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segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Leituras na pandemia - 60


Li esta biografia de Hannah Arendt em duas noites de insónia. Gostei. Mas sendo esta edição da NG para Portugal e tendo esta filósofa passado por Lisboa a caminho dos States, teria sido importante que a revista tivesse dado destaque a essa permanência na capital portuguesa que não foi rápida. Na revista podemos ler apenas esta referência, estilo chegou e partiu: «O visto de Martha [mãe de Hannah Arendt] ia demorar um pouco mais a chegar, de forma que ela própria convenceu o casal [H.A. e Heinrich Blücher, seu marido] a sair imediatamente de França rumo a Lisboa, onde embarcaram com destino a Nova Iorque. Ela fez o mesmo trajeto umas semanas depois.» (p. 85
Hannah Arendt e a família foram mais umas pessoas que conseguiram sair de França graças ao empenho de Varian Fry e da sua organização.
Se quiser saber onde Hannah Arendt viveu em Lisboa, veja aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Hannah Arendt e o século XX


No âmbito das medidas de "desconfinamento" decididas pelo Governo Alemão, foram vários os museus na Alemanha que retomaram as sua atividade, respeitando naturalmente as regras de segurança.
Assim, o Deutsches Historisches Museum de Berlim inaugurou na segunda-feira uma exposição dedicada a Hannah Arendt, sob o título Hannah Arendt und das 20. Jahrhundert - Hannah Arendt e o século XX. 
O propósito é o de seguir o olhar subjetivo e conhecer a vida (e a obra) de Arendt em que se reflecte a História do século passado: totalitarismo, antisemitismo, a fuga de milhões de pessoas, o processo Eichmann, o sionismo, o sistema político e o racismo nos EUA, bem como os protestos estudantis e o feminismo. Sobre todos estes temas, Arendt pronunciou-se de forma assertiva e decidida (e pouco consensual por vezes...), o que mantém esta personalidade explosiva e necessária nos dias de hoje.
A exposição terminará a 18 de Outubro.

A Hannah Arendt é dedicada a nova vinheta.


quarta-feira, 16 de maio de 2018

Lisbonne: ville ouverte

Paris: Chandeigne, 2018
€17,00

Sai hoje em Paris o livro de Patrick Straumann sobre os refugiados que passaram por Lisboa durante a II Guerra Mundial.
Após a queda de Paris e o encerramento dos portos do Mediterrâneo, a capital portuguesa é a última saída para uma Europa em guerra. Refugiados políticos de todas as origens, apátridas, anónimos, intelectuais e artistas como Man Ray, Julien Green e Hannah Arendt fogem da Ocupação e atravessam os Pirenéus na esperança de encontrar um lugar a bordo de um navio e embarcar para Nova Iorque ou para o Rio de Janeiro. 
O cenário deste êxodo é Lisboa e o Estoril. Nas esplanadas dos cafés ouve-se uma mescla de línguas estrangeiras, enquanto que nos átrios dos hotéis dão-se encontros inesperados. 
Lisboa agita-se diante do afluxo de refugiados. As livrarias exibem  as obras de Stefan Zweig e Romain Rolland, o mercado negro floresce, a bagagem é empilhada nos cais do Tejo. 
Como voltar a esta história, feita de milhares de destinos individuais, coincidências e dramas? Enquanto, em Belém, o governo abre a Exposição do Mundo Português, Jean Renoir e Antoine de Saint Exupéry entram juntos a bordo do SS Siboney.
Jean Giraudoux passará por Lisboa em busca do seu filho que foi para Londres; Tadeus Reichstein, futuro Prémio Nobel de Química, cruza a cidade numa viagem de ida e volta a Nova Jersey. Judeu polaco, naturalizado suíço, a sua correspondência privada lançará luz sobre estes anos de guerra.
(Retirado do site da editora.)

