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domingo, 9 de fevereiro de 2020

Boa noite!


A worried man with a worried mind
No one in front of me and nothing behind
There's a woman on my lap and she's drinking champagne
Got white skin, got assassin's eyes
I'm looking up into the sapphire tinted skies
I'm well dressed, waiting on the last train

Standing on the gallows with my head in a noose
Any minute now I'm expecting all hell to break loose

People are crazy and times are strange
I'm locked in tight, I'm out of range
I used to care, but things have changed
[...]

Bob Dylan

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Os meus franceses - 623

« [...] cada filme de Jean Renoir, tomado separadamente, assinala apenas um momento do seu pensamento. É o conjunto dos filmes que faz a obra, daí a necessidade de os agrupar num festival como este para que sejam mais bem apreciados, como um pintor que perdura e dá a ver várias telas antigas e recentes, diversos períodos, de cada vez que expõe.»
François Truffaut - Os filmes da minha vida. Lisboa: Orfeu Negro, 2015, p. 55

Jean Renoir é um dos meus realizadores preferidos - um humanista, como refere Truffaut algures no seu livro e Ingrid Bergman nas palavras que proferiu na atribuição do Óscar Honorário, em 1975:


sábado, 3 de março de 2018

Boa noite!

Jonny Greenwood está nomeado para a melhor banda sonora.
Será que Daniel Day-Lewis vai ganhar o Óscar? Infelizmente, não me parece.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Boa noite!

A banda sonora que o madeirense Nuno Malo, radicado nos EUA, compôs para No God, no Master, é candidata aos Óscares.
Fiquei então a saber que Nuno Malo é também o autor da banda sonora de um filme espanhol que vi há pouco, que em Portugal foi intitulado Doce Amargo Amor. Penso que até lhe dediquei uma postagem.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Números - 84

5 / 5

5 para O Artista ( os mais importantes: melhor filme, melhor actor, melhor realizador etc )

5 para Hugo ( as categorias técnicas mais importantes )

sábado, 26 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Parabéns, João Soares!



E este livro de Robert Osborne - 80 years of the Oscar: The official history of the Academy Awards (Abbeville Press, 2008). Em caso de repetição ou falta de interesse, há sempre possibilidade de troca!
Um dia feliz!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Óscares - viajando 10 anos no tempo para o ano 2000 (3 de 3)



Quanto a realizadores, em 2000 foram nomeados Sam Mendes ("Beleza Americana"), Spike Jonze ("Being John Malkovich"), Lasse Hallström ("As Regras da Casa"), Michael Mann ("O Informador") e M. Night Shyamalan ("O Sexto Sentido"). Eu manteria Mendes e Hallström, acrescentando Pedro Almodóvar ("Tudo Sobre a Minha Mãe"), Paul Thomas Anderson ("Magnólia") e Neil Jordan ("O Fim da Aventura"). A minha eleição coincidiria com a da Academia: Sam Mendes.

No que respeita ao argumento, e começando por Melhor Argumento Original, a Academia destacou Alan Ball ("Beleza Americana"), Charlie Kaufman ("Being John Malkovich"), Paul Thomas Anderson ("Magnólia"), M. Night Shyamalan ("O Sexto Sentido") e Mike Leigh ("Topsy-Turvy"). Neste caso, trocaria Mike Leigh por Pedro Almodóvar – e atribuir-lhe-ia a estatueta, que no caso da Academia foi para Alan Ball.

Para Melhor Argumento Adaptado, a Academia nomeou John Irving ("As Regras da Casa"), Alexander Payne e Jim Taylor ("Election"), Frank Darabont ("À Espera de Um Milagre"), Michael Mann e Tim Roth ("O Informador") e Anthony Minghella ("O Talentoso Mr. Ripley"). Eu deixaria cair também aqui "As Regras da Casa", "À Espera de um Milagre" e "O Informador", elevando Neil Jordan por "O Fim da Aventura", Michael Hoffman por "Sonho de Uma Noite de Verão" e Jim Uhls, por "Clube de Combate". A Academia elegeu John Irving; eu elegeria Jim Uhls.

