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terça-feira, 18 de julho de 2017

QUANDO FOMOS MONSTROS


Foi assim a nossa Oficina de Férias no espaço Anagrama, onde durante uma semana provocámos a libertação dos nossos pequenos monstros, em parceria criativa. A Marta Alves, formada em arquitectura, deu aos miúdos ferramentas de ilustração e design gráfico; eu levei alguns livros e ajudei-os a construir uma história à volta de um tema sempre frutífero: os monstros. Nem todos são feios nem assustadores; alguns têm asas e fazem bem às pessoas. Os miúdos, todos à volta dos dez anos, estavam altamente motivados e chegaram a não querer ir brincar para a rua só para continuarem o que estavam a fazer. Inédito! Não se inscreveram por imposição dos pais (importante), trabalharam sempre e com muito entusiasmo. Cansaram-se mais com a parte da planificação, o esboçar e o "passar a limpo", mas isso é normal (também eu me canso...). Inventaram histórias diferentes, imaginativas, tristes, engraçadas, e todas elas cheias de significado pessoal. No fim, levaram um livro artesanal para casa. Esta semana paramos, mas de 24 a 28 de Julho teremos outra oficina de verão: «Zen Criativo». Saiba mais aqui.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

SOLTA O MONSTRO QUE HÁ EM TI!


Na semana de 10 a 14 de Julho, eu e a Marta Alves, que juntou a formação académica em arquitectura à aprendizagem do yoga para crianças, meditação e mindfulness, estaremos no espaço Anagrama para orientar a semana de férias «Se Eu Fosse Um Monstro», destinada a crianças dos 8 aos 14 anos. Mais do que uma oficina de escrita criativa, a proposta é construirmos um livro ilustrado, da capa à contracapa (aí entram os saberes gráficos e estéticos da Marta), que no final se leva para casa. Trabalharemos o tema da biografia, mas com imaginação. Exactamente: como se fôssemos um monstro. Podemos ser um monstro simpático, antipático ou as duas coisas ao mesmo tempo. E não, não vamos ser todos verdes e com olhos amarelos...

A oficina decorre das 9h00 às 18h00, de segunda a sexta, no Anagrama (Av. de Berlim, 35 C, Lisboa). Preços: 95 € por semana. Cliquem na imagem para mais informações ou liguem para o 211 966 088. 

quarta-feira, 5 de abril de 2017

CEREJEIRAS EM FLOR


Estive com as crianças do Centro Escolar Solum Sul, em Coimbra. O local do encontro foi a Casa da Escrita, um espaço muito bonito que ninguém deve deixar de conhecer, mesmo ao pé da Sé Velha. Mostrei-lhes o Amores de Família e as maravilhosas ilustrações da Marta Monteiro. Uma delas disse que a Festa das Cerejeiras era no Japão. No fim da sessão, fomos todos ver uma verdadeira cerejeira em flor, lindíssima e perfumada, logo ali, no jardim da Casa da Escrita. Não é todos os dias que isto acontece.

terça-feira, 28 de março de 2017

LISBOA-COIMBRA-LISBOA


Entrámos na Semana da Leitura em muitas bibliotecas e escolas (a «Semana da Loucura», como eu costumo dizer) e uma pessoa não tem mãos a medir. Daqui a pouco, parto para o meu querido Norte: amanhã estarei em Vila do Conde, depois em São João da Madeira e, para terminar, em Coimbra. No sábado, 1 de Abril, véspera do Dia Internacional do Livro Infantil, visito a Casa da Escrita (16h00), respondendo a um amável convite do município, para falar de livros para os mais novos e e não só. Gostava que aparecessem, porque a ideia não é transformar a coisa num monólogo. Deixo-vos, para já, com esta questão: em vez de querermos cultivar hábitos de leitura, porque não ensinamos as crianças e adolescentes a gostar de livros, uma das invenções humanas mais fantásticas de sempre? Eu levo alguns na bagagem, para exemplificar. 

sábado, 25 de março de 2017

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL 2017


«Continuamos a crescer, e o mundo à nossa volta torna-se mais complicado. Enfrentamos questões a que nem os adultos sabem responder. No entanto, é importante partilhar dúvidas e segredos com alguém. E aí o livro volta a ajudar-nos. Muitos de nós terão um dia pensado: este livro fala sobre mim! E a personagem favorita parece ser igual a nós. Tem problemas semelhantes, e resolve-os com dignidade. E há outra personagem que não é igual a ti, mas tu gostarias de seguir o seu exemplo, de ser tão corajoso e desembaraçado quanto ela.»

