23 de setembro...faço mais um ano

 

64 anos, mais um ano passado

tempo a passar sem pressa

deixei de ter pressa

já lá vai o tempo

em que não tinha tempo

Não sei o que a vida me reserva

vou partir ao desconhecido

pelo caminho do resto da minha  vida

olhando pelo o voo daquela gaivota 

no meu lindo Sítio da Nazaré.

Muito obrigada a todos que sempre por aqui passam,

vos deixo um beijinho e um forte abraço.

Não sei amar sem...

 

Não sei amar sem 

 paixão ardente 

fogo que consuma

aquela doçura no coração

andar numa nuvem de algodão

Ser como um vulcão em ebulição

o um tsunami

levando tudo no seu caminho

e que seja minha perdição

Não sei amar sem

palavras enroladas de carinho

a luz meiga do teu olhar

e o calor do teu abraço

momentos intensos

cumplicidade

Eu sou assim

mulher imperfeita e sensível

que gosta de coisas sentidas

aquelas que vem da profundeza de nós

Lena

Por aqui.....

 

Ando ausente como sempre, já é habitual. Também ando ansiosa. Faltam três meses para me aposentar. Há tanto tempo que espero por esse momento.  O espero desde a idade dos meus seis anos. Tinha essa idade quando cheguei a França e desde então meu maior objetivo era esse: poder voltar.  

Depois de tanta chuva, chegou o sol e o calor. Já se pode sair de casa e aproveitar o exterior. Aqui vos deixo algumas fotos daqui.

                     

                                          a árvore das borboletas

                                                 Lavanda 

                                Os damascos ainda um pouco atrasados,

                                Gelou quando estava em flor

                                    Meu cãozinho Titou

                              E é por aqui onde vou passando meus dias.

19 de abril....

19 de abril de 2015, um dos dias mais felizes da minha vida. Nesse dia fui avó pela primeira vez, nascia minha netinha Elise. 

19 de abril de 2023, um dos piores dias. Dois dias antes tinha caído e parti o cotovelo. Fui operada. Ainda hoje ando na fisioterapia tentando recuperar o máximo. Devo estar a uns 75% recuperada. O que já é muito bom. Venho de longe

E nesse dia Elise fez 8 aninhos.

19 de abril de 2024, outro dia para esquecer. Ao levantar da cama, sentei-me à beira dela, perdi os sentidos e cai para a frente sem dar por ela. Fui bater com a cabeça num móvel, fazendo  um golpe de 10 cm de comprimento e fui parar às urgências. Sob anestesia local, o médico coseu até fechar bem a ferida.

E nesse dia Elise fez 9 aninhos

Uma coincidência conseguir parar no hospital a um ano de intervalo. Nas duas vezes podia ser-me fatal. Tive sorte. 

Um abraço e beijinhos a todos vós !

Pintura a óleo....Flores

Este mês de fevereiro onde estive ausente daqui, foi prolífico em pintura. 

Tela de 50 X 60

Tela de 40 X 60

 

Mulher dos 60

 

Mulher madura, com experiencia da vida

deixou o passado para trás

e os seus sonhos de menina

Sente se bem no seu corpo de mulher dos 60

com seus cabelos grisalhos

que voam ao vento

e suas rugas 

marcas do tempo passado.

Aprendeu a ser realista e resiliente

Não procura nada

apaixona-se pelas pequenas coisas da vida

e ama-se a si

 segue seu caminho

escutando seu coração e alma

Adora viver em sintonia com os elementos

e em harmonia com a beleza do oceano

sente bater seu coração ao som das ondas

vive em paz com ela

no seu cantinho, em cima duma falésia

à beira mar

É ali onde  encontrou sua  felicidade

Lena Franco

Há dias assim....

No meu blog vou escrevendo o que vou sentindo, por vezes minhas tristezas e outras vezes algumas alegrias ou então simplesmente coisas da vida.

Hoje não sei que vos dizer.

 Pois, há dias assim....

  Deixo-vos estas duas fotos do meu jardim, deste mês de janeiro. 

Tivemos alguns dias de inverno, com neve. Não tem nada a ver com os invernos de antigamente. Quando me lembro a neve, o gelo, o frio, conduzir em condições difíceis, como era complicado !

Dias melhores estão a chegar. Nota-se eles a crescer. 

 

Felicidade

Até há pouco tempo pensava que na  vida existia apenas momentos felizes, que éramos só felizes nesses momentos. Ser feliz é um estado de espírito. Podemos sentir essa felicidade sempre, porque ela está dentro de nós. Para que isso aconteça tem de estar reunido tudo o que nos pode deixar nesse estado.

