Se José Sócrates tivesse consciência de ter sido a sua governação irresponsável e medíocre (e não a oposição parlamentar ao seu governo) a colocar o país de joelhos perante a troika, situação que os seus sucessores trataram de piorar exponencialmente, na sua ânsia de exibir uma fidelidade cega e uma vontade de agradar aos donos ainda mais cega... teria muito mais decoro nas críticas que faz a esses seus sucessores.
Na verdade, melhor seria que, por um tempo de nojo razoável, se abstivesse mesmo de tecer quaisquer comentários em público sobre o assunto. Seja como for, como não é esse o seu entendimento... lá vai falando, comentando, opinando.
Uma das últimas ocasiões foi na sua entrevista ao jovem Daniel Oliveira... não, não é esse... é o mais mocinho, que tem a mania daquela coisa do «que é os seus olhos vêem?”. Não vi! Confesso que entre os dois “Danieis”, sempre prefiro aquele outro, que diz coisas com que muitas vezes não concordo, que algumas vezes consegue mesmo bulir-me com os nervos... mas que, pronto... é outro mundo.
Da notícia que veio a lume sobre o sucedido nessa entrevista, registei entre outras coisas, três que me prenderam a atenção:
1. Sócrates continua a lutar pelo direito a defender a sua vida privada e a intimidade dos filhos e restante família.
Faz muito bem!
2. Confessou que a conversa que teve com Clara Ferreira Alves, para o jornal do senhor Pinto Balsemão, dada a linguagem informal que utilizou... não fosse editada literalmente e naquela forma brutal.
Confesso que não lhe conhecia este grau de ingenuidade.
3. Afirmou não fazer ideia de porque é que as pessoas se irritam com ele.
A ser mesmo verdade que não faz ideia... esta é uma outra e inesperada “qualidade” do ex-primeiro-ministro, que por razões que se prendem menos com a política e mais com a “caridade”... prefiro não comentar!