(Excerto do texto que celebra o Dia Internacional do Livro Infantil, este ano assinado pelo escritor russo Sergey Makhotin (n.1953), com tradução do inglês por Maria Carlos Loureiro e publicado integralmente pela DGLAB, aqui. O cartaz de 2017 é da autoria de João Fazenda, vencedor do mais recente Prémio Nacional de Ilustração)

P.S. - Daqui a uma semana, o Dia Internacional do Livro Infantil será também celebrado na Casa da Escrita, em Coimbra, e esta vossa amiga lá estará para botar faladura e suscitar o debate de ideias. Sábado, 1 de Abril, às 16h00. Até lá!

quarta-feira, 22 de março de 2017

VAMBORA COM ADRIANA CALCANHOTTO



Sim, esta selfie é mesmo com a maravilhosa Adriana Calcanhotto e foi tirada na Casa da Escrita, em Coimbra, onde o último sábado foi dedicado ao workshop «Escrita e ilustração: literatura para a infância». Na mesa, além de Adriana Calcanhotto (na qualidade de professora convidada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, entidade organizadora do encontro), estão três ilustradores: André Letria​, Inês Prazeres e Élia Ramalho, esta última também na foto preparatória da parte prática do workshop. A moderar a mesa, para um público muito interessado que esgotou os lugares, esteve a Doutora Ana Maria Machado, professora da FLUC. Só tive tempo de ouvir a parte final do debate, mas valeu muito a pena!

Sábado, 1 de Abril, em vésperas do Dia Internacional do Livro Infantil, lá estarei também em Coimbra para falar dos livros para os mais novos. Ui, quem me dera ter assim a casa cheia!

domingo, 19 de março de 2017

QUARTEL-GENERAL EM ABRANTES


Saber receber é uma arte. A convite da Biblioteca Municipal António Botto, passei um dia excelente em Abrantes, onde fiz duas sessões para os leitores mais novos. A primeira, para crianças do 4º ano do 1º ciclo, à volta do Onde Moram as Casas; a segunda, para estudantes do 10º ano, tendo por mote o Irmão Lobo, na Escola Secundária Solano de Abreu. A professora de português ficou doente e, em consequência, vieram duas turmas que nunca tinham ouvido falar do livro. Por estranho que pareça, gosto quando isto acontece. Se falar para adolescentes já é um desafio, falar "sem rede" é quase uma missão suicida. Improviso, sinceridade e um bocado de sorte resolveram o que, pelo menos para mim, nunca seria um problema. Afinal, ninguém sabe quem são realmente os leitores, certo? Obrigada à Biblioteca AE nº1 de Abrantes pelo comentário sobre o Irmão Lobo

«De uma profundidade comovedora, a obra, sobejamente premiada e traduzida em várias línguas, apresenta um tema atual e propõe uma reflexão indispensável sobre as famílias em desagregação. Uma mesma personagem, a duas vozes e dois tempos, narra uma história que bem podia ser a de um de nós, a de muitos dos nossos adolescentes.
Sensibilidade e muito humor à mistura transformaram este encontro numa conversa inesperada, deliciosa e, sobretudo, irreverente.»

quinta-feira, 9 de março de 2017

HOJE: TERTÚLIA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


«A violência doméstica, ou de forma mais abrangente a violência contra a mulher é um assunto que nos diz respeito a todos, mulheres e homens. Infelizmente em Portugal, os dados demonstram que os casos de violência doméstica não têm decrescido. Um estudo recente sobre violência no namora revela, igualmente, dados preocupantes. O livro Em Nome da Filha, que acaba de ser editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, servirá de mote para mais esta conversa informal de fim de tarde. Para partilhar connosco os seus conhecimentos e experiência teremos: Carla Maia de Almeida (jornalista e escritora, autora do livro Em Nome da Filha; Chefe Rodrigues (agente de proximidade); Patrícia Torres (técnica de acção social da Junta de Freguesia dos Olivais).»

Hoje, das 18h30 às 20h30, no espaço Anagrama - Oficina de Sonhos (Av. de Berlim, 35C, Lisboa). Entrada livre.