Quero muito ler este livro, mas tenho um monte muito grande à minha espera. :)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Vida Ativa: O Espírito de Hannah Arendt


Documentário de Ada Ushpiz sobre Hannah Arendt, que empregou o termo «banalidade do mal» ao escrever sobre o julgamento de Adolf Eichmann para a revista The New Yorker. A reportagem deste julgamento foi objeto do filme de Margarethe von Trotta, referido aqui no blogue, aquando da sua estreia em Portugal.
Este documentário tenta contextualizar as reflexões de Arendt sobre o julgamento na sua vida, dando voz tanto aos que a destrataram como aos que apoiaram.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Será que ainda vai parar à minha pilha?

Barcelona: Lumen, 2006

Há dias, ao ver o filme Hannah Arendt, fiquei a saber da amizade entre a autora de As origens do totalitarismo e a escritora Mary McCarthy, de quem li dois livros há muitos anos: O grupo e A gente com quem anda. Penso mesmo que o primeiro foi apreendido. Tendo procurado alguma bibliografia sobre o assunto encontrei uma edição da correspondência entre ambas. Fiquei com vontade de o ler.
A correspondência que a autora de Eichmann em Jerusalém manteve ao longo de 25 anos com Mary McCarthy, constitui um retrato da história e da cultura europeia e dos Estados Unidos desses anos.
Segundo The New York Times, o livro reflete «Um dos diálogos mais inteligentes que teve lugar no século XX» e, de acordo com The Washington Post, é «Um agudo diagnóstico do nosso tempo».

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Hannah Arendt

Hannah Arendt já andou, umas duas ou três vezes, pelo nosso Prosimetron.
Fui hoje ver o filme. Gostei.

 
Um tema sempre presente no nosso quotidiano! Até, por vezes, num simples post ou num comentário.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Hannah Arendt


Um filme que gira à volta do julgamento do século XX e da cobertura que Hannah Arendt, judia, exilada nos EUA, se propôs fazer do julgamento de Eichmann para o The New Yorker. Mais tarde, escreverá o livro Eichmann em Jerusalém. E para que alerta ela nessa reportagem e no livro? Para a banalização do mal, para estejamos todos alerta e defendamos a liberdade. 
O trailer do filme já está a passar nas salas portuguesas.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Hannah Arendt viveu aqui

Na Rua Sociedade Farmacêutica, n.º 6, viveu, em 1941, Hannah Arendt, um dos maiores vultos da filosofia do século XX. O prédio está a ser recuperado e a CML devia aproveitar para lá colocar uma lápide.
Neste prédio deve ter funcionado uma escola de equitação. Só não sei qual.

Hannah Arendt e o seu marido Heinrich Blücher, como muitos outros refugiados, frequentaram a Pastelaria Suiça (aqui numa foto de 1960).

«Não sei quanto tempo vamos ficar aqui. Ainda não temos as nossas passagens [...].» (Carta de H. A. a Salomon Adler Rudel, datada de 17 fev. 1941)
«Ainda temos uma ténue esperança de partir este mês. As nossas passagens já foram pagas há muito [...].» (carta de início de abr.)
Chegaram a Nova Iorque a 22 de maio de 1941.

Post acrescentado às 17h35 e feito a partir do artigo de Sylvie Courtine-Denamy - «Hannah Arendt em Lisboa» (JL, Lisboa, 2-15 maio 2012, p. 26).

domingo, 22 de novembro de 2009

«Hannah e Martin» de Kate Fodor


Rui Mendes e Ana Padrão, nos ensaios.