No campo da música, a Academia premiou "Red Violin", de John Corigliano, que nunca vi nem ouvi. Isto sendo dito, nem sequer nomeou Michael Nyman por "O Fim da Aventura" nem Ry Cooder e Nick Gold por "Buena Vista Social Club", que na minha lista teriam de se juntar a Thomas Newman por "Beleza Americana" e Gabriel Yared em "O Talentoso Mr. Ripley" (e dos que conheço, elegeria Michael Nyman).

Na vertente de Melhor Canção Original, a Academia premiou Phil Collins por "You'll Be In My Heart", de "Tarzan". As outras nomeações foram para Aimee Mann por "Save Me", de "Magnólia", Diane Warren por "Music of the Heart" no filme homónimo, Trey Parker e Marc Shaiman por "Blame Canada", de "South Park: Bigger, Longer & Uncut" e Randy Newman por "When She Loved Me", de "Toy Story 2". Em vez de Phil Collins, nomearia Garbage / David Arnold & Don Black por "The World Is Not Enough", em "007 – O Mundo Não Chega". E a vitória iria para Aimee Mann. É um daqueles anos que mostra que falta premiar a banda sonora, independentemente de ser original ou não, bem como canções que sejam recuperadas para o cinema: este ano viu covers que bateram claramente os originais, e que não são reconhecidos. Este ano, por exemplo, incluiu as canções "She" de Elvis Costello ("Notting Hill"), "One" de Aimee Mann ("Magnólia") ou "When You Say Nothing At All" de Ronan Keating ("Notting Hill").

Óscares - viajando 10 anos no tempo para o ano 2000 (2 de 3)



No campo da actuação, a Academia nomeou Kevin Spacey ("Beleza Americana"), Denzel Washington ("O Furacão"), Russell Crowe ("O Informador"), Richard Farnsworth ("Uma História Simples") e Sean Penn ("Sweet and Lowdown"). Destes, apenas concordaria com Spacey e Farnsworth; como não vi "Sweet and Lowdown", dar-lhe-ia o benefício da dúvida; e elevaria Ralph Fiennes em "O Fim da Aventura", Edward Norton em "Clube de Combate". A estatueta, para Kevin Spacey, tal como fez a Academia.

Para Melhor Actriz, as escolhas da Academia incidiram sobre Hillary Swank, em "Os Rapazes Não Choram", Julianne Moore em "O Fim da Aventura", Annette Bening em "Beleza Americana", Jane McTeer em "Tumbleweeds" e Meryl Streep foi nomeada neste ano por "Music of the Heart". Eu substituiria Meryl Streep (gasp!) por Cecilia Roth, em "Tudo Sobre a Minha Mãe". A estatueta, para Julianne Moore.

Como Melhor Actor Secundário, foram eleitos Michael Caine ("As Regras da Casa"), Tom Cruise ("Magnólia"), Michael Clarke Duncan ("À Espera de um Milagre"), Haley Joel Osment ("O Sexto Sentido") e Jude Law ("O Talentoso Mr. Ripley"). Deixaria cair Michael Caine e Michael Clarke Duncan, elevando Philip Seymour Hoffman e John C. Reilly, ambos por "Magnólia". Neste caso, a tentação de nomear John Malkovich por "Being John Malkovich" é grande: só para ouvir "and John Malkovich, for being John Malkovich" – um pouco o 'obrigado por ser quem é'. A estatueta, em vez de premiar Michael Caine, iria para Jude Law (como foi o BAFTA desse ano).

Como Melhor Actriz Secundária, surgiram Angelina Jolie ("Girl, Interrupted"), Chloë Sevigny ("Os Rapazes Não Choram"), Toni Collette ("O Sexto Sentido"), Catherine Keener ("Being John Malkovich") e Samantha Morton ("Sweet and Lowdown"). Manteria Sevigny, Collette e Morton (mais uma vez, o benefício da dúvida por não ter visto o filme de Woody Allen) e elevaria Maggie Smith pela sua Lady Hester em "Chá com Mussolini" (que aliás venceu o BAFTA de Melhor Actriz Secundária) e Marisa Paredes em "Tudo Sobre a Minha Mãe". A estatueta iria para Maggie Smith.

