Mostrar mensagens com a etiqueta injustiça social. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta injustiça social. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 24 de maio de 2019

DEMOCRACIA NÃO É EXPLORAÇÃO DA MAIORIA POR ALGUNS

Democracia não é exploração da maioria por alguns
DIABO nº 2212 de 24-05-2019, pág 16. Por António João Soares

Vivemos enganados, submetidos a uma lei constitucional cozinhada em ambiente condicionado, numa Assembleia cercada e submetida à vontade de um poder amordaçante. Os anos passaram e as poucas e pequenas alterações ao papel inicial serviram para aumentar as mordomias e ostentações de poder de tiranos, por vezes, sem apoio claro e indiscutível da vontade dos eleitores, que têm beneficiado familiares, amigos, cúmplices e coniventes de forma não submetida à vontade popular por eleições ou por referendo.

A quantidade de beneficiados, isto é de funcionários no Governo e Instituições dele dependentes tem subido nos últimos anos de cerca de um por cento anual e a admissão não tem sido feita com base na capacidade, competência ou dedicação à melhoria das condições de vida da população, pois o funcionamento dos serviços mais significativos não tem melhorado, antes pelo contrário, como demonstram as generalizadas greves que têm ocorrido. A Saúde, a Educação, Justiça têm sido alvos de tais descontentamentos. E estes não têm sido tão visíveis nas Forças Armadas e nas Forças de Segurança, porque a sua formação disciplinada e regulamentação as têm impedido de se manifestar, mas os sinais das suas dificuldades têm saído para fora dos seus muros.

E as carências que afectam os principais serviços públicos e a vida nacional não se devem a menos dinheiro sacado aos contribuintes, pois os impostos, adicionados de taxas e taxinhas têm aumentado, o que evidencia que ele tem sido mal gerido para fins que não devem ser priorizados, com pagamentos a mais ‘boys’ e ‘girls’ encabidados em gabinetes sem serem necessários e sem irem contribuir para melhorar a eficácia da governação. E, dessa forma, dizem reduzir o desemprego, mas parece não se ter conseguido um aumento da economia nacional nem do bem-estar dos portugueses e, pelo contrário, criou- -se motivo para o povo criticar o regime de “república familiar” com concentração de benefícios de vária ordem na elite com seus familiares, amigos, cúmplices e coniventes e com resultado de agravar a injustiça social, aumentando dívidas e despesas não produtivas, e prolongando o período em que não são visíveis melhorias do património nacional, agravando a comparação da evolução deste nos 45 anos mais recentes com a sua evolução em igual período anterior, apesar de então ter havido efeitos muito pesados da segunda guerra mundial e da guerra do Ultramar.

A falta de lógica e de racionalidade da gestão governativa, contra tudo o que é ética e democracia é manifesta no adiamento das aconselhadas reformas de estrutura e da regulamentação das actividades públicas, o que tem sido notório nas reflexões anteriores e nos gastos do dinheiro público (dos contribuintes) em apoio de empresas privadas, Novo Banco por exemplo, e para outras actividades não prioritárias e de forma pouco inteligente como a contagem de tempo serviço de professores, desprezando os funcionários públicos de outros sectores que se encontram em semelhante situação de injustiça.

A “Democracia” em Portugal apenas conheceu três referendos e nenhum tendo sido vinculativo, mas outros assuntos mereciam ser debatidos, de forma o mais independente possível, para que a população se sentisse interessada na gestão do seu dinheiro e dos interesses nacionais. E, quanto à gestão do dinheiro, muito deve ser feito a começar por serem publicitadas, em termos compreensíveis pelos cidadãos mais simples, como, por exemplo, o valor das parcelas da despesa pública, isto é, saber qual o destino do dinheiro que lhes foi sacado.

Em termos de valor do PIB, convém comparar a quantidade de deputados, de gente constante de folhas de pagamento de Presidência, de Governo, de Parlamento, de autarquias, bem como das verbas gastas com carros, viagens e outras coisas não essenciais. ■

segunda-feira, 14 de julho de 2014

SUBJUGADOS POR UM POLVO OU POR UMA HIDRA?


