Passou anos a pensar que o meu coração batia por outro. Foi preciso o meu primo João acordá-lo. Pediu-me em namoro nuns degraus de uma calçada de Lisboa, à porta de alguém que não conhecíamos. Nos primeiros meses de namoro oferecia-me rosas vermelhas, até descobrir que a minha onda era mais malmequeres do campo. Um dia, ao levar-me a casa, entrou com o carro em contra mão na estrada. Sobrevivemos ao zigue zague. Com uma mota deixou-me para trás, devido à linha do eléctrico, que fez com que eu caísse. Acertou no tamanho da minha aliança, mas errou na dele, que ficou larga. 20 anos depois, ainda não acertou na dita, agora está lhe apertada. Ficámos sem gasolina na mota e no carro uma vez ou outra, andámos quilómetros sem embraiagem e pusemos o carro da minha mãe a deitar fumo. No dia do nosso casamento perdemos dois convidados pelo caminho [mesmo]. A filmagem da minha entrada na igreja está aos saltos [e não, não entrei a cavalo. o amigo camera man estava a arranjar o melhor lugar para filmar a cena e a modos que a perdeu]. Num dia de chuva demos cambalhotas com um Citroen e quase demos o último suspiro numa casa cheia de monóxido de carbono. Quando ainda não tínhamos filhos, acordámos algumas vezes a meio da noite e pusemo-nos a cantar a vozes, na cama. Isto, num prédio nada à prova de som. Conduzimos no Alentejo debaixo de trovões e relâmpagos, enquanto choviam calhaus e árvores atravessavam a estrada. Perdemos a conta às noites em branco ou mal dormidas com os três filhos rapazes que Deus nos deu. Hoje fazemos 17 anos de casados e o marido está fora, em trabalho, como acontece sempre por este dia.
Sim, a graça de Deus tem sido connosco, abundantemente e hoje até me escreveu um texto grande, como nos tempos de namoro. Uau!
More in love with you today. The best is yet to come!
1-4-3.