Óscares - viajando 10 anos no tempo para o ano 2000 (1 de 3)



Estive a fazer o exercício de olhar para trás uma década e escolher os filmes que teria eleito como os melhores do ano. Cheguei à conclusão que tenho pouco a ver com as escolhas feitas pela Academia nessa altura – praticamente com excepção do Melhor Filme e do Melhor Actor.

Em 2000, celebravam-se os filmes estreados em 1999, incluindo "O Sexto Sentido", "Chá com Mussolini", "Magnólia", "Beleza Americana", "Matriz", "Toy Story 2", "Três Reis", "Eyes Wide Shut", "Notting Hill", "Tarzan" (da Disney), "A Viagem de Felicia", "The Green Mile"/"À Espera de um Milagre", "Tudo Sobre a Minha Mãe", "O Informador", "As Regras da Casa", "007 - O Mundo Não Chega", "Uma História Simples", "Sweet and Lowdown", "Os Rapazes Não Choram", "O Fim da Aventura", "A Múmia", "Sleepy Hollow", "Ana e o Rei", "O Talentoso Mr. Ripley", "Clube de Combate", "A Guerra das Estrelas I - A Ameaça Fantasma", "Titus", "Buena Vista Social Club", "Stuart Little", "O Projecto Blair Witch" e "Music of the Heart".

A Academia nomeou para Melhor Filme "O Sexto Sentido", "Beleza Americana", "As Regras da Casa", "O Informador" e "The Green Mile"/"À Espera de um Milagre", tendo a estatueta sido atribuída a "Beleza Americana".

Hoje elejo como melhores filmes de 1999 "Beleza Americana", "Tudo Sobre a Minha Mãe", "O Fim da Aventura", "Magnólia" e "O Sexto Sentido". Caso estivessem em vigor as actuais regras, com dez nomeados, acresceriam "Chá com Mussolini", "Clube de Combate", "Os Rapazes Não Choram", "As Regras da Casa" e "O Talentoso Mr. Ripley". A estatueta iria para "Beleza Americana".

sábado, 17 de outubro de 2009

"Um Amor de Perdição" é o candidato português ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro


O novo Presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas nos EUA, Tom Sherak, anunciou esta quinta-feira as 65 candidaturas dos vários países ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Para além de considerações sobre a forma de candidatura (nomeações dos países, um candidato por país independentemente de mérito e produção relativas, candidaturas separadas da China e Hong-Kong), eis algumas notas.
Portugal apresenta "Um Amor de Perdição" / "Doomed Love", de Mário Barroso, que já foi referido aqui no Prosimetron em http://prosimetron.blogspot.com/2009/04/cinenovidades-39-um-amor-de-perdicao.html e http://prosimetron.blogspot.com/2009/04/ainda-um-amor-de-perdicao.html.
Internacionalmente, está a ser dado destaque às indicações da Alemanha ("The White Ribbon", de Michael Haneke, o vencedor do Festival de Cannes, referenciado em http://prosimetron.blogspot.com/2009/05/white-ribbon-de-michael-haneke-vence.html), da França (''Un Prophete'', de Jacques Audiard), e da Coreia do Sul ("Mother", de Joon-ho Bong).
Notas adicionais para os realizadores indigitados pela China (Chen Kaige, cujo "Adeus, Minha Concubina" venceu a Palma de Ouro de Cannes em 1993 e foi nomeado para dois Óscares), Espanha (Fernando Trueba, vencedor em 1993 com "Belle Époque") e Itália (Giuseppe Tornatore, vencedor em 1989 com "Nuovo Cinema Paradiso") .
Como curiosidade, países com quem os EUA possuem relações diplomáticas relativamente tensas apresentaram também as suas candidaturas: é o caso do Irão ou da Venezuela (mas não da Coreia do Norte; aliás, a lista da Academia indica tão somente "Coreia").
A lista integral pode ser vista no endereço da Academia, em http://www.oscars.org/press/pressreleases/2009/20091015.html
As nomeações serão anunciadas a 2 de Fevereiro de 2010.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