Devo dar realce a uma troca de mensagens com o Amigo Arnaldo MF, acerca da opinião muito generalizada de que estamos a ser dominados e explorados por um polvo de inúmeros tentáculos. Segundo ele, o perigo é maior do que o polvo, pois a imagem mais adequada é a da hidra mitológica com sete cabeças e muitos tentáculos que pode sobreviver depois de lhe cortarem todas as cabeças menos uma.

Quanto à hidra, o problema não está no poder e volume da cabeça, mas na multiplicidade das suas cabeças, o que torna difícil o seu corte de um só golpe. Sem dúvida, como se pode destruir o Bilderberg, ou a Maçonaria, ou a Opus Dei, etc.? Estas variadas organizações podem ser consideradas como braços do polvo. Mas, por outro lado, é certo que têm uma raiz comum que é o vil metal e a paixão que ele gera em todas as mentes da elite do poder, mesmo nos degraus mais baixos da escala social.

Por isso, talvez, o mundo só possa libertar-se de tal perversidade, com um «apocalipse», uma revolução sistémica, repentina, traumática, que destrua a origem das vaidades e de que renasça uma "Nova Era" em que os valores morais e humanos voltem a ser postos acima dos valores materiais, dos poderes económicos e financeiros, cuja raiz comum é o "vil metal" sob a forma de papel moeda ou moeda de papel ou sob quaisquer outras formas que as cabeças da hidra sejam capazes de inventar! Receio, porém, que ainda tenhamos vida para assistir ao nascimento dessa "Nova Era"!...Mas, quando ela vier, que seja bem-vinda para bem da Humanidade, pelo menos para mais dois milénios!

Tal mudança não poderá afastar-se muito das doutrinas de Cristo, de Carl Marx e de outros filósofos frequentemente citados. E, talvez, deva seguir os exemplos da vida de muitas espécies animais da selva, que nós, arrogantemente, consideramos «irracionais», mas que vivem mais felizes, com lógica e disciplina em harmoniosas relações pessoais, familiares e sociais. Dão-nos lições de vida familiar, de distribuição de tarefas, de criação de filhos até o crescimento tornar aconselhável o seu afastamento para a caça e o amor. E também na vida social na busca de água, de alimentos na transumância, na «migração», tudo em equipa disciplinada, sempre com respeito pelos velhos e mais fracos.

Obrigado, Amigo Arnaldo. Espero que a síntese das nossas opiniões não esteja contra o seu gosto. Mas, se tiver algum reparo ou aditamento para esclarecimento do tema, terá aqui espaço para comentar e enriquecer a sua ideia.

Imagem de arquivo

terça-feira, 12 de novembro de 2013

DESEMPENHO DO GOV É MAIS COERENTE DO QUE O DO TC ???



Afirmações públicas como a do título da notícia Marques Guedes: 'Acórdãos do TC não têm sido muito coerentes', acerca do TC, dão um mau exemplo aos cidadãos que, perante este desrespeito por um órgão que deve fiscalizar a legalidade perante a Constituição, deixam de sentir a obrigação de respeitar os órgãos de soberania. O PR é considerado demasiado «prudente» e inactivo, a AR faz erros como a lei de limitação de mandatos nas autarquias, o Governo é aquilo que o povo vê:descontos ou cortes sucessivos e acumulados, com uma austeridade que promete durar para lá de 2014, sacrificando os cidadãos que ele devia defender e tornar mais felizes e com vida mais sustentável.

Haja moralidade, dignidade e eficiência, senhores políticos, pelo menos os que foram eleitos pelo povo, que prestaram juramento mas que o escravizam sem mostrar uma finalidade e sem limite de tempo. Será que, por exemplo, perante a Constituição estará correcto prosseguir o objectivo que se traduz em Os multimilionários portugueses são mais e estão mais ricos.

Imagem de arquivo

domingo, 14 de agosto de 2011

Gravata é culpada da crise !!!

Há decisões brilhantes pela sua originalidade e pela surpresa. A lenda do «ovo de Colombo» continua a ter reedições impressionantes. Estando o País em crise por os governantes terem ignorado que o défice é resultado de as despesas serem superiores às receitas, por luxos ostentatórios, por esbanjamentos irresponsáveis do dinheiro público, por instituições fictícias só destinadas a emprego de amigalhaços, etc., a ministra da Agricultura teve o ideia «inteligentíssima», mais brilhante do que o sol, de dispensar o uso de gravata para poupar no ar condicionado (notícia de 14 de Julho).