Porquê estou a falar sobre isto ? Estes dois meses passados onde estive ausente daqui, senti essa felicidade. Estava maravilhosamente bem. Estava feliz sem razão, simplesmente por estar bem comigo. Cheguei a dizer muita vez que sou uma solitária e gosto da minha solidão. Isso e mais duas ou três coisas fazem que, cheguei a sentir essa felicidade dentro de mim. Quando digo que sou solitária, não me isolo e não sou nada anti-social. Até entro muito em contacto com as pessoas para conversar. Nesse tempo aprendi a conhecer-me melhor. Já era   tempo. 

E a volta à realidade não está a ser fácil. 

E aqui posso deixar estas palavras escritas anos atraz :

Simplesmente Mulher...
Livre como o vento
Doce como o mel
cheia de energia
e de vontade de viver
Saboreando todos os momentos
navegando entre o céu e a terra
entre o mar e a serra
Nunca parando
amando
caminhando
procurando
sua felicidade

 

pintura a óleo

Pôr de sol

40 X 30

Tela de  40 X 50

Pintar é como escrever, faz-se com o coração

Quando estou a pintar é como se estivesse em outra dimensão

é uma outra eu 

 

19 de outubro de 2023 - Dia de tempestade "Aline"

Dia de tempestade "Aline" com muito vento e chuva.

O tempo esfriou.

Acendi uma fogueira na lareira esta tarde.

Sentei-me em frente a ela, lendo um livro.

Estava bem.

Pintei um quadro “Lilases”. ( Pintura a oleo, 60 X 60 )

Nos meus sonhos, ansiava por momentos como este. Estava em um deles.

Com a vantagem adicional dos elementos exteriores.

Ouvia-se o vento passar ao de cima do telhado, assobiando, gritando e ao longe a

 fúria das ondas do mar, enquanto a chuva batia nos vidros e deslizava neles,

 parecia lagrimas a cair do céu.

Estava tudo em harmonia. 19 de outubro 2023
 

Voltar...

 

Demorei algum tempo, mas voltei. Estive ausente por bons motivos. estou bem.

Já tinha saudades deste meu cantinho. E também de visitar meus amigos da blogosfera.

Vamos repartir com boas energias e muita força. 

Já estamos quase no fim de novembro, o tempo passou a correr. 

Este tempo todo estive sem computador e sem internet. Então precisei comprar um pequeno caderno como antigamente, onde pude escrever meus sentires, meus sonhos e meus pensamentos a todo momento, para poder os agarrar, não os deixar fugir. Minha memória esquece muito.

Escrever para mais tarde me lembrar daqueles momentos passados.

18 anos na blogosfera...

 

Comecei na blogosfera em setembro de 2005, já lá vão 18 anos. 

2005 foi um péssimo ano.

Ter este blogue foi uma boa terapia, mesmo se tinha dificuldades em escrever a língua de Camões. 

Não esqueço meus amigos da primeira hora, alguns deixaram a blogosfera, outros ficaram pelo caminho e outros ainda continuam por aqui. E é sempre graças a amizade de vocês que me dá força para continuar e não desistir.

Que dizer hoje ? Hoje estou simplesmente muito feliz por continuar por aqui, ter este meu cantinho, onde gosto de vos acolher sempre com muito prazer.

Muita água correu debaixo da ponte, muita coisa aconteceu, a vida vai mudando, se transformando, nem sempre em melhor e nós vamos nos adaptando a ela.

Saudades de mim

Tenho saudades do meu dia-a-dia que tinha quando trabalhava. 

Quando chegava ao meu serviço, deixava todos meus problemas da vida no vestuário.

Vestia-me dum sorriso e sempre de algumas palavras reconfortantes.

Foram bons tempos de uma parte da minha vida.

Em abril estive do outro lado, fui operada ao cotovelo esquerdo.

 Parti o cotovelo caindo. O pessoal que se ocupou de mim foi muito bom. 

E eu como doente não foi fácil. 

Esta foto foi feita num dia em que havia uma final de rugby. A ASM estava na final. A ASM é uma equipa de Clermont-Ferrand, dai essas cores no meu rosto.

Se hoje pudesse conversar com a menina que fui, que lhe diria ?

 

Se hoje pudesse conversar com a menina que fui, que lhe diria ?

Lhe diria para não estar com pressa de crescer, de ser adulta.

Para ir sempre atrás dos seus sonhos, escutar seu coração e não a razão.

Que a vida é um longo caminho com algumas pedras; tantas vezes irá cair e terá sempre de se levantar. As pessoas que encontrara não será por acaso, devera escutá-las e sentir o porquê desse encontro.

Se tivemos a sorte de estar aqui, é por alguma razão, temos uma missão a realizar. Temos é  a encontrar. Por isso diria à menina que fui sempre escutar o que lhe diz seu coração, ou então sua pequena voz interior.

Na altura em que eu era menina, o caminho estava traçado era casar  ( isso era o que a mãe dessa menina desejava )

Que nunca perca seu sorriso, seja alegre e procure em viver simplesmente. Seja independente, é o melhor que se pode ter.

