A imagem acima mostra a fila de espera da Red Bull.
Retrato da expectativa e sonho de brilhar um dia na
Fórmula 1.
Eis que para a surpresa de todos, eu disse de todos, inclusive das maiores
agências de notícias que cobrem a categoria, a Toro Rosso anunciou que
Daniil Kvyat ocupará o lugar de Daniel Ricciardo.
Havia o boato, do pior tipo.
Nascido na Itália.
Mesmo lugar da sede da equipe e a casa escolhida por Kvyat.
Sim, o piloto russo domina bem o
italiano.
E acabou comprando a vaga.
Espere.
Não se apresse em julgar.
O menino, que é bom piloto, parece possuir o apoio da instituição financeira
SMP.
O banco russo que tempos atrás havia tentado se entender com a
Sauber
naquela ponte feita por Nicolas Todt, filho de você sabe quem e empresário
de Felipe Massa e Pastor Maldonado.
Lembrou?
Tudo bem.
Mas não se esqueça que Kvyat é motorista da casa.
Não é um doido que ninguém nunca viu com um saco de dinheiro nas costas.
Sei que o mundo da
Red Bull não é só diversão e belas cenas de esportes radicais.
Os negócios são conduzidos com mão de ferro.
E a decisão divulgada ontem demonstrou isso.
Uns ficam felizes.
Ao mesmo tempo que outros estão chorando.
É a vida.
Estar e continuar nesta vereda até conseguir ganhar asas não é para os débeis
de espírito.
Aqui não há espaço para fragilidades.
Rob Frijns, que conhece bem como a coisa funciona e que certa vez disse que na
Red Bull
"te tratam como um cão", foi um dos primeiros a dar força ao preterido
Felix da Costa após o comunicado.
Pra destruir qualquer um, ainda mais um menino.
Quantos pilotos deixaram a escola do energético, inclusive o promissor brasileiro
Felipe Nasr?
Ficar e crescer ali é para poucos.
Ponto pro escolhido.
Daniil Kvyat ou Felix da Costa podem ser opções semelhantes.
Falando de
performance.
Claro, só o tempo poderá confirmar isso.
O que pode ter pesado para o lado do russo são alguns fatos relevantes.
A entrada de
Sochi no calendário?
A Russia ser hoje um mercado de quase 20 bilhões de dólares para a Red Bull
dominar com seu energético?
Kvyat não tem culpa disso.
Estava no lugar certo na hora certa.
Talento aliado com uma porta de negócio.
Que agarre a
oportunidade com unhas e dentes, pois os fracos não são perdoados
pelos touros.
Se superar a estréia, as pressões, comparações, cobranças, desconfianças do time
e ainda brilhar nas pistas, poderá continuar seu caminho.
Daniil ganhou o direito de fazer mais uma prova, só isso.
Pois essa é a forma de trabalhar, o padrão estabelecido pela marca austríaca.
Testar,
massacrar e avaliar.
Quando surge um garoto que suporta tudo isso e ainda consegue se destacar entre
seus pares, então a Red Bull começa a sorrir.
Por conta do pensamento de que um novo prodígio poderia estar se formando.
Pronto, estaria programado para vencer.
Talvez até um
futuro campeão.
Ou quem sabe ainda mais.
Um novo Sebastian Vettel.
