Indico este livro para quem pretende entender a estrutura bancária por trás da Nova Ordem Mundial. O testemunho de Greg Smith não apenas explica o funcionamento de uma das instituições mais poderosas do mundo, o Goldman Sachs, mas ilumina questões obscuras sobre o Federal Reserve, a bolsa de valores e os mecanismos que sustentam o poder dos metacapitalistas. Uma obra de muito valos para a compreensão do globalismo escrita de forma leve e agradável por alguém que esteve no olho do furacão.
Trecho:
“Ao longo
dos anos 2000, Wall Street estruturou derivativos complexos para ajudar
governos da Europa, como Grécia e Itália, a mascararem sua dívida e fazer seus
orçamentos mais saudáveis do que de fato eram. Esses acordos geraram centenas
de milhões de dólares de honorários para os bancos, mas no fim ajudaram esses
países a empurrar os problemas com a barriga estrada afora. O fracasso de
tratar dos problemas culminou na crise da dívida soberana europeia com que o
mundo tenta lidar hoje.
(...) você
não fala sobre os possíveis lados negativos para eles. Esses ficam sepultados nas letras miúdas do
aviso legal de dez páginas no final do contrato.
Comprar um
desses produtos derivativos estruturados seria como entrar em uma loja e
comprar uma lata de atum. Na lata está escrito claramente: ‘Atum Abelhão’, e
ela exibe um pequeno logo bonitinho. Você vai pra casa, e na maior parte das
vezes você desfruta de um atum delicioso. Mas digamos que um dia você chega em
casa e encontra comida de cachorro dentro da lata. “Como pode isso?”, você se
indaga. “Disseram que era atum”. Mas então você olha atrás da lata. Ali, em
letra tão miúda que é quase ilegível, está impresso algo do tipo: ‘O conteúdo
pode não ser atum. Pode conter comida de cachorro’. Os governos da Grécia e da
Itália, a Autoridade Líbia de Investimentos, a cidade de Oakland, o estado do
Alabama e incontáveis outras dotações e fundações abriram suas latas e encontraram
comida de cachorro.”
Greg Smith, autor de Por Que Saí do Goldman Sachs, explicando o modus operandi dos bancos internacionais e a crise de 2008.
Sinopse oficial: Em março de 2012, Greg Smith publicou um artigo no jornal The New York Times intitulado 'Por que estou saindo do Goldman Sachs'. O texto rapidamente se espalhou pela internet, e provocou respostas enérgicas por parte do mercado financeiro e até do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.
A história começa no ano 2000, quando Smith, então com 21 anos, iniciou sua carreira no Goldman Sachs como estagiário, sendo apresentado ao princípio nº 1 dos negócios do banco: 'Os interesses de nossos clientes vêm sempre em primeiro lugar'. Esta frase permaneceu como o mantra de Smith ao longo de sua ascensão dentro da empresa, com uma carteira de clientes que administrava mais de três trilhões de dólares em ativos.
O autor detalha como o banco mais poderoso do mundo, que participou da abertura de capital de empresas emblemáticas como Ford, Sears e Microsoft, se tornou um vampiro, que se referia aos clientes como 'fantoches' e pagou a multa recorde de meio bilhão de dólares à Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA. Smith mostra a transformação de Wall Street em uma indústria dividida por causa de conflitos de interesse e pela mentalidade do lucro acima de tudo, à custa do próprio sistema econômico e da sociedade como um todo.
Depois de falar com nove sócios do Goldman Sachs ao longo de um período de doze meses, Smith se convenceu de que a única forma de o sistema mudar seria por meio das declarações de alguém que já fez parte dele. Ele abandonou sua carreira e tomou a questão em suas mãos. Esta é sua história.
Sobre o Autor
Greg Smith pediu demissão do cargo de diretor-geral de Negócios Derivativos de Crédito do Goldman Sachs para a Europa, o Oriente Médio e a África no primeiro semestre de 2012. Nascido e criado em Johannesburgo, África do Sul, Smith se formou pela Universidade de Stanford antes de começar a trabalhar em tempo integral no Goldman Sachs, em 2001. Passou dez anos no escritório de Nova York até ser transferido para Londres, em 2011. Atualmente, mora em Nova York.
Páginas: 296
Editora: Leya - 2013
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