Acho que aquele guru que o Cavaco contratou - Porter - disse em privado que os políticos portugueses (os tecnocratas que o Cavaco fez ministros na altura) não eram melhores nem piores que os dos outros países todos da Europa, mas que quase não havia em Portugal empresários educados. Segundo ele os empresários portugueses era uma data de aldraboes de feira, incapazes de pensar a longo prazo e de cooperarem com quem quer que fosse, estabelecer estratégias, cumprir promessas, etc. Na versão que me contaram falou-se no "dilema dos malfeitores": antes irem presos que cooperarem.
E o ensino era um problema ainda mais curioso porque, segundo ele, desencorajava os estudantes em relação aos riscos, matava a iniciativa, preparava-os para serem trabalhadores por contra de outrém ( ainda a Contra-Reforma).
Desde que o Cavaco foi PM as coisas só pioraram. Sofremos a tragédia do Guterres – o maior incompetente que jamais governou Portugal (e em quem eu votei!) – e as desgraças que se seguiram, até o PM Barroso desertar, vender-nos por uns trocos, e deixar-nos com Santana Lopes, o PM inimputável, e o Paulo Portas, presidente do partido da homofobia...
Não se deve, em nome da justiça, comparar os ministros cavaquistas com os populistas que hoje infestam os partidos. O Ministro da Defesa de Cavaco era um tonto que ia a uma vidente “muito boa” – a que viu o “Bolama” em Cabo Verde – e o das Finanças fazia especulaçoes com as reservas. Mas não eram cínicos, tinham um projecto e queriam mudar as coisas, deixar um país melhor aos filhos.
E comparados com os ‘boys’ do Guterres eram uns meninos de coro, os políticos mais honestos que Portugal alguma vez viu (tirando o SEC, bem entendido). :o)
Mas esse PSD desapareceu. Hoje é uma massa informe, uma Jota que não cresceu, que não tem ideias, que nos anos ‘80 dava na coca e agora anda a prosac, uma escumalha sem vergonha, sem alma, sem coluna vertebral, sem cultura e sem educação, governada por uns neocons de fabrico nacional, muito mais sinistros que os originais, os neonazis aqui do partido republicano.
Neste contexto, as afirmaçoes destes políticos sobre o ensino, o desemprego, a economia, a política externa, etc., são infelzimente naturais...
E a universidade? Nas humanidades é um sistema que se auto-replica e que não se imagina que um dia mude, ainda dividido entre os saudosos do salazarismo e os PCs de gravata.
Nas ciências exactas os doutorados em universidades estrangeiras estão a mudar o sistema para melhor.
Os empresários continuam a ser cada vez menos, mais ricos e sempre boçais, iguais a si próprios.