Mas, curiosamente, ficou por aí na sua exemplar dedicação à causa de reduzir o défice e, passado precisamente um mês, ainda não surgiu um gesto para extinguir ou fundir algum dos institutos referidos por Marques Mendes no seu estuado publicado no PÚBLICO em 07-10-2010, que fazem parte da seguinte lista:

Ministério da Agricultura - 3

1. No âmbito do PRODER (QREN da Agricultura) há 2 serviços:

a) Gabinete do Planeamento (Concebe Projectos e Gere o Programa); e o
b) IFAP (antigo IFADAP) – Paga e fiscaliza os apoios concedidos.

CONCLUSÃO: O Gabinete de Planeamento pode ser extinto e as suas competências passarem para o IFAP.É mais coerente, evitam-se sobreposições de competências e poupa-se dinheiro público.

2. Fundação Alter Real

a) Competências sem relevância para serem autonomizadas numa fundação pública;
b) Tem cinco administradores – presidente é o presidente da Companhia das Lezírias.
CONCLUSÃO: A fundação pode ser extinta e as suas competências integradas na Companhia das Lezírias (hoje até já o presidente é o mesmo).

3. No âmbito da Barragem do Alqueva há duas entidades:

a) a EDIA (190/200 funcionários) que tratou da construção da barragem do Alqueva; e a
b) GESTALQUEVA (trata do fomento do turismo na zona do grande lago)
c) Não há razão nenhuma para esta duplicação de organismos:

Primeiro: EXTINGUIR A GESTALQUEVA, colocar as competências na EDIA ou concessionar a privados (fomento do turismo);
Segundo: EMAGRECER A EDIA (já acabou a construção da barragem).


Mas a Senhora ministra, se mostrou muito zelo ao atirar-se à gravata (objecto machista!), pode estar descansada porque no restante, ao não reduzir os «jobs» para os «especialistas», assessores ou «boys» ( conforma o gosto pelos termos do dicionário), está em sintonia com o seu colega ministro das Finanças que declarou que, para reduzir a dívida, a solução é aumentar impostos, sejam extraordinários ou não, e teve a ousadia de aumentar o IVA da electricidade e do gás para 2,83 vezes mais. Quem pagava 10, passa a pagar 28,3. E não esqueçamos que este é um imposto sem escalões, com factor de multiplicação igual para pequenos e grandes consumidores, isto é, tanto para o que gasta nestes serviços grande parte do que ganha como aqueles para quem essa despesa é um «cagagésimo» dos seus proventos, o que levou um dos grandes ricaços a propor tal solução (notícia do Público de 01-09-2010).

Para o muito esclarecido ministro, a redução das despesas, ao contrário da tese de Marques Mendes, teria uma influência mínima na diminuição da dívida !!!

Apesar das atitudes de muitos brasileiros, temos que reconhecer que Dilma Rousseff respeita valores éticos e tem coragem para demitir ministros que, por atitudes menos éticas ou patrióticas, não se sintonizam com os grandes objectivos que ela se propôs para bem do seu País.

Imagem do Google

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

IVA na electricidade e no gás

IVA aumenta escandalosamente, em produtos de primeira necessidade – electricidade e gás - o que afecta principalmente os menos favorecidos pelos meios de fortuna. Esses produtos pesam em grande percentagem na sua lista de despsas, no seu «rendimento» mensal, ao contrário dos ricaços em que essas despesas são uma migalha depois de retirarem para investimentos, poupanças luxos ostensivos etc, etc, como já foi referido nos posts Justiça Social ??? e IVA poderá subir dois pontos percentuais.

Por outro lado convinha que os governantes não se esquecessem de que, para reduzir o défice, pode actuar-se em duas quantidades: a das despesas e a das receitas. Mas, infelizmente, eles só estão a ver de um olho e apenas vêm a possibilidade de nos esmifrarem mais impostos. Não olham a sério para as despesas. Não se preocupam com a sugestão dada em 07-10-2010 pelo Conselheiro de Estado citado na notícia Marques Mendes apresenta lista com dezenas de institutos públicos que podem ser extintos.

Todos gostaríamos de ter esperança no futuro, mas por mais que procuremos, não encontramos esteios válidos e credíveis para alimentar um pouco de ânimo para esperar dias melhores. Oxalá surjam estímulos a pensamentos menos pessimistas.

