Prosimetron

Prosimetron
Mostrar mensagens com a etiqueta Jean Renoir (1894-1979). Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jean Renoir (1894-1979). Mostrar todas as mensagens

sábado, 12 de fevereiro de 2022

French Cancan

Georg Tappert - French Cancan


Gosto imenso deste filme de Jean Renoir.
A voz é de Cora Vaucaire. 

domingo, 26 de dezembro de 2021

Catherine Hessling, modelo de Renoir

Pierre-Auguste Renoir - Les Baigneuses, 1918-1919
Paris, Musée d'Orsay

Dedée, Andrée Madeleine Heuschling, mais tarde conhecida como Catherine Hessling, foi o modelo para as duas figuras do quadro de cima. 
Após a morte do pintor, Dedée e Jean Renoir casaram-se. O pintor achava que o filho e a modelo eram muito dotados para a cerâmica, pelo que lhes montou um pequeno atelier. Eles dedicaram-se uns anos a esta atividade, mas a paixão de ambos pelo cinema levou-os até à sétima arte, ela como atriz e ele como realizador.
Dedée foi modelo em muitas das suas obras do final da vida de Renoir. Aqui fica uma seleção dessas pinturas:

Blonde à la rose, 1915-1917
Senhora a atar os sapatos, 1916
Londres, Courtauld Institute of Art
La femme au bouquet, 1917
Col. particular
Andrée de chapéu a ler, ca 1918
Barnes Collection

sábado, 3 de julho de 2021

Leituras no Metro - 1079


John Ford viu A Grande Ilusão de Jean Renoir, tendo afirmado ser «uma das melhores coisas que alguma vez vi». Em 1938, tentou convencer Zanuck a fazer um remake do filme, mas não conseguiu. Então começou «a fazer fora do ecrã aquilo que não lhe era permitido fazer nos filmes e subiu ao palco do Shrine Auditorium  em Los Angeles», para falar pela primeira vez sobre o que se passava na Europa e nos próprios Estados Unidos. 
John Ford era um irlandês, descrevendo-se como «um democrata socialista convicto - sempre de esquerda», não apreciando tiranetes como o congressista Dies, um dos inspiradores da Lista Negra.
(Transcrições retiradas do livro de Mark Harris - Os cinco magníficos de HollywoodLisboa: Edições 70, 2018,  p.36)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Mais cinema francês no Nimas

Interessa-me ver todos os filmes que passam nesta 4.ª parte. Espero, pelo menos, rever Le plaisir de Ophuls e French Cancan de Renoir. E há um de Marcel Pagnol que nunca vi. E outros.


sábado, 21 de julho de 2018

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Os meus franceses - 623

« [...] cada filme de Jean Renoir, tomado separadamente, assinala apenas um momento do seu pensamento. É o conjunto dos filmes que faz a obra, daí a necessidade de os agrupar num festival como este para que sejam mais bem apreciados, como um pintor que perdura e dá a ver várias telas antigas e recentes, diversos períodos, de cada vez que expõe.»
François Truffaut - Os filmes da minha vida. Lisboa: Orfeu Negro, 2015, p. 55

Jean Renoir é um dos meus realizadores preferidos - um humanista, como refere Truffaut algures no seu livro e Ingrid Bergman nas palavras que proferiu na atribuição do Óscar Honorário, em 1975:


quarta-feira, 16 de maio de 2018

Lisbonne: ville ouverte

Paris: Chandeigne, 2018
€17,00

Sai hoje em Paris o livro de Patrick Straumann sobre os refugiados que passaram por Lisboa durante a II Guerra Mundial.
Após a queda de Paris e o encerramento dos portos do Mediterrâneo, a capital portuguesa é a última saída para uma Europa em guerra. Refugiados políticos de todas as origens, apátridas, anónimos, intelectuais e artistas como Man Ray, Julien Green e Hannah Arendt fogem da Ocupação e atravessam os Pirenéus na esperança de encontrar um lugar a bordo de um navio e embarcar para Nova Iorque ou para o Rio de Janeiro. 
O cenário deste êxodo é Lisboa e o Estoril. Nas esplanadas dos cafés ouve-se uma mescla de línguas estrangeiras, enquanto que nos átrios dos hotéis dão-se encontros inesperados. 
Lisboa agita-se diante do afluxo de refugiados. As livrarias exibem  as obras de Stefan Zweig e Romain Rolland, o mercado negro floresce, a bagagem é empilhada nos cais do Tejo. 
Como voltar a esta história, feita de milhares de destinos individuais, coincidências e dramas? Enquanto, em Belém, o governo abre a Exposição do Mundo Português, Jean Renoir e Antoine de Saint Exupéry entram juntos a bordo do SS Siboney.
Jean Giraudoux passará por Lisboa em busca do seu filho que foi para Londres; Tadeus Reichstein, futuro Prémio Nobel de Química, cruza a cidade numa viagem de ida e volta a Nova Jersey. Judeu polaco, naturalizado suíço, a sua correspondência privada lançará luz sobre estes anos de guerra.
(Retirado do site da editora.)