«Já começaram os ensaios do espectáculo Hannah e Martin, de Kate Fodor. Os actores Ana Padrão, Cátia Ribeiro, Cristóvão Campos, Diogo Mesquita, Francisco Pestana, Irene Cruz, Luís Alberto, Maria Ana Bernauer e Rui Mendes interpretarão as personagens que darão vida a esta peça.
«Durante os julgamentos de Nuremberga, Hannah Arendt visita Martin Heidegger, seu antigo professor, mentor e amante. Este encontro entre o filósofo convertido ao nazismo e a filósofa judia, depois da guerra, leva-os a reviver o passado.
«Hannah e Martin é uma peça onde o universo mais íntimo se mistura com a política, a história e a ética, colocando questões pertinentes ao espectador de hoje.
«Qual é o poder das ideias e que força encerram os ideais de quem tem poder? Qual é a origem da crueldade? E do amor? E da integridade? Será algum dia possível compreender a natureza humana e as suas motivações?»
A encenação é de João Lourenço.
http://www.teatroaberto.com/index2.php?lg=1&idmenu=56&idsubmenu=60

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Martin e Hannah



FRIBURGO-EM-BRISGAU
REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA

15 de Agosto de 1975

- Raios!
A velha senhora lutava com o guarda-chuva. As rajadas de vento e a chuva atingiam-lhe a cara enrugada, faziam-lhe voar as saias, destruíam as bocas-de-lobo do jardim. Com um dedo, tocou à campainha do portão.
Da casa, ao fundo do caminho, nada. Uma segunda tentativa permaneceu sem resposta. Irritada, a senhora começou a tamborilar nas ripas de madeira enquanto chamava: - Elfride! Elfride! Sou eu!
Passos que se arrastam. A corrente que se abre. Outra velhota apareceu, abrigada debaixo do alpendre.
- Hannah – disse Elfride, imóvel. – Não a esperava tão cedo.
[…]
O coração de Hannah pôs-se a bater mais depressa. Há quanto tempo não estava sozinha com ele? Pelo menos vinte anos, ou mais? Exactamente dsde… Desde 1950, sim. Vinte e cinco anos.
Sempre que atravessava o atlântico para voltar à Alemanha, Hannah viera visitar Martin Heidegger. E a Madame sempre a vigiar. Nunca longe, sempre pronta a entrar de rompante. Contabilizando o tempo que eles passaram juntos. E Martin cedia sempre.
Uma vez, apenas uma única vez, é que Martin tinha desafiado a proibição conjugal. Foi em 1950, em Friburgo, Hannah e Martin, os dois sozinhos. Foi depois do exílio de Hannah, depois do extermínio, depois do nascimento de Israel, depois da guerra. Depois de Martin ter sido condenado pela sua ideologia nazi, depois da derrota. E, vinte cinco anos depois, Martin e Hannah iam estar novamente sozinhos!
Porque desde que tinha descoberto a verdade sobre o amor adúltero de Martins e Hannah, a Madame estava e de guarda. […]
- Vá, minha cara, vá – disse Elfride, cruzando os braços. – Não, no escritório não. Ao fundo, ao pé da janela. Na sala de jantar. [...]
Assim começa O último encontro, de Catherine Clément (Porto: Asa, 2000)

Hoje leitura
CORRESPONDÊNCIA ENTRE HANNAH ARENDT E MARTIN HEIDEGGER
Apresentação de João Paulo Cotrim
com a participação de José Wallenstein
CCB, 12 Fev., 21h00
Sala Sophia de Mello Breyner
Entrada livre


Nos anos vinte do século passado, Hannah Arendt, jovem judia estudante de filosofia que se tornará referência do pensamento do século XX e implacável desconstrutora da ideologia nazi, tomou-se de amores pelo seu carismático professor, Martin Heidegger, também ele marcante filósofo, o qual viria a manter estreitas relações com o partido Nazi.
A relação manteve-se incólume ao longo do agitado século, através do fio de uma correspondência cheia de simbolismo e humanidade, a qual apenas se revela em meados dos anos 1990. Com o picante de trazer à cena a outra face do triângulo, Elfriede, a mulher do professor.
(
do site do CCB)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

REVOLUÇÃO

" (...) porque as revoluções são os únicos acontecimentos políticos onde enfrentamos directa e inevitavelmente o problema do começo. Porque as revoluções , seja qual for o modo por que sejamos tentados a defini-las , não são simples mudanças. "

- Hannah Arendt , Sobre a Revolução , pg. 23 , Relógio d 'Água Editores , 2001.