Imagem do Google

terça-feira, 5 de abril de 2011

Dragão de ouro recebe 1,2 milhões


Este fervoroso adepto do futebol, recebeu o dragão de ouro do Futebol Clube do Porto, como se vê no vídeo . «Rui Pedro Soares: O homem é do F.C.P. carago!»


Deve estar muito feliz, de parabéns, não só por o FCP ser campeão nacional, mas também porque «recebeu 1,2 milhões de euros da PT», o equivalente ao salário mínimo nacional recebido num ano (14 meses) por cerca de190 trabalhadores. Se houver dúvidas, é só fazer as contas!!!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Que fazem as Finanças com os nossos impostos???


Transcrição, por constituir um elemento a juntar a outros que permitem a formulação consciente da intenção de voto nas próximas eleições:


Correio da Manhã. 2011-04-01. às 0h30 Por: António Nogueira Leite, Economista


O país político definitivamente enlouqueceu. Parece que ninguém é culpado de nada. A Dívida Pública directa que era de 100 mil milhões em 2006 passou para 150 mil milhões em 2010, isto é, aumentou 50%. 

O sector público administrativo (SPA) acumulou entre 2001 e 2005 défices de 26 mil milhões de euros, mas com o actual ministro das Finanças já acumulou 41 mil milhões de euros, ou seja, mais 57%.

A despesa pública do SPA, que era em 2003 de 60 mil milhões de euros, já atingiu mais de 82 mil milhões de euros, ou seja, registou um aumento de 37%. 

O grande aumento nas prestações sociais – de 20 para 38 mil milhões – não resulta dos aumentos dos abonos às famílias pobres e numerosas ou das pensões mínimas.

Ou seja, criámos um estado insustentável num país que não cresce e que mantém enormes níveis de desigualdade. Eu, que tenho a sorte de ter rendimentos para pagar cada vez mais impostos, pergunto para onde vai esse dinheiro. E como eu, muitos outros cidadãos que cumprem e não têm a satisfação de ver esse cumprimento resultar em mais justiça. Só no aumento do malfadado pote!

Enquanto isto, o principal responsável pelo caos tem a ousadia de dizer que anda a defender Portugal e outros apenas sonham em exaurir o que resta do nosso pote colectivo. Uma vergonha!

Imagem do CM

sábado, 26 de março de 2011

Vara «provinciano deslumbrado» com sucesso


Título de notícia do PÚBLICO:


Equivale a 130 anos de trabalho com salário mínimo nacional!!!!!!

A isso há que acrescentar o que recebeu da Caixa Geral de Depósitos, os «robalos» que o sucateiro Manuel Godinho lhe ofereceu, os lucros do monte alentejano preparado com a «ajuda» dos técnicos do GEPI, a reforma por ter sido secretário de Estado, no MAI, etc.

Enfim, é um homem de sucesso, à semelhança de muitos outros políticos

Mas… devemos estar felizes pela forma como os bancos usam o dinheiro dos nossos depósitos (Não será melhor guardar o dinheiro na gaveta???) e o dos nossos impostos cada vez mais pesados !!!!!!!!!!!.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Gestores e ostentação


Transcrevo o seguinte artigo, publicado em 02-07-2010 por José Pires no blogue «Pela dignidade e valores do ser humano» e que vinha referido num e-mail de pessoa que muito considero.



Um gestor vale mais do que quem salva-vidas e cria (vários tipos) de riqueza como um médico ou um cientista?
Qual é o dom especial que possuem para que ganhem muito mais que todos os outros? Não se sabe.

Mas essa ignorância não altera os rendimentos.
Mesmo que os resultados empresariais derivem de uma extensa cadeia.
Mesmo que todas as empresas devam ter um papel social. Pois é.
Os nossos trabalhadores são dos mais mal pagos da Europa, mas os gestores são dos mais bem pagos.
Um gestor alemão recebe dez vezes mais que o trabalhador com o salário mais baixo na sua empresa. O britânico 14. O português 32 vezes mais !!!
Mas, segundo um estudo da Mckinsey, Portugal tem dos piores gestores. Logo, quando se fala em reduzir direitos e salários, a quem nos devemos referir? Lógico? Não.
Dizem que os bons gestores escasseiam e é necessário recompensá-los. Senão, fogem do país. Ok.
Então, é simples. Se são assim tão poucos, ide. Não serão significativos na crescente percentagem de fuga dos cérebros que estavam desempregados/explorados. Depois, contratem-se gestores alemães ou ingleses.
Por lá, não rareia tanto a qualidade. Estão habituados a discutir não só ordenados mínimos como ordenados máximos.
E... sempre são mais baratinhos.