EM NOME DA FILHA: APRESENTAÇÃO E DEBATE



Registo em video da apresentação do Em Nome da Filha no Auditório do Liceu Camões, a 22 de Fevereiro de 2017, com Manuel Luís Goucha (inspiradíssimo), Elisabete Brasil (UMAR), Ana Brandão (actriz) e moi-même. António Araújo, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, moderou e fez as honras da casa. Que esteve cheia. Obrigada a todos!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

EM NOME DA FILHA: DIA D



O último relatório da Organização Mundial de Saúde (2014) reflecte a proporção desmedida que a violência doméstica atingiu no mundo inteiro: uma em cada três mulheres será vítima de agressões físicas, psicológicas e sexuais, pelo simples facto de ser mulher. Está a acontecer, neste momento. O jornal El País chamou-lhe «uma pandemia devastadora», num artigo publicado a 25 de Novembro, Dia Internacional contra a Violência de Género.

Quase um quarto dos países ainda não possui legislação própria que permita combater este drama humano, mas não é o caso de Portugal. Sobretudo desde a aplicação do I Plano Nacional contra a Violência Doméstica, lançado em 1999 e renovado até à presente data, com sucessivos melhoramentos, têm sido enormes os progressos em matéria de legislação e meios de intervenção específicos. Falta o mais difícil: mudar mentalidades, formar a consciência das novas gerações. Desde logo, questionar a existência de uma hierarquia entre homens e mulheres, atribuindo aos primeiros o privilégio e a primazia do poder. O caminho a seguir parece ser inquestionável: educar, educar, educar.

Da autora da jornalista Carla Maia de Almeida, a reportagem Em Nome da Filha - Retratos de Violência na Intimidade, é maioritariamente composta por testemunhos de mulheres vítimas de violência doméstica. Entrevistadas em vários pontos do país, acederam a contar as suas histórias sob anonimato, por razões compreensíveis. Essa condição não lhes retira a força nem a pertinência, porque a essa urgência de partilha correspondeu a vontade de contribuir para a mesma causa: lutar contra um problema que não é «doméstico», mas de toda a sociedade. Nas palavras da mais jovem entrevistada, que finaliza a segunda parte do livro, ficou bem expressa essa intenção: «Quero dizer a todas a raparigas que façam como eu. Foi só à primeira.»

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

DEPOIS DE SANTIAGO




Apesar do frio persistente, não podia ter sido mais calorosa a recepção da comitiva portuguesa que participou no encontro Desfacendo a Raia - Literatura infantil e xuvenil na Galiza e em Portugal, uma inicitiva da Livraria Ciranda, de Santiago de Compostela, em parceria com a Gálix - Asociación Galega do Libro Infantil e Xuvenil. Cá estamos na primeira fotografia, por ordem de altura métrica: Joana Estrela, ilustradora e autora de Mana, álbum vencedor do Prémio Internacional de Serpa para Álbum Ilustrado 2015 (em primeiro plano na fotografia logo acima); a «je», no meio; e Benedita Barros, uma das responsáveis da editora Máquina de Voar. Os livros ao fundo, todos portugueses, vieram das estantes da Livraria Ciranda e são procurados não só pela qualidade como pela proximidade linguística ao galego, que cada vez se ouve menos nas ruas e nas escolas. Falou-se de escrita, de edição, de ilustração, de leitura, de educação e de outros temas que nos aproximam culturalmente, inclusive às horas do almoço (apesar de «almoço» se dizer «xantar», em galego). Daí o título do encontro, «Desfacendo a Raia», que é como quem diz: «desfazendo a fronteira». Esteve para se chamar «Borrando a Raia» (borrar=apagar), mas, felizmente, alguém se lembrou a tempo que, em português, «borrar» tem um significado completamente diferente!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A CAMINHO DE SANTIAGO