1939 - "O Feiticeiro de Oz"/"The Wizard of Oz" hoje às 19:30 no São Jorge em Lisboa


"When I first saw The Wizard of Oz it made a writer of me", Salman Rushdie

A primeira aventura da MGM em "Glorious Technicolor", imortalizada por uma vasta iconografia desde Judy Garland e "Over the Rainbow" (a canção que esteve eliminada por ser supérflua e veio a ser considerada a melhor canção de sempre do cinema pelo American Film Institute), ao espantalho (que queria um cérebro), ou o homem de lata (que queria um coração), ou o leão cobarde (que queria coragem), a "there's no place like home", passando por sapatos de rubi, a bruxa verde e má, "I think we're not in Kansas anymore", Munchkins, uma "yellow brick road", papoilas soporíferas, tornados, "tigers and lions and bears", ...



Enredo

A jovem Dorothy Gale (Judy Garland) vive com os tios numa quinta no Kansas, sonhando com um lugar "para lá do arco-íris". Um tornado atinge a casa e Dorothy vê-se (juntamente com a casa e o seu cão Toto) transportada para num mundo de fantasia chamado Oz, aterrando literalmente em cima da temível Bruxa Má do Leste. Querendo regressar a casa, é aconselhada pela Bruxa Boa do Norte, Glinda (Billie Burke) a seguir a estrada dos tijolos amarelos para se dirigir à Cidade Esmeralda, onde o Feiticeiro de Oz a poderá ajudar.

Pelo caminho, encontra um Espantalho (Ray Bolger), um Homem de Lata (Jack Haley), e um Leão Cobarde (Bert Lahr), que se lhe juntam com as suas esperanças específicas (respectivamente, obter um cérebro, um coração e coragem). A viagem é atribulada, com Dorothy a ser alvo de perseguição por parte da Bruxa Má do Oeste (Margaret Hamilton) que quer recuperar os sapatos de rubi da sua irmã, que Glinda lhe oferecera.

Apesar das dificuldades, Dorothy chega à Cidade Esmeralda, onde se defronta com o poderoso Feiticeiro de Oz (Frank Morgan)...


Notas de Produção

Todas as cenas em Oz foram filmadas em 3-strip Technicolor ("Glorious Technicolor!"; as cenas passadas no Kansas são a preto e branco (sépia). Louis B. Mayer tinha resistido à modernice da cor, apenas cedendo a experimentar o novo meio depois do enorme sucesso financeiro de "A Branca de Neve e os Sete Anões", dois anos antes.

O argumento baseia-se nas aventuras escritas por Frank L. Baum, e contou com inúmeras versões e contribuidores; aliás, é um filme de múltiplas contribuições e substituições: o Homem de Lata originalmente era Ray Bolger, que pediu para ser o Espantalho; o candidato seguinte foi Buddy Ebsen, que sofreu uma violenta alergia ao pó de alumínio e teve que ser hospitalizado, sendo substituído por Jack Haley; a bruxa má era originalmente Gale Sondergaard -- não querendo fazer um papel que exigia que parecesse feia, foi substituída por Margaret Hamilton. Também a realização teve vários timoneiros: Norman Taurog foi o primeiro homem do leme, sendo substituído ao fim de algumas semanas por Richard Thorpe. Também este foi considerado pouco adequado e entra em cena George Cukor, mas apenas por alguns dias: dado o compromisso de que iria filmar "E Tudo o Vento Levou", é substituído por Victor Fleming (que foi quem acabou por filmar o épico sulista) e este é finalmente substituído por King Vidor para filmar as cenas finais de "O Feiticeiro de Oz".

As filmagens decorreram de Outubro de 1938 a Março de 1939, marcadas por múltiplas dificuldades. Para além da dança das cadeiras na realização, encontrar mais de cem actores para interpretarem os diminutos Munchkins não foi fácil, nem aplicar maquilhagem a tão vasto elenco; as cenas perigosas fizeram vítimas, incluindo queimaduras graves em Margaret Hamilton.