Joana Amaral Dias, Docente Universitária

Comentário da remetente do e-mail:
Realmente, este é um país de parolos em que parece que "ser bom" se traduz no tamanho e cilindrada do carro usado e dos fatinhos e gravatinhas ou dos tailleurs e saltos altos...
Triste realidade quando comparada com a de outros países (que conheço, vi, ninguém me contou) em que os melhores se deslocam de transportes públicos, de bicicleta ou a pé para os seus postos de trabalho, com roupas práticas - de quem vai trabalhar.
Enquanto as mentalidades não mudarem - que é sempre o que mais demora - nada feito...
Ser em vez de ter - ou de parecer - seria o mote.
Pode ser que um dia...
J.

NOTA: Há dias passou por mim um «Maserati» de matrícula recente. O trânsito estava lento e o condutor procurava dar nas vistas, ou nos ouvidos, acelerando o motor que tem um trabalhar com som característico. Fiquei a pensar que podia tratar-se de um traficante de droga, ou um gestor público colocado nas funções por ter sido político, um daqueles «provincianos deslumbrados de que muito se tem falado nos jornais e e-mails. Neste país de parolos como a J. diz, faz-se mais uso do ter do que do ser. E os exemplos vêm de cima, daqueles que, dessa forma, procuram ocultar a sua vacuidade cerebral.

Imagem da Net

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Silva Lopes tem medo do FMI

Transcrevo do post «Orçamento ou gestão competente?» a seguinte passagem que afinal não era tão arrojada como poderia parecer:

«Há economistas e gestores que consideram vantajosa a vinda de estrangeiros para sanar todos os vícios e manhas que se foram desenvolvendo nas décadas mais recentes. É lógico que políticos e outros parasitas do dinheiro público detestem a vinda do FMI, mas os portugueses que trabalham e produzem têm grande motivos para o desejarem a fim de verem o País limpo das pestes que o arrastaram para a desgraça.»

Silva Lopes veio confirmar a referida presunção ao dizer “Desta vez tenho medo do FMI”. Os argumentos que aponta, como velha raposa que é, não correspondem obrigatoriamente aos seus sentimentos e pensamentos. A hipotética vinda do FMI iria reduzir os seus privilégios de pertencente ao grupo dos beneficiados pelo Poder . Tem razão para ter medo, porque será natural que se o FMI vier acabará com acumulações de reformas, de tachos para reformados, de benefícios imorais aos cúmplices do descalabro de que estamos a ser vítimas, etc. e que meta na prisão muitas sanguessugas do dinheiro público.

Segundo texto que circula por e-mail,
«SILVA LOPES, com 77 (setenta e sete) anos de idade, ex-Administrador do Montepio Geral, de onde saiu há pouco tempo com uma indemnização de mais de 400.000 euros, acrescidos de várias reformas que tem, uma das quais do Banco de Portugal como ex-governador, logo que saiu do Montepio foi nomeado Administrador da EDP RENOVÁVEIS, empresa do Grupo EDP.

Com mais este tacho dourado, lá vai sacar mais umas centenas de milhar de euros num emprego dado pelos seus amigos do governo, que continua a distribuir milhões pelos seus cúmplices e coniventes.

Entretanto, o povp vai empobrecendo cada vez mais, num país com 20% de pobres, onde o desemprego caminha para níveis assustadores, onde os salários da maioria dos portugueses estão cada vez mais ao nível da subsistência.

Silva Lopes foi o tal que afirmou ser necessário o congelamento de salários e o não aumento do salário mínimo nacional, por causa da competitividade da economia portuguesa. Claro que, para este senhor, o congelamento dos salários deve ser uma atitude a tomar (desde que não congelem o dele, claro).»