Vai ser bom voltar a Santiago de Compostela, onde já não vou desde o início dos anos 90. O pretexto é o encontro «Desfacendo a Raia», promovido em conjunto pela livraria Ciranda e a a Gálix - Asociación Galega do Libro Infantil e Xuvenil, cujo convite agradeço. Nos dias 25 e 26, no belíssimo espaço da Galeria Sargadelos (na foto), vai falar-se de escrita, crítica literária, ilustração, edição, literatura nas escolas e o que mais se verá. Pela parte de Portugal, vão estar presentes Joana Estrela, ilustradora e autora de Mana (Planeta Tangerina); Benedita Barros (da editora Máquina de Voar) e moi-même. A fechar, no sábado à tarde, há um espectáculo musical com Uxía Senlle e Sérgio Tannus. O programa completo pode ser visto aqui (cliquem na imagem para aumentar):

sábado, 29 de outubro de 2016

HOJE, NA LIVRARIA ALMEDINA


«Recordar os Esquecidos» é um encontro para falar de livros que não andam nos tops das livrarias. Dois convidados escolhem quatro ou cinco títulos que justificam um segundo olhar; mas só o moderador, João Morales, tem conhecimento prévio das escolhas. Logo à tarde, vou estar com o jornalista Paulo Moura no espaço da Livraria Almedina (Atrium Saldanha, em Lisboa), para uma conversa aberta ao público que se deseja amena e prazenteira. O tempo está bom para isso. Começa às 18h00. Apareçam!

sexta-feira, 15 de julho de 2016

4º FESTIVAL WHITE RAVENS, 2


Amanhã vou estar aqui, em Munique, no Castelo de Blutenburg, onde desde 1983 se encontra a maior colecção de livros infantojuvenis dos últimos 400 anos... Na edição da Blimunda de Abril há um belo artigo de Andreia Brites sobre a biblioteca idealizada pela jornalista e escritora Jella Lepman, em 1945, durante o deserto emocional do pós-guerra, como tentativa de resposta a uma ferida indelével. São mais de 610 mil livros em 130 línguas, uma mistura de Babel e Alexandria, eu sei lá. Sinto-me como se estivesse a olhar para o céu, sem saber como vou conseguir contar as estrelas e por onde começar. Espero que não me dê um treco quando chegar, porque não é todos os dias que os sonhos se cumprem (a última foi há 13 anos, quando viajei sozinha pela Nova Zelândia). Já tinha dado muitas voltas à cabeça, a imaginar como é que raio eu ia conseguir entrar neste palácio encantado, de preferência sem me endividar, e eis que tudo acontece num ápice. A publicação do Irmão Lobo em alemão deu origem ao convite para estar na edição deste ano do Festival White Ravens, ao lado de mais 13 escritores e ilustradores de 11 países: Alemanha, Áustria, Arábia Saudita, Dinamarca, Estónia, Estados Unidos da América, França, Grã-Bretanha, Holanda, Portugal e Rússia. Vamos fazer centenas de quilómetros entre Munique e outras cidades da Baviera. Vai ser uma loucura. Vai ser uma canseira. Vai ser fantástico.

Porque os sonhos não se cumprem sozinhos, quero agradecer do coração à Isabel Minhós Martins e à equipa da Planeta Tangerina, que editou o Irmão Lobo; ao António Jorge Gonçalves, pelas suas preciosas ilustrações; à equipa da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, que tanto tem apoiado a edição e a ilustração portuguesa no estrangeiro; à Helga Preugschat, que se bateu pela edição alemã do Irmão Lobo na editora Fischer Sauerlander; à Claudia Stein, por todo o cuidado posto na tradução; ao Jochen Weber, da Biblioteca Internacional da Juventude, que tem sido impecável na organização; aos meus incansáveis agentes da Booktailors; ao José Oliveira, meu primeiro editor na Caminho e também a primeira pessoa a quem falei desta história; à minha família, aos meus amigos e a todos os que, de uma forma ou de outra, acreditam em mim e me incentivam, hélas, a continuar a escrever. E aqui, desculpem, mas já não escrevo nomes porque ficava aqui o resto da noite, e tenho ainda uma mala para fazer e a areia dos gatos para mudar.

Se o tempo e as condições tecnológicas o permitirem, vou relatando o que se passa no Festival White Ravens na minha página do Facebook e no Jardim Assombrado. Até já! Wish me luck!

Todos os autores participantes no Festival White Ravens aqui.

