMEM:
Ser masculino que durante os seus primeiros nove meses de vida quer sair de um lugar em que passa o resto da vida tentando entrar.

INDIFERENÇA: Atitude que adota uma mulher diante de um homem que não lhe interessa, que é interpretada por ele como "está se fazendo de difícil".

INFLAÇÃO: É ter que viver pagando os preços do ano que vem com o salário do ano passado.

INTELECTUAL:
Indivíduo capaz de pensar por mais de duas horas em algo que não seja sexo.

LÍNGUA: Órgão sexual que alguns degenerados usam para falar.

MODÉSTIA: Reconhecer que alguém não é perfeito, mas não dizer a ninguém.

NINFOMANÍACA: Termo com o qual um homem define uma mulher que deseja fazer sexo mais freqüentemente que ele.

PROGRAMADOR: É o que te resolve um problema que você não sabia que tinha de uma maneira que você não compreende.

PSICÓLOGO: É aquele que olha todos os demais quando uma mulher atraente entra na sala.

REALISTA: É alguém que leva uma bomba de mentira quando voa, porque isso diminui as possibilidades de que haja outra bomba no mesmo avião.

SUPERMODELOS: Evidência que todos nós fomos mal feitos.

TRABALHO EM EQUIPE: Possibilidade de jogar a culpa nos outros.


AUTORIA: Um outro desocupado que não descobri o nome, mas que usou o ócio com criatividade.
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