Mandaria o bom senso que os «sábios» do grupo etário deste senhor deviam estar calados porque já mostraram que não souberam governar o País e evitar esta crise escandalosa que nos está a massacrar. As decisões que agora têm que ser tomadas vão afectar os mais jovens. E não os já bem instalados, viciados em maus actos contra a nação. Por isso, devia dar-se aos mais jovens a responsabilidade de gerir o seu futuro. Venha o FMI e, depois, dê-se as rédeas do poder a uma geração mais jovem e active-se a Justiça para condenar os prevaricadores. Não se compreende que os gerontes teimem em estar convencidos de que os ligeiramente menos velhos assumam responsabilidades, como a de administrador da EDP RENOVÁVEIS. Se os reformados fossem mandados repousar, libertariam muitos postos de trabalho para gente na idade activa reduzindo a taxa de desemprego.

Este caso é paradigmático e merece que estejamos atentos às contradições entre as palavras e as realidades da vida destes vendedores de «sábias verdades».

Imagem da Net

quinta-feira, 25 de março de 2010

Para salvar a Pátria

Transcrição:

Estou farto de salvar a Pátria
Texto de Henrique Monteiro, Director do "Expresso", publicado na edição do Expresso de 13 de Março de 2010

Quando comecei a trabalhar, a pátria precisava de ser salva dos desvarios do PREC e por isso pagámos mais impostos. Depois, nos anos 80, houve um choque petrolífero, salvo erro, e tivemos de voltar a salvar a pátria. Veio o FMI, ficámos sem um mês de salário e pagámos mais impostos. Mais tarde, nos anos 90, houve mais uns problemas e lá voltámos a pagar mais, para a pátria não se afundar. Por alturas do Governo de Guterres fui declarado 'rico' e perdi benefícios fiscais que eram, até então, universais, como o abono de família. Nessa altura, escrevi uma crónica a dizer que estava a ficar pobre de ser 'rico'... Depois, veio o Governo de Durão Barroso, com a drª Manuela Ferreira Leite, e lembraram-se de algo novo para salvar a pátria: aumentar os impostos! Seguiu-se o engº Sócrates, também depois de uma bem-sucedida campanha (como a do dr. Barroso) a dizer que não aumentaria os impostos. Mas, compungido e triste e, claro, para salvar a pátria, aumentou-os! Depois de uma grande vitória que os ministros todos comemoraram, por conseguirem reequilibrar o défice do Estado, o engº Sócrates vê-se obrigado a salvar a pátria e eu volto a ser requisitado para abrir mão de mais benefícios (reforma, prestações sociais, etc.), e - de uma forma inovadora - pagando mais impostos.

Enquanto a pátria era salva, taxando 'ricos' como eu (e muitos outros, inclusive verdadeiros pobres), os governantes decidiram gastar dinheiro. Por exemplo, dar aos jovens subsídios de renda... por serem jovens; ou rendimento mínimo a uma pessoa, pelo facto de ela existir (ainda que seja proprietária de imóveis); ou obrigar uma escola pública a aguentar meliantes; ou a ajudar agricultores que se recusam a fazer seguros, quando há mau tempo; ou a pedir pareceres para o Estado, pagos a peso de ouro, a consultores, em vez de os pedir aos serviços; ou a dar benefícios a empresas que depois se mudam para a Bulgária; ou a fazer propaganda e marketing do Governo; ou a permitir que a Justiça seja catastrófica; ou a duplicar serviços do Estado em fundações e institutos onde os dirigentes (boys) ganham mais do que alguma vez pensaram.

E nós lá vamos salvar o Estado, pagando mais. Embora todos percebamos que salvar o Estado é acabar com o desperdício, o despesismo, a inutilidade que grassa no Estado. Numa palavra, cortar despesa e não - como mais uma vez é feito - aumentar as receitas à nossa custa.
Neste aspecto, Sócrates fez o caminho mais simples. Fez exactamente o contrário do que disse, mas também a isso já nos habituámos. Exigiu-nos que pagássemos o défice que ele, e outros antes dele, nunca tiveram a coragem de resolver.

Texto recebido por e-mail de Maria João F

NOTA: Mas há muitos, das simpatias dos detentores do Poder, que ganham «pipas de massa», que recebem prémios sem se saber porquê, que recebem indemnizações por se despedirem em vez de pagarem penalizações por falta de resultados e por poucas vergonhas. E há também deputados e assessores em quantidade exagerada. E há ricos a ver perdoadas dívidas fiscais, e a continuarem a usar ‘off-shores’ para fuga aos impostos, etc, etc. É muito difícil ser obrigado a apertar o cinto para salvar a Pátria colocada em perigo por tais ricos.