4º FESTIVAL WHITE RAVENS, 1


Começa amanhã! A quarta edição do Festival White Ravens, nome inspirado no catálogo anual dos melhores livros publicados em todo o mundo, é um grande acontecimento em Munique e em dezenas de cidades da Baviera. Este ano, os 14 escritores e ilustradores convidados desdobram-se em workshpos e encontros com leitores de todas as idades, num total de 90 eventos agendados em escolas, bibliotecas, teatros e outros lugares públicos, incluindo o belíssimo Castelo de Blutenburg, sede da Biblioteca Internacional da Juventude, em Munique. Países representados nesta quarta edição: Alemanha, Áustria, Arábia Saudita, Dinamarca, Estónia, Estados Unidos da América, França, Grã-Bretanha, Holanda, Portugal e Rússia. Se querem conhecer os autores e saber quem vai representar o nosso «petit pays» cliquem aqui. ;-)

quinta-feira, 16 de junho de 2016

TERTÚLIA: CORAÇÃO, CABEÇA E MÃOS


Um bom livro para crianças é também um bom livro para adultos. Não é preciso que tenha muitas palavras, importa que essas palavras tenham significado. Que façam diferença, mas para melhor.

Um bom livro para crianças contém valores humanistas, universais e intemporais. Fala dos «temas difíceis». Está em sintonia com o seu tempo. É progressista, muitas vezes. Revela a marca do autor ou dos autores. É por isso que um bom livro tem uma linguagem verbal cuidada, abrindo para o literário, com várias possibilidades de interpretação. Tem ritmo e musicalidade na leitura em voz alta. Tem ilustrações criativas e adequadas ao texto, acrescentando-lhe algo mais. Põe cuidado no design gráfico, formato e edição.

Essencialmente, um bom livro para crianças tem pensamento e tem alma. É um livro que questiona. Que permite refletir, rir e chorar. É um livro com coração, cabeça e mãos. Tudo o que é preciso.

Os livros para crianças vão ser o tema da próxima tertúlia do espaço Anagrama. Pais, professores, educadores e todos os que se interessam estão convidados a aparecer e a trazer dúvidas, ideias e inquietações para a conversa. Lá estarei para moderar (na medida do possível...). Das 18h00 às 20h00, na próxima quinta-feira, 23 de Junho.

Morada: Av. de Berlim, 35, Loja C. Tel. 211 966 088.   

quinta-feira, 9 de junho de 2016

PARA O ANO HÁ MAIS

 
«Onde moram as casas? Moram em vilas? Em cidades? Perguntou a Laura. Perguntou à mãe e ao pai mas ninguém lhe soube responder. Foi pesquisar em livros e na internet e continuava sem encontrar uma resposta, custava acreditar, ninguém sabia a resposta. Então resolveu perguntar ao professor que lhe disse que as casas moravam no mundo inteiro.» (Sara, 3º- C, EB Agualva 2, Cacém)

Com o programa «Os escritores vão às escolas», organizado pela Divisão de Educação da Câmara Municipal de Sintra em articulação com a APE - Associação Portuguesa de Escritores, terminaram as visitas neste ano lectivo que chega ao fim. Para quem passa o dia fechado em casa, a ler e a escrever, fazer novos leitores é tão vital como respirar. Foi um ano cheio de partilhas bonitas e gratificantes, sem exceção. Muito obrigada aos professores e alunos das escolas que tão bem me acolheram: 

- EB1 de Sabugo e Vale de Lobos (concelho de Sintra)
- EB1/JI de S. Marcos nº 1 (concelho de Sintra)
- EB Agualva 2 (concelho de Sintra)
- EB 2,3 de Aranguez (Setúbal)
- EB nº2 da Feira (Santa Maria da Feira)
- Agrupamento de Escolas do Búzio (Vale de Cambra)
- EB 2/3 Carolina Beatriz Ângelo (Guarda)
- ES/3 da Sé (Guarda)
- EB 2/3 São Miguel (Guarda)
- Agrupamentos de Nelas, Canas de Senhorim e Carregal do Sal
- Centro de Estudos de Fátima
- Grande Colégio Universal (Porto)

segunda-feira, 23 de maio de 2016

ATÉ JÁ


Mais uma corrida, mais uma viagem. No próximo dia 25 de Maio estarei na ESAD, em Matosinhos, para partilhar os meus parcos saberes com os alunos da turma de Pós-Graduação em Ilustração e Animação Digital. Ver mais aqui.

