...MINHA 1ª PROFISSÃO :
"fazedora" de tranças, ... de rede de dormir!Em 1952, nossa casa da Rua Saldanha Marinho, no então bairro José Bonifácio, em Fortaleza, ficou pronta. Foi a 1ª casa que o papai mandara construir. Hoje, minha irmã Zélia Maria, mora nela, com o marido, filhas e netas. Mas, a original já foi modificada, foi feito um sótão, por toda a extensão da antiga casa.
Depois de pouco tempo, nosso bairro passou a chamar-se, Bairro de Fátima, devido à inauguração da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na década de 1960, não tão próximo à nossa casa..."coisas" da prefeitura municipal.
Na mesma rua e em outras ruas transversais à Saldanha, como a Rua Assunção, haviam muitas fábricas artesanais de "rede de dormir".
Tínhamos uma vizinha, a Dona Margarida, que todos os dias passava com duas ou três de suas filhas, com uma porção de redes, inacabadas, sobre os ombros.Logo, de tanto eu observar aquele vai e vem de redes, interessei-me em saber porque as redes eram levadas e trazidas, todos os dias, sem nenhuma alteração, aparentemente.
Curiosa, perguntei às meninas o que ocorria.
Soube, então, que aquelas redes eram "apanhadas" para que se fizessem as tranças, nas extremidades do tecido, que fora feito em "teares" manuais. Para fazer as tranças das redes, era pago um certo valor, por cada unidade.
Como eu só tinha 10 anos de idade, era estudante, pedí então à Dona Margarida para "trabalhar" para ela, depois de aprender o "ofício" de fazedora de tranças de rede de dormir.
Depois de algumas aulas, passei a fazer as tranças de rede com exímia habilidade, segundo a minha "patroa", sendo então remunerada para tal.
Considero esse, meu primeiro emprego: tinha um "ofício" remunerado. Naquele tempo, não havia Conselho Tutelar para a Criança e o Adolescente. Caso houvesse, certamente, a nossa vizinha, Dona Margarida, seria punida por "exploração de trabalho infantil". No entanto, no caso, fui eu que pedi o emprego....queria ganhar um dinheirinho, para comprar as minhas bonecas... Não fiquei muito tempo fazendo tranças de rede, precisava estudar...eu gostava, de estudar...
Hoje, quando vou visitar minha irmã e vejo a Dona Margarida na calçada, paro junto ao muro de sua casa e temos travamos um bom "dedo de prosa", incluindo na conversa essa passagem, das tranças de rede...
Já não existem mais fábricas de rede por aquelas bandas...só no interior...
Quando eu era criança, não havia rede colorida como estas da imagem, eram brancas ou de xadrez.
Na maioria das casas, principalmente no nordeste, há armadores nas varandas, onde as redes
ficam sempre armadas, para o descanso. (Foto: google).
Para quem não conhece bem as "partes" de um rede, devo dizer que, após a "feitura" das tranças, na parte desfiada do tecido feito no tear, passa-se os cordões grossos que serão unidos nas extremidades no que se dá o nome de "punhos". Serão esses "punhos" que serão enfiados nos 2 armadores, geralmente presos em paredes opostas. É quando dizemos que a rede está "armada" e já é possível se deitar nela...
Como eu só tinha 10 anos de idade, era estudante, pedí então à Dona Margarida para "trabalhar" para ela, depois de aprender o "ofício" de fazedora de tranças de rede de dormir.
Depois de algumas aulas, passei a fazer as tranças de rede com exímia habilidade, segundo a minha "patroa", sendo então remunerada para tal.
Considero esse, meu primeiro emprego: tinha um "ofício" remunerado. Naquele tempo, não havia Conselho Tutelar para a Criança e o Adolescente. Caso houvesse, certamente, a nossa vizinha, Dona Margarida, seria punida por "exploração de trabalho infantil". No entanto, no caso, fui eu que pedi o emprego....queria ganhar um dinheirinho, para comprar as minhas bonecas... Não fiquei muito tempo fazendo tranças de rede, precisava estudar...eu gostava, de estudar...
Hoje, quando vou visitar minha irmã e vejo a Dona Margarida na calçada, paro junto ao muro de sua casa e temos travamos um bom "dedo de prosa", incluindo na conversa essa passagem, das tranças de rede...
Já não existem mais fábricas de rede por aquelas bandas...só no interior...
Neste início de Dezembro, em pleno "clima" natalino, como vem fazendo há alguns anos, a CDL ( Câmara dos Dirigentes Logistas), a árvore composta por redes de dormir, instalada na Praça do Ferreira, no "coração" de Fortaleza, pegou fogo, em poucos minutos.
Porém, a direção da CDL logo providenciou outra Árvore de Natal, igualzinha à árvore do "sinistro", que já foi inaugurada hoje. Soube, no noticiário da TV Verdes Mares que, agora, tomaram precaução para não ocorrer outro incêndio...
Assim, os fortalezenses ficarão mais tranquilos, aguardando a Noite de Natal. Todos dias, no início da noite, nesse mês de dezembro, um Coral de Crianças entoa canções natalinas, nas janelas da belíssima edificação onde funcionou, por muitos anos o famoso Hotel Excelcior, na Praça do Ferreira...É o chamado Natal de Luz do Ceará...
Enquanto não chega a Noite de Natal, vez em quando, vou "curtindo" uma gostosa sesta , numa de minhas indispensáveis redes...
Enquanto não chega a Noite de Natal, vez em quando, vou "curtindo" uma gostosa sesta , numa de minhas indispensáveis redes...
Esta foto, como o vídeo, é do ano passado...esta rede,
não é minha, estava armada na varanda de um restaurante,
em Natal...no Rio Grande do Norte....ou num outro local,
onde estive nas férias de 20010...
não é minha, estava armada na varanda de um restaurante,
em Natal...no Rio Grande do Norte....ou num outro local,
onde estive nas férias de 20010...
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Estou indo, mas eu volto, antes do Natal........Um abraço!