Circo para animar a malta !!!

Transcreve-se o seguinte artigo, por constituir um retrato trágico da injustiça social reinante. Note-se que 1, 533 milhões de euros são cerca de 3.500 salários mínimos nacionais e que 243.750 euros correspondem a cerca de 550 salários mínimos nacionais e 27.000 euros por mês são cerca de 60 salário mínimos por mês!!! Que tal!!! Batam… palmas.

Fome & fartura
Jornal de Npotícias. 17-03-2010.

Por Manuel António Pina
Nestes dias de (diz-se) crise, e em que nunca como hoje um Governo conjugou tantas vezes o verbo diminuir (diminuir o Rendimento Mínimo, diminuir o subsídio desemprego, diminuir o Complemento Solidário para Idosos, diminuir os apoios aos deficientes, diminuir as pensões, diminuir os salários, diminuir as deduções com a saúde e educação...), é reconfortante saber que alguma coisa cresce, e não apenas a revolta e os lucros da banca e das "empresas do regime".

Congratulemo-nos, pois, por os gestores da PT terem, em 2009, recebido 7 milhões em salários e "prémios" e por, desses 7 milhões, 1,533 terem cabido ao meritório "boy" Rui Pedro Soares (que bem os mereceu pelo esforço com que se terá dedicado a levar a TVI ao bom caminho). E por também a REN ter contemplado outro dos arguidos da "Face oculta", José Penedos, com 243 750 euros de "bónus", mais um salário de quase 27 mil euros por mês, o que dá qualquer coisa como meio milhão e picos. Com efeito, como profetizou há meio século Cesariny, "afinal o que importa não é haver gente com fome/porque assim como assim ainda há muita gente que come".

Pedido de esclarecimento

Transcreve-se esta carta de pedido de informação dirigida ás mais altas entidades do Estado depois de o autor, Sr Coronel Matos Guerra ter autorizado a divulgação. O autor aguarda resposta que considera de elevado interesse.

Assunto: Pedido de informação.

Exmo Senhor

Por que isto do "diz-se" e "consta" é muito sério, na medida em que se pode caluniar quem o não merece, e por que o velho aforismo do "caluniai, caluniai que sempre fica algo" é uma realidade insofismável, antes de fazer qualquer juízo de valor, não só por quem executa mas, muito especialmente, por quem, tendo o poder de tal interditar, o consente, agradeço me mande esclarecer sobre estes 2 pontos que passo a enumerar:

1. É verdade que o sr Rui Pedro Soares após ter renunciado ao cargo de administrador da PT, além de ficar com um lugar de director, tem direito a uma indemnização de 600.000 € ?

2. É verdade que o sr José Penedos tem direito a receber (ou já recebeu) da REN uma indemnização de 244.000 € ?

Peço desculpa pelo tempo tomado e pelos inconvenientes levantados, mas sabe, isto de um reformado militar que passou vários anos em comissões em África ao serviço do País, com todas as respectivas consequências nomeadamente no âmbito da saúde, e vê nos seus impostos (IRS) ser absurdamente diminuída a dedução específica da sua pensão (que não se encontra indexada ao vencimento do activo, como, sucede, pelo menos em 2 profissões) com respaldo em falacioso argumento de equidade com o pessoal ao serviço, não se sente rigorosamente nada agradado com semelhante situação, para não referir, o vómito que lhe causa, os prémios e não só, autorizados em empresas públicas, comparados com o congelamento de pensões obtidas por anos de trabalho e comprovada dedicação à causa pública e à Nação.

Com os melhores cumprimentos

Eduardo Matos Guerra - Coronel de Cavalaria ( reformado )

NOTA: Para possível alívio do Sr coronel, transcrevo um pensamento do Padre António Vieira:
"Se serviste a Pátria e ela te foi ingrata, tu fizeste o que devias, ela o que costuma."
E, para compreender que os cidadãos não são todos iguais, sugiro uma visita aos posts (para os abris basta fazer clic nos títulos seguintes): Amizade ou honra e dignidade, As peias do legalismo, Carreira dos políticos, Nos EUA os políticos estão sujeitos à lei geral, Ressuscitar os valores éticos.

Imagem da Internet.