Custódio Pinto - 37º internacional: Vestiu a camisola da Selecção nacional por treze vezes, estreando-se contra a Suíça, num jogo amigável que Portugal perdeu por 3-2. Fez parte da Selecção dos «Magriços», mas apenas foi utilizado contra a Roménia, precisamente o último jogo da fase de qualificação para a fase final, em Inglaterra, onde esteve com a camisola 19, mas sem a oportunidade de se estrear.
Ainda participou num Portugal-Grécia, a 4 de Maio de 1969, a contar para o apuramento do Mundial de 1970.
Representou o FC Porto da época de 1961/62 a 1970/71. Começou por jogar a médio, mas José Maria Pedroto descobriu-lhe talento para avançado, lugar que ocupou nos últimos anos da sua carreira, conseguindo belos golos de cabeça que lhe valeram o epíteto de «cabecinha de ouro».
Disputou 242 jogos no campeonato, marcando um total de 80 golos. Foi capitão da equipa durante alguns anos e nessa condição coube-lhe erguer a Taça de Portugal conquistada em 1967/68, o único título do longo jejum de 19 anos.
Terminada a carreira de futebolista ainda foi treinador dos júniores do FC Porto.
Francisco Nóbrega - 38º internacional: Alcançou quatro internacionalizações. Fez a sua estreia na equipa nacional a 15 de Novembro de 1964, no Porto, contra a Espanha (vitória por 2-1) e despediu-se a 12 de Novembro de 1967, também no Porto, frente à Noruega (vitória por 2-1).
Foi curiosamente em 1966/67 que o extremo-esquerdo azul e branco realizou as melhores exibições da sua carreira, cotando-se como um dos jogadores portistas que mais assistências realizou para golo. Djalma, o ponta-de-lança do FC Porto, foi o principal beneficiário logrando sagrar-se o melhor marcador da equipa durante esse período.
O final da época 1967/68 marcou o ponto alto dessa geração de jogadores do FC Porto. O Clube conquistou a Taça de Portugal e Nóbrega foi um dos principais protagonistas dessa final ao marcar um dos dois golos com que o FC Porto derrotou o Vitória de Setúbal, no Jamor. 2-1 foi o resultado final.
No início da década de 70, Nóbrega começaria a ser utilizado com menor regularidade no «onze». Ainda assim permaneceria nas Antas até ao final da época de 1973/74. Com 31 anos ainda realizou alguns jogos na sua última época ao serviço do FC Porto.
Fernando Pascoal das Neves (Pavão) - 39º internacional: Após duas internacionalizações como júnior e três na equipa de esperanças, viria a estrear-se na Selecção A, com uma exibição memorável, num Portugal-Brasil, disputado a 30 de Maio de 1969, em Lourenço Marques (a actual Maputo), capital de Moçambique. Integraria por mais cinco vezes a equipa das quinas ao mais alto nível. O facto de ter sido jogador do FC Porto, tê-lo-à impedido de alcançar uma maior projecção ao nível da Selecção nacional.
Deu os primeiros passos no Desportivo de Chaves, clube da sua terra natal. O mestre Artur Baeta viu nele talento e levou-o para as Antas. Corria então o ano de 1964. Ingressou nos júniores, ainda com idade de juvenil e foi logo campeão nacional da categoria. A chamada à equipa principal do FC Porto não tardou. Flávio Costa iria lança-lo, com apenas 18 anos, num jogo contra o Benfica, nas Antas, com a tarefa de vigiar Mário Coluna, considerado o «motor» da equipa lisboeta, missão extraordinariamente executada pois não permitiu ao benfiquista explanar o seu futebol, para além de rubricar uma grande exibição que esteve na base de uma saborosa vitória portista, por 2-0.
Chegou mesmo a capitão, assumindo-se como a estrela mais cintilante da «companhia».
Pavão tornou-se um ídolo para a maior parte dos portistas. Era um jogador genial, com uma visão de jogo impressionante, um predestinado dos mais dotados jogadores portugueses que vi jogar. Sempre de cabeça levantada, pose elegante, Pavão personificava a vertente artística do futebol.
A auspiciosa carreira viria no entanto a ser brutalmente interrompida pela morte em pleno estádio, aos 13 minutos do fatídico jogo FC Porto-Setúbal, em 16 de Dezembro de 1973, que deixou a família portista consternada.
Rolando - 40º internacional: Chamado a representar a Selecção nacional, por oito vezes, estreou-se a 11 de Dezembro de 1968, num jogo de qualificação para o Campeonato do Mundo, contra a Grécia (derrota por 4-2), em Atenas.
Verdadeiro capitão da equipa, foi um oásis no FC Porto durante cerca de 10 anos. Médio/defesa, de compleição física robusta, entrega total ao jogo, visão de jogo extraordinária, posicionamento perfeito dentro do campo, cabelos loiros, foi às vezes o único jogador portista a ser distinguido com a chamada à Selecção nacional.
Adivinhava onde a bola ia cair, estava atento aos lances ofensivos adversários, sendo muitas vezes o pronto-socorro dos laterais, era quase intransponível e ainda saía a jogar a preceito, organizando e distribuindo jogo. Foi um ídolo dos adeptos do FC Porto e uma referência do futebol português.
Injustamente, o saldo que conseguiu ao serviço do FC Porto não foi além de uma Taça de Portugal, conquistada na época de 1967/68, mas até por isso o seu mérito será tanto maior. Em plena travessia do deserto, conseguiu tornar-se numa estrela bem cintilante, marcando uma época.
RESUMO DA DÉCADA DE 60
(continua)
Fontes: European Footeball; História oficial do FC Porto, de Alfredo Barbosa; FC Porto - Figuras e Factos 1893-2005, de J.Tamagnini Barbosa e Manuel Dias.