(Publicada no «Expresso, 25 de Abril de 2003)
A actual presidência aberta constitui um passo muito significativo para o país. Não é vulgar ver-se um acto tão positivo, tão estimulante como este. Temos a psicose de chorar sobre o leite derramado, de olhar para trás à procura de algo bom que alimente a saudade e as críticas negativas ao presente e os presságios de desgraças.
É preciso não ouvir os «velhos do «Restelo»; é preciso olhar para a frente; é preciso «marchar, marchar» como dizem as últimas palavras do Hino Nacional. E para avançar, no mundo actual, é imperioso aceitar a competição, os desafios, ir à luta, inovar. Há que apontar como exemplo aquilo que deve ser imitado, e há que incitar as pessoas a seguirem esses bons exemplos.
Um dos grandes males do país fica bem traduzido na última palavra dos Lusíadas, «inveja». As pessoas, com a sua escassa formação escolar e cívica, cultivam a inveja no aspecto mais negativo que consiste em destruir tudo o que sobressai pela positiva. Gostam de nivelar por baixo. Mas é imperioso levá-los à ambição de querer subir até ao nível do mais alto ou até ultrapassá-lo, de forma honesta e construtiva.
Para o país se desenvolver, temos de encarar todos os factores, desde a escolha dos sectores mais adequados aos recursos humanos e físicos, até aos variados aspectos que contribuam para a inovação, a produtividade e a competitividade. A isto não é alheia a qualidade do ensino e da formação profissional quer dos trabalhadores, quer dos gestores, quer dos serviços públicos que devem reduzir a burocracia para diminuir a corrupção, tão referida por toda a gente e tão ignorada pela justiça.
Devem ser estabelecidos prémios aos inventores, aos investigadores e aos técnicos de desenvolvimento que apresentem programas e objectivos realistas, com resultados comprovados.
Bem haja Presidente Sampaio por querer acordar o nosso povo e dar-lhe um grande empurrão para a frente em direcção ao desenvolvimento de que resultará benefício para todos os portugueses.