Quero muito ler este livro, mas tenho um monte muito grande à minha espera. :)

domingo, 1 de maio de 2016

A nossa vinheta

Renoir - Gabrielle et Jean, ca 1895

Renoir - L'enfant à la pomme, ca 1895

Os retratados não são mãe e filho, mas sim Gabrielle Renard, prima da mulher do pintor, tendo ao colo o filho dele e de Adéle, Jean Renoir.

Gabrielle Renard foi para casa dos Renoir como ama de Jean Renoir, tornando-se num dos modelos do pintor. 
Foi com Gabrielle que o futuro cineasta viu, pela primeira vez, cinema ainda criança.
Gabrielle casou em 1921 com um pintor, Conrad Slade,  admirador de Renoir. Tiveram um filho, Jean Slade.
Em 1941, devido à ocupação da França pela Alemanha, partem para os Estados Unidos, com Jean Renoir. Depois de enviuvar, ela vai viver para junto do cineasta, em  Beverly Hills, onde morre em 1959.
Jean Renoir termina as suas memórias com estas palavras: «Espera por mim, Gabrielle.»



terça-feira, 15 de setembro de 2015

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Os meus franceses - 359

O Moulin Rouge fez 125 anos no passado dia 7 de outubro.
Ler em: 
http://tempsreel.nouvelobs.com/culture/20141007.OBS1310/le-moulin-rouge-a-125-ans-et-une-sante-insolente.html

Este belo filme de Jean Renoir retrata a construção do Moulin Rouge.


Boa noite!

sábado, 25 de maio de 2013

Um belo filme


O argumentista do filme, que tem Michel Bouquet no papel do pintor Renoir, deve ter-se inspirado neste livro que Jean Renoir escreveu sobre o pai e de que já falei aqui no blogue. O filme passa-se em 1915 e nessa altura dois dos filhos do pintor estão na guerra: o ator Pierre Renoir e o futuro cineasta Jean Renoir.

Lisboa: Bizâncio, 2005

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Leituras no Metro - 35


Renoir - Rapariga com gato
Óleo sobre tela, 1876
Washington, National Gallery of Art


«Um dia, a caminho de casa, foi atacado por uns vagabundos. Tentou fugir, mas apesar de ter boas pernas foi apanhado e manietado contra uma paliçada. De repente, um dos malfeitores reconheceu-o. "É o senhor Renoir!" O meu pai recuperou o fôlego, orgulhoso de ser tão conhecido. O outro esclareceu: "Eu já o vi com a Angèle. Não vamos fazer mal a um amigo da Angèle..." E acrescentou: "Este bairro não é seguro. Vamos acompanhá-lo até casa!" De facto, Angèle, o delicioso modelo do quadro da mulher com gato ("Posava como uma deusa"), pertencia àquele meio. Tinha por Renoir uma devoção comovedora. Um dia, percebendo que ele não tinha dinheiro para pagar a renda, ofereceu-se para "ir dar uma volta pela alameda". O meu pai teve muita dificuldade em recusar aquela ajuda inesperada. Enquanto posava para O almoço dos remadores, a rapariga conquistou um jovem de boas famílias que se casou com ela. Alguns anos edpois, veio visitar o "patrão". Vinha acompanhada do marido: um perfeito casal de burgueses da província, vestidos ed maneira convencional, modos formais, linguagem contida. Ao fim de algum tempo, ela descontraiu-se: "O Armand sabe que eu posa nua e (corando)... também sabe que eu andava em más companhias!" Enquanto Armand se perdia na contemplação de um quadro, ela disse ao ouvido de Renoir: "Mas não sabe que eu dizia merda!"»
Jean Renoir - Pierre-Auguste Renoir, meu pai. Lisboa: Bizâncio, 2005, p. 166-167


Renoir - O almoço dos remadores
Óleo sobre tela, 1881
Washington, Phillips Memorial Gallery

