Literalmente um amor pelo correio, já que "Meu amor da América" se inspira na história verdadeira de uma saudade e de um afecto, carregados de pudor e bem-querer, a partir da correspondência trocada entre um casal de camponeses torrejanos que o Oceano Atlântico apartou no início do século XX.
Não sei se o que mais me comoveu foi a prematura interrupção do amor que a morte de um deles decidiu, ou se a minha própria memória das cartas que também os meus pais trocaram, durante um namoro que longamente se estendeu entre a Beira-Baixa e Lisboa e que os carris que levavam o meu pai Tejo acima e abaixo, ajudaram a perdurar. A verdade é que ao olhá-lo por estes dias, não paro de me lembrar do modo como nas suas longas cartas, o meu pai se despedia da minha mãe, "Recebe um aperto de mão, deste que te ama do coração, João" e fico mais perto do seu amor e da saudade que ele sente dela.
Obrigada João, pela bonita história que me contaste; vou guardá-la com atenção.
Obrigada João, pela bonita história que me contaste; vou guardá-la com atenção.
(a animação é uma pérola do ilustrador Nicolai Troshinsk, com música de Sylvia Filus; via)