domingo, 22 de maio de 2016

UM LUGAR SEGURO


Soube recentemente do triste caso de um/a professor/a bibliotecário/a que se vê em palpos de aranha para conseguir trazer um escritor à sua escola, inserida num agrupamento com largas centenas de alunos e numa região economicamente «não deprimida». Motivo: os/as colegas boicotam qualquer iniciativa deste género, alegando não ter tempo nem disponibilidade para preparar a visita. Dito de forma mais simples: não estão para se chatear. Eu compreendo. Há escritores que também não estão para se chatear com visitas a escolas. Feitas as contas, talvez a proporção entre os que dão «negas» de parte a parte seja equilibrada. O problema é que, neste caso, menos por menos não dá mais e quem se lixa é o mexilhão. Talvez seja o meu romantismo a falar, mas quando conheço crianças que ainda têm uma imagem idealizada do escritor (percebe-se pelo tipo de perguntas que fazem), parece-me que há aqui um capital afectivo e simbólico a explorar no que toca à formação de novos leitores.

Dez anos depois de começar a ser convidada a visitar escolas, na sequência da publicação do meu primeiro livro (O gato e a Rainha Só, Caminho, 2005), constato que o sucesso e os riscos deste tipo de actividade são difíceis de calcular. Nesta matéria, faço parte do núcleo dos «positivistas de serviço». Na maior parte das vezes, as coisas correm bem ou muito bem: há curiosidade e entusiasmo, há comunicação, há criatividade, há cortesia, há livros para autografar. Outras vezes, a indiferença e até hostilidade dos professores é tão notória que convém ter poker face para conduzir uma sessão até ao fim. Como às vezes peco por não ter poker face, quando percebo que as coisas vão dar para o torto procuro concentrar-me nas crianças e num providencial espírito de missão que evite a catástrofe. Não é a sensação de tempo perdido que me angustia, mas a da exposição pessoal, quando inútil e confrangedora. Lembro-me de uma vez ter caído de pára-quedas no meio de uma turma do 9º ano e de pensar: «Tenho dez segundos para os agarrar ou isto vai ser um suplício.» Escapei por pouco, mas sempre se sai com algumas sequelas.

Às vezes levo a minha «mala de tesouros» (falei dela neste post), mas só na altura é que sei se a vou abrir ou não. Porque isto de mostrarmos de que massa somos feitos tem que se lhe diga e requer intimidade, silêncio, atenção, empatia, curiosidade. Naquele momento, são as crianças que me estão a ler e a «mala de tesouros» é um instrumento de mediação leitora, ao ligar a pessoa aos livros e à escritora. 

A semana passada, no âmbito do programa «Os escritores vão às escolas», uma ideia da Divisão de Educação da Câmara Municipal de Sintra em articulação com a APE, estive na E.B./J.I de S. Marcos nº1. É uma escola do concelho de Sintra onde a vista para a serra ilude, durante algum tempo, a paisagem descarnada dos prédios sem árvores à volta. Olha-se com mais cuidado e percebe-se que muitas daquelas crianças não terão uma vida fácil. «A escola é o lugar onde elas se sentem seguras», disse-me depois o director, que também esteve presente na sessão. Éramos poucos, só uma turma do 4º ano, mas havia bastantes pais a assistir, e que a escola tenha conseguido esse envolvimento parece-me extraordinário nos tempos (desinteressados) que correm.

Os miúdos mostraram o que tinham feito à volta do Onde Moram as Casas e do Não Quero Usar Óculos. Além da criatividade, é de salientar a autonomia com que as professoras os deixaram conduzir a sessão. Via-se que estavam contentes e orgulhosos (os pais também). No fim das perguntas, abri a mala e mostrei alguns dos objectos que estavam lá dentro. Desafiei-os a fazerem o mesmo, para um dia terem também tesouros para partilhar. Quando fechei a mala e saí daquele lugar seguro, sem dúvida que levava mais coisas lá dentro. Foi uma das visitas mais bonitas a que já tive direito. Muito obrigada a todos.

terça-feira, 12 de abril de 2016

FESTIVAL LITERÁRIO DA MADEIRA


«Todas as crianças do mundo devem ser concebidas como seres para ler.» É esta frase de Lídia Jorge, escritora homenageada na 6ª edição do Festival Literário da Madeira, que dá o mote para a primeira conversa de hoje. Lá estarei. Até breve! Programa completo e participantes aqui.