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Leituras no Metro - 32


Monet - Gare St. Lazare, 1877
Chicago, The Art Institute of Chicago


Monet - Gare St. Lazare: Chegada de um comboio, 1877
Col. particular


Monet - Gare St.-Lazare, 1877
Londres, The National Gallery

«Felizmente que havia Monet, que reagiu de maneira desconcertante. A sua recusa do fracasso e dos outros fracassos que impiedosamente se seguiram concretizou-se sob a forma de uma acção tão inesperada que, quarenta anos depois, o meu pai ainda se ria. A sua paisagem Impressão [que deu origem à palavra impressionista, para designar esta corrente pictórica] tinha sido zurzida principalmente porque "não se via nada". Monet, sobranceiro, encolhia os ombros: "Pobres cegos que querem descortinar tudo através da bruma!" Um crítico tinha-lhe declarado que a bruma não era tema de pintura. "Porque não um combate de negros dentro de um túnel?" Toda esta incompreensão tinha reforçado em Monet a determinação irresistível de pintar algo ainda mais brumoso. Uma bela manhã acordou Renoir com um grito triunfal: "Já descobri... a Gare Saint-Lazare! No momento da partida, as locomotivas lançam um fumo tão espesso que não se distingue praticamente nada. É um encanto, uma coisa feérica." Não era sua ideia pintar a Gare Saint-Lazare de memória, mas ir ao local para captar o jogo dos raios ed sol nas baforadas de vapor saídas das chaminés. "Vai ser preciso atrasar a partida do comboio para Ruão. A luz é melhor meia hora depois da partida." "Estás maluco."
«Os "impressionistas" não tinham nada para comer, no verdadeiro sentido da expressão. Viviam de alguns convites para jantar. O meu pai já nem sequer ia à leitaria habitual, cuja gentil proprietária, a Sr.ª Camille, lhe teria vendido fiado. Tinha medo de nunca mais poder pagar. [...] Cézanne tinha voltado para Aix. Degas fechava-se no seu confortável apartamento da Rue Victor-Massé. Monet estava acima de tais contingências. Vestiu o seu melhor fato, esticou os punhos de renda e, balouçando negligentemente uma bengala com castão de ouro, mandou entregar o seu cartão de visita ao director dos Caminhos-de-Ferro do Oeste, na Gare Saint-Lazare. O porteiro, estupefacto, mandou-o entrar imediatamente. A alta personalidade indicou uma cadeira ao visitante, que se apresentou com a maior simplicidade. "Sou o pintor Monet." O director em questão não sabia nada de pintura, mas não ousava confessá-lo. Monet deixou-o em suspenso durante alguns instantes, até que se dignou anunciar-lhe a grande novidade. "Resolvi pintar a sua estação. Hesitei muito entre a Gare du Nord e a sua, mas acabei por concluir que a sua tem mais carácter." Conseguiu tudo o que queria. Atrasaram os comboios, evacuaram as plataformas, atafulharam as locomotivas de carvão para que elas cuspissem a quantidade de fumo que Monet queria. Este instalou-se na estação como um tirano, ai pintou durante dias inteiros no meio do recolhimento geral, respeitosamente cumprimentado por todo o pessoal, a começar pelo director. Renoir concluía: "E eu que não teria sequer coragem para ir instalar-me na montra da mercearia da esquina!"
«Paul Durand-Ruel não só ficou com as gares Saint-Lazare como ainda adiantou algum dinheiro aos seus protegidos. Esta prova de vitalidade da nova escola foi proveitosa para todos.»

Jean Renoir - Pierre-Auguste Renoir, meu pai. Lisboa: Bizâncio, 2005, p. 147

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Leituras no Metro - 31


Renoir - Retrato de Paul Durand-Ruel, 1910
«[Durand-Ruel] Organizou várias exposições das obras da nova escola na galeria que tinha na Rue Le Peletier. O meu pai explicava-me que, depois de uma dessas tentativas sem resultados ("Nem sombra de cliente"), Monet, Sisley, Berthe Morisot e ele tinham resolvido tentar uma venda em leilão público na sala Drouot. O público insurgiu-se. Um senhor chamou galdéria a Berthe Morisot e Pissarro deu um murro no insolente. Gerou-se uma zaragata. Veio a polícia. Não se vendeu um único quadro.»
Jean Renoir - Pierre-Auguste Renoir, meu pai. Lisboa: Bizâncio, 2005, p. 132

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Leituras no Metro - 30


Manet - Au Café Guerbois
Litografia, 1869
Washington, National Gallery of Art

«O nome do Café Guerbois, onde depois de [18]70 os jovens pintores se reuniam à volta de Manet, raramente era mencionado nas nossas conversas. Já o de La Nouvelle Athènes vinha muitas vezes à baila. Paul Cézanne filho levou-me lá a tomar uma bebida antes da guerra de 14. Os proxenetas e as meninas da Place Pigalle tinham tomado o lugar de Manet, Cézanne e Pissarro. Eu tentava imaginar Van Gogh, levado pelo irmão, a sentar-se à mesa em que Gauguin e Frank Lamy discutiam pintura à espátula. Era difícil imaginas as figuras barbudas e ardentes dos jovens pintores do século passado nos lugares agora ocupados pelas figuras barbeadas, solenes e circunspectas dos novos clientes. Agora é a decadência completa, a queda irremediável. La Nouvelle Athènes, felizmente com outro nome e com outra decoração, transformou-se num clube nocturno de pederastas. E nem isso garante a sobrevivência daquelas paredes povoadas de sombras ilustres. A última tentativa de salvação apresenta-se hoje sob a forma de um "supermercado" de strip-tease: vinte nus pelo preço de um bilhete de cinema. As pobres raparigas desfilam e exibem os seus encantos cansados no local de reunião da escola francesa que purificou o nu e o libertou de qualquer conotação libertina. Às vezes penso: "Que diria o meu pai se visse isto?" A evocação de Renoir remete-me rapidamente para uma justa apreciação das coisas. Sei muito bem o que ele diria: "Este sítio está cheio de correntes de ar. As pobres raparigas vão apanhar uma constipação."»
Jean Renoir - Pierre-Auguste Renoir, meu pai. Lisboa: Bizâncio, 2005, p. 118-119


Federico Zandomeneghi - Il Café de la Nouvelle-Athènes
Óleo sobre tela, 1885
Col. particular