"... procura Alfândega da Fé, lá pelas terras quentes do azeite e da amêndoa. Desliza um pouco para a direita, até Parada; aí estás numa varanda sobre a linha sinuosa do Sabor, é numa curva larga do rio, sítio de passagem a vau entre campos e desertos, que fica, ainda, o Santo Antão da Barca, no seu último verão antes da grande cheia.
ou vai até ao Pocinho, onde agora acabam os comboios que correm Douro fora. Aí vai ter, a esse Douro adormecido por mil albufeiras, o Sabor, que desce de Espanha e passa rente a Torre de Moncorvo. Vai subindo com dedo, desenhando linhas de pescoço, curvas de ombro, cornucópias, passa Felgar, terra de oleiros esquecidos, passa Cilhades, a abandonada, passa quintas vazias que ainda têm nomes bonitos e ilusões de gente, e voltas a encontrar o Santo Antão, pousado no lado esquerdo.(...)"
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