A menina que eu fui não teve ninguém que lhe desse estes conselhos. 

Eu até gostava da menina que fui. 

Buquê de lilás

 

Pintura a óleo

Tela de  45 X 55

Mais um tema floral, um pouco diferente.

Estes bolinhos chamados de "beijinhos"

 

Estes bolinhos chamados de "beijinhos" fazem-me relembrar minha infância, minha avozinha paterna. Sempre que íamos visitá-la, a Maceira ( terra onde nasci ) tinha sempre um saquinho destes bolinhos para me dar.

 Era a minha avó Augusta  sempre um sorriso e uma palavra meiga, era baixinha e vestia sempre de cores escuras, um lenço cobria seu cabelo. 

 Minha avó nasceu em Nelas e meu avô era de Cepões. Quando o trabalho começou a ser precário, eles migraram para Maceira. Foi ali onde meu pai nasceu e eu também. 

Depois mais tarde meu pai fez igual, com idade de 31 anos, em 1966,  emigrou para França procurando uma vida melhor para a família.

Hoje dei uma volta ao passado. é bom o relembrar, podia dizer que era bom tempo, tinha ainda minha avó, era jovem. Mas até  não era. Eram tempos difíceis, duros, com uma ditadura. 

Emigrar também foi duro, difícil, nisso prefiro não relembrar, porque ainda hoje é algo sensível.

Mesmo se for viver em Portugal depois de reformado, sei que passei uma vida cheia de  saudades do meu Portugal. 

Em Tomar...

 

Há alguns anos atrás, encontrei estes dois senhores em Tomar. Foi num domingo no dia da festa dos Tabuleiros. Aproximei-me deles sem saber quem eles eram. Foi meu amigo Duarte que deu a conhecer os nomes deles.

 Fernando Lopes Graça, músico e o poeta Fernando Araújo Ferreira

Foi um belo encontro um pouco silencioso, sem palavras. 

Ouvia-se o rio, o Rio Nabão ( procurei na net o nome deste rio ) a correr e também as pessoas. Era dia de festa e Tomar estava cheia de muita gente.

Lembro de não ter aguentado ali muito tempo no meio de tanta confusão. Preferi voltar para a beira do meu mar. Quando digo que sou uma solitária, é tão verdade. 

Ramo floral...

 

Tela 45 X  55

Pintura a óleo

Mais uma tela que adorei pintar. Algo  de simples.

Uma maneira de me exprimir em silêncio

é no silêncio que eu me reencontro, que estou comigo

Muito obrigada a tod@s que por aqui passam, deixando vosso carinho

Beijinhos e abraços

Olhando para trás...

 

Olhando para trás, tantos anos passaram, desde de sempre que me lembro  fui sempre um pouco rebelde. Nunca gostando de fazer igual aos outros. Fazendo tudo sempre da melhor maneira  mas  a minha maneira.

Desde sempre gostei da solidão, sou uma solitária e só assim consigo ser feliz, sem esperar nada de ninguém senão de mim.

O Fernando Pessoa tinha vários homônimos, não sei o porquê, nunca procurei saber. Também não me comparo a ele, cada um de nós é único.

Mas até consigo perceber, pois eu também sou diferente conforme o que estou fazendo. Quando cuidava dos meus filhos, era aquela Mulher/Mãe, depois trabalhei, era Mulher/Trabalhadora. Sinto-me uma mulher diferente conforme aquilo que estou fazendo.

Existem várias mulheres na mulher que sou. Quando faço algo concentro-me plenamente naquilo e sou aquele eu, naquele momento. Parece que saio de mim  e visto-me conforme a atividade.

O que não muda é o meu coração, minha empatia, generosidade, doçura e gentileza.

Assim sou eu, e não vou mudar.

Como está a vida Lena ?

 Está uma miséria. Parece que está tudo a cair em pedaços. E não conseguimos impedir  parar este andamento. 

Parece um rio em fúria, levando tudo para onde passa, uma tempestade ou uma tornada ou então um vulcão em erupção. 

Só que atualmente quem anda a por nossas vidas assim são aqueles lá de cima. Esses estão fora da realidade do tempo, dos sacrifícios, da precariedade.

Isso não leva a lado nenhum, senão a revolta. 

É uma maneira de melhor manipular o povo, dando-lhe de vez em quando algum dinheiro ( migalhas ) para ajudar a pagar as faturas; é como se dá uma esmola a um pobre. 

Melhor seria aumentar os salários para poder viver com alguma dignidade.

Meus pensamentos de hoje são assim, ontem também eram assim.

A autora em 2012. Alguns anos passaram desde então. Mas em mim tenho sempre os mesmos sonhos e as mesmas revoltas. Detesto sempre a injustiça deste mundo em que vivemos.