A pós-produção foi lenta e obteve um produto final com cerca de duas horas -- depois de vários testes de audiência, cortaram-se números de dança e reprises musicais. Uma das canções que esteve quase a não constar do filme foi "Over the Rainbow". Os produtores consideravam que as cenas no Kansas já estavam muito longas e o que interessava era manter as cenas a cores (além de que era degradante ter Judy Garland a cantar... num celeiro). No final, a intervenção de Victor Fleming e dos produtores Mervyn LeRoy e Arthur Freed fez com que a canção permanecesse.



Reacções

O filme foi um sucesso moderado, conseguindo um pequeno lucro face aos custos de produção (na altura, USD 3 milhões de receitas contra USD 2.8 milhões de custos). Só quando se fez a reedição em 1949 é que os lucros dispararam.

O filme passou a integrar grande número de Top 10 Best Movies, tendo a sua iconografia entrado no dia-a-dia.

O filme foi considerado "culturally significant" pela Biblioteca do Congresso dos EUA, que o seleccionou para preservação no National Film Registry em 1989. Em 1998, o AFI considerou-o o 6º melhor filme americano de sempre. Em Junho de 2007, a UNESCO seleccionou o fime para integrar o Memory of the World Register. Em Junho de 2008, o AFI considerou-o o melhor filme americano na categoria de Fantasy.

A canção "Over the Rainbow" conquistou o Óscar para Melhor Canção, tendo sido considerada em 2004 a melhor canção de sempre do cinema pelo American Film Institute. A banda sonora também conquistou o Óscar de 1939. A banda sonora foi considerada a melhor de sempre pelo "The Observer".

O recipiente do prémio Booker of Bookers, Salman Rushdie, escreveu para o British Film Institute um ensaio sobre o filme e a sua influência na cultura popular em que interpreta a força das crianças na resolução de problemas face à incapacidade dos adultos que me pareceu muito inteligente.

Judy Garland conquistou o Óscar para Melhor Actriz ou Actor Juvenil.

Três citações mereceram eleição no "AFI's 100 Years…100 Movie Quotes" em 2005:
- "Toto, I have a feeling we're not in Kansas anymore" (4ª)
- "There's no place like home" (23ª)
- "I'll get you, my pretty, and your little dog, too" (99ª)

Os sapatos de rubi também fizeram história: em 1970, num leilão da MGM, um par vendeu-se por USD 15.000. Outro leilão, em 2000, obteve USD 666.000. Mais recentemente, um par foi furtado do Judy Garland Museum, em Minnesota.

A 23 de Setembro de 2009, vários cinemas nos EUA exibiram o filme em homenagem ao seu 70º aniversário, numa versão de alta definição. O Cinema São Jorge, em Lisboa, exibe hoje o filme às 19:30 -- desconheço a versão.

sábado, 8 de agosto de 2009

Ravissante! Felicity Huffman

Felicity Huffman é uma actriz norte-americana.

Nascida a 9 de Dezembro de 1962 em Nova Iorque, começou a sua carreira na televisão com participações especiais em séries como "Ficheiros Secretos", "The West Wing" ou "Frasier". Em paralelo, actua no teatro, off-Broadway (a sua actuação na peça "Cryptogram" de David Mamet obtém-lhe um prémio OBIE de Melhor Actriz em 1995).

Em 2004, começa a interpretar o papel de Lynette Scavo em "Donas de Casa Desesperadas" / "Desperate Housewives", passando a ter reconhecimento internacional.

No ano seguinte, interpreta uma transexual homem-para-mulher em "Transamerica", que lhe obtém o Globo de Ouro de Melhor Actriz e uma nomeação para os Óscares.

Para além destas honrarias, já conta com quatro nomeações para os Globos de Ouro como Melhor Actriz numa série de comédia (três por "Donas de Casa Desesperadas"), duas para os Emmy (venceu em 2006), seis para os SAG (venceu um prémio individual e dois de conjunto, outra vez por "Donas de Casa Desesperadas").

É ravissante pelo humor auto-flagelatório e com que diz ser "não ser bonita", a par de uma força cansada com que suporta o mundo às costas, qual Atlas.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ravissante! Mary-Louise Parker


Mary-Louise Parker é uma actriz norte-americana.

