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Primavera
Eduardo Aroso
Rebentação da vida,
Corpo, transfiguração!
Sopro matinal e asas mil
Regressando na brisa
Do nascente eterno da Criação.
Que mistério me toca,
Para o sulco, a raiz,
Mudez, interrogação…
Abismo de pensar
Que nada diz.
Ó almas que andais sem norte!
Também o céu é verdejante,
Regaço florido além da morte.
E eu que posso fazer senão
Bem-dizer a minha sorte:
Comungar a seiva,
Afagar os talos,
Acender os troncos;
E ressuscitar nos caminhos
Para não morrer nos sonhos.
Quase Páscoa de 2010
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