Marguerite Yourcenar
1903 - 1987
“ O ser a que chamo eu veio ao mundo numa segunda-feira, dia
8 de Junho de 1903, pelas 8 horas da manhã, em Bruxelas, de um pai francês,
pertencente a uma antiga família do norte, e de uma belga cujos ascendentes se
tinham há muito implantado em Liège...” Assim começa “Souvenirs Pieuxs”, o
livro de memórias de Marguerite Yourcenar, a autora de “Memórias de Adriano” e
uma das últimas grandes damas da literatura mundial.
Para uma pessoa com uma obra tão complexa, a escritora surge
com uma imagem de certa forma desfocada como se, no seu “labirinto pessoal”,
tivesse confundido as pistas e apagado vestígios. Apesar de ter escrito
longamente sobre a sua família e o ambiente em que nasceu e cresceu – no já
citado “Souvenirs Pieux” (1974) “Archives du Nord” (1977) e no inacabado “Quoi?
L’Eternité” que formam um tríptico intitulado “Le Labyrinthe du monde” – os
detalhes da vivência quotidiana são obliterados em prol de uma visão mais vasta
do “quadro” composto pelos membros da sua família e a forma como se integraram
e relacionaram em e com o tempo em que viveram".
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