Nascida a 2 de Agosto de 1964 na Carolina do Sul, nos EUA, começou a sua carreira com um pequeno papel de telenovela, tendo 1990 assistido à sua estreia nos palcos da Broadway, com "Prelude to a Kiss", que lhe obteve uma nomeação para os Tony.

No mesmo ano, brilhou no cinema em "Longtime Companion", um dos primeiros filmes a abordar o tema da SIDA. Seguiram-se "Grand Canyon" (1991), de Lawrence Kasdan, em que actuou ao lado de Kevin Kline, Mary McDonnell e Alfre Woodard, e "Tomates Verdes Fritos" / "Fried Green Tomatoes" (também 1991), baseado no livro "Fried Green Tomatoes at the Whistle Stop Cafe" de Fannie Flagg. As suas co-estrelas foram Jessica Tandy, Kathy Bates e Mary Stuart Masterson.

O resto da década de 90 viu-a em múltiplos papéis ("O Cliente", "Balas Sobre a Broadway" de Woody Allen, entre outros), tendo continuado o seu trabalho no teatro. Em 2001, actua na Broadway em "Proof", que lhe obtém o Tony para Melhor Actriz.

Pouco depois entra como actriz convidada na série televisiva "The West Wing", fazendo de Amelia "Amy" Gardner, uma activista dos direitos das mulheres que se envolve com Josh Lyman. Recebeu nomeações para os Emmy e os SAG. Em 2003, junta-se a Meryl Streep, Al Pacino, Emma Thompson, Justin Kirk e Patrick Wilson na adaptação de "Anjos na América", de Tony Kushner. Pelas suas interpretações, recebe o Globo de Ouro e o Emmy para Melhor Actriz Secundária.

A partir de 2005, é o rosto da série "Weeds", da Showtime, sobre uma viúva com dois filhos num subúrbio abastado que se reinventa para se tornar uma traficante de marijuana. Nesta série venceu o Globo de Ouro para Melhor Actriz em 2006. Em paralelo, tem continuado a aparecer no cinema e no teatro.

Conta com seis nomeações para os Emmy no seu palmarés (venceu uma vez), a par de cinco nomeações para os Globos de Ouri (conquistou dois) e seis nomeações para os SAG. No teatro, obteve três nomeações para os Tony (conquistou um).

É ravissante pela combinação de sinceridade rural a par da inteligência e humor em múltiplos meios.

Ravissante! JoBeth Williams


JoBeth Williams é uma actriz e realizadora norte-americana.

Nascida a 6 de Dezembro de 1948 em Houston, Texas, começou a sua carreira na televisão em meados dos anos 70.

O reconhecimento internacional veio em 1979 quando interpretou a namorada do personagem de Dustin Hoffman, em "Kramer contra Kramer" (era encontrada nua a caminho da casa de banho pelo filho). Seguiram-se o papel da mãe no superlativo "Poltergeist" (1982), retomado na sequela, e em 1983, integrou o elenco de "Amigos de Alex" / "The Big Chill", realizado por Lawrence Kasdan, ao lado de Glenn Close, Mary Kay Place, William Hurt, Kevin Kline, Tom Berenger e Jeff Goldblum. No mesmo ano, participa em "O Dia Seguinte" / "The Day After", encarando o holocausto nuclear.

O resto da década vê-a no pequeno écrã, tendo recebido duas nomeações para os Emmy por interpretar biografias, e como secundária em "Frasier".

Em 1994, a sua estreia na realização obtém-lhe a nomeação para os Óscares com a curta metragem "On Hope".

Mais recentemente, apareceu num papel secundário na série "24", como mulher do personagem interpretado por Peter Weller e na série de culto "Dexter", como mãe da namorada do personagem principal.

Conta com uma nomeação para os Óscares, três para os Emmy e uma para os Globos de Ouro.

É ravissante pela neurose intensa e lacrimejante dos seus personagens, levantando âncoras para atingir os seus objectivos.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

1939 - “Paixão Mais Forte” / “Golden Boy”

O filme que lançou William Holden, sob o alto patrocínio de Barbara Stanwyck.


Enredo
Joe Bonaparte (William Holden) é um jovem estudioso num bairro pobre e italiano de Nova Iorque. Adepto do violino, prefere aprimorar a sua arte em vez de se dedicar a um emprego tradicional, vocação em que é apoiado pelo pai (Lee J. Cobb, que interpreta o papel aos 27 anos). Apercebendo-se que a sua vida nunca mais muda a não ser que ganhe dinheiro depressa, Joe decide apostar no seu outro talento, o boxe, apesar da oposição paterna.

Sob a égide do treinador Tom Moody (Adolphe Menjou), a sua carreira de boxeur começa a apresentar resultados. Ao mesmo tempo, conhece a assistente e amante de Moody, Lorna Moon (Barbara Stanwyck). Hesitante entre pai e boxe, Joe começa a retrair-se para não magoar os dedos. Lorna, para ajudar Moody, começa um processo de sedução e convencimento de que o futuro está no boxe, corrompendo os valores do jovem músico / boxeur. Apesar do mote inicial ser puramente interesseiro, Lorna começa a envolver-se emocionalmente, e o feitiço lentamente vira-se contra a feiticeira.

A carreira de Joe vai progredindo, mas não a um ritmo que o satisfaça; passa então para a esfera de outro gestor de carreira, Eddie Fuseli (Joseph Calleia), que se revela um escroque. Em paralelo, descobre que já não consegue tocar o violino, perante a angústia do pai.

A epifania surge quando um dos seus adversários morre no ringue: Joe abandona o boxe, regressa ao violino e conquista os afectos de Lorna.

Notas de produção
Realizado pelo veterano Rouben Mamoulian, o filme é um produto de um dos estúdios mais pequenos de Hollywood, a Columbia Pictures. O argumento é baseado na peça de sucesso de Clifford Odets, do mesmo nome.

A presença de William Holden (que viria a ser considerado pelo AFI o 25º “greatest actor” de cinema) esteve várias vezes por um fio. Em primeiro lugar, porque a Columbia queria utilizar Richard Carlson, mas este estava em palco; em segundo lugar, houve 5,000 candidatos ao papel, e Holden não possuía créditos que o distinguissem (apenas duas aparições não creditadas – Mamoulian e Stanwyck fizeram lobby a seu favor); e em terceiro lugar, porque os produtores, pouco impressionados pelas primeiras filmagens, tentaram afastá-lo (mais uma vez, foi Barbara Stanwyck a intervir para o manter).

Holden trabalhou arduamente para justificar a sua valia: para além de uma semana de treino intensivo de violino e boxe, treinava boxe duas horas e violino uma hora e meia por dia para parecer mais realista. Curiosamente, uma cena de boxe em que ficou inconsciente, altamente realista aos olhos do actor, foi descartada por Mamoulian por… não parecer realista.
Todos os anos, no aniversário do início das filmagens, William Holden enviou flores a Barbara Stanwyck. Em 1978, durante a cerimónia dos Óscares, antes da apresentação do prémio para Melhor Som que era anunciado por Holden e Stanwyck, Holden fez um agradecimento público a Missy por ter lutado por ele (momento já apresentado no Prosimetron).

Reacções

O filme foi nomeado para o Óscar de Melhor Banda Sonora, de Victor Young. Foi um sucesso de crítica e de bilheteira, detendo o estandarte de ser o filme não realizado por Frank Capra de maior sucesso da Columbia por sete anos.

Graham Greene comentou-o da seguinte forma: “Tem um efeito de close-up vigoroso e duro… a verdadeira estrela é Mamoulian. Pode ver-se a qualidade de um realizador pelos seus close-ups, e eu colocaria a cena final de boxe entre as melhores sequências do sonoro.” A mesma cena é elogiada por Frank S. Nugent no “The New York Times”: “É uma cena de comentário social cinemático eloquente e selvagem.” Complementa o seu comentário habilmente: “É um filme interessante, dramático, de bom entretenimento, mas dificilmente se poderia classificar de primeira água.”

Elliot Stein, no “Village Voice”, avança para o elogio de Holden: “William Holden tornou-se uma estrela com este seu primeiro papel real no grande ecrã, neste